NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


DEFESA AÉREA & NAVAL


ALADA: um passo estratégico para o futuro do Programa Espacial Brasileiro


Guilherme Wiltgen | Publicada em 28/11/2024 09:50

Após anos de estudos e planejamento, o setor espacial brasileiro se prepara para um novo capítulo com a criação da Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A. (ALADA). A nova estatal terá a missão de fortalecer a indústria aeroespacial nacional e maximizar o potencial estratégico do país no setor. Concebida como um importante catalisador do Programa Espacial Brasileiro (PEB), a ALADA promete impulsionar o desenvolvimento tecnológico, a autonomia estratégica e a competitividade do Brasil no mercado aeroespacial global. A proposta de criação da ALADA foi assinada em outubro deste ano pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enviada ao Congresso Nacional para análise.

Nesta quarta-feira (27/11), a criação da estatal foi tema de audiência pública na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o Chefe da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Major-Brigadeiro do Ar Rodrigo Alvim de Oliveira, destacou os benefícios que a ALADA proporcionará ao país.

“A audiência pública de hoje foi de grande importância para que a Força Aérea pudesse demonstrar e esclarecer ao Parlamento e à sociedade brasileira a relevância da empresa ALADA. Esta empresa terá como principal atribuição a capacidade de atrair recursos privados para serem investidos no Brasil, complementando o orçamento público. Os recursos arrecadados serão reinvestidos no programa espacial brasileiro, trazendo benefícios para a área espacial, como ciência e tecnologia, além de gerar impactos socioeconômicos positivos para a nossa população”, destacou o Oficial-General.

A Alada será subsidiária da NAV Brasil, tendo como modelo uma estrutura consolidada de uma empresa que já demonstrou sua capacidade de gestão, sendo premiada por suas boas práticas na gestão ética. A NAV Brasil é uma estatal vinculada ao Ministério da Defesa, criada em 2020 para cuidar dos serviços de navegação aérea, como operação de radares e medição meteorológica, antes a cargo da Infraero.

A iniciativa pretende alavancar oportunidades únicas oferecidas pelo Brasil, com destaque para o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, cuja localização privilegiada permite lançamentos mais eficientes e competitivos. Com a criação da empresa, não apenas haverá avanço industrial, mas também será possível posicionar o país na vanguarda de um setor estratégico para o futuro, integrando ciência, tecnologia e soberania econômica.

A ALADA representa uma visão estratégica para o desenvolvimento do Brasil como uma potência aeroespacial e poderá proporcionar a autossuficiência do país em materiais aeronáuticos e espaciais, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente em tecnologias sensíveis que sofrem restrições para a exportação. Com investimentos direcionados e uma gestão focada em resultados, a empresa será um motor de inovação, progresso econômico e bem-estar social, projetando o Brasil para uma posição de destaque no cenário espacial global.

Próximos passos

O projeto de criação da estatal está em tramitação no Congresso Nacional e, para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Implantação

A empresa terá como eixos estratégicos de atuação o serviço de lançamento espacial; o gerenciamento de projetos aeroespaciais e a exploração econômica de produtos e serviços aeroespaciais. Entre os serviços e projetos estratégicos previstos estão a operação de foguetes suborbitais – capazes de alcançar o espaço sem entrar em órbita –, além da integração de motores aeronáuticos e VLMs (veículos lançadores de microssatélites) em parcerias com fornecedores especializados. A empresa terá um papel fundamental nos serviços de lançamentos espaciais e no gerenciamento de projetos de sistemas aeroespaciais, promovendo a inovação no setor. Entre os serviços e produtos estratégicos da ALADA estão o lançamento e a comercialização do foguete VSB-30 – capaz de alcançar o espaço sem entrar em órbita -, além do gerenciamento de projetos de motores aeronáuticos e de VLMs, em parceria com empresas especializadas.

Além disso, a ALADA ficará responsável pela assessoria no processo de obtenção de patentes, promovendo a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias estratégicas. Com essas atribuições, a estatal busca atrair investimentos e ampliar o protagonismo brasileiro na indústria aeroespacial global.

O papel estratégico da ALADA no Programa Espacial Brasileiro

A ALADA surge em um contexto de desafios e oportunidades. Desde a década de 1960, o Programa Espacial Brasileiro (PEB) permitiu ao Brasil desenvolver competências fundamentais, como Centros de Lançamento e veículos espaciais. Com foco no fortalecimento do setor aeroespacial, a ALADA será responsável por dinamizar o mercado por meio de parcerias com indústrias, instituições públicas e privadas, além de captar recursos financeiros para reinvestimento no programa espacial.

Sustentabilidade financeira e impacto econômico

A ALADA será uma empresa estatal de natureza não dependente, ou seja, passada a fase de implantação, não utilizará recursos do orçamento público para sua manutenção. Suas fontes de receita incluem serviços como lançamento de veículos espaciais, telemetria, desenvolvimento de sistemas propulsores, e assessoria em patentes e contratos de offset. Essa estrutura permitirá não apenas o autofinanciamento, mas também a geração de empregos e o fortalecimento da indústria nacional.

