RECONHECIMENTO

Veja o trabalho dos esquadrões especializados em reconhecimento aéreo

Concentrados nas regiões Sul e Centro-Oeste do País, as unidades atuam desde a área tática até a vigilância da Amazônia
Publicada em: 21/06/2017 09:00
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea, por Asp Patrícia Meyer
Edição: Agência Força Aérea, por Ten Evellyn Abelha

Rastreamento minucioso de dados de inteligência e monitoramento de áreas de interesse. Essas são algumas das atividades realizadas pela Aviação de Reconhecimento da Força Aérea Brasileira. A bordo das aeronaves, câmeras, sensores e radares são os olhos da FAB que, do alto, auxiliam na detecção de ameaças e na proteção do território brasileiro. Concentrados nas regiões Sul e Centro-Oeste do País, conheça o trabalho dos militares dos quatro esquadrões especializados em reconhecimento aéreo que atuam desde a área tática até a vigilância da Amazônia.

Esquadrão Poker (1º/10º GAV) - Ala 4, Santa Maria (RS)

 É a única unidade da FAB que tem por missão principal o reconhecimento tático. A atividade objetiva fornecer informações oportunas e atualizadas às forças amigas, referentes à disposição, composição e movimentação das forças inimigas, instalações, emissões eletrônicas, condições meteorológicas e outros aspectos que possam interessar a um Comando de Teatro de Operações.

 A unidade opera as aeronaves A-1 (AMX) e também cumpre as missões de Controle Aéreo Avançado, Supressão de Defesa Aérea Inimiga, Ataque e Apoio Aéreo Aproximado.

Esquadrão Hórus (1º/12º GAV) - Ala 4, Santa Maria (RS)

 Opera as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) RQ-450 e RQ-900. É o único esquadrão da FAB a trabalhar com aviões não tripulados. A missão do Hórus é capacitar seu efetivo em Ações de Reconhecimento Aéreo, Vigilância de Área, Controle Aéreo Avançado e Posto de Comunicações no Ar. As atividades são empregadas em operações singulares, conjuntas ou interagências. “Dentro deste rol estão as missões próprias da Força Aérea; missões em proveito da Marinha e do Exército na segurança das fronteiras; e em suporte a outras instituições governamentais; podendo atuar em áreas de segurança pública, controle de desmatamento, suporte à defesa civil e apoio à segurança em grandes eventos”, detalha o Comandante do Esquadrão Hórus, Tenente-Coronel Sandro Bernardon. 

Esquadrão Carcará (1º/6º GAV) - Ala 2,

Anápolis (GO)

 Há seis meses, foi transferido de Recife (PE) para a Ala 2, em Anápolis (GO). Opera a aeronave R-35A que executa Reconhecimento de Alvo, como pistas de pouso clandestinas, hidrelétricas entre outros; e Aerolevantamento, utilizando o sensor para o imageamento de uma área, e não apenas um alvo específico. “O Aerolevantamento é muito utilizado por órgãos municipais, estaduais e federais para atualização de mapas, banco de dados e serviços de segurança pública”, esclarece o Comandante do Esquadrão Carcará, Tenente-Coronel João Gustavo Lage Germano.

Já o R-35AM utiliza um sensor de Medida de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE) para realizar missões com a captação de sinais de radares, embarcados ou não, capacitando os setores responsáveis a alimentar uma biblioteca de dados, a fim de fornecer esses dados aos vetores que utilizem Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).

 Esquadrão Guardião (2º/6º GAV) - Ala 2, Anápolis (GO)

 Foi ativado para apoiar o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). É responsável pelo planejamento, execução e supervisão das missões de Sensoriamento Remoto, Reconhecimento Aéreo e Controle e Alarme Aéreo Antecipado. 

Utiliza a aeronave R-99 que possui sistemas capazes de realizar imageamento de perímetros ou objetos terrestres, como áreas de queimadas e desmatamento, auxiliando os órgãos de fiscalização ambiental. Já a aeronave E-99 é equipada com radares que possibilitam identificar a localização de aeronaves suspeitas que estejam cruzando o espaço aéreo brasileiro, coibindo, entre outras práticas, o tráfico de produtos ilegais que chegam ao País por meios aéreos.

Aviação de reconhecimento na busca pelo Air France 447   

 "No dia 1° de junho de 2009, o Esquadrão Guardião foi acionado para integrar as equipes de buscas pelo Air France que decolou do Galeão com destino a Paris.

A tripulação tinha o grande desafio de encontrar vestígios da aeronave em uma área de 1.019.548 km², 10 vezes o estado de Pernambuco. Estávamos correndo contra o tempo e as condições climáticas não favoreciam as buscas visuais. Foi em uma decolagem do R-99 que a tripulação, por meio do Radar de Abertura Sintética, identificou objetos metálicos e não metálicos no Oceano Atlântico, a cerca de 800 km de Fernando de Noronha.

Os pontos foram repassados às aeronaves C-130 Hércules e C-105 Amazonas que, na manhã seguinte, confirmaram a presença de uma mancha de combustível e avistaram uma poltrona na água. Após confirmação, as coordenadas foram repassadas à Marinha para recolhimento e traslado para o continente do material localizado.

 A vontade de ajudar era nosso combustível para os voos de busca diurna e noturna. O que eu gostaria mesmo era poder encontrar as pessoas com vida, mas sinto orgulho por prestar algum auxílio às famílias das vítimas".

 

Relato do Sargento Ademir Bruno dos Santos, Operador do Radar de Abertura Sintética da aeronave R-99 que localizou os destroços do Air France 447.

Acesse a página especial da Aviação de Reconhecimento

Assista ao vídeo do Dia da Aviação de Reconhecimento: