NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
NOTIMP 027/2013 - 28/01/2013
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OUTRAS MÍDIAS
Oito militares estão entre os mortos do incêndio em Santa Maria
O Ministério da Defesa confirmou que oito militares do Exército morreram no incêndio da boate Kiss em Santa Maria (a 323 km de Porto Alegre) que deixou ao menos 231 mortos e 106 pessoas hospitalizadas na madrugada deste domingo (27).
Inicialmente, foram divulgadas 233 mortes. Mas o número foi atualizado após legistas identificarem dois nomes duplicados.
Entre as vítimas estão três oficiais, um sargento, dois cabos e dois soldados. O ministério ainda não informou os nomes. A lista com as vítimas será divulgada após as famílias dos militares serem contatadas pelas autoridades.
Editoria de Arte/Folhapress
A cidade de Santa Maria é um polo militar. Na região atuam cerca de 17.500 militares do Exército e 1.500 da FAB (Força Aérea Brasileira). Há um centro de treinamento de blindados e função militar e há simulações de combate.
A Força Aérea Brasileira (FAB) deslocou quatro aeronaves no início da manhã deste domingo para ajudar nos trabalhos de resgate do incêndio.
Um C-130 Hércules foi reservado para transportar médicos, cirurgiões, enfermeiros e suprimentos do Hospital de Força Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.
Além da unidade, a FAB reservou leitos no Hospital de Aeronáutica de Canoas (RS).
Desde os primeiros momentos do incêndio, quatro helicópteros H-60 Blackhawk do esquadrão aéreo localizado na própria cidade de Santa Maria foram mobilizados para ajudar nos deslocamentos das vítimas.
INCÊNDIO
Movimentação no Centro Desportivo Municipal Dr. Miguel Sevi Viero, onde os corpos das vítimas do incêndio são velados
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo teria começado na espuma de isolamento acústico, no teto. Um dos integrantes da banda, que se apresentava no local, teria acendido um sinalizador, que atingiu o teto e o fogo se espalhou rapidamente, de acordo com Vargas.
De acordo com o tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs, o transporte dos corpos foi realizado por um caminhão da Brigada Militar, devido ao elevado número de de mortos. Eles foram levados ao Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los.
A auxiliar de escritório, Michele Pereira, 34, que estava em frente ao palco no momento em que começou o incêndio, confirma que um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador no palco.
"A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", disse Pereira.
No local, havia apenas uma saída de emergência. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede da boate para facilitar o acesso e a retirada das pessoas do local.
FAB transfere vítimas de incêndio para Porto Alegre
Tássia Kastner |
Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) chegaram a Porto Alegre trazendo quatro vítimas do incêndio em Santa Maria (RS). Os helicópteros pousaram no parque da Redenção, de onde os pacientes foram levados até o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de ambulância. O HPS possui uma unidade de atendimento a pacientes vítimas de queimaduras.
A farra dos aeroportos regionais
O pacote de estímulo à infraestrutura aeroportuária, anunciado por Dilma Rousseff nos últimos dias de 2012, trouxe embutido um plano de incentivo à aviação regional. O projeto promete 7,3 bilhões de reais para a ampliação e a reforma de 270 aeroportos de pequeno porte em todo o Brasil. Seria uma ótima notícia, não fosse um detalhe. A escolha dos municípios contemplados atropela a principal recomendação técnica internacional para aeroportos regionais: uma distância mínima de 100 quilômetros entre eles. No plano de Dilma, há cidades separadas por meros 30 quilômetros indicadas para receber recursos. Reportagem no site de VEJA mostra os casos mais gritantes e explica como o governo pode criar pequenos “elefantes brancos” com seu plano.
Em Santa Maria, 30 feridos respiram por aparelhos
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que 14 pacientes foram tranferidos para Porto Alegre, onde o governo federal montou uma estrutura para atender queimados
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha disse, na tarde deste domingo, haver 92 pacientes internados em hospitais por causa do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Em entrevista coletiva no Centro Desportivo Municipal, para onde foram levados os corpos, Padilha afirmou que 30 feridos respiram por aparelhos. No último balanço, foram contabilizadas 232 mortes. As informações são de que o cantor da banda que se apresentava na boate acendeu um sinalizador que atingiu o teto. A partir daí, o fogo se espalhou rapidamente. A maior parte dos pacientes são jovens vítimas de intoxicação respiratória e não de queimadura.
“Transferimos 14 feridos para Porto Alegre, onde foi montado pelo ministério da Saúde, em parceria com o governo estadual, uma estrutura de referência de UTI para pacientes que precisam de mais suporte”, afirmou Padilha. Esses feridos apresentam quadro de queimadura. Pela manhã, o ministério mobilizou três hospitais conhecidos pelo tratamento de queimados: o do Andaraí e da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, e o Evangélico, de Curitiba. No entanto, como a maioria está com problemas respiratórios, não houve necessidade de acionar o socorro dessas três unidades de saúde.
Padilha afirmou que mais 11 pacientes devem ser transferidos para Porto Alegre. Se necessário, é possível que a locomoção seja feita por helicópteros. “Temos capacidade de remover a quantidade necessária de pacientes. Estão separados na região metropolitana de Porto Alegre 50 leitos de UTI. Dos pacientes de Santa Maria, cerca de 30 respiram por aparelhos. Eles serão avaliados permanentemente”, afirmou o ministro.
Ambulâncias de UTI do Samu foram deslocadas para Santa Maria, assim como cerca de 20 respiradores mecânicos. Ainda neste domingo o ministro afirmou que chegarão 30 ventiladores mecânicos do SUS para dar suporte aos hospitais da cidade e de Porto Alegre. Uma equipe da Força Nacional, baseada em Curitiba, foi enviada ao local da tragédia. A Força Aérea brasileira deslocou 12 médicos preparados para o atendimento de situações de incêndio.
De acordo com Padilha, a prioridade número um é salvar as vidas dos pacientes internados. Outra frente de atuação do ministério é o amparo às famílias. “É comum que as famílias, em situações como essa, necessitem de suporte psicológico ou de atendimento médico. Foram montadas 20 equipes atendimento”, disse.
O ministro alertou ainda para a possibilidade de surgirem quadros de pneumonia química nos próximos dias. “É possível que algumas pessoas apresentem tosse e falta de ar. Isso pode evoluir para pneumonia. Montamos, neste domingo, dois postos de pronto-atendimento em Santa Maria para atender essas pessoas”, afirmou Padilha.
A presidente Dilma Rousseff também foi a Santa Maria, onde visitou um dos hospitais onde estão as vítimas e o Centro Desportivo Municipal. De acordo com informações do hospital, Dilma permaneceu na unidade durante cerca de 15 minutos, reunida com o governador Tarso Genro e com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. No encontro, foi discutida a possibilidade de remoção dos casos mais graves. A presidente veio de Santiago, no Chile, onde estava para participar da Cúpula Celac-União Europeia. A presidente cancelou os compromissos oficiais que tinha na capital chilena.
No momento do incêndio, por volta das 2h30 deste domingo, havia entre 1.000 e 2.000 pessoas na casa noturna, a maioria jovens. Segundo o jornal local Diário de Santa Maria, acontecia na boate uma festa dos cursos de Agronomia, Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No local, também ocorria a festa de um bloco de carnaval da cidade, o Nagandaya.
Henri Castelli estreia nova novela com visual Tom Cruise
Henri Castelli - ator remete muito a Tom Cruise /Foto: TV Globo/ João Miguel Junior
É com este visual que lembra Tom Cruise em Top Gun que Henri Castelli aparecerá em Flor do Caribe, a próxima novela das 18h da Globo. O ator dará vida a Cassiano, um piloto-tenente da Aeronáutica. “Não tenho medo de voar e nunca passei por uma turbulência na vida”, diz ele, que fará par romântico com Grazi Massafera. “Não a conhecia muito bem, mas, nas primeiras cenas que gravamos, já deu para perceber que temos química. Ela é parceira, dedicada e muito estudiosa”. Na vida pessoal Henri foge pela tangente ao ser perguntado da atual situação amorosa. “Não quero dar mais pano para manga”, afirma, com ar misterioso. E aumentando os boatos de que seu coração esteja mais batendo mais forte.
