FORMAÇÃO

Começam os primeiros voos solo da especialização operacional na Ala 10

Após um mês de aulas teóricas, os futuros pilotos de combate da FAB começam os treinamentos práticos específicos
Publicada em: 11/04/2019 16:03
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Fonte: Ala 10; Esquadrões Joker, Rumba e Gavião
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Gabrielli - Revisão: Capitão Monteiro

Instrutor e estagiário se dirigem para a primeira instrução aéreaApós um mês de aulas teóricas, os futuros pilotos de combate da Força Aérea Brasileira (FAB) iniciam a fase prática do Programa de Especialização Operacional (PESOP), coordenado pela Ala 10, em Parnamirim, região metropolitana de Natal (RN). Nesta fase, os estagiários realizam os Cursos de Especialização Operacional (CEO), em que são preparados para pilotar as aeronaves operadas pela FAB e realizar as missões adequadas a cada tipo de aviação: Asas Rotativas, Caça, Transporte e IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento).

Aviação de Transporte e IVR

Instrutor e estagiário fazem a inspeção externa da aeronaveO Esquadrão Rumba (1º/5º GAV) foi o primeiro a iniciar a instrução aérea. A missão de treinamento básico, ministrada pelo Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Eduardo Fatme Michelin, teve início com o briefing de voo. Após intensas semanas de estudo no Curso de Instrução Técnica da aeronave C-95M Bandeirante, o Aspirante a Oficial Aviador Leonardo Abreu dos Santos foi o primeiro a voar.

Nesta missão, o estagiário tem o primeiro contato com uma aeronave multimotor, realizando o treinamento de ambientação ao uso do steering (mecanismo de controle da aeronave no solo) e às áreas de voo previstas para as diferentes instruções. Para o Aspirante Abreu, o desafio de pilotar o Bandeirante está nas multitarefas que a função exige, por ser bem maior que o monomotor T-27 Tucano, utilizado na Academia da Força Aérea (AFA).

O C-95 Bandeirante é utilizado na especialização dos pilotos de transporte"Por ter dois motores, tem que se preocupar com os torques de cada lado (...), o tamanho exige atenção quanto à amplitude dos comandos (...) e adaptação ao peso da aeronave, principalmente no pouso, que exige cautela na hora de tocar o trem de pouso na pista. Mas por ser modernizada, as telas ajudam bastante na consciência situacional, mostrando os parâmetros", explica o estagiário. Segundo Abreu, voar em equipe é o que lhe traz mais satisfação. "Se sentir parte de um time que está engajado em prol de uma missão é o mais gratificante na aviação que escolhi. E o regresso pelo litoral de Natal é uma visão muito bonita", completa.

Aviação de caça

O instrutor dá as ultimas orientações ao estagiário ainda fora da aeronaveO Curso de Especialização Operacional da Aviação de Caça (CEO-CA), realizado pelo Esquadrão Joker (2º/5º GAV), utiliza a aeronave A-29 Super Tucano para formar os pilotos da Força Aérea. O primeiro a receber instrução a bordo de um Super Tucano biplace (com dois lugares) foi o Aspirante a Oficial Aviador Christian Eloysio dos Santos Silva, que teve como instrutor o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Leandro Barbosa Ferreira Pinto. Essa fase inicial é conhecida como "pré-solo" e visa adaptar o estagiário à aeronave no período diurno, conhecendo o seu comportamento em diversas situações de voo para desenvolver precisão e coordenação nos comandos do avião.

Tenente-Coronel Barbosa realiza o briefing com o Aspirante EloysioO sucesso nessa etapa garante ao piloto a oportunidade de realizar o voo solo e os conhecimentos necessários para ingressar em fases mais avançadas do curso. O Comandante do Joker destaca que essa etapa é essencial para o desempenho adequado dos estagiários durante o curso, que devem buscar o completo domínio da máquina. "Isso vai facilitar o aprendizado nas fases mais avançadas, nas quais o nível de complexidade dos exercícios é alto, e os procedimentos básicos, corretamente assimilados agora, serão executados de maneira natural", afirma o Tenente-Coronel Barbosa.

Aspirante Gava recebendo o banho após o voo soloJá o primeiro voo solo foi do Aspirante Anderson Vinicius Gava de Oliveira. Após quatro semanas realizando o curso teórico da aeronave A-29 Super Tucano, cinco missões no simulador de voo e mais seis missões com instrutor a bordo, foi a vez de aplicar e assimilar o conhecimento adquirido. A missão consistiu em uma série de exercícios de controle da aeronave, acrobacias e treinamentos de toque e arremetida, ou seja, pousos e decolagens contínuas com o objetivo de aperfeiçoar as técnicas dessas fases do voo.

"É muito gratificante ser recebido por todo o esquadrão, entre nossos comandantes, instrutores de voo e militares de apoio, pois nos passa uma sensação de valorização e reconhecimento de todos os esforços empregados por nós até esse momento", revela o estagiário. 

Aviação de asas rotativas

Instrutor e estagiário a bordo do H-50 Esquilo antes da decolagemO Esquadrão Gavião (1º/11º GAV) também iniciou a fase prática do PESOP. Para os futuros pilotos de helicóptero, a coordenação motora necessária para controlar os rotores do H-50 Esquilo é a maior novidade, já que na AFA a instrução ocorre apenas em aeronaves de asa fixa. “O voo é mais complexo e o pairado envolve uma grande coordenação no uso dos comandos, pois um influencia no outro, necessitando de mais antecipação do que uma aeronave de asas fixas”, opina o Aspirante a Oficial Aviador Jonathan William Prete, segundo estagiário a realizar a instrução aérea.

De acordo com o Capitão Aviador Vinicius Vilanova Vale, instrutor do curso de asas rotativas, a fase inicial da instrução exige muita concentração e foco, por ser o momento em que os estagiários aprendem as habilidades necessárias para pilotar qualquer helicóptero que utilizarão durante toda a carreira operacional na FAB, em especial para realizar o voo pairado e o taxiamento com baixa velocidade e muito próximo do solo.

Pilotos realizam a inspeção externa da aeronave"É comum nas primeiras missões ter dificuldade de dominar o helicóptero, (...) justamente por essa característica de poder voar devagar e até em voo estacionário, que o distingue das aeronaves de asas fixas. (...) Isso exige bastante concentração e preparo, porque é o momento em que eles vão formar os hábitos e adquirir a experiência inicial, que será base para o restante da vida deles, para operar o helicóptero de forma segura, eficiente e cumprir as missões da Força Aérea", explica o instrutor do Esquadrão Gavião.

*Com a colaboração de Tenente Juliana Lopes (Ala 10), Tenente Matheus (1º/5º GAV), Tenente Ranyer (2º/5º GAV) e Tenente Coelho (1º/11º GAv)

Fotos: Tenente Matheus/Esquadrão Rumba; Tenente Ranyer/Esquadrão Joker; e Sargento Carlos Eduardo/Ala 3

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