TRÁFEGO AÉREO

FAB realiza seminário sobre modelo de tomada de decisão colaborativa

Evento ocorre em Guarulhos (SP), e discute os conceitos e métodos A-CDM consagrados ao redor do mundo
Publicada em: 09/09/2019 20:30
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Cristiane
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Tenente-Coronel Santana

Iniciou-se, na manhã desta segunda-feira (9/9), o Seminário Internacional A-CDM – O Futuro é Colaborativo. O evento é promovido pela Força Aérea Brasileira (FAB), em parceria com o Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) e com a Action Editora. O encontro ocorre em Guarulhos (SP), hoje e amanhã (10/09), e tem o objetivo de apresentar, para a comunidade aeronáutica, o modelo de tomada de decisão colaborativa A-CDM, do inglês Airport Collaborative Decision Making.

O Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, realizou a abertura do seminário. Oficiais-Generais da FAB também compareceram ao encontro, além de representantes de órgãos governamentais, órgãos internacionais da aviação civil, companhias aéreas nacionais e internacionais, empresas de serviços aeroportuários e da indústria aeronáutica mundial, e membros do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

De acordo com o Tenente-Brigadeiro Domingues, o evento coroa um trabalho iniciado em 2015, com a Eurocontrol, quando o DECEA firmou parceria para a execução de alguns projetos, sendo um deles o A-CDM. A previsão é que a metodologia seja implantada em 2020, em São Paulo. “Vamos introduzir, dentro do Aeroporto de Guarulhos, a plataforma que integrará as informações de diversos setores e esta será a base para que outros aeroportos no Brasil desenvolvam um trabalho com mais qualidade e eficiência”, disse.

O Aeroporto de Guarulhos é o primeiro a adotar a metodologia A-CDM por ser o maior aeroporto do Brasil e da América do Sul, e o segundo mais movimentado da América Latina, em número de passageiros. Para o Presidente do GRU Airport, Gustavo Soares Figueiredo, o seminário apresenta esclarecimentos sobre o tema, por intermédio de palestras, mostrando os benefícios da decisão compartilhada. “Por meio do A-CDM, alcançaremos um novo patamar de desempenho no setor”, afirmou.

O gerente do projeto, Major Aviador Marcio Rodrigues Ribeiro Gladulich, explica que o DECEA lidera a iniciativa porque o A-CDM está diretamente ligado às medidas de fluxo de tráfego aéreo e resultará em melhor previsibilidade e planejamento dos movimentos, tanto no aspecto estratégico quanto no tático. “O projeto permitirá que o DECEA tenha um mapeamento das movimentações de forma mais precisa e rápida, podendo intervir com maior antecedência”, diz. 

Evento

De acordo com Carlos Lorch, Diretor da Action Editora, uma das organizadoras do evento, o seminário conta com palestrantes do exterior e de empresas que conhecem bem a metodologia. “Temos as melhores expectativas com o evento. Esperamos que estes dois dias tragam benefícios, deixando uma semente para que o A-CDM cresça cada vez mais”, disse.

Um dos palestrantes foi o controlador de voo David Booth, da Eurocontrol, que participou da implantação do método na Europa e abordou os conceitos do A-CDM naquele continente. Segundo ele, a metodologia começou a ser pensada nos anos 90, com a primeira implantação em 2007. “Atualmente são 28 aeroportos com sistemas integrados, que hoje estão ainda melhores”, disse. 

A-CDM

O conceito A-CDM visa à melhoria do gerenciamento de fluxo e da capacidade de tráfego aéreo nos aeroportos, reduzindo atrasos, otimizando recursos e diminuindo os impactos ambientais, o que resulta no aumento da capacidade operacional dos aeródromos.

As informações são reunidas e compartilhadas, em tempo real, entre todos os operadores, isto é, companhias aéreas, órgãos governamentais, operacionais, administrativos e de gerenciamento de controle de tráfego aéreo, e prestadores de serviço. A troca de informações por essa equipe multidisciplinar garante, assim, maior eficiência ao serviço.

A referida metodologia pretende nivelar as necessidades dos usuários com os recursos disponibilizados pelos diversos sistemas. Assim, os envolvidos buscam integração e coordenação entre as partes, permitindo que todos conheçam as dificuldades e o cenário real e futuro de cada situação, buscando soluções eficientes, rápidas e que possam atender a todos da melhor forma.

Fotos: Soldado Wilhan Campos