Nas hélices da Embraer
De olho em novas receitas, empresa de aviação celebra parceria com multinacional italiana para produzir helicópteros no País
Pedro Marcondes De Moura |
Na estratégia de depender cada vez menos do turbulento mercado de aviação comercial, a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) planeja aterrissar em um novo segmento que cresce anualmente em céu de brigadeiro: o de helicópteros. A frota nacional, por exemplo, duplicou de tamanho desde 2008, segundo projeções da ABTAer (Associação Brasileira de Táxis Aéreos), e deve crescer mais 50% até 2015. De olho nesse ramo, a companhia, privatizada em 1994, anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos com a fabricante de helicópteros AgustaWestland controlada pelo conglomerado italiano Finmeccanica na segunda-feira 21. O acordo tem como objetivo firmar em meses uma sociedade para produzir em solo brasileiro os modelos da futura parceira. Atualmente, cerca de 50% da frota nacional é composta por aparelhos da empresa brasileira Helibras controlada por europeus, 35% pelas companhias americanas Bell e Sikorsky e 15% pela Agusta. É um momento importante para a indústria aeronáutica brasileira, resume Milton Arantes Costa, presidente da ABTAer.Se na aviação comercial a Embraer chegou ao patamar de empresas como a Boeing, ela tem experiência e capacidade para fazer o mesmo na área de helicópteros, vislumbra.
Estudos preliminares realizados pela Embraer, em parceria com a AgustaWestland, apresentaram um grande potencial para a produção e venda de helicópteros bimotores de capacidade média, especialmente para atender às demandas apresentadas pela área de óleo e gás. Apenas para suprir esta necessidade impulsionada pelas novas plataformas de exploração marítimas brasileiras, especialistas calculam uma demanda de 400 novos aparelhos em uma década. Outro mercado em permanente ascensão no Brasil e na América Latina é o do uso de helicópteros por empresas e executivos. Não à toa, levantamento da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), divulgado em 2012, mostra que a capital paulista possui a maior frota urbana do mundo, acima de metrópoles como Nova York. Um movimento que vem se intensificando em outros grandes centros urbanos do País que sofrem com problemas de segurança e mobilidade urbana, ampliando oportunidades de negócios no setor.
Um novo horizonte que a parceria entre a Embraer e AgustaWestland pretende alçar é a venda de helicópteros também para o crescente mercado latino de segurança e defesa. Para isso, a Embraer deve acionar a sua carteira de fornecedores para nacionalizar ao máximo o número de itens dos helicópteros produzidos no Brasil. Um ativo importante na disputa que deve travar com a Helibras por milionários contratos com as Forças Armadas brasileiras, como a concorrência da Marinha para compra de aproximadamente 25 helicópteros multimissão até 2015. A tarefa, no entanto, será árdua. Dona de mais de 50% do mercado nacional, a Helibras, controlada pela franco-alemã Eurocopter, produz no País desde a década de 70 e já apresenta modelos com altos níveis de nacionalização. O planejamento da companhia contempla inclusive metas audaciosas, como a produção do primeiro helicóptero 100% brasileiro até 2020. Nós já fabricamos 700 helicópteros e temos desenvolvido tecnologia para ampliar cada vez mais a participação do produto nacional em nossas aeronaves. Não se consegue isso de uma hora para outra, declarou o presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira.
O anúncio dos entendimentos entre a Embraer e a AgustaWestland para a fabricação de helicópteros no País vai ao encontro da política de diversificação de receitas adotada pela empresa brasileira. Este é um passo importante para a Embraer, em continuidade à expansão dos nossos negócios?, declarou o diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado. A estratégia passou a ser adotada oficialmente, em 2010, com a criação de um braço da companhia para negócios na área de defesa e segurança. Hoje, por meio de aquisições ou parcerias, a Embraer participa de projetos que vão do desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, sistemas de defesa até veículos aéreos não tripulado, o que corresponde a 18% de suas receitas. Líder mundial no segmento de aviões comerciais de até 120 assentos, a Embraer parece deixar o recado aos concorrentes de que o céu não é o seu limite.
Força-tarefa federal acionada
Edson Luiz |
Equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) foram encaminhadas para Santa Maria a fim de auxiliar no atendimento dos sobreviventes do incêndio na boate Kiss, informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A pasta afirma ter encaminhado cinco ambulâncias para a cidade gaúcha. Ao todo, de acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, havia 92 feridos hospitalizados no município e 21 em Porto Alegre no início da tarde de ontem. Mais 11 pessoas seriam encaminhadas à capital gaúcha por apresentarem estado grave. O principal problema dos sobreviventes é de ordem respiratória.
A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou, para o transporte dos feridos graves, helicópteros H-60 Blackhawk do esquadrão aéreo localizado na cidade, que, em função da Base aérea de Santa Maria, tem o segundo maior contingente militar do país, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. Além dos helicópteros, quatro aeronaves estão de prontidão para cumprir missões de UTI aérea. Um C-130 Hércules transportará também cirurgiões, enfermeiros e suprimentos oriundos do Hospital da força aérea do Galeão.
Oito militares que estavam na boate morreram, entre eles uma era mulher. Médica do Exército, ela morava no Rio de Janeiro e estava passando férias em Santa Maria, onde havia servido. A identidade das vítimas militares não foi divulgada pela FAB. Cerca de 300 homens do Exército foram colocados de prontidão para ajudar as equipes municipais e estaduais, incluindo o grupo que faz a segurança da presidente Dilma. O ministro da Defesa, Celso Amorim, acompanhou a movimentação dos efetivos militares mobilizados para o apoio ao longo do dia.
O titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, colocou a força Nacional de Segurança e a Polícia Federal à disposição do governo gaúcho. Profissionais como bombeiros, peritos e papiloscopistas, segundo Cardozo, poderão auxiliar nos trabalhos, mas será necessário que o governador Tarso Genro solicite as tropas. O Ministério da Educação divulgou nota de pesar pela tragédia e informou que entrou em contato com o reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Felipe Martins Muller, colocando toda a estrutura de hospitais universitários no estado à disposição. (RM)
Atech inicia nova fase sob a gestão da Embraer
Virginia Silveira |
A Atech, empresa que a Embraer adquiriu 50% de participação em 2011, iniciou uma nova fase neste ano, que, num primeiro momento, envolve a mudança em seu comando. O executivo Tarcísio Takashi Muta passou o bastão para o engenheiro Jorge Ramos, que já atuava como diretor da empresa há alguns meses, após deixar o cargo de diretor de desenvolvimento tecnológico da Embraer, onde trabalhou quase 30 anos.
As mudanças foram colocadas em prática em 1º de janeiro e devem incluir uma alteração no capital da Atech, com a Embraer assumindo o controle. Sobre a aquisição do controle da empresa, a Embraer não quis se pronunciar.
Takashi permanece no conselho da Atech, que presidiu desde o início, em 2009, quando houve a separação da Fundação Atech. Criada em 1997 para garantir ao Brasil o domínio da tecnologia do Projeto de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam), a fundação também iniciou nova fase, com a mudança do nome para Ezute e da presidência, que voltou ao engenheiro Takashi.
Formado pelo Instituto Tecnológico de aeronáutica (ITA), o engenheiro eletrônico Jorge Ramos assumiu o desafio de comandar uma empresa estratégica para os negócios da Embraer na área de defesa. Segundo o executivo, a Atech já começa o ano com a expectativa de alta da ordem de 40% a 60% no faturamento, que em 2012 foi de R$ 50 milhões e R$ 60 milhões.
