NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL TECNOLOGIA E DEFESA


FAB efetua primeiro exercício de transporte aéreo do motor foguete S50


Paulo Roberto Bastos Jr. | Publicada em 26/09/2020 15:31

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), localizado em São José dos Campos (SP), realizou a primeira operação de embarque do motor foguete S50 em uma aeronave C-130 Hércules, o FAB 2475. O exercício foi seguido de um voo local e desembarque do motor, a partir do aeródromo do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), situado na cidade paulista. A atividade ocorreu no dia 10 de setembro e foi uma das etapas no desenvolvimento do projeto do Veículo Lançador de Microsatélites (VLM-1).

Segundo o Gerente do Projeto VLM-1 e Coordenador da Operação, major engenheiro Rodrigo César Rocha Lacerda, a realização deste exercício foi de grande importância para o planejamento das futuras operações de lançamento do veículo suborbital VS-50 e do VLM-1. “A realização desta operação, com um motor S50 carregado, mas com propelente inerte, permitiu que diversos objetivos fossem cumpridos. Foi possível, por exemplo, testar os meios de solo e as carretas desenvolvidas para o transporte e embarque do motor, definir a amarração e preparo da carga, antes e após o embarque do motor na aeronave, permitindo um voo seguro. Além de treinar as equipes do IAE e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), visando às futuras operações de transporte dos motores para as campanhas de lançamento no CLA”, disse o Major.

Durante todo o trajeto do motor, partindo do Laboratório de Preparo e Integração (AIE-LPIN) no IAE, passando pelo embarque, voo e desembarque, o motor foguete S50 estava instrumentado. O objetivo era registrar todas as vibrações mecânicas, inerentes a este tipo de atividade, para serem analisadas pelos especialistas do IAE, visando obter dados para o transporte do motor com propelente ativo, no futuro.

A realização desta atividade contou com a participação de equipes do IAE pertencentes à Divisão de Integração e Ensaios (AIE), à Divisão de Projetos (APJ), à Segurança do Trabalho (VDIR-CS), da Gerência do Projeto VLM-1. Além da participação das equipes do Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica (CTLA), do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1° GT), do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA) e da empresa Avibras Aerospacial.

O Projeto do Veículo Lançador de Microsatélites (VLM-1)

O projeto VLM-1 tem como foco o desenvolvimento de um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis especiais ou microssatélites (até 150kg) em órbitas baixas equatoriais, polares ou de reentrada, com três estágios a propelente sólido na sua configuração básica: dois estágios com o motor S50, com cerca de 10 toneladas de propelente, e um estágio orbitalizador, com o motor S44.

OUTRAS MÍDIAS


JORNAL OPÇÃO - Um terço dos órgãos captados em Goiás beneficiam pacientes nacionais

Entre janeiro e agosto deste ano, 47 órgãos, entre coração, fígado, rim e pâncreas foram disponibilizados à Central Nacional de Transplantes

Lívia Barbosa | Publicada em 26/09/2020 12:09

Nos primeiros oito meses deste ano, foram captados 141 órgãos em Goiás. Desses, 47 foram regulados pela Central Nacional de Transplantes e distribuídos, conforme parâmetros técnicos, a pacientes que aguardam em outras localidades do país.

Atualmente, o transporte de órgãos é realizado sob demanda por aviões militares da Forças Aéreas Brasileiras (FAB). De acordo com o órgão, a FAB mantém, permanentemente disponível, no mínimo, uma aeronave que servirá exclusivamente ao Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ).

Em 2020, até o dia 22 de julho, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou 111 missões de TOTEQ, totalizando 147 órgãos transportados. Em todo o ano de 2019, foram realizadas 163 missões, totalizando 167 órgãos ou tecidos transportados em todo o Brasil.

“Tivemos um avanço importante nos últimos anos, o Brasil é campeão em transplante público de órgãos, mas uma estrutura aérea de apoio à FAB pode fazer com que mais brasileiros e até mesmo pacientes de outros países sejam salvos por meio da generosidade de nossa gente”, defende o diretor comercial da Brasil Vida Táxi Aérea Daniel Henrique.

“Antes de mais nada, é preciso saber que qualquer órgão possui um tempo máximo de vida fora do corpo, o chamado “tempo de preservação”. E qualquer demora além do programado pode ser fatal para o órgão e, consequentemente, para quem o aguarda”, acrescenta.

De acordo com informações da Central de Transplantes de Goiás, 41 rim e 58 córneas foram descartados no Estado, alguns foram encaminhados para estudos em laboratório.

Espera

Atualmente, há 706 pacientes à espera de transplante de córneas e 120 pessoas aguardam por rim. “Muitas vezes, o órgão que o paciente precisa é disponibilizado a milhares de quilômetros de distância, o Brasil é um país continental, daí a importância do transporte aéreo para que haja sucesso nessas operações”, esclarece Daniel Henrique.

Até março deste ano, foram realizados 356 transplantes no Estado. O mais comum é o de córneas, com 156 procedimentos. Em seguida, o transplante de rim, com 138 casos efetivos. Transplantes de esclera, músculo esquelético, medula óssea e fígado também foram realizados em Goiás.

Segundo informações do Ministério da Saúde, em 2019 foram realizados 27.688 transplantes no Brasil, sendo que, de janeiro a abril, foram 2.871 procedimentos. Já em 2020, também no primeiro quadrimestre (janeiro a abril), foram realizados no SUS 2.780 transplantes no país.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que, com a pandemia, houve impacto em toda a cadeia de assistência à saúde. “Os estados e municípios precisaram de estrutura, recursos humanos e insumos para atendimento aos pacientes com Covid-19. Com isso, houve redução nos números procedimentos, que seguiu o que observado em países da Europa acometidos antes do Brasil.”, registra.

Como funciona o transplante?

O processo funciona a partir da Central Nacional de Transportes, localizada em Brasília. Ela opera em plantão 24 horas por dia. Seus funcionários são informados da disponibilidade de qualquer órgão para doação em território nacional.

A partir dessa informação, é consultada a lista única nacional com as pessoas necessitadas. Após a confirmação do destinatário, o transporte é efetivamente realizado com o órgão ou tecido armazenado num compartimento refrigerado. Tudo devidamente acompanhado por profissionais da área médica.

DIÁRIO GRANDE ABC - Primeiro voo do Gripen estimula economia da região

SAM, braço brasileiro da sueca Saab em São Bernardo, já tem data para entregar primeira encomenda para fabricação de caça: em dezembro

Soraia Abreu Pedrozo | Publicada em 26/09/2020 16:30

Bastou uma hora e três minutos para que o primeiro Gripen E Brasileiro, chamado de F-39 Gripen pela FAB (Força Aérea Brasileira), concluísse seu voo inaugural em ares brasileiros, ao percorrer os quase 900 quilômetros que separam Navegantes (Santa Catarina) de Gavião Peixoto, interior paulista, cujo trajeto, se fosse feito de carro, levaria 11 horas. Com isso, foi dado importante passo ao processo de transferência de tecnologia da empresa sueca Saab ao País e à região. A fábrica de aeroestruturas de São Bernardo, a SAM (Saab Aeronáutica Montagens), que começou a operar em julho, já tem data marcada para entregar sua primeira encomenda, o cone de cauda, à Embraer, responsável pela montagem final do caça: dezembro de 2020.

O processo de renovação da frota da FAB teve início em 2013, quando o governo brasileiro anunciou a compra de 36 aeronaves da Saab por US$ 5,4 bilhões para executar a defesa e segurança das fronteiras do País.

Em um primeiro momento, 13 Gripen E (monoposto)/F (biposto) virão prontos da Suécia e oito começarão a ser fabricados no país nórdico e serão finalizados no Brasil, com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros – é onde a fábrica do bairro Cooperativa entra. A SAM será responsável pela produção de seis peças estruturais complexas para o Gripen, além do cone de cauda, de freios aerodinâmicos, caixão de asas, fuselagem dianteira para as versões de um assento e dois assentos, além da fuselagem traseira para a versão monoposto da aeronave. Os componentes serão enviados a Gavião Peixoto e Linköping, na Suécia.

A partir do ano que vem, as aeronaves passarão a ser montadas totalmente no País. Tanto que o braço brasileiro da Saab, até o fim de 2021, irá ampliar seu quadro de funcionários, dos atuais 70 para 80 – a maioria de montadores aeronáuticos. E, a partir de 2024, serão contratados 200 profissionais.

