SAÚDE

Força Aérea apoia ação do governo federal em tribos indígenas do Acre

Publicada em: 11/06/2012 10:05
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea

O Acre é o primeiro Estado a receber projeto do governo federal para reduzir a mortalidade infantil e materna na população indígena aldeada, nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) Alto Rio Purus e Alto Rio Juruá. A ação é parte de um plano nacional coordenado pela Casa Civil que instituiu o Comitê de Gestão Integrada das Ações de Atenção à Saúde e Segurança Alimentar dos Povos Indígenas. Até o dia 5 de junho, balanço parcial da ação no Acre mostra que foram realizados 2257 atendimentos, sendo 813 médicos, 468 odontológicos e 948 de enfermagem. O decreto que cria a medida foi assinado, nesta terça-feira (5), pela presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia comemorativa do Dia do Meio Ambiente. Na prática, serão ampliadas as ações de saúde indígena, com foco na atenção básica. Em julho e agosto a ação se expande para DSEIs de outros Estados. O público-alvo são crianças de até 6 anos e mulheres de 10 a 49 anos.

Aeronaves C-99 e C-98 e helicóptero H-1H da Força Aérea Brasileira (FAB) apoiam esse trabalho desde o dia 1º de junho, participando do transporte de equipes médicas e no resgate de pessoas doentes. No dia 7 de junho, um helicóptero do Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV)resgatou uma indígena, com complicações na gravidez, da Aldeia Jatobá para um hospital em Rio Branco.

Outras duas crianças e dois adultos da região de Santa Rosa do Purus também foram removidas em aeronave C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 4 de junho, para Rio Branco. Uma criança de 1 ano da etnia Huni Kui também está internada no Hospital da Criança com quadro de desnutrição, diarreia e desidratação, evoluindo bem. A outra, de 3 anos da etnia Kulina apresenta conjuntivite crônica devido a má formação congênita do conduto lacrimal e desnutrição e está sendo atendida na UPA em Rio Branco. Os adultos, uma mulher da etnia Jaminawa e um homem da etnia Kulina estão na Casa de Saúde do Índio (CASAI) em Rio Branco. A mulher de 27 anos apresenta derrame pleural (líquido na membrana que envolve o pulmão), tem quadro clínico estável e aguarda tomografia do tórax. O homem de 49 anos apresenta leishmaniose mucosa e aguarda tratamento ambulatorial.

AÇÃO NACIONAL – A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) coordenará as ações que contemplarão, até o final do ano, os 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do país considerados selecionados. O restante de toda a rede, que engloba mais 18 DSEIs, também será beneficiada. O Plano está focado em seis áreas de atuação: atenção à saúde, gestão de insumos e logística, recursos humanos, educação em saúde, saneamento ambiental nas aldeias e controle social. Serão priorizadas as ações que contemplem a ampliação de cobertura vacinal, promoção e incentivo ao aleitamento materno, vigilância nutricional e suplementação alimentar para o combate à desnutrição infantil, realização de pré-natais, testes rápidos para diagnóstico de HIV e Sífilis, identificação e monitoramento dos casos de gravidez de alto risco e articulação com a rede municipal e estadual de saúde para atendimento dos casos de média e alta complexidades.

De acordo com o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, os 16 DSEI selecionados concentraram 70% do número absoluto de óbitos em crianças menores de um ano registrados em 2011. “Esses DSEIs apresentam maior risco de mortalidade infantil e concentram maior população indígena em extrema pobreza. Vamos fortalecer as ações para prevenir as mortes que, lamentavelmente, ainda ocorrem por causas evitáveis, como diarréia e desnutrição, garantir o pré-natal às gestantes e acompanhamento daquelas com gravidez de alto risco”, explicou. (Com informações do Ministério da Saúde, do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e do 4º Batalhão de Infantaria de Selva - Exército Brasileiro)