As Forças Armadas brasileiras respondem pela maior parte dessa receita e os projetos previstos para este ano vão permitir à empresa aumentar o número de funcionários dos atuais 250 para 300. "A parceria com a Embraer fortalece a ação empresarial da Atech e facilita sua expansão, ao permitir que a empresa participe de contratos bem mais abrangentes com as Forças Armadas", disse Ramos.
O exemplo mais recente disso, segundo o executivo, é a modernização de cinco aeronaves de vigilância e alerta aéreo antecipado E-99, para a Força Aérea Brasileira (FAB). A Embraer foi contratada para o projeto e a Atech fará a atualização de parte do sistema de comando e controle.
A Atech também participa do consórcio integrado pela europeia Cassidian, braço de defesa da EADS, selecionado para fornecer o sistema tático de missão naval de oito helicópteros EC-725, comprados pela Marinha brasileira e fabricados pela Helibras. Somente a parte da Atech neste contrato está estimada em R$ 30 milhões.
Os contratos em carteira, segundo Ramos, também evoluíram, para R$ 300 milhões em 2012. O executivo destaca o início do desenvolvimento do sistema de comando e controle do reator nuclear da Marinha, que será utilizado no futuro submarino nuclear. O contrato com a Marinha, assinado no final do ano passado, está avaliado em R$ 231 milhões. A Atech também está entre as 10 empresas do mundo que dominam a tecnologia do controle de tráfego aéreo. Isso permitiu que o Brasil obtivesse autonomia no gerenciamento do seu espaço aéreo.
Em 2013, segundo Ramos, a Atech dará continuidade à implantação do Sagitário, uma versão mais moderna do sistema de tráfego aéreo brasileiro. O Sagitário vem sendo utilizado nos Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) de Brasília, Curitiba e Recife. "Este ano, entrará em operação também em Manaus (Cindacta IV) e nos Centros de Controle de Aproximação de São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Recife.
Ramos conta ainda que a Atech assinou, recentemente, um contrato com a aeronáutica para fazer a implantação do Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos (Sigma). As funcionalidades do sistema, segundo Ramos, já foram testadas na Rio+20 e apresentaram excelentes resultados. "O Sigma faz a gestão da demanda e capacidade de tráfego aéreo, ideal para ser usado em eventos de grande fluxo aéreo, como as Copas do Mundo e das Confederações e as Olimpíadas", informa o executivo.
Já a Fundação Ezute, além de projetos relacionados a tecnologias estratégicas, manteve em seu escopo iniciativas nas áreas de educação, social e meio ambiente. No segmento de defesa, a Ezute está fazendo o gerenciamento do projeto de nacionalização do Míssil Antinavio Nacional (Mansup), do qual também participam as empresas Avibras e Mectron.
A fundação continua responsável ainda pelo projeto de concepção do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), que vai ampliar a capacidade de vigilância das águas juridicionais brasileiras e das regiões de busca e salvamento sob a responsabilidade do país. O contrato da Marinha com a fundação, para esse projeto, tem valor estimado de R$ 31 milhões.
"O objetivo da fundação é trabalhar no desenvolvimento de tecnologias que serão aplicadas em projetos estratégicos e que contribuam para a transformação e o desenvolvimento nacional", explica o presidente da Ezute.
Takashi cita o exemplo o Sivam, quando a então Fundação Atech, de direito privado, foi contratada para desenvolver um projeto estratégico e fortemente tecnológico, que desse ao país condições para fazer o monitoramento da Amazônia de forma autônoma e independente de fornecedores estrangeiros.
A Ezute manterá a sua sede em São Paulo da mesma forma que a Atech S.A. Na estrutura da Fundação trabalham 150 funcionários.
Governos montam rápida e forte operação de apoio
Fernando Exman, Raymundo Costa E Murilo Rodrigues |
Tão logo foi informada da tragédia que matou pelo menos 233 jovens em Santa Maria, a presidente Dilma Rousseff desencadeou uma operação para garantir ampla, rápida e efetiva assistência às vítimas do incêndio. Além da Presidência da República e das Forças Armadas, a operação de auxílio ao município no interior do Rio Grande do Sul envolveu os ministérios da Saúde, Justiça e Educação. O governo gaúcho também mobilizou vários esforços para atender e remover as vítimas, quando necessário, para hospitais da capital.
Assim que soube do ocorrido, pouco antes do amanhecer, Dilma telefonou para o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e - na sequência - acionou os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário. Dilma também decidiu interromper sua participação na reunião de cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, em Santiago do Chile, para coordenar as ações do governo e visitar Santa Maria.
Já no Rio Grande do Sul, depois de visitar vítimas e seus familiares, Dilma pediu, em conversa reservada com o governador gaúcho, o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), e militares, especial atenção aos familiares das vítimas fatais. O Estado é o berço político da presidente. "Agora, nós precisamos nos preocupar muito com as famílias. Perder um filho é a pior coisa que pode acontecer com uma família. É preciso dar assistência e total apoio às famílias", disse a presidente aos seus interlocutores, antes de agradecer a alguns socorristas que se encontravam nas proximidades, ainda com as roupas e máscaras cobertas de cinzas, o esforço na operação.
O único pronunciamento público da presidente sobre o assunto, porém, ocorreu ainda na capital chilena. "Eu não vou continuar na reunião por razões também muito claras", afirmou Dilma a jornalistas, emocionando-se. "Quem precisa de mim hoje é o povo brasileiro e é lá que eu tenho de estar."
Depois de acionado por Dilma, o ministro da Justiça telefonou ao governador gaúcho para ofertar o auxílio imediato da força Nacional de Segurança Pública. O envio das tropas, formadas por bombeiros, policiais militares e civis e peritos, só pode ocorrer quando há pedido formal dos Estados.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que é gaúcha e estava no Estado, foi acionada. Já o ministro da Saúde deslocou-se de São Paulo para o Rio Grande do Sul e enviou a Santa Maria uma equipe da força Nacional do Sistema Único de Saúde, órgão que faz parte da Rede de Atenção às Urgências e Emergências do governo e tem como objetivo prestar rápida assistência a populações atingidas por catástrofes ou epidemias. Padilha colocou um grupo de hospitais da região ligados ao SUS de prontidão, e providenciou o envio de peritos de Brasília.
As Forças Armadas também foram mobilizadas, sob a coordenação do ministro da Defesa, Celso Amorim. Militares ligados à 3ª Divisão de Exército deram apoio logístico no local da tragédia. Helicópteros H-60 Blackhawk do esquadrão aéreo localizado em Santa Maria ajudaram nos deslocamentos, e outras quatro aeronaves foram colocadas de prontidão para cumprir missões de UTI aérea. Médicos cirurgiões, enfermeiros e suprimentos foram enviados do Hospital de força aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.
O Ministério da Educação colocou os hospitais universitários gaúchos à disposição para auxiliar no atendimento às vítimas e no apoio aos familiares.
Legião para socorrer as dezenas de feridos
Uma força-tarefa sem precedentes no Estado foi mobilizada para socorrer os feridos no incêndio. Policiais militares, civis e rodoviários, militares do Exército e da Aeronáutica, além de dezenas de colaboradores voluntários ajudaram no deslocamento aos hospitais de Santa Maria e na transferência dos casos mais graves para a Capital.
Profissionais e instituições de saúde de Santa Maria, Porto Alegre, Canoas, Passo Fundo e Caxias do Sul, entre outras cidades, foram colocados em alerta. Apenas em Porto Alegre, 115 leitos em oito hospitais foram colocados à disposição do feridos. Vinte e dois deles chegaram a ser efetivamente ocupados até o início da noite de domingo, mas a expectativa é de que outros 10 pacientes poderiam chegar até a manhã de hoje.
Um ferido também foi levado, no final da tarde, ao Hospital Universitário de Canoas, onde mais outros três leitos estavam reservados.
