AVIAÇÃO DE PATRULHA

Multimissão em serviço no Litoral Brasileiro

Força Aérea Brasileira atua com três Esquadrões sediados no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Pará
Publicada em: 22/05/2020 09:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Letícia Faria
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Monteiro

A ação dos pilotos que integram a Aviação de Patrulha, que em 22 de maio comemora sua data, é vigiar, 24 horas por dia, uma área de aproximadamente 13,5 milhões de quilômetros quadrados. O nascimento da Aviação de Patrulha ocorreu em 1942, quando o país se tornou alvo de sucessivos afundamentos de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães e italianos. A partir de então, a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou as atividades de cobertura de todo o Litoral nacional. Hoje, os Esquadrões Orungan (1°/7° GAV), sediado em Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ); Phoenix (2°/7° GAV), em Canoas (RS); e Netuno (3°/7° GAV), em Belém (PA), compõem a Aviação de Patrulha da FAB. Duas aeronaves são operadas: P-95 Bandeirulha e P-3AM Orion.

Operacionalidade

Diversas atividades, Exercícios e Operações são realizados em conjunto com a Marinha do Brasil e nações estrangeiras para proporcionar ganho operacional nas ações de Patrulha Marítima e Antissubmarino, entre outras. Vislumbra-se a crescente utilização da aeronave P-3AM nas missões de Reconhecimento. “Com o desenvolvimento do Conceito Operacional de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), esse vetor tem sido cada vez mais empregado em ações no ambiente terrestre, ratificando a sua capacidade multimissão e aperfeiçoando nossas tripulações em um maior número de tarefas operacionais”, afirma o Comandante do Esquadrão Orungan, Tenente-Coronel Aviador Marcelo de Carvalho Trope.

Dentre as atuações da Aviação de Patrulha, estão, ainda, a detecção e identificação de navios mercantes, de pesquisa e pesqueiros, e o repasse de informações às autoridades competentes em razão de irregularidades como pesca ilegal ou exploração da biodiversidade da Zona Econômica Exclusiva. As aeronaves de Patrulha atuam também como meio de Busca e Salvamento, como na Operação Paso Drake, quando houve envolvimento nas buscas ao C-130 da Força Aérea Chilena que desapareceu a caminho da Antártida, com 38 pessoas a bordo, em dezembro de 2019.

De acordo com o Comandante do Esquadrão Phoenix, Tenente-Coronel Aviador Miguel Ângelo Côrtes Salvio Junior, “a Aviação de Patrulha possui capacidades específicas que se constituem de características do Poder Aeroespacial, como alcance, flexibilidade e versatilidade, mobilidade e pronta-resposta”.

O Comandante do Esquadrão Netuno, Tenente-Coronel Aviador Marcos Okiyama, reforça que a Patrulha, desde sua criação, é uma aviação combatente, que protege e garante a soberania brasileira. “Estamos em permanente alerta, patrulhando nossos mares e prontos para localizar e auxiliar qualquer embarcação que necessite de ajuda”, garante.

Carta de Agradecimento
Em dezembro de 2019, o Esquadrão Orungan atuou na Operação Paso Drake, na busca ao avião C-130 Hércules da Força Aérea do Chile que desapareceu a caminho da Antártica, com 38 pessoas a bordo. Devido a esse apoio, o Comandante da Força Aérea Chilena, General do Ar Arturo Merino Núñez enviou ao Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, uma carta de agradecimento. Confira a mensagem traduzida:

Cerrillos, janeiro de 2020
Senhor Comandante da Aeronáutica
Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez
Brasil

Junto com cumprimentá-lo atenciosamente, queria fazer chegar a nome de todos os homens e mulheres da Força Aérea do Chile e particularmente em meu nome, os mais sinceros e profundos agradecimentos, por toda a oportuna atuação e eficiência que entregaram incondicionalmente na procura e resgate, do avião C-130, destacando especialmente o importante esforço humano, profissional e tecnológico, que empregaram em encontrar a nossos queridos camaradas e amigos (Q.E.P.D.).

Da mesma forma, devemos reconhecer a capacidade dos seus meios aéreos e o grande apoio humano demonstrado por vossa instituição, na qual permitiu agilizar a procura dos nossos 38 mártires desaparecidos, esforços que sem dúvida nenhuma, ajudarão no possível atenuar essa grande dor e dar um pouco de tranquilidade a cada família afetada por este trágico acidente.

Aproveitando esta oportunidade, desejo-lhe expressar meus votos de apreço pessoal e consideração, solicitando da mesma maneira lhe fazer chegar os agradecimentos a cada uma das pessoas que colaboraram intensamente de alguma forma nesta árdua, dolorosa e triste labor, mas que nos deixa uma grande satisfação, destacando o importante e essencial que são as Forças Aéreas irmãs, unidas por um fim em comum.

Arturo Merino Núñez
General do Ar
Comandante em Chefe

Fotos: Sargento Johnson e Cabo Silva Lopes/CECOMSAER e Esquadrão Orugan