MISSÃO DE PAZ
Atuação do pelotão estendeu-se a bairros carentes de Porto Príncipe
Além da patrulha no bairro de Delmas, campo de desabrigados próximo ao aeroporto de Porto Príncipe, o pelotão da FAB participou de patrulhas de segurança em Cité Soleil, uma das localidades mais carentes da cidade.
“Logo quando chegamos ao Haiti, fomos designados para a Terceira Companhia, junto com militares do Exército. Um dos nossos primeiros desafios foram as eleições no país, em março. Eram quase sete mil pessoas na área do aeroporto e ficamos responsáveis pela proteção das vias de acesso. Foi uma situação tensa, em que víamos pessoas felizes com chegada do ex-presidente, mas o que parecia tranquilo poderia levar a um tumulto, pela quantidade de pessoas”, conta o comandante do Pelotão, Tenente Marcos Vinícius de Oliveira Pereira.
O Sargento Gustavo Freitas acredita que a atuação em Delmas foi fundamental para outras missões, como a segurança em Cité Soleil, região considerada crítica.
“Os outros militares tinham expectativas quanto a nossa atuação, mas soubemos superá-las. O treinamento no Brasil, as regras de engajamento e a integração com a população foram de fundamental importância. Participamos das missões rotineiramente com outras Forças Armadas”, explica.
“Foi uma oportunidade única de entrar em contato com os haitianos e ajudar a minimizar um pouco o sofrimento de uma realidade tão difícil”, recorda o Sargento Gustavo.
Os militares afirmaram que o que facilitou a missão de paz no Haiti é o reconhecimento do contingente brasileiro. Muitas situações foram resolvidas pela intermediação do pelotão junto à população local.
“Os brasileiros são muito queridos, os haitianos reconhecem a nossa farda e, quando a gente passa, eles gritam “Força Aérea”, por causa da presença do Hospital de Campanha (HCamp) durante o terremoto. É um povo muito alegre, mesmo com tantos problemas”, destaca o Cabo Waldomiro Farias.
O Tenente Marcos se recorda dos agradecimentos do Comandante de Companhia durante a despedida do pelotão da Brabatt.
“Não tivemos nenhuma baixa ou incidente. Durante o tempo em que permanecemos em Porto Príncipe, o pelotão da FAB foi o único que alcançou este resultado. As palavras do comandante no final mostraram que fizemos tudo o que podíamos e, o melhor de tudo, fizemos da melhor maneira possível”, finaliza.
Depois da chegada ao Brasil nesta segunda-feira (15/08), na Base Aérea de Recife, os integrantes do pelotão fizeram uma série de exames clínicos e psicológicos para a liberação nesta sexta-feira (19/08). Os militares ficaram alojados no Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR). Na segunda-feira (22/08), eles vão receber uma homenagem durante uma solenidade militar, às 17h, no Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial
de Recife (BINFAE-RF).
"A saudade de casa está grande, mas sei que precisamos fazer estes exames antes de vermos nossas famílias. Temos de estar bem para voltarmos para casa", explica o Soldado Felipe de Mendonça e Silva.