– Estamos removendo os pacientes mais graves para Porto Alegre, mas também temos estrutura de prontidão em hospitais de Passo Fundo e Caxias – disse o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni.
Enquanto os corpos eram levados ao estacionamento de um hipermercado em frente à boate, uma frota de ambulâncias e carros de passeio carregou feridos para os hospitais da cidade. As equipes especializadas conduziram os pacientes de maior gravidade para o Hospital de Caridade e para o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), que contam com unidade de terapia intensiva. A situação exigiu um remanejamento de pacientes ao longo da manhã. Por volta das 10h, o Hospital de Caridade – que montou duas UTIs de emergência no térreo – começou a transferir os pacientes mais estáveis para o Hospital São Francisco e para o Hospital da Brigada.
Em contrapartida, todos os pacientes de risco internados em hospitais e pronto-atendimentos foram removidos de ambulância para o Caridade.
Alerta para os riscos tardios
Enquanto isso, em Santa Maria, a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) intermediava, com municípios vizinhos, a vinda de respiradores artificiais para pacientes. Em menos de uma hora, ambulâncias trazendo equipamentos paravam na porta das unidades necessitadas.
No início da tarde, os primeiros feridos mais graves começam a chegar a Porto Alegre, trazidos em helicópteros da Brigada Militar e da Força Aérea. Todos eram pacientes em estado grave, necessitando de intervenção de equipamentos para respirar. Algumas aeronaves aterrissaram no aeroporto Salgado Filho, e outras pousaram no Parque Farroupilha, a poucos metros do Hospital de Pronto Socorro.
A solidariedade à tragédia gaúcha extrapolou fronteiras. Conforme o secretário, Estados como Paraná, Santa Catarina, Rio São Paulo e até Alagoas colocaram-se à disposição para auxiliar o Rio Grande do Sul. O governo argentino também anunciou o envio com urgência de um estoque de pele para o tratamento dos queimados.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alertou sobre sintomas tardios da exposição à fumaça:
– É comum que parte das pessoas que estavam no local, mas num primeiro momento não sentiram quadro grave, não procurem atendimento. Mas dois, três, quatro dias depois, apresentem tosse e falta de ar, o que pode evoluir para uma pneumonia química grave.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Rogério Aguiar, alerta que quem esteve na boate poderá sentir sintomas como tosse, falta de ar ou febre até 72 horas após a inalação da fumaça tóxica. Segundo o médico, ainda há riscos. A orientação é procurar ajuda médica.
PARA AJUDAR
- Em Santa Maria, os hospitais Universitário, de Caridade, São Francisco e Casa de Saúde precisam de doações de todos os tipos sanguíneos para os feridos no incêndio.
- Quem quiser fazer doações de sangue em Porto Alegre deve procurar o Hemocentro do Estado, localizado na Avenida Bento Gonçalves, 3.722, bairro Partenon, das 8h às 17h. A Secretaria Municipal da Saúde pede que as pessoas não procurem o HPS para tentar doar sangue.
Solidariedade do tamanho do país
Cláudia Lawisch |
A escuridão da madrugada pairava sobre o Rio Grande do Sul quando foi deflagrada a mobilização nacional de socorro às vítimas da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria. Junto com a aurora, as primeiras aeronaves partiram de Porto Alegre rumo ao centro do Estado. A missão não dava margem para esperanças: profissionais e autoridades que embarcavam na Capital já tinham noção da carnificina.
A ação foi organizada pelo secretário da Segurança, Airton Michels, que costurou o auxílio da Aeronáutica na operação. Quatro aeronaves da Brigada Militar e nove da Força Aérea Brasileira (FAB) iniciaram o transporte de bombeiros, policiais militares, médicos, enfermeiros, equipamentos de socorro, sobretudo respiradores, e cães farejadores – utilizados nas buscas por corpos em meio ao escombros da boate. O avião oficial do governador Tarso Genro, antes de levá-lo à cidade, também foi utilizado no transporte de equipes de socorro. As comitivas se somavam aos profissionais baseados na região de Santa Maria.
Parte majoritária dos reforços seguiu para o Hospital da Caridade. Os poucos leitos disponíveis foram rapidamente ocupados por sobreviventes da Kiss, o que obrigou médicos a improvisarem duas UTI"s no local.
– Chegaram 30 pacientes críticos de uma só vez, mas não enfrentamos escassez de leitos. Tivemos problemas devido ao número de respiradores. Mas, logo no início da manhã, chegaram 12 desses equipamentos de Porto Alegre. A ajuda veio de todo o Estado – relatou Cláudio Azevedo, anestesista que coordenou a operação no Hospital da Caridade.
À tarde, pousaram na cidade dois dos maiores aviões de carga da FAB, um do Rio de Janeiro e outro de Campo Grande, para auxiliar no transporte de vítimas de Santa Maria – onde não havia mais lugar para manter jovens com intoxicação pulmonar e edemas nas vias aéreas causadas pela fumaça. Eles eram transferidos para hospitais como o Pronto Socorro, Clínicas e Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
A rede estadual do Samu se integrou à operação. Dezenas de UTIs móveis foram enviadas de Caxias do Sul, Canoas, Passo Fundo, Ijuí, Santo Ângelo e Porto Alegre.
A comoção tomou a população, que, por meio das redes sociais, passou a se engajar em campanhas de donativos. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que, apesar de solidário, o gesto era desnecessário. As urgências gritantes eram por leitos hospitalares e transporte ágil, algo inalcançável para a população.
O espaço aéreo foi tomado por aeronaves. Pela manhã, a repórter Rosane Marchetti, da RBS TV, viajou em um helicóptero da Unimed, junto com o piloto, uma médica e outra enfermeira. Consternados, voavam em silêncio para resgatar um sobrevivente, segurado do plano de saúde.
– No caminho, avistamos muitos helicópteros. O céu estava muito movimentado – contou Rosane.
Quem chegava na cidade, percebia que o habitual silêncio de um amanhecer de domingo havia sido substituído pelo insistente e perturbador barulho de sirenes de ambulâncias.
Instituições estiveram constantemente presentes no socorro. O Conselho Regional de Psicologia destacou duas profissionais para prestar atendimento aos familiares, obrigados a encarar fileiras de cadáveres estendidos no chão para fazer o reconhecimento.
Outras quatro psicólogas da Associação Brasileira de Emergências e Desastres viajaram de São Paulo a Caxias do Sul, e depois a Santa Maria, para reconfortar uma comunidade traumatizada.
Diversos órgãos estão em situação de alerta. Ontem à noite, a diretora da Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen, esteve reunida em Santa Maria com o secretário da Saúde, Ciro Simoni.
– Ainda é muito prematuro para falar qualquer coisa, mas vamos verificar o que é necessário – resumiu a diretora.
A mobilização continua hoje. O Hemocentro de Porto Alegre irá coletar sangue. O mesmo irá ocorrer na Região Central do Estado. Tudo para atenuar a dor de uma ferida que jamais irá cicatrizar.
Ritmo lento em Confins
Trabalhadores no aeroporto: só 20% da reforma está pronta
Geórgea Choucair |
Em quase um ano e meio de obras, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, conta com apenas 20% da reforma do terminal 1 pronta. A reforma e ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios, prevista pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária para ter começado em setembro de 2012, também não saiu do papel. Há ainda a construção do terminal 3, o "puxadinho", que estava previsto para começar em março do ano passado e terminar em um ano. Mas agora está nas mãos do novo concessionário do aeroporto, sem data para começar.
A obra do puxadinho é fundamental para atender o aumento de demanda de passageiros para a Copa do Mundo de 2014, pois prevê ampliar a capacidade do aeroporto em 4,9 milhões de passageiros. A obra teve duas licitações fracassadas e em novembro do ano passado o Tribunal de Tribunal de Contas da União (TCU) apertou o cerco à Infraero. Em acórdão publicado no Diário Oficial da União (DOU), o tribunal pediu à estatal que realizasse os estudos necessários e se posicionasse acerca da viabilidade do término do terceiro terminal de passageiros.
