INTERNACIONAL

Esquadrilha alcança marca histórica em voo sobre capital chilena

Marca histórica foi alcançada em sobrevoo com o grupo chileno Halcones. Esquadrilha da Fumaça realiza demonstrações aéreas neste fim de semana em Santiago.
Publicada em: 01/04/2016 17:15
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Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Emille Cândido

As aeronaves da Esquadrilha da Fumaça mal chegaram à Santiago, no Chile, e já contabilizaram uma marca histórica. Em voo sobre a capital chilena realizado nesta sexta-feira (01), em parceria com o grupo de demonstração do país, os Halcones, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) superou 100.000 horas de voo com aeronaves nacionais: o lendário T-27 Tucano e o atual A-29 Super Tucano.

“A substituição do T-6 para o T-27 e posteriormente o A-29, só veio aumentar ainda mais a importância da Fumaça. Não apenas se mostra a formação, capacidade e destreza dos pilotos nas manobras, mas a capacidade da indústria nacional, o desenvolvimento tecnológico do nosso país. É um outro nível de força”, explica o Tenente-Coronel Aviador Líbero Onoda Luiz Caldas, Líder e Comandante da Esquadrilha da Fumaça.

Resultado de parceria entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e da brasileira EMBRAER, as duas aeronaves foram aplicadas em diversos tipos de missões e vendidas para vários países. “A Esquadrilha da Fumaça é um motivo de orgulho para todos nós, brasileiros, e estamos muito honrados de fazer parte deste marco importante para a história do EDA e da Força Aérea Brasileira”, Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança.

História

O Tucano surgiu da necessidade da FAB de substituir a antiga aeronave de treinamento T-37, que seria descontinuada pela fabricante Cessna. Nascia assim uma máquina com desempenho notório, reconhecido internacionalmente. As características do T-27 fizeram com que o avião fosse exportado para países como Argentina, Colômbia, Venezuela, Peru, Paraguai, Honduras, Irã. No Reino Unido, foi escolhido para se tornar aeronave de treinamento básico, licenciado e produzido localmente.

Suas características acabaram tornando-se padrão para outras aeronaves de treinamento, com trens de pouso retráteis, assentos em tandem (um à frente do outro, sendo o de trás mais alto), pontos para utilização de armamento e, inclusive, sendo a primeira aeronave do gênero com assentos ejetáveis. Possui grande autonomia de voo - quatro horas e meia somente com o tanque interno, robustez, comandos precisos, boa margem de manobra mesmo à baixa altitude, confiabilidade, visibilidade e capacidade de voo em diferentes condições climáticas. Por essas características, há mais de 30 anos os T-27 são empregados pela FAB para instruções em voo aos novos pilotos.

Na Esquadrilha da Fumaça, o Tucano foi utilizado entre os anos de 1983 e 2013. Um total de 2.363 demonstrações foram realizadas com a aeronave. Também foi nesse período que o avião trocou as cores vermelha e branca pelo azul e amarelo da Bandeira Nacional, em 2012.

A-29

Após os 30 anos com a aeronave, a Esquadrilha passou por um período de transição e substituiu o T-27 pelo atual A-29 Super Tucano. A estreia com a nova aeronave aconteceu em 2015 e contou com nova pintura e adaptações específicas para a atividade exercida pelo EDA.

A aplicabilidade do A-29 na Força Aérea, porém, ultrapassa a Esquadrilha da Fumaça. A aeronave é empregada ainda no cumprimento de missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e na formação de líderes da aviação de caça. O Super Tucano incorpora os últimos avanços em aviônicos e armamentos e foi concebido para atender aos requisitos operacionais da Força para uma aeronave de ataque tático. Outros países como Estados Unidos, Angola, Colômbia e Chile também operam a aeronave.

Para a Esquadrilha da Fumaça, o modelo passou por adaptação. Além da nova pintura, nos locais onde eram armazenados os armamentos foram instalados tanques de fumaça. Esta, por sinal, se destaca com um diferencial: é ecologicamente correta. Vale ressaltar que um novo óleo foi desenvolvido para que sua queima não agrida a camada de ozônio nem contribua com o aquecimento global.