MISSÃO HUMANITÁRIA

Esquadrão Corsário transporta venezuelanos para Manaus (AM) e São Paulo (SP)

Mais de 150 venezuelanos desembarcaram na capital do Amazonas e quase 70 em São Paulo
Publicada em: 04/05/2018 16:53
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Fonte: Ala 8 e BASP
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente João Elias - Revisão: Major Alle

FAB transportou venezuelanos para Manaus e São PauloO Boeing 767, do Esquadrão Corsário (2°/2° GT), transportou 233 venezuelanos que estavam em Roraima para outros Estados brasileiros. A maior parte do grupo, 165 pessoas, teve como destino Manaus (AM). Os demais seguiram para São Paulo (SP). A missão de interiorização ocorreu nesta sexta-feira (04) e faz parte da Operação Acolhida, que busca assegurar a dignidade dessa população por meio de apoio em áreas de política social, de segurança e de saúde.

A venezuelana Monica Patricia Algarin veio a bordo da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) acompanhada do marido, do cunhado e dos quatro filhos. A imigrante falou sobre suas expectativas para a vida no Brasil. “Espero conseguir estabilidade tanto para mim, quanto para minha família. Conseguir um emprego”, afirmou.

Esquadrão Corsário transportou venezuelanos para ManausA tripulação do Esquadrão Corsário decolou de Boa Vista (RR) ainda pela manhã com destino à capital do Amazonas. Em Manaus, a equipe da Ala 8 coordenou o desembarque das bagagens e dos venezuelanos que vão residir na cidade, bem como realizou o apoio de solo à aeronave.

De acordo com a Subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República, Viviane Esse, a interiorização é uma etapa que ocorre em movimentos migratórios em outras partes do mundo.

“Na verdade, a interiorização é um dos processos. A ideia é que a gente faça o ordenamento de fronteira - saiba quem está chegando, por onde está chegando e por onde está saindo -, e que a gente dê, por meio da Operação Acolhida, o mínimo de condições para as pessoas em questão de sobrevivência - refeição, tratamento médico e um pouco de assistência. Alguns deles chegam em uma condição de extrema vulnerabilidade. O processo de interiorização faz parte de uma das etapas que é a inserção no mercado de trabalho”, explicou. “Com o aumento do fluxo venezuelano, o Estado de Roraima, que não é um estado muito populoso, teve suas estruturas sobrecarregadas e capacidades de inserção reduzidas. O Brasil é muito grande, muito maior que esse processo de interiorização, e o povo brasileiro é extremamente acolhedor. A nossa ideia é que as pessoas possam ter melhores oportunidades em outras Unidades da Federação”, completou.

Os estrangeiros foram encaminhados para três abrigos da capital amazonense: Dom Jackson, Santa Catarina e Santo Antônio. A imigrante Sulimar Hernandes chegou ao Brasil com os três filhos e o marido e destacou a alegria de estar em um outro país. “Espero muitas coisas boas aqui em Manaus. Estou feliz, quero trabalhar”, ressaltou.

Edwin quer trabalhar no Brasil para ajudar sua famíliaA coordenadora de campo do escritório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em Boa Vista, Yssyssay Rodrigues, falou sobre o interesse dos venezuelanos no processo de interiorização. “A OIM conduziu recentemente uma pesquisa que mostra que 65% dos imigrantes entrevistados têm o desejo de participar dessa estratégia de interiorização. Então nós estamos muito felizes em poder apoiar o Governo brasileiro a oferecer essa oportunidade de integração ao nosso país para esses imigrantes venezuelanos”, destacou.

O 2°/2° GT transportou, também, 68 venezuelanos para a capital paulista. Após desembarcarem na Base Aérea de São Paulo, eles foram conduzidos para casas de acolhida na cidade, onde terão acesso à assistência médica e escolas públicas, cursos de português e profissionalizantes, além de documentação brasileira.

Os venezuelanos Edwin Herrera, 18 anos, e Julian Jimenez, 63 anos, vieram pela primeira vez ao Brasil e estão ansiosos com essa nova etapa, em um país tão próximo geograficamente e ao mesmo tempo tão distinto de sua terra natal.

Esta é a primeira vez que Julian vem ao BrasilJulian, deixou sua esposa, três filhos e cinco netos na Venezuela para tentar a sorte. “Estávamos passando muita fome no meu país, a situação está muito difícil. Vim sozinho pra cá com a esperança de melhorar minha vida e trazer minha família futuramente”, enfatizou.

Edwin também falou de suas expectativas ao chegar em São Paulo: “Estou muito feliz em estar aqui! Quero trabalhar bastante para poder ajudar minha família. Muito obrigado aos brasileiros por nos receber e à Força Aérea por todo apoio prestado!", disse emocionado.

 

Confira, no vídeo abaixo, como foi a saída dos venezuelanos de Boa Vista (RR).