PARA-SAR 50 ANOS

Com história marcada por atuação em resgates, grupo atuará na Copa de 2014

Publicada em: 02/12/2013 13:15
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Fonte: Agência Força Aérea

Ex-integrantes do Para-Sar também desfilaram na cerimônia  Ten Enilton/Agência Força AéreaAcidentes, calamidades, locais inóspitos e de difícil acesso.  Estes são os principais ambientes de atuação dos integrantes do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), conhecido como Para-Sar.  A unidade de elite da Força Aérea Brasileira (FAB) dedicada ao resgate e operações especiais, completou 50 anos em 20 de novembro. A data foi celebrada na sexta-feira (29) com uma solenidade militar na Base Aérea de Campo Grande (MS).

O evento contou com a presença do Comandante Militar do Oeste (CMO), General de Exército João Francisco Ferreira, e do Comandante da Segunda Força Aérea (II FAE), Brigadeiro do Ar Carlos José Rodrigues de Alencastro. Dezenas de ex-integrantes da unidade, militares da ativa e da reserva, participaram da cerimônia.

“O Para-Sar é de extrema importância para a Força Aérea Brasileira, como para a aviação como um todo no Brasil. Faz parte de um contexto de busca e salvamento. Além disso, é uma tropa especializada em operações especiais e que está participando de atividades no Brasil, como a Copa das Confederações, a Rio+20 e ainda vem por aí a Copa 2014 e as Olimpíadas de 2016”, afirma o Comandante da II FAE.

Resgates - Com 16 anos de Para-Sar, o Tenente Edward Wilson Sadler Guedes, perdeu a conta de quantos resgates realizou. Os acidentes de grande proporção, porém, estão presentes na memória. Em 2000, ajudou a resgatar pessoas doentes e levar comida e água para os atingidos pelas enchentes de Pernambuco e Alagoas. No ano seguinte, trabalhou no resgate de militares da FAB que estavam no C-130 Hércules da FAB que chocou-se com a Pedra do Elefante em Niterói (RJ). No acidente do voo Gol 1907 (2006) passou 22 dos 45 dias no meio da mata. “Eu havia retirado o corpo de um menino. Alguns dias depois, quando eu consegui ligar e falar com minha esposa, ela comentou que no voo havia um menino, ele chamava Daniel. Pela descrição, lembrei que eu havia retirado o corpo dele. O menino tinha exatamente a idade do meu filho. Naquele momento eu fiz a relação com minha família. Por um momento, eu parei”, afirma.  

Sabedores das condições e das situações que vão encontrar no caso de acidente, os homens do Para-Sar reconhecem a necessidade do treinamento rigoroso.  “Na hora da operação, eu preciso ter certeza que meu colega não vai recuar”, avalia Sadler. Ele aprendeu a lidar com a dura rotina da profissão com o Sargento Rosemberg José de Araújo que, por 31 anos (de 1978 a 2009), dedicou-se integralmente à unidade.  

Há uma década no Para-Sar, o Tenente Médico Felipe Domingues Lessa, participou do resgate das vítimas nas enchentes de Santa Catarina em 2008. Ele lembra do dia em que ajudou a retirar cerca de 100 moradores da região do Morro do Baú que estavam ilhados. O helicóptero, que não pode operar à noite, tinha capacidade para carregar 30 passageiros de cada vez. Já estava anoitecendo e o lago formado atrás da encosta prestes a romper. “Na última viagem, a gente colocou 40 pessoas dentro. Por causa do peso, o helicóptero passou bem perto da copa das árvores. Quando a gente olhou para trás, a barragem tinha rompido e levado tudo”, relata o médico.

De acordo com o Comandante do Para-Sar, Coronel Ivandilson Diniz Soares, no início do próximo ano, o Para-Sar também vai reforçar as equipes das unidades de resgate em todo o Brasil. Veja entrevista: