BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

Veja como foi o traslado e a chegada do coração de Dom Pedro I

Coração do primeiro imperador brasileiro chegou ao País nesta segunda-feira, transportado pela aeronave VC-99 Legacy, da Força Aérea Brasileira (FAB)
Publicada em: 23/08/2022 13:36
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Fonte: Agência Força Aérea
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Oliveira Lima

A 7.500 quilômetros da capital brasileira fica uma das relíquias da história nacional: o coração de Dom Pedro I. Pela primeira vez, após 187 anos, o tesouro deixou a Igreja Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, localizada na cidade de Porto, em Portugal. O destino foi o Brasil e o motivo de sua vinda é muito simbólico: ele vai integrar as comemorações do Bicentenário da Independência.

Emprestado pelo Governo Português, o coração do primeiro Imperador do Brasil é conservado em formol e protegido a cinco chaves em uma urna. Por isso, a liberação para a viagem só ocorreu depois que uma equipe avaliou as condições do órgão e garantiu que não haveria riscos. O coração do  Imperador  foi embarcado em ambiente pressurizado, ou seja, controlado, conforme as orientações do Instituto de Medicina Legal (IML), feitas à Prefeitura de Porto. Toda a estrutura de exposição do material foi desmontada para o transporte, em um processo que inspirou muitos cuidados e um planejamento detalhado da logística.

O Superintendente da Polícia de Segurança Pública de Portugal, Antônio Leitão da Silva, explicou que, apesar de ter sido um processo complexo devido ao ineditismo, o traslado foi planejado de forma minuciosa com a Força Aérea Brasileira (FAB). “Foi feita a articulação com as autoridades brasileiras, que desde o primeiro momento, se revelaram extraordinariamente dedicadas, profissionais e profundamente empenhadas para que a operação ocorresse particularmente bem, disponibilizando, inclusive, uma aeronave da FAB para fazer o traslado do coração de Dom Pedro I”, informou.

Cerimônia em Brasília

Foi a bordo da aeronave VC-99 Legacy, escoltada por dois caças F-5M, que o coração chegou à Capital Federal nesta segunda-feira (22/08), sendo recebido com todas as honras de chefe de Estado pelo Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; pelo Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente- Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior; pelo Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Filipe Melo e Faro Ramos; e demais autoridades civis e militares.

“Hoje, regressa ao solo pátrio, pelas Asas da Força Aérea, o coração deste herói nacional, primeiro imperador do Brasil, chamado de ‘O libertador’. Esse legítimo ícone da Independência Brasileira foi um governante muito à frente do seu tempo. Um líder visionário e destemido, que atuou em prol dos interesses do Brasil”, discursou o Ministro Paulo Sérgio Nogueira durante a cerimônia.

Para o Embaixador de Portugal no Brasil, Luis Filipe Melo e Faro Ramos, a associação de Portugal às comemorações do Bicentenário mostra, mais uma vez, a boa relação construída entre as duas nações. “Para nós é sempre motivo de grande satisfação verificar que da parte brasileira houve esse pedido e esse carinho pela relíquia que une Portugal e Brasil”, destacou.

Celebrando a recepção calorosa, o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, falou que o momento é uma oportunidade de valorizar o papel do Porto na relação entre Portugal e Brasil. “Ao ceder temporariamente este bem cultural, o município do Porto está não apenas homenageando o Brasil, mas também promovendo o aprofundamento e a dinamização entre esses dois países irmãos”, destacou.

O órgão será levado de volta a Portugal no dia 9 de setembro, depois das comemorações dos duzentos anos da Independência do Brasil. A relíquia ainda vai ficar exposta por mais dois dias na cidade do Porto antes de ser guardada novamente no cofre.

História

O "Rei Soldado", como ficou conhecido Dom Pedro I, desejou que seus ossos ficassem no Brasil, país onde foi imperador de 1822 a 1831, na cripta do Monumento à Independência, em São Paulo, mas ordenou que o seu coração permanecesse no Porto, cidade que o tem como herói devido às batalhas travadas com seu irmão Dom Miguel. A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa foi escolhida por vontade de Dona Maria II, rainha de Portugal e filha de Dom Pedro, pois era nessa igreja que o pai assistia às missas militares.

Texto: Tenente Marayane Ribeiro e Aspirante Eniele Santos / CECOMSAER

Fotos: Tenente Marayane Ribeiro / Sargentos Müller Marin e P. Silva (CECOMSAER)

Vídeo: Sargento Mônica / CECOMSAER

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