Integração com o setor público e privado

A criação da ALADA não visa competir com agências reguladoras, institutos de pesquisa ou a indústria nacional. Pelo contrário, a empresa atuará como coordenadora e parceira, conectando essas entidades e fomentando o desenvolvimento conjunto de projetos. Algumas atividades da Força Aérea Brasileira, como assessoria em patentes e suporte para lançamentos espaciais, serão descentralizadas para a ALADA, permitindo a desoneração do orçamento, exploração comercial e a ampliação de oportunidades de negócio.

A atividade espacial vai gerar impactos positivos em setores estratégicos, indo além do avanço tecnológico e influenciando indiretamente áreas como o agronegócio, segurança pública, saúde, educação e defesa civil.

No agronegócio, por exemplo, imagens de satélite permitem prever safras, monitorar terras agrícolas e otimizar recursos como água e fertilizantes, enquanto tecnologias de sensoriamento remoto ajudam a detectar pragas e doenças.

Na segurança pública, dados espaciais auxiliam no monitoramento de atividades ilegais e no aprimoramento de sistemas de alerta e navegação.

Na saúde, a telemedicina conectada por satélites leva atendimento a regiões remotas e experimentos em microgravidade contribuem para novos tratamentos.

Já na educação, a internet via satélite amplia o acesso de comunidades isoladas, enquanto iniciativas como a Olimpíada Brasileira de Astronomia estimulam o interesse por ciência e tecnologia.

Por fim, na defesa civil, os satélites ajudam a prever fenômenos climáticos e a mapear áreas de risco, permitindo respostas mais eficazes a desastres naturais. Esses benefícios destacam o papel da exploração espacial no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida.

Outros benefícios

Além de promover avanços tecnológicos, a ALADA permitirá ao Brasil alcançar maior autonomia em tecnologias críticas, gerando receitas tributárias e atraindo investimentos internacionais. A retenção de talentos e a inserção do Brasil no mercado aeroespacial global são outros aspectos positivos da iniciativa.

Com o mercado aeroespacial global projetado para crescer 200% até 2035, o Brasil não pode negligenciar o potencial econômico e estratégico dessa área. A criação da ALADA representa uma solução inovadora para superar desafios históricos do PEB, como a falta de recursos e a dificuldade em reter profissionais qualificados.

Ao atuar como escritório de projetos e conectar as diferentes partes interessadas, a ALADA se posiciona como um pilar fundamental para a construção de um programa espacial mais eficiente e competitivo.

 

 

 

 

 

 

PORTAL DEFESANET


Força Aérea Brasileira e SAAB lançam livro sobre o Programa Gripen Brasileiro

Foi por meio da parceria entre a FAB e a Saab que se concretizou o maior projeto de transferência de tecnologia da Suécia para o Brasil.

Ricardo Fan Via Agência Força Aérea | Publicada em 28/11/2024

A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Saab promoveram o evento de lançamento do livro Gripen – A Jornada para o Caça Brasileiro, realizado nesta quarta-feira (27/11), em Brasília. Durante a solenidade, a FAB foi representada pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida.

A cerimônia também celebrou os 10 anos de parceria entre a Força Aérea Brasileira e a Saab no Programa Gripen Brasileiro, iniciado em 2014 com a assinatura do contrato entre as instituições, após a escolha do modelo para modernizar a frota da FAB.

“Participar do lançamento deste livro de história retrata a admirável trajetória de 10 anos de sucesso deste projeto, que trouxe o verdadeiro guardião dos céus, o F-39 Gripen. Celebrar uma década de acordo entre a Saab e a Força Aérea Brasileira representa muito mais do que o desenvolvimento e a produção de 36 unidades do caça Gripen. É a concretização de um sonho audacioso que uniu tecnologia e inovação, deixando um valioso legado para a nossa indústria de defesa”, destacou o Chefe de Estado-Maior da Aeronáutica.

O livro, de autoria do jornalista João Paulo Zeitoun Moralez, detalha os principais marcos do programa brasileiro e o sucesso da implementação do caça F-39 Gripen no Brasil. A obra também explora o passado, investigando como a Base Industrial de Defesa sueca nasceu, se desenvolveu e como a posição geopolítica da Suécia, a mais de 10 mil quilômetros de distância, influenciou o desenvolvimento do caça mais moderno em operação na América Latina.

“Acima de tudo, exploramos como os destinos de duas nações que cultivam ideais semelhantes puderam convergir em um único propósito. As milhares de horas de pesquisa, que se traduzem em centenas de dias, resultaram em 152 páginas. Mas estas páginas não são apenas de um livro. Elas carregam a essência do Programa Gripen Brasileiro, uma verdadeira colaboração real, um trabalho que é um sucesso justamente porque foi feito em conjunto”, ressaltou o autor da obra. “Que este livro seja o repositório do legado que este programa está deixando para o Brasil. E, mais do que isso, que seja uma inspiração para o futuro das gerações”, completou.

