TRANSPORTE DE ÓRGÃOS

2º ETA transporta mais de 30 órgãos para transplante em 2018

No último acionamento, tripulação buscou fígado e rins em Petrolina (PE) para salvar vidas em Recife (PE)
Publicada em: 11/10/2018 18:00
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Fonte: Ala 10
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Carlos Balbino - Revisão: Major Alle

O Segundo Esquadrão de Transporte Aéreo (2º ETA) foi acionado, na madrugada da última sexta-feira (28/09), para buscar órgãos doados para transplante (fígado e rins) na Região Nordeste do país. A tripulação de sobreaviso da aeronave C-95M Bandeirante decolou de Natal (RN) rumo a Petrolina (PE), com uma equipe médica, por volta de meia-noite e meia.

De Petrolina, os órgãos foram levados para Recife (PE). A aeronave pousou, logo após o amanhecer, às seis e meia da manhã.

Dois dias antes, na quarta-feira (26/09), a tripulação do 2º ETA fez a mesma rota, com destino a Recife, conduzindo um coração doado para salvar mais uma vida. Após esse acionamento, o Esquadrão Pastor - unidade aérea da FAB sediada em Natal (RN) - completou a marca de 30 missões cumpridas, com um total de 37 órgãos transportados no ano de 2018.

É muito nobre esse tipo de missão que envolve um ato de solidariedade da família que está perdendo um ente querido e, mesmo assim, aceitou doar o órgão para salvar uma ou mais vidas. Todo esforço e preparo valem a pena quando fazemos cumprir esse tipo de missão”, destacou o Tenente Leonardo Augusto Furlan, tripulante da missão.

Logística do transporte de órgãos

A logística de uma missão de transporte de órgãos, tecidos e equipes (TOTEQ) é complexa. Cabe ao Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), a coordenação da distribuição, por meio de transporte aéreo, de órgãos para transplante no Brasil. Para isso, a unidade conta com duas posições da Central Nacional de Transplantes (CNT) em seu Salão Operacional, 24 horas por dia, para gerir a logística de distribuição.

Recebida a demanda, os profissionais alocados no CGNA iniciam a busca pelo voo adequado mais próximo, que serve ao percurso requerido. A regra é o aproveitamento de voos da aviação comercial. Quando o trecho não é atendido por linha aérea, entra em cena o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da Força Aérea Brasileira (FAB), que, acionado, viabiliza uma aeronave militar.

Atualmente, existem tripulações de sobreaviso 24 horas nas seguintes localidades: Manaus (AM), Belém (PA), Recife (PE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS).

As instituições coordenadoras precisam ter uma boa comunicação e trabalhar de forma integrada. A agilidade no cumprimento da missão é necessária, pois todo órgão possui um tempo de isquemia fria (TIF), que é o tempo que pode ficar sem circulação sanguínea. O coração é o órgão que tem o menor tempo de isquemia e os rins, por exemplo, podem ficar 24h sem serem irrigados.

Fotos: 2º ETA