“A chegada do Gripen do Brasil é um marco para Saab Aeronáutica Montagens, que tem capacidade para nos próximos anos expandir sua atuação no setor de aviação militar e civil. Tudo isso graças à operação de transferência de tecnologia enorme da matriz na Suécia, que expande horizontes”, assinala Marcelo Lima, diretor geral na SAM. “A nossa localização em São Bernardo foi escolhida estrategicamente devido à sua localização e à qualidade de sua força de trabalho industrial, sua proximidade de universidades e indústrias. Com a entrega da aeronave, seguimos dentro do cronograma da nossa parceria de longo prazo com o Brasil, que também inclui criar empregos e apoiar o desenvolvimento da indústria de defesa local.” Do total de fornecedores nacionais da SAM, cerca de 60% estão na região.

MAPA DA TRANSFERÊNCIA

Para o ex-prefeito de São Bernardo e atual candidato ao Paço, Luiz Marinho (PT), a cidade e o Grande ABC só têm a ganhar com esse acordo, uma vez que a escolha pelo Gripen se deu justamente pela garantia de transferência total de tecnologia. Um dos responsáveis pela vinda da Saab a São Bernardo, Marinho se aproximou da fabricante ainda em 2008, quando foi realizado pedido de oferta da Aeronáutica para a renovação de sua frota. À época, a Saab cogitava apenas a cidade de São José dos Campos, no Interior, para promover negócios, pois era famosa por sediar a Embraer e ter muitas empresas atuantes no segmento da defesa. Ele então passou demonstrar interesse em diversificar a vocação local para a indústria da defesa – além de fazer lobby junto ao governo federal para que ela fosse a preferida em relação às outras duas concorrentes, a Dassault (com o Rafale) e a norte-americana Boeing (com o Super Hornet F-18).

“Como se tratava de projeto de longo prazo, eu vislumbrei a possibilidade de trazer investimentos para São Bernardo. E não se tratava de olhar qual máquina era a melhor, mas de qual projeto poderia ser mais duradouro e render mais frutos ao País e, consequentemente, à cidade. Ao transferir a tecnologia, é possível construir toda uma cadeia de suprimentos e ganhar em inteligência e na área de engenharia. Mesmo com o fato de o Grande ABC não ter tradição no setor, era uma chance que não poderia deixar passar, já que a região reúne fabricantes de alta qualidade e poderíamos criar rede de fomento e gerar empregos de qualidade”, lembrou Marinho. “Então conversei com Lula, que preferia o Rafale, e Dilma, que gostava do avião da Boeing. Mas apenas a Saab oferecia a transferência nesse formato, com a oportunidade de desenvolvermos tecnologia de ponta. Não fosse o Gripen, dificilmente teríamos fábrica de componentes de caça na região.”

Ainda em 2010, a Prefeitura e a Saab selaram acordo para a criação do Cisb (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro), em que a fabricante sueca investiria US$ 50 milhões em cinco anos, para aproximar empresas e universidades. Foi o primeiro passo para que a Saab viesse a São Bernardo.

Grande ABC possui dois cursos na área

Com a transferência de tecnologia para fabricar aviões-caça, não foi só o setor industrial que se animou e passou a se especializar para abocanhar fatia do segmento da defesa. O ramo da educação também vislumbrou chance de obter lugar ao sol e formar mão de obra qualificada.

Hoje o Grande ABC oferece dois cursos universitários no segmento da defesa. Um deles é o de engenharia aeroespacial, ministrado na UFABC (Universidade Federal do ABC), em Santo André. A disciplina forma engenheiros para atuar no desenvolvimento tecnológico do segmento aeronáutico. Outro é o de ciências aeronáuticas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que prepara profissionais que possam atuar como pilotos e como gestores do sistema de aviação civil.

Na avaliação de Volney Gouveia, gestor e professor do curso de ciências aeronáuticas da USCS, ambos são complementares em suas funções e vão permitir que, no futuro, o País e a região dominem a tecnologia da fabricação de aviões-caça com profissionais brasileiros à frente dos processos.

Gouveia conta que, atualmente, no Estado de São Paulo, existem apenas três locais em que a disciplina de ciências aeronáuticas é lecionada. Além da região, São Paulo e Bauru, no Interior. Quanto à engenharia aeroespacial, existem sete, sendo seis públicas e uma privada.

“O acordo entre Brasil e Suécia avança muito na questão do desenvolvimento tecnológico brasileiro. O Brasil é um dos maiores exportadores de aeronaves do mundo, aos US$ 9 bilhões ao ano. No entanto, parte expressiva dos componentes que são usados na montagem é importada. E isso demonstra nosso grau de dependência tecnológica. Hoje, temos de 25% a 30% dos insumos vindos de fora; 25% a 30% são fabricados aqui por empresas estrangeiras que remetem seus ganhos a suas matrizes e, o que nós incorporamos como conhecimento e agregação de valor, gira em torno de 15% a 20%”, assinala. “Nós temos, portanto, um amplo campo a explorar que permitirá participar mais ativamente dessas cadeias de valores globais e utilizar dessa tecnologia que possuímos não apenas no Vale do Paraíba, como no Grande ABC.”