Os imbróglios das obras não se restringem ao puxadinho. Em novembro, o consórcio Marquise/Normatel, responsável por executar a ampliação do terminal 1, informou à Infraero que iria paralisar as obras por tempo indeterminado. A alegação foi de que o atraso no repasse de documentos referentes ao projeto de engenharia atingiu "nível exorbitante", por meio de documento ao qual o Estado de Minas teve acesso.
O consórcio já havia enviado outro documento em outubro, no qual informava que problemas na liberação de projetos executivos e de frentes dos serviços em execução impediram o pleno desenvolvimento dos trabalhos. Em reuniões com a presidência da Infraero e a Secretaria de aviação Civil (SAC), foi definido novo cronograma de obras para Confins. Em uma corrida contra o tempo, eles redefiniram o cronograma e mantiveram a expectativa de que 60% a 70% das obras de Confins estejam concluídas até meados de 2013, na Copa das Confederações. Ou seja, o consórcio vai ter cinco meses para fazer o que não foi realizado em um ano e meio. "É preciso lembrar que a chance de erro é maior, quanto mais perto da data do Mundial. Não temos ideia do que sejam os 80% que ainda faltam da obra", afirma Renato Cláudio Costa Pereira, analista do setor de aviação.
Em busca dos culpados
INCÊNDIO - Polícia gaúcha quer identificar responsáveis pela tragédia e afirma que haverá indiciamento pelos crimes de incêndio e homicídio
SANTA MARIA (RS) - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul já sabe que a fagulha de um sinalizador usado no palco pela banda Gurizada Fandangueira para a parte pirotécnica do show entrou no sistema de exaustão da casa noturna e provocou a tragédia. O que falta esclarecer é qual a fatia de culpa que conjunto musical, promotores da festa, responsáveis pela boate e autoridades tiveram no episódio que resultou em 231 mortos.O delegado Sandro Meinerz disse que houve negligência e é provável que haja indiciamentos por crimes de incêndio e homicídio. "Doloso (com intenção de matar) não foi, mas culposo (sem intenção) certamente", afirmou. Segundo ele, a polícia já tomou os primeiros depoimentos de testemunhas e identificou os três donos da boate - um deles prestou depoimento ainda ontem.
Além da fagulha inicial, contribuíram para a tragédia a falta de uma segunda saída e a possível retenção, por seguranças, de clientes que tentavam deixar o local - eles exigiram as comandas de consumo quitadas, conforme relatos de jovens que conseguiram escapar. "Se isso ocorreu mesmo, é muito grave", frisou. A polícia também vai apurar a informação de que a casa noturna funcionava com alvará já vencido, mas tinha encaminhado a emissão de um novo. "Prematuro dizer algo, mas talvez a casa estivesse operando com lotação acima da capacidade permitida", afirmou Meinerz.
A namorada de um dos proprietários, Kiko Spohr, publicou mensagem no Facebook dizendo que ele "está bem". Apresentando-se como Naty, ela declarou ter postado o texto "em consideração aos recados" que recebeu.
A administração da boate Kiss anunciou com "grande pesar" a tragédia em sua página do Facebook. De acordo com a nota, "a prioridade da casa é prestar o atendimento necessário aos sobreviventes e familiares das vítimas". O comunicado, assinado por Armando C. Neto, diz que a empresa disponibilizou uma equipe de especialistas, como médicos e psicólogos, para auxiliar as famílias e os sobreviventes. A nota afirma que os funcionários do local eram treinados e preparados para atuar em situações de emergência. Segundo o comunicado, a boate ficará fechada por tempo indeterminado.
A banda Gurizada Fandangueira apresenta-se no Facebook como um "grupo inovador e de identidade exclusiva por usar efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença". Prestes a fazer dez anos, o grupo de Santa Maria toca "tchê music", variação da música tradicional gaúcha que incorpora elementos de outros gêneros, como forró, axé, samba e pop sertanejo. Em vídeo de 2011, é possível ver o uso de fogos na frente do palco. O guitarrista Rodrigo Lemos Martins, 32 anos, diz que a banda usava o sputnik, um sinalizador que, segundo ele, não queima.
SAÚDE
Ainda ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, em entrevista em Santa Maria, que houve reforço no pronto-socorro da cidade para sobreviventes que possam apresentar sintomas tardios da exposição à fumaça. "É comum que parte das pessoas que estavam no local, mas num primeiro momento não sentiram quadro grave, não procure atendimento. Mas dois, três, quatro dias depois, apresente tosse e falta de ar, o que pode evoluir para uma pneumonia química grave", disse.
Hospitais e cidades vizinhas foram mobilizadas, assim como a capital. Uma força-tarefa que envolveu governos federal e estadual e a Prefeitura de Santa Maria foi montada para garantir socorro aos feridos. O secretário nacional da Defesa Civil, Humberto Vianna, relatou que equipes da força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estão de prontidão em vários Estados para um eventual aumento no número de vítimas. As equipes não precisaram ser acionadas. Profissionais da Defesa Civil e das forças Armadas que auxiliaram no trabalho de resgate no terremoto do Haiti, em 2009, e nas enchentes do Rio, em 2011, foram deslocadas para Santa Maria. Quatro aeronaves da Brigada Militar e nove da força aérea Brasileira (FAB) também atuaram.
Cinco militares morreram no incêndio em Santa Maria, diz FAB
Força Aérea divulgou nota neste domingo (27) informando sobre as mortes. Brigadeiro fez balanço da atuação da Aeronáutica no socorro às vítimas.
O comando da Aeronáutica, em Brasília, informou na noite deste domingo (27) que cinco militares da Força Aérea morreram no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS). A tragédia culminou com a morte de ao menos 233 pessoas e deixou outras 106 feridas.
Localizada a cerca de 300 quilômetros de Porto Alegre, Santa Maria é sede de uma base da FAB. Na instalação militar, inaugurada em 1971, operam quatro esquadrões da Aeronáutica.
Segundo comunicado assinado pelo brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno, seis militares lotados na base aérea de Santa Maria se encontravam na boate no momento do incêndio. Apenas um deles sobreviveu, destaca o oficial da FAB.
"Lamentavelmente, seis militares do efetivo da Base Aérea de Santa Maria (BASM) foram vitimados no incêndio. Destes, cinco faleceram", disse o brigadeiro na nota.
A nota oficial também faz um balanço dos esforços da Força Aérea para auxiliar o socorro das vítimas. De acordo com o texto, aeronaves da FAB transportaram uma equipe médica multidisciplinar do Hospital de Força Aérea do Galeão, localizado no Rio de Janeiro, para o interior gaúcho.
O grupo era composto, diz a nota, por cirurgião plástico especializado em queimados, cirurgião geral, médico intensivista, equipe de enfermeiros especializados em tratamento de queimados e material de suprimento médico e cirúrgico para atendimento de situações de incêndio.
Por determinação da presidente Dilma Rousseff, a FAB também disponibilizou aeronaves de todos os portes para auxiliar no transporte das vítimas e de equipamentos médicos para instituições de saúde. Entre os aviões usados na operação estavam aeronaves de grande porte (C-130 Hércules), médio porte (C-105 Amazonas e C-97 Brasília), pequeno porte (C-95 Bandeirante e C-98 Caravan) e cinco helicópteros H-60 Black Hawk.
Ainda de acordo com o comunicado, aviões C-99 EMBRAER 145, com tripulação e equipes médicas, estão de prontidão para colaborar no translado das pessoas que se encontravam na boate.
Luto oficial
A presidente Dilma Rousseff decretou neste domingo luto oficial de três dias devido às 233 mortes ocorridas no incêndio na boate de Santa Maria, informou a assessoria de imprensa da Presidência da República.
