PROJETOS ESTRATÉGICOS

FAB assina contrato para aquisição de duas aeronaves A330-200

Preenchendo uma lacuna operacional existente há nove anos, as aeronaves cumprirão missões estratégicas, tais como Reabastecimento em Voo (REVO), Apoio Logístico, Ações Humanitárias e Evacuação Aeromédica (EVAM)
Publicada em: 18/04/2022 20:05
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Fonte: Agência Força Aérea, Tenentes Marayane e Letícia
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Oliveira Lima

A Força Aérea Brasileira (FAB) assinou, nesta segunda-feira (18/04), o contrato referente à aquisição de duas aeronaves modelo A330-200, compatíveis com a versão militar  A330 MRTT (do inglês Multi-Role Tanker Transport). A empresa Azul S.A. foi declarada vencedora por atender a todos os requisitos do certame, apresentando uma oferta no valor global de aproximadamente US$ 80 milhões, o equivalente a R$ 375 milhões de reais, na cotação atual. O processo foi encerrado no último dia 07 de abril.

A empresa aérea apresentou as aeronaves MSN 1492 (Número de Série do Fabricante), que já operava, e a MSN 1508, adquirida no mercado internacional e ofertada para a licitação. A aquisição tem como objetivo suprir as carências operacionais da FAB em ações estratégicas, como Reabastecimento em Voo (REVO), Transporte Aéreo Logístico (de cargas e passageiros) e Ajuda Humanitária. Em situações de calamidade pública, como desastres naturais, pandemias ou emergências médicas, o avião pode, também, realizar missões de Evacuação Aeromédica (EVAM) de grande número de pacientes.

Conforme previsto no edital, a primeira aeronave deverá ser entregue em até 90 dias e a segunda em até 150 dias, contados a partir da assinatura do contrato. Ambas, que já estão com suas matrículas definidas (FAB 2901 e FAB 2902), receberão o designativo KC-30 e serão operadas pelo Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT) - Esquadrão Corsário, sediado na Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ).

Em toda a sua história, a FAB teve somente um vetor capaz de cumprir esta variedade de missões estratégicas: o Boeing KC-137, que voou pela última vez em 2013. Hoje, as maiores aeronaves da FAB são os KC-390 Millennium, que têm um papel importante nas missões de transporte aéreo de carga e pessoal, lançamento de paraquedistas, assalto aeroterrestre, dentre outras, em um cenário tático. Com a nova aquisição, a FAB une as possibilidades do KC-390 às características de emprego estratégico do KC-30, resultando em um significativo incremento em sua operacionalidade.

Sendo o Brasil um País de dimensões continentais, torna-se imperativo possuir a capacidade de desdobrar seus meios aéreos, tropas e equipamentos para qualquer lugar, a qualquer hora. Uma aeronave estratégica, carregada com cerca de 110 toneladas de combustível, é um fator multiplicador de capacidades de qualquer força aérea, pela possibilidade de apoiar uma grande quantidade de aeronaves de caça, em suas missões de emprego. Além disso, as demais características da aeronave são essenciais para cumprir missões de logística e de transporte.

Diversos países já operam o A330 MRTT, a exemplo da França, Reino Unido e Austrália, dentre outros. A negociação com a empresa Airbus para conversão das aeronaves comerciais em plataformas MRTT será iniciada nas próximas semanas, a fim de que a primeira aeronave com esta configuração entre em operação em 2024.

Vetor multimissão

Um vetor multimissão estratégico de transporte e REVO se caracteriza por ser capaz de transportar passageiros, em uma cabine comercial convencional, e um grande volume de carga nos porões, em voos de longo curso. A mesma cabine pode ser reconfigurada rapidamente para cumprir missões de evacuação aeromédica, ou seja, moldar-se de acordo com as necessidades operacionais, com grande flexibilidade.

Assim, com a junção das potencialidades das duas aeronaves, a Força Aérea Brasileira realiza um salto operacional extraordinário na Aviação de Transporte e garante, ainda mais efetivamente, a manutenção da soberania do espaço aéreo e integração do território nacional, com vistas à defesa da Pátria.

Fotos: Agência Força Aérea / Divulgação / Leonardo Mello

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