OLIMPÍADAS

Forças Armadas e órgãos públicos e privados trabalharão para segurança do ciberespaço

Os profissionais atuarão em conjunto contra ameaças cibernéticas durante os jogos no Rio de Janeiro
Publicada em: 21/09/2015 07:00
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea

  Páginas falsas, uso ou acesso a sistemas e dados não autorizados, comprometimento de computadores ou redes. Essas poderão ser algumas das ameaças enfrentadas durante as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). Para coordenar e integrar as atividades dessa natureza, o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), organização militar do Exército Brasileiro, atuará juntamente com outros órgãos civis e militares a fim de garantir a segurança no ciberespaço. Cerca de 200 especialistas estarão trabalhando nessa área.

“As ameaças mais claras para os Jogos Olímpicos são o ativismo hacker e o crime cibernético, no entanto, o terrorismo é sempre uma preocupação significativa quando se trata de eventos da magnitude de uma Olimpíada”, explica o Chefe da Divisão de Doutrina, Mobilização e Inovação do CDCiber, Coronel José Ricardo de Souza Camelo.

Diariamente, 24 horas por dia, o CDCiber atua na defesa cibernética no âmbito do Ministério da Defesa e oferece serviços de análise de riscos, detecção automática de incidentes, análise dos incidentes, difusão de alertas, recomendações e estatística, entre outros. Os desafios e ameaças do campo cibernético exigem um trabalho permanente para evitar danos ao País.

“Uma das características mais preocupantes do ciberespaço é a assimetria, que é a capacidade de se realizar ações de alto impacto com custo relativamente baixo. O custo de um ataque desse tipo é praticamente irrisório se comparado aos efeitos que pode causar”, revela o Adjunto do Estado-Maior Conjunto do CDCiber, Coronel Luciano Martins Menna, da Força Aérea Brasileira.

Ação colaborativa

Militares da Marinha, Exército e Aeronáutica trabalham em conjunto no CDCiber e apoiam não só as Forças Armadas, mas mantêm ações colaborativas com órgãos governamentais que participam da proteção do ambiente cibernético brasileiro e que também podem ser alvos de ameaças. Entre eles estão Polícia Federal, Agência Nacional de Telecomunicações, Agência Brasileira de Inteligência e até mesmo órgãos acadêmicos, como a Universidade de Brasília.

“O espaço cibernético é um espaço inusitado, extremamente dinâmico e que nós entendemos como o quinto domínio do campo de batalha, além do terrestre, do marítimo, do aéreo e do espacial. Nós precisamos trabalhar de forma conjunta”, afirma o Chefe do CDCiber, General-de-Divisão Paulo Sergio Melo de Carvalho.

  Durante os grandes eventos a abrangência do Centro é estendida, passando a atuar de forma direta na proteção cibernética das redes e dos sistemas empregados nos eventos, além da coordenação e integração dos esforços. “O modelo de trabalho do CDCiber continuará o mesmo em essência. Evoluções vêm ocorrendo, fruto das lições aprendidas nos eventos anteriores, estendendo capacidades, aperfeiçoando processos, além da implementação de particularidades resultantes dos requisitos específicos dos Jogos Olímpicos”, afirma o Chefe da Divisão de Operações do CDCiber, Coronel Paulo Roberto de Araujo Castro Vianna.

Experiência e Investimentos

O CDCiber vem atuando em grandes eventos desde a Rio+20, passando pela Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo. Para as Olimpíadas, o Centro está participando de todas as reuniões de preparação coordenadas pelo Comitê Olímpico.
Paralelamente, está em andamento a aquisição de sistemas e de capacitação de pessoal. O treinamento é realizado em instituições de ensino no Brasil e no exterior. Um dos cursos é o de Guerra Cibernética, ministrado no Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE) com o emprego do Simulador de Operações de Guerra Cibernética (SIMOC), um sistema desenvolvido por empresa brasileira.