A edição desta segunda-feira (28) do "Diário Oficial da União" deverá trazer a publicação do decreto. Durante o período de luto, a bandeira nacional deve ser hasteada em meio mastro em todas as repartições públicas, estabelecimentos de ensino e sindicatos.
O decreto presidencial nº 70.274, de 1972, que regula as normas do cerimonial público, prevê que, no caso de falecimento de autoridades civis ou militares, o governo pode decretar luto de, no máximo, três dias.
Dilma retornou ao Brasil às pressas neste domingo para comandar, in loco, as ações do governo federal no incêndio de Santa Mariax. A chefe de estado brasileira participava desde sábado (26), na capital do Chile, de um encontro de cúpula de países latino-americanos e europeus.
Por volta das 14h, Dilma compareceu ao Hospital de Caridade de Santa Mariax, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
Feridos em boate são levados de helicóptero a hospital de Porto Alegre
Vítimas serão tratadas no setor de queimados do Pronto Socorro. Hospitais do interior também receberão feridos em incêndio de boate.
Feridos em Santa Maria são trazidos para Porto Alegre (Foto: Luciane Kohlmann/RBS TV)
Pessoas que ficaram feridas no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, estão sendo transferidas para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS). Por volta das 13h30 deste domingo (27), helicópteros da Aeronáutica desceram no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, transportando feridos na tragédia. O incêndio matou 232 pessoas durante a madrugada.
Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) aguardavam para transportar os feridos para o setor de queimados do HPS. O campo de futebol do parque foi isolado para o pouso das aeronaves. A Avenida Osvaldo Aranha também teve o trânsito interrompido para a chegada dos helicópteros. O trajeto entre Santa Maria e Porto Alegre dura 40 minutos e a estimativa é que aeronaves cheguem a cada 20 minutos.
Cinco helicópteros deixaram Santa Maria com um total de 14 feridos rumo a Porto Alegre. Outros dois aviões,com nove pessoas cada um, também foram utilizados no transporte. O Hospital de Clínicas recebeu seis desses feridos. Segundo a instituição, eles estão em estado grave.
Hospitais do interior também recebem feridos
Equipes de Santa Maria estão fazendo contato com hospitais do interior do estado em busca de leitos para outros feridos. O Hospital de Santo Ângelo confirma que foi contatado e que deve receber pacientes até o fim da tarde. O Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul já recebeu duas vítimas, ainda não identificadas. O Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, também deve prestar tratamento a feridos.
Festa foi organizada por universitários
A festa em que ao menos 232 pessoas morreram na madrugada deste domingo na boate Kiss, em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, começou às 23h de sábado (26), de acordo com as informações divulgadas no site da casa noturna. O evento era direcionado para jovens universitários da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Segundo o banner de apresentação, estudantes dos cursos de agronomia, medicina veterinária, pedagogia, zootecnia, técnico em agronegócio e técnico em alimentos eram os organizadores do evento.
A festa "Agromerados" tinha classificação etária de 18 anos e o ingresso custava R$ 15. As atrações confirmadas do evento no site da boate foram "Gurizada Fandangueira", "Pimenta e seus Comparsas" e os DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.
Comissão da Verdade deve concluir relatório final ainda neste ano
Lei fixou maio de 2014 como prazo final para entrega do documento. Grupo inicia nesta segunda atividades de 2013; coordenador falou ao G1.
Priscilla Mendes |
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Cláudio Fonteles, faz nestas segunda (28) e terça (29) as primeiras reuniões de 2013 para “estreitar mais” o trabalho dos conselheiros a fim de que o relatório final da comissão seja concluído ainda neste ano.
Pela legislação, o documento deve ser entregue até maio de 2014. “2013 é o deadline [para concluir as investigações]”, afirmou Fonteles em entrevista ao G1. A expectativa é entregar o relatório dentro do prazo previsto porque ficará para 2014 apenas “um detalhe ou outro”, como editoração e publicação.
"Nossa intenção é estar no final do ano já com tudo pronto. Vamos ter que fazer um relatório específico, circunstanciado, que é uma coisa seriíssima”, disse Fonteles.
A lei que criou a comissão determina que os sete membros têm dois anos para apresentar um “relatório circunstanciado contendo as atividades realizadas, os fatos examinados, as conclusões e recomendações”.
A Comissão da Verdade foi instalada pela presidente Dilma Rousseff em 2012 e tem por objetivo apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar.
Desde sua instalação, em 17 de maio do ano passado, a comissão fez 11 audiências públicas em oito estados, participou da criação de oito comissões estaduais da verdade e da instalação de pelo menos 40 comitês da sociedade civil, que servem de ponte entre a população e a CNV.
Fonteles, que está na coordenação do grupo desde setembro – dois meses interinamente em substituição a Gilson Dipp, que está de licença médica -, concedeu entrevista ao G1 no Arquivo Nacional de Brasília, onde o ex-procurador-geral da República passa suas tardes de terças e quintas em busca de documentos que ajudem a elucidar os crimes contra os diretos humanos cometidos pelo Estado especialmente durante a ditadura.
"Essa comissão não é dona da verdade", destacou ele. A comissão conta com a colaboração da sociedade para escrever uma das partes do relatório, o de recomendações ao Estado. “Recomendações práticas, objetivas, concretas para que o governo e a sociedade civil no dia seguinte já as cumpram e não blá, blá, blá, não abstração, não teorização”, disse Fonteles.
O grupo deve recomendar, por exemplo, que os edifícios que se notabilizaram como locais de tortura sejam transformados em centros de cultura e de preservação da memória.
Fonteles estuda ainda sugerir alterações no currículo aplicado nas escolas militares. Falta formação em diretos humanos?, perguntamos. “Não sei, nisso que a gente vai se debruçar”, disse.
“Ninguém da comissão é contra Exército, Marinha, Aeronáutica e polícia” disse o coordenador ao esclarecer que eventuais sugestões relacionadas à formação dos militares ainda estão em estudo.
“O que aconteceu foi que maus servidores dessas instituições denegriram o nome delas cometendo atos bárbaros de violação do Estado democrático, portanto criando um Estado brutal, assassino, violento”, afirmou Fonteles.
A comissão teve de pedir uma reunião com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e os comandantes da Marinha e do Exército para negociar acesso aos acervos desses órgãos, que ainda retêm documentos secretos. “O processo está em andamento”, disse Fonteles.
Embora apenas a Aeronáutica tenha disponibilizado seus documentos secretos da época ditatorial no Brasil, Fonteles afirmou que não sente resistência por parte dos militares. “Da geração atual, não. Eu vejo hoje as Forças Armadas muito mais voltadas para sua verdadeira missão constitucional, que é a de serem profissionais da aviação, da navegação, do exército”, afirmou.
Orçamento
A CNV terá um orçamento de R$ 10 milhões para administrar em 2013, segundo informou a assessoria. Atualmente, 50 funcionários, entre membros, colaboradores, assessores, estagiários e servidores, fazem parte do quadro da comissão, que tem sede no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, local que abriga outras secretarias vinculadas à Presidência da República.
“Nada é negado”, afirmou Fonteles sobre a assistência dada pelo governo à comissão. Embora bancado pela Presidência, o grupo, afirmou Fonteles, é independente. “Somos totalmente autônomos. Agora, realmente, do governo, o instrumento que se pede, vem”, declarou.
Dilma
A comissão terá uma reunião com a presidente Dilma Rousseff em data ainda a ser definida, entre o final de fevereiro e o início de março, segundo Fonteles. Em oito meses de atuação, a CNV já foi recebida por dez ministros, entre eles José Eduardo Cardozo (Justiça) e Antonio Patriota (Relações Exteriores).
Questionado se gostaria que a Dilma testemunhasse na condição de presa política, Fonteles afirmou que não se pode “forçar” as pessoas. “Para mim, em primeiro lugar o ser humano, a pessoa humana. Não devo forçar os seres humanos, devo respeitá-los”, respondeu.
