SOLIDARIEDADE

Fardas doadas pelo DECEA transformam-se em roupas para adultos e crianças carentes

Os uniformes serão descaracterizados e transformados em roupas para famílias em situação de vulnerabilidade
Publicada em: 07/01/2022 11:36
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Fonte: ASCOM DECEA, por Aspirante Fernanda Pereira
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Capitão Alcoforado

Fardas que fizeram parte da vida de militares do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) vão, agora, servir a dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade. A conexão dessas histórias foi possibilitada por uma ação da Seção de Serviço Social (SSS), em parceria com o Instituto Costurando com Amor, de Uberaba, Minas Gerais, que vai descaracterizar os uniformes e utilizar os tecidos para criar roupas que serão doadas a adultos e crianças.

Entre agosto e novembro do ano passado, a SSS, chefiada pela Tenente Simone Pereira Rocha, fez a divulgação da ação e o recolhimento das fardas entre o efetivo do DECEA e das Organizações Militares subordinadas. Ao todo, foram arrecadadas oito caixas, com aproximadamente 200 quilos de tecidos. O passo seguinte foi levar o material até o Instituto, que será responsável pela transformação e distribuição às famílias. O transporte foi feito em aproveitamento de missão, por meio de uma aeronave do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV).

No aeroporto de Uberaba (MG), os materiais foram recebidos por integrantes do Instituto. "Estamos passando por um período de troca de fardamento na FAB, o que contribuiu para o descarte e o reaproveitamento dos tecidos de forma adequada. Sabemos que cada farda foi representativa na trajetória pessoal e profissional dos que contribuíram, e agora esses tecidos terão nova missão junto a famílias de várias partes do País e também da África”, contou a Tenente Simone Rocha.

Instituto Costurando com Amor

O trabalho do Instituto Costurando com Amor teve início em 2017, quando a atual presidente do grupo, Cléia Gobbo, ganhou uma máquina de costura que era uma caixinha de música. Inspirada na história da dona Lilian Werber, uma senhora de 99 anos que fazia um vestido por dia para doar a crianças africanas, ela reuniu amigas de faculdade para fazer algo similar. Hoje, atuam em 25 municípios brasileiros e também na África. Só em Uberaba, contam com cerca de 130 costureiras voluntárias.

“Foi uma sementinha de amor que se espalhou, germinou e se multiplicou. O objetivo é levar esperança, amor e carinho a crianças carentes; é sermos úteis, amenizando de alguma forma o sofrimento das pessoas. Sabemos que as roupinhas aqui confeccionadas acolhem crianças, tecendo sonhos, vestindo corpos e agasalhando almas”, declara Cléia.

Em Brasília, o Instituto ganhou o apoio da agente administrativa do Gabinete do Comandante da Aeronáutica (GABAER), Heloina Generosa Candido. Há cinco anos, ela e algumas amigas começaram a confeccionar vestidos infantis com tecidos de camisas sociais doadas. “Eu as desmanchava no horário do almoço e isso começou a chamar a atenção dos colegas de trabalho, que passaram a levar canículas e outras peças que tinham em casa. Agora, as doações chegam de várias partes do Brasil e os amigos do GABAER têm nos ajudado muito, fazendo campanhas, doando linhas de costura, ajudando a cortar, pregando botões ou contribuindo de qualquer forma”, relata Heloina.

As famílias beneficiadas são criteriosamente selecionadas. “À medida que recebemos pedidos de doação de roupinhas de outras entidades, ou até mesmo quando recebemos pedido de enxovais, fazemos visitas para ver a real necessidade. Na maioria das vezes, não é só de roupinhas que as crianças precisam. Encontramos pais e mães desempregados e que necessitam também de alimentos. Então, buscamos levar cestas básicas, brinquedos e roupas. O importante é fazer a diferença na vida dos nossos irmãos”, complementa Cléia.

O Instituto recebe doações de fardas e roupas usadas em sua sede, na Rua José Pimenta Camargo, 127, Parque do Mirante, CEP 3808123, em Uberaba (MG). Como não possui verba para produtos de limpeza, orienta que os tecidos sejam enviados limpos, passados e em sacos plásticos. No caso dos uniformes militares, é necessário, ainda, retirar as insígnias e distintivos. Dessa forma, quando chegarem ao Instituto, já estarão prontas para a mesa de corte e costura, tornando o processo mais eficaz.

Fotos: SSS