OPERACIONAL

Confira como é a rotina de militares em situações onde seus limites são testados

Turma de futuros oficiais participou de acampamento em Brasília (DF)
Publicada em: 22/03/2016 15:02
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Fonte: Agëncia Força Aérea, por Ten Iris Vasconcellos

 Trinta e seis alunos da turma Quíron participaram do Exercício de Campanha em Brasília (DF), entre 16 e 18 de março. Também conhecido como acampamento, o treinamento faz parte da formação dos futuros oficiais temporários do Quadro de Oficiais Convocados (QOCON) da Força Aérea Brasileira (FAB). O objetivo é testar limites, ensinar conceitos militares e superação aos participantes.

  Superação, inclusive, é a palavra-chave para o aluno Pablo Roberto de 28 anos. Para ser admitido no processo de seleção do QOCON, precisou perder seis quilos. E o peso também foi um obstáculo durante o acampamento que inclui diversas marchas com uma mochila com cerca de 15 quilos nas costas, além da obrigação de carregar um fuzil em quase todas as atividades. “Meu maior desafio foi ir além dos meus limites a cada dia. Essa é uma experiência que vai ser muito útil para a minha vida”, revela o farmacêutico que sempre sonhou ser militar. “Espero me tornar um bom aspirante e desempenhar um bom papel na Força Aérea Brasileira”, complementa.

Além da parte prática que simula como o corpo reagiria se fosse levado ao limite, o exercício inclui aulas teóricas sobre, por exemplo, sobrevivência na selva. Os futuros oficiais participam de oficinas de nós e amarrações, coleta de água, camuflagem, navegação, como iniciar um fogo, transposição de obstáculos, entre outros.

De acordo com o instrutor de sobrevivência do exercício, Aspirante de Infantaria Daniel Defende, o acampamento ensina também espírito de grupo. “Uma coisa que a gente tenta despertar neles é a liderança e os métodos que podem ser utilizados em caso de sinistro, afinal, é importante que eles possuam o conhecimento para poder orientar outras pessoas. Destacamos ainda a questão da união porque, em situações difíceis, com união tudo fica mais forte”, explica.

  Saúde operacional

Dos 36 alunos, 27 são médicos e enfermeiros. Em caso de acidentes, por exemplo, eles teriam papel fundamental no socorro às vítimas. A médica Karen Monsores conta como as instruções repassadas no exercício a ajudariam nesse tipo de situação. “Eu tive noções de sobrevivência e, em situações de combate ou de acidente com uma aeronave, eu me sinto mais preparada para aplicar os meu conhecimentos”, ressalta.

Já o coordenador do exercício, Major médico Fábio Amadeu, destaca a importância do acampamento para a aplicação na medicina operacional. “Em diversas missões da FAB, a equipe de resgate é formada por um militar de busca e salvamento, um médico, estrutura de hospital de campanha ou unidade celular de saúde. O médico que trabalha nessa área tem que saber da situação como um todo”, conclui.