Dilma foi presa por quase três anos quando era dirigente da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), uma organização de guerrilha política brasileira.
A presidente já relatou em entrevistas e depoimentos que, durante sua prisão, foi torturada com choques, palmatórias, socos e pau de arara no DOI-Codi do Rio de Janeiro e no Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Juscelino Kubitschek
Cláudio Fonteles disse que deverá entregar a narrativa sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) e seu motorista, Geraldo Ribeiro, até o final de março.
O coordenador da comissão analisa uma documentação fornecida pela Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG), que aponta que JK “foi morto e vítima do regime de 64", segundo documento.
De acordo com a versão oficial da polícia na época, o ex-presidente e seu motorista morreram em um acidente de carro na via Dutra, entre São Paulo e o Rio de Janeiro, em 1976.
Os documentos da OAB, porém, indicam que Geraldo Ribeiro teria sido atingido por um projétil das Forças Armadas enquanto dirigia, o que teria feito o motorista perder a direção do veículo e causar o acidente.
Desde setembro de 2012, Fonteles e mais três colaboradores, entre eles dois peritos, analisam o caso. “É um caso que exige prova pericial. Perícia de várias coisas, local, acidente, quem bateu em quem, velocidade, manobra, mecânica de acidente, para saber se é acidente ou se não é acidente”, disse.
Para além dos casos pontuais, Fonteles afirmou que o objetivo da comissão é “criar uma grande rede de permanente proteção da democracia”. “A Comissão Nacional da verdade não é ponto final”, afirmou.
“A comissão em si, por si, não vai a lugar nenhum. Precisamos envolver todos, jornalistas, padeiros, açougueiros, comerciantes, deputados, ministros, empresários, todos, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”, disse.
Soldado da Aeronáutica sofre atentado na volta de partida de futebol em BH
Militar e seu primo foram baleados por três homens que passaram em um carro
Um militar da Aeronáutica sofreu um atentado, na madrugada desta segunda-feira (28), quando voltava de uma partida de futebol com o primo. Os dois foram surpreendidos e baleados na porta de casa, no bairro Jardim Alvorada, na região noroeste da capital mineira.
O soldado José Luciano dos Santos, de 21 anos, contou à Polícia Militar que um carro parou, e três ocupantes dispararam várias vezes. Ele foi atingido duas vezes na perna. Já seu primo, Ramon Rodrigues, de 24, foi baleado na mão.
Segundo os militares, as vítimas não tinham inimigos. Elas contaram que conhecem os suspeitos, moradores da região e envolvidos com o crime. O trio foi identificado, mas ainda não foi preso.
Médicos da Força Aérea vão ajudar no atendimento a feridos em Santa Maria (RS)
Vitor Abdala |
Rio de Janeiro – Um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) vai transportar equipes de médicos do Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG), no Rio, para Santa Maria (RS), onde um incêndio em uma boate deixou mais de 200 mortos e dezenas de feridos. A aeronave sairá da Base Aérea do Galeão com cirurgiões-gerais, cirurgiões plásticos, médicos intensivistas e enfermeiros.
Equipes médicas do Hospital da Aeronáutica de Canoas (RS) também serão deslocadas para Santa Maria. Helicópteros Blackhawk, que ficam sediados na Base Aérea de Santa Maria, já estão sendo usados no apoio às vítimas do incêndio.
A FAB também colocou à disposição das autoridades locais as aeronaves C-97 Brasília, C-95 Bandeirante, C-98 Caravan e SC-105 Amazonas, que podem servir de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).
Guerra simulada
O Exército brasileiro conta a partir de agora com um programa para treinamento de guerra virtual. O software Simulador Nacional de Operações Cibernéticas (Simoc) foi desenvolvido pelo Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (Ccomgex), em parceria com a Decatron, empresa brasileira de tecnologia. O investimento foi de R$ 5 milhões. O treinamento já vem sendo feito desde o ano passado, quando 24 oficiais do Ccomgex participaram de um curso de seis meses. Entre os tipos de ameaças estudados estão espionagem, crimes financeiros e ataques a sites.
Quando a segurança não é prioridade
Por que as companhias aéreas do Brasil maltratam as mulheres grávidas e os bebês que transportam?
Rogério Tuma |
SÓ QUEM TEM filho pequeno ou está grávida sabe o que é ser maltratado em uma viagem de avião no Brasil. A falta de respeito com o bem-estar das grávidas e, principalmente, com os bebês de colo chega a ser criminoso. Poucos pensam nisso, mas a tripulação de bordo de uma aeronave e a companhia aérea que nos transporta têm como prioridade, ou pelo menos deveriam ter, a nossa segurança, e não o conforto. Segurança implica cintos de segurança para crianças de coio e espaçadores para grávidas, auxílio no embarque e desembarque. E assentos com distância do encosto da frente amplo o suficiente para que, no caso de uma frenagem abrupta ou turbulência durante o voo, o bebê não seja prensado entre o corpo da mãe e o assento à frente, o que pode ocasionar fraturas e esmagamentos.
Os assentos na primeira fileira têm um espaço maior, a ponto de serem chamados de "assentos de segurança". Mas algum esperto teve a brilhante ideia de batizá-los como "assentos de conforto" e cobrar a mais por eies, deixando de lado as pessoas com necessidades especiais.
A TAM, por exemplo, preferiu os 50 dólares que ganha a mais por um assento que deveria ser de segurança, e vendê-lo como "conforto", mesmo deixando uma grávida em um assento sem espaço para proteger a barriga. Mudar de assento para um de segurança é por conta do próprio passageiro, que precisa negociar, diretamente com o dono do assento "conforto" para conquistar um espaço de segurança.
A luta por um berço, então, é insana. Imagine controlar crianças em voo e ainda suplicar por um berço na aeronave. A primeira fileira dos aviões foi projetada também para isso, e há espaço até para berços adaptados para os aviões. A TAM disponibiliza, porém, apenas dois assentos por aeronave em voo internacional, por exemplo, em um Boeing 777, onde cabem mais de 300 passageiros, deixando claro que famílias não são bem-vindas em seus voos, Ainda fazendo gracinha com a vida das pessoas, a Gol, por costume, bloqueia todos os assentos mais confortáveis. Não para uso dos passageiros, mas sim para seus funcionários em trânsito. O manual da Agência Nacional de aviação. Civil (Anac) diz que crianças desacompanhadas e grávidas têm direito a assistência especial. É claro que, segundo o manual, em sua maior parte um guia de obrigações do passageiro, a lactante que estiver viajando deve avisar 48 horas antes sobre a sua situação para receber tal benefício. O pessoal de serviço de terra das empresas nacionais nunca deve ter lido tal manual, pois o serviço não é oferecido. E, quando solicitado, é cobrado, Provavelmente, os diretores da Anac não viajam de avião, ou se viajam, não olham para os lados. Não devem ter família, ou se têm, ignoram a realidade, Devem mandar oferecer pão e vinho para que a classe econômica se cale. O Brasil tem muito a aprender, não apenas com multinacionais de sucesso, mas com seus erros,
0 FAA, que administra a aviação civil nos Estados Unidos, deixa bem claras as suas regras, com foco na segurança e no bem-estar dos passageiros, e não das companhias aéreas. Por lá, as companhias aéreas são proibidas sequer de pedir que você se sente em assento separado de seu filho, se ele tiver menos de 18 anos. Toda companhia aérea é obrigada a ceder assento de segurança às grávidas e aos pais com crianças de colo antes do embarque. O avião só decola se o pessoal de bordo acomodar o pai com a criança em um assento de segurança. Durante o voo cintos de segurança para bebês e berço são oferecidos sem custo adicional.
Enquanto 2012 foi o ano mais seguro para a aviação americana desde a invenção da turbina a jato em 1947, pouco se fala dos acidentes aeroviários ocorridos no Brasil. O que foi feito para evitá-los é uma incógnita. Estranhamente, as autoridades que deveriam combater esses descasos olh am para seus umbigos e nada muda. Para resolver esses problemas acredito que apenas o Ministério Publico poderá exigir uma mudança, pois a Agência Nacional de Aviação Civil não inspira nenhuma confiança. Se existir algum promotor lendo esta coluna, que a entenda como um apelo.
