INAUGURAÇÃO

Oncologia e Hematologia do HFAG formalizam a criação do Setor de Acolhimento

O objetivo do Acolhimento é apresentar ao beneficiário o funcionamento da clínica, explicar o tratamento que será realizado e esclarecer possíveis dúvidas que venham a surgir durante os procedimentos
Publicada em: 17/11/2021 17:15
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Fonte: HFAG, por Tenente Alessandra
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Bazilius

A Seção de Oncologia (SONC) e de Hematologia (SCHEM) do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), localizado no Rio de Janeiro (RJ), formalizou, durante a pandemia da COVID-19, a criação do Setor Humanizado denominado de Acolhimento. Este é considerado a porta de entrada e o elo entre os pacientes oncológicos e a equipe médica do HFAG.

O Acolhimento sempre existiu na Seção SONC/SCHEM, sendo desempenhado pela Civil Enfermeira Lúcia Cristina Oliveira Silva. Ela faz questão de trabalhar a autoestima e a motivação dos pacientes, além de exercer tal função por amor. Sempre diz aos pacientes: "Você não está sozinho nesta jornada, todos nós da equipe estamos com você. Deus age no impossível, e o possível nós que temos que fazer. Saiba que a sua vitória é a nossa vitória”.

A necessidade de criação do setor ocorreu apenas em junho de 2021. O objetivo do Acolhimento é apresentar ao beneficiário o funcionamento da clínica, explicar o tratamento que será realizado e esclarecer possíveis dúvidas que venham a surgir durante os procedimentos, além da aferição de pressão arterial, de peso e de altura, antes da consulta médica. Esse encontro inicial busca a empatia e a escuta ativa. Em média, são atendidas 25 pessoas por dia.

“Esse novo setor de Acolhimento para os pacientes foi de suma importância. Fui muito bem atendida pela Civil Lúcia, resolvendo o que eu precisava”, declarou a paciente Patrícia Oliveira.

O conforto e a confiabilidade que o serviço de Acolhimento transmite aos pacientes com câncer é demonstrado diariamente pelos que usufruem dele. “Este Setor de Oncologia é excelente! A enfermeira Lúcia desempenha uma função muito significativa aos pacientes em tratamento do câncer. O conforto emocional transmitido colabora para a nossa recuperação. Eu, Edna, e meus acompanhantes (filhos), estamos super satisfeitos com este serviço e acreditamos que será benéfico para as demais áreas do hospital da FAB”, relatou a paciente Edna Tibúrcio José.

O Sargento Waldecir Figueiredo Leite, que está realizando o tratamento de Quimioterapia Venosa para Mieloma Múltiplo, paciente do Hospital há 14 anos, teve a sua primeira consulta com a Brigadeiro Médica Hematologista, Carla Lyrio Martins, que atuava como Major na época. No dia de 09 de novembro, ocorreu esse reencontro. “É uma felicidade muito grande voltar ao HFAG como Diretora e encontrar o senhor Waldecir, um paciente que tratei há 14 anos na Hematologia. Ele é a prova viva que estamos trilhando o caminho certo e com bons resultados”, declarou a Diretora do HFAG, Brigadeiro Carla.

O Hospital do Galeão pretende ampliar o Setor de Acolhimento para as demais Seções. A Chefe do Setor de Acolhimento do HFAG, Major Dentista Luciana da Silva Oliveira Gomes, ressalta: “Acolher é um compromisso de resposta às demandas dos beneficiários que procuram os serviços de saúde, procurando solucionar suas dores. O Acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde, atendendo a todos, com uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos beneficiários. Isso requer uma mudança comportamental, pois está atrelada a um aspecto de cultura organizacional, profissional e até pessoal”.

ACOLHIMENTO

O Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local específico nem hora exata para acontecer, nem um profissional especializado para fazê-lo, pois tem um sentido mais amplo dentro de uma proposta de reestruturação da assistência, que preza pela participação integral e multidisciplinar, interagindo com todos os serviços de saúde, e em que todos participam com o mesmo nível de importância. O Acolhimento é uma postura ética do profissional que trabalha na assistência em saúde, que prioriza a escuta ativa do beneficiário em suas queixas, reconhecendo seu protagonismo nesse processo de saúde e adoecimento, sempre se responsabilizando pela resolução, através da ativação de redes de compartilhamento dos diversos saberes.

Existe um pensamento comum de que Acolhimento e Triagem são sinônimos, porém são processos distintos. A “Triagem” faz parte de um processo de separação, escolha, seleção, no qual o profissional recebe o paciente, ouve sua queixa e seleciona ou destina para a especialidade a que deve ser encaminhada, dentro do serviço de saúde. O “Acolhimento”, por sua vez, é um processo mais abrangente e comportamental, que parte da humanização dos serviços de saúde. Acolher é dar acolhida, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender, admitir. 

O Acolhimento como ato ou efeito expressa uma ação de aproximação, um “estar com” e “estar perto de”, numa atitude de inclusão, em que o beneficiário precisa perceber sua importância como sujeito da ação, que tem sua necessidade compreendida pelo serviço, o qual assume, a partir desse momento, a sua responsabilidade e o compromisso para solucionar a questão.

Sendo assim, deve ser entendido pelos profissionais, como uma diretriz ética constitutiva de um novo modelo de produzir saúde, através de uma ferramenta de intervenção, embasada na qualificação da escuta, construção do vínculo, garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços. Ou seja, requer a prestação do atendimento com resolutividade e responsabilização, orientando o paciente e seus familiares para a continuidade da assistência, construindo articulações entre os diferentes serviços, a fim de garantir a eficácia dos encaminhamentos, promovendo de fato, a atenção integral e longitudinal.

Fotos: Sargento Flávia / HFAG