CENARIOMT - Aeronave Gripen realiza primeiro voo em espaço brasileiro

O caça, desenvolvido conjuntamente pelo Brasil e pela Suécia, será a “espinha dorsal” da Aviação de Caça da Aeronáutica

Por Cenariomt | Publicada em 26/09/2020 12:47

De Navegantes (SC) para Gavião Peixoto (SP). Esse foi o primeiro voo em espaço brasileiro realizado pelo Gripen. A aeronave, produzida juntamente com a empresa sueca Saab, faz parte de uma parceria que prevê a construção de 36 caças. O primeiro Gripen chegou ao País no domingo (20) após ter sido transportado de navio da Suécia.

A aeronave ficará no Centro de Ensaios em Voo do Gripen, na planta da Embraer, em São Paulo. A estrutura foi construída para a transferência de tecnologia, suporte e atualizações no ciclo de vida da plataforma na Força Aérea Brasileira (FAB).

De acordo com o Ministério da Defesa, a aeronave, desenvolvida conjuntamente pelo Brasil e pela Suécia, será a espinha dorsal da Aviação de Caça da Aeronáutica, como a mais moderna e avançada plataforma multimissão que atuará na defesa do espaço aéreo brasileiro.

“A chegada da primeira aeronave Gripen para o Brasil é de suma importância”, disse o Major Brigadeiro, Valter Borges Malta, Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate. “Com isso, a indústria nacional vai ter a oportunidade de participar do desenvolvimento não só da própria aeronave como de integração de sistemas, de armamentos, em suma, representa muito para Força Aérea Brasileira, representa muito para o Brasil, pois ela está trazendo não só defesa aérea, mas está agregando a indústria nacional junto com o desenvolvimento desse programa”, afirmou.

A Saab é a responsável por desenvolver a aeronave em parceria com a indústria aeroespacial brasileira que, dentro de um programa de transferência de tecnologia, prepara-se para produzir partes e montar as últimas unidades Gripen no Brasil.

Ao todo, serão produzidas 36 aeronaves, sendo 28 de um assento e oito aeronaves com dois assentos. “As últimas 15 aeronaves serão produzidas integralmente dentro das instalações da empresa Embraer no conjunto com todas as empresas que estão participando do desenvolvimento do programa Gripen junto com a empresa Saab sueca”, explicou o Major.

“O projeto de aquisição desses meios traz consigo as atividades de transferência de tecnologia, de compensação, e no caso, treinamento, transferência de conhecimento e, principalmente carga de trabalho”, pontuou Malta.

Os caças brasileiros Gripen E/F são desenvolvidos e produzidos em colaboração com técnicos e engenheiros brasileiros. A expectativa é que, a partir de 2021, a montagem completa de 15 aeronaves tenha início no Brasil.

O avião será apresentado à sociedade em Brasília (DF), no dia 23 de outubro, data em que é comemorado o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.

Confira o primeiro voo do Gripen em solo brasileiro:

Caça Gripen

O novo caça possui um raio de ação de até mil quilômetros. Com sistema de reabastecimento em voo, o Gripen será capaz ainda de defender o espaço aéreo em pontos remotos, aumentando a capacidade operacional da FAB.

“A aeronave Gripen é extremamente versátil. Ela tem capacidade para ser operada em pistas normais, pistas regulares, pistas curtas e até em autoestradas. Isso faz com que essa aeronave conjugada à capacidade que a aeronave KC 390 tem de abastecê-la em voo faz com que em apenas um voo a aeronave Gripen tenha condições de progredir em todo território nacional com velocidade e alcance”, explicou o Major.

O Gripen é um modelo supersônico monomotor projetado para missões ar-ar, ar-mar e ar-solo, em todas as condições meteorológicas, segundo informações do Ministério da Defesa. O caça multimissão atinge duas vezes a velocidade do som e nove vezes a força da gravidade, quando em manobra. Além disso, conta com radares de última geração, sistemas embarcados e capacidade para empregar armamentos de fabricação nacional.

Com informações da FAB e do Ministério da Defesa