Embraer fabricará helicópteros
A EMBRAER firmou acordo, na segunda-feira 21, com a Agusta Wesland, do grupo italiano Finmeccanica, para montar no Brasil os helicópteros com a marca do conglomerado europeu. O objetivo é atuar tanto no mercado comercial sobretudo na área de óleo e gás - quanto no militar no Brasil e na América Latina. "Trata-se de um passo importante para a continuidade da expansão dos negócios da Embraer", disse Frederico Fleury Curado, presidente da companhia. "Ter uma presença industrial no Brasil nos ajudará a prosperar ainda mais em um dos mercados de maior crescimento do mundo", completou Bruno Spagnolini, presidente da Aguta Westland.
RS: FAB e Exército se mobilizam no auxílio às vítimas de incêndio
A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Exército Brasileiro estão mobilizados no auxílio às vítimas do incêndio que matou pelo menos 233 pessoas em uma boate em Santa Maria (RS) na madrugada deste domingo. Segundo o Ministério de Defesa, helicópteros H-60 Blackhawk do esquadrão aéreo da Base Aérea da cidade gaúcha foram mobilizados para ajudar nos deslocamentos. Além deles, quatro aeronaves estão de prontidão para cumprir missões de Unidade de Terapia Intensa (UTI) aérea.
Além disso, um C-130 Hércules transportará medicos cirurgiões, enfermeiros e suprimentos provenientes do hospital de Força Aérea do Galeão para o atendimento aos feridos. De acordo com a FAB, o hospital de Aeronáutica de Canoas também foi colocado à disposição.
Equipes do hospital do Exército foram mobilizadas para apoiar os demais hospitais da cidade que recebem feridos, inclusive por meio da transferência de medicamentos. Nas primeiras horas, militares da Força Terrestre ligados à 3ª Divisão de Exército (3ª DE) deram também apoio logístico no local da tragédia.
Desde o início da manhã, o ministro da Defesa, Celso Amorim, tem sido informado sobre a evolução dos acontecimentos e acompanhado de perto a movimentação dos efetivos militares mobilizados para o apoio nas respectivas áreas de atuação.
Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.
Vítimas em estado grave são transferidas para Porto Alegre
Helicóptero da FAB transporta feridos de Santa Maria para Porto Alegre
Lucas Rohãn |
Os frequentadores do parque Farroupilha, um dos locais preferidos pelos gaúchos para passar as tardes de domingo, pararam para acompanhar os vários pousos de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) trazendo vítimas do incêndio em uma casa noturna em Santa Maria, no centro do Estado. Um campo de futebol no centro do parque da Redenção foi transformado em heliponto e a movimentação de ambulâncias, carros do Corpo de Bombeiros e aeronaves chamou a atenção de quem passava pelo local. Até as 20h, 21 vítimas já haviam sido transferidas para hospitais de Porto Alegre, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Todos os transferidos até agora são os casos mais graves. Eles possuem queimaduras pelo corpo e chegam em uma maca, completamente cobertos e recebendo soro. Imediatamente, uma equipe formada por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) transfere o paciente para a ambulância, que sai em alta velocidade levando a vítima para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS), que fica nas proximidades.
De acordo com a secretaria, outros 11 feridos ainda seriam transferidos para a capital gaúcha. Além dos helicópteros, o transporte também é feito com aviões que pousam no aeroporto Salgado Filho. Conforme a sargento Márcia Fantinel, da Base Aérea de Santa Maria, por volta das 20h já haviam partido para Porto Alegre 13 voos.
O trânsito na avenida Osvaldo Aranha, uma das principais dessa região de Porto Alegre, é bloqueado para dar prioridade ao trabalho dos socorristas. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) em motocicletas escoltam as ambulâncias até o hospital. A recomendação é que os motoristas evitem a região, apesar de o fluxo só ser interrompido quando as ambulâncias precisam passar.
As cenas impressionam os frequentadores do parque. Ao lado do campo de futebol, centenas de pessoas com câmeras na mão aguardam a chegada dos helicópteros.
Perplexos acompanhando o trabalho dos socorristas, os porto-alegrenses procuravam culpados para a tragédia que tirou a vida de 232 pessoas. Todos se mostravam indignados pela informação inicial de que os seguranças da boate Kiss não queriam deixar os jovens sair sem pagar a conta. Outros questionaram o fato de o extintor de incêndio não ter funcionado, segundo relatos de testemunhas. “É um absurdo isso! Agora que aconteceu uma tragédia vão começar a vistoriar todas as boates”, reclamava um gaúcho, ao lado do filho de cinco anos.
Nove hospitais de Porto Alegre disponibilizaram 109 leitos para atender os feridos. Além do HPS, vítimas podem ser levadas para o hospital Cristo Redentor, Mãe de Deus, Conceição, além da Santa Casa de Caridade da capital gaúcha. As secretarias municipal e estadual de Saúde montaram equipes formadas por médicos, enfermeiros e cirurgiões plásticos em Santa Maria e na capital. Eles avaliam as vítimas e os casos mais graves têm prioridade na transferências para Porto Alegre.
Mais cedo, o médico Claudio Azevedo, do Hospital de Caridade de Santa Maria, informou que pelo menos sete vítimas, em estado grave, seriam levadas de helicóptero e avião para Porto Alegre. Pelo menos 40 pacientes respiravam com a ajuda de aparelhos. "Foram muitos casos de queimaduras nas vias aéreas. A grande maioria das vítimas sofreu asfixia. Em um primeiro momento, estive no local, mas depois, o principal trabalho passou a ser nos hospitais, para socorrer aqueles que sobreviveram", disse ele.
Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos
BRASIL ECONOMICO
Bombardier acirra disputa contra Embraer
Analistas acreditam que a canadense tem boas chance em novos pedidos da American
Grandes vitórias da Bombardier e da Embraer esquentaram a batalha no mercado de jatos regionais, enquanto as maiores companhias aéreas norte-americanas fazem grandes pedidos de renovação de frota após um longo hiato. Num mercado que é, na prática, um duopólio, os jatos estreitos fabricados pela brasileira Embraer venderam mais do que os da canadense Bombardier por pelo menos oito anos. Mas sinais da recente agressividade da Bombardier, e seu desejo de não perder espaço em sua tradicional fortaleza norte-americana, podem significar uma feroz disputa por pedidos da maior companhia aérea norte-americana, a United Airlines, e da rival de menor porte US Airways. “Essa será a próxima grande corrida de cavalos”, disse Brian Foley, que administra sua própria companhia de pesquisa de aviação em Sparta, Nova Jersey.
Pedidos
A Bombardier teve em dezembro um pedido avaliado em até US$ 3,29 bilhões da Delta AirLines. Mas a conquista da Embraer, na última quinta-feira, de um acordo avaliado em até US$ 4 bilhões para fornecer aeronaves para a rede regional da American Airlines, controlada pela AMR, levou a companhia brasileira a alcançar a canadense na disputa nos EUA. Com os níveis de produção dependendo de novos pedidos, novos impulsos para a Bombardier podem destronar a Embraer como a terceira maior fornecedora de companhias aéreas, depois da Boeing e da Airbus. O analista de espaço aéreo Scott Hamilton, do Leeham Co, disse que a Bombardier tem uma boa chance na próxima rodada de pedidos da American por aeronaves que carregam até 120 passageiros de aeroportos menores para hubs maiores. “Esse não é um acordo exclusivo para a Embraer”, disse o especialista Hamilton. “A American Eagle tem uma frota mista tão grande de Embraers e Bombardiers que eu ainda vejo isso como uma oportunidade para a Bombardier.” ■ Reuters
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