Durante a cerimônia, foi exibido um breve vídeo comemorativo do 10º aniversário da assinatura do contrato do Gripen. “Hoje, nos reunimos para celebrar um marco notável: o 10º aniversário da assinatura do contrato do Gripen no Brasil. Ao longo da última década, essa parceria cresceu e se tornou um símbolo de colaboração, inovação e visão compartilhada entre a Saab, a FAB e nossos estimados parceiros industriais brasileiros”, expressou a vice-presidente de Operações e Diretora Adjunta da Área de Negócios Aeronáuticos da Saab, Åsa Thegström.

Ela também destacou o envolvimento da aeronave no Exercício Cruzeiro do Sul 2004 (CRUZEX). “Temos o imenso orgulho de ver o Gripen voando nos céus brasileiros, especialmente na CRUZEX, que demonstrou as capacidades avançadas do F-39 e seu papel crucial no fortalecimento da defesa do Brasil”, disse.

A solenidade contou com a presença da Embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen; dos ex-comandantes da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, de Oficiais-Generais do Alto Comando da Aeronáutica, demais Oficiais-Generais, além de pilotos e militares envolvidos no programa, executivos da Saab, Embraer, AEL Sistemas e demais parceiros brasileiros.

OUTRAS MÍDIAS


BLOG DO BG - Barreira do Inferno volta a lançar foguetes: primeiro envio será nesta sexta-feira (29)


Bruno Giovani | Publicada em 28/11/2024 10:22

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou a retomada dos lançamentos de foguetes a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. O primeiro lançamento está programado para o próximo dia 29 de novembro e faz parte da Operação Potiguar.

O foguete modelo VS30 V15, com quase oito metros de comprimento e 1,5 tonelada, será lançado em um voo suborbital. O objetivo principal é treinar a equipe técnica e testar equipamentos e procedimentos do centro, que há anos vinha atuando apenas no rastreamento de objetos espaciais.

Segundo a FAB, essa reativação é estratégica para ampliar a capacidade de lançamentos suborbitais do país, reduzindo a dependência do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, que já tem 85% de sua agenda de 2025 ocupada.

A Operação Potiguar será realizada em duas fases. A segunda está prevista para o segundo semestre de 2025 e testará o sistema de recuperação da parte superior do foguete, que poderá transportar experimentos científicos no futuro.

Sobre o foguete VS30 V15

Projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o VS30 V15 é um foguete de sondagem não-guiado, usado para missões de curta duração. Com combustível sólido, ele alcança uma altitude máxima de 154,9 km em cerca de seis minutos de voo.

Especificações técnicas:
•    Comprimento: 7,911 metros
•    Peso total: 1,5 tonelada
•    Velocidade máxima: 6 mil km/h
•    Altitude máxima: até 154,9 km
•    Tempo total de voo: 6 minutos e 20 segundos

O renascimento da Barreira do Inferno

Fundada em 1965, a Barreira do Inferno foi o primeiro centro de lançamento de foguetes da América Latina. Ao longo de sua história, o local realizou mais de 3 mil lançamentos. Nos últimos anos, no entanto, o foco esteve em atividades de rastreamento e monitoramento de satélites.

Com a Operação Potiguar, a FAB pretende transformar novamente o centro em uma base estratégica para o setor aeroespacial brasileiro, ampliando sua relevância no mercado global de lançamentos.

PONTA NEGRA NEWS - Lançamento de foguete na Barreira do Inferno irá fechar espaço aéreo e marítimo


Da Redação | Publicada em 28/11/2024

A Força Aérea Brasileira (FAB) irá realizar o lançamento de um foguete suborbital ao espaço do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN), nesta sexta-feira (28), durante a Operação Potiguar. Segundo a FAB, não haverá interdição na Rota do Sol ou qualquer outra via, mas o espaço aéreo e marítimo estará fechado.

Ainda de acordo com a FAB, os voos comerciais do Aeroporto de São Gonçalo permanecerão normais.

Será possível assistir ao lançamento apenas em áreas de Cotovelo, Pium e todo o litoral. O lançamento está no pacote de ação orçamentária da FAB pelo governo federal.

Janela de lançamento está prevista para ocorrer entre as 12h30h e 13h.

Já a previsão de lançamento de um segundo foguete, no mesmo modo, deverá acontecer apenas no segundo semestre de 2025.

O objetivo do lançamento é aumentar a autonomia do Brasil em questão de lançamentos e a recuperação de carga útil. Neste foguete, a carga útil será cartas infantis com mensagens de alunos ao espaço.

VS30 V15

O VS-30 é um foguete de sondagem, monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. É composto por um estágio propulsivo, com quase uma tonelada de combustível sólido, e, ainda, pela plataforma suborbital de microgravidade (PSM). O veículo de sondagem, que foi projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.

Centro de Lançamento da Barreira do Inferno

O CLBI foi criado em 1965, mesmo ano em que ocorreu o lançamento do primeiro foguete a partir de Parnamirim (RN). Até hoje, mais de três mil lançamentos, divididos em 655 operações, ocorreram nas plataformas do Centro.

Subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o CLBI se mantém focado na atividade de rastreamento. Com a Operação Potiguar, a FAB reativa a operação de foguetes suborbitais no Rio Grande do Norte (RN), passando a atuar, também, no lançamento, na coleta de dados e, por fim, na recuperação da carga útil.