JOGOS MUNDIAIS MILITARES

Veteranos do paraquedismo comparecem às competições

Publicado: 2011-07-21 14:48:00

Antes das competições de formação em queda livre do paraquedismo, um voluntário acerta os últimos detalhes da câmera no capacete e do macacão preto e amarelo no Aeroporto Municipal de Resende (RJ). Este será o salto de número 3.687 do veterano Capitão Médico Luiz Schirmer, do Exército Brasileiro, de 74 anos, sendo 55 dedicados ao esporte. Saiba mais sobre as competições

O Capitão Schirmer trabalha como câmeraman no salto de regulagem, em que os árbitros avaliam as condições climáticas antes das provas. O veterano foi o primeiro campeão brasileiro de paraquedismo, em 1964.

A história com o paraquedismo e as Forças Armadas é longa. O capitão morava nas ruas quando recebeu uma proposta de ingressar na vida militar. Começou como soldado e aprendeu a ler e escrever aos 16 anos, no curso primário da Vila Militar (RJ). Quando chegou ao posto de cabo, já tinha o segundo grau completo. Galgou mais postos e resolveu fazer vestibular para Medicina quando era subtenente. Quando se formou, continuou na carreira, ao fazer o concurso para a Escola de Saúde.

"As Forças Armadas me deram uma nova perspectiva de vida. O diploma de cabo foi o que eu mais valorizei, mais que o de Medicina. Eu aprendi muita coisa nestes anos todos de vida militar: hierarquia, disciplina e amor pela vida e tive o apoio da minha esposa, Eliana Schirmer, para seguir a carreira depois de formado", conta o capitão veterano.

O contato com o paraquedismo veio quando era sargento e fez o curso de Forças Especiais, em que os alunos tinham de realizar o salto livre. O Capitão Schirmer representou o Brasil em quatro campeonatos mundiais de paraquedismo. Ano passado fez um salto livre próximo às Cordilheiras dos Andes, na cidade de Mellipilla, no Chile. O prêmio por ter vencido o desafio está no capacete: as quatro penas de condor que se agitam em cada descida.

"Quando eu fizer uns 90 anos eu acho que eu paro. Para ser paraquedista o atleta tem de gostar de saltar e acima de tudo, ter disciplina", explica.

Celeiro de veteranos

Os bastidores das provas de paraquedismo no Aeroporto de Resende estão sempre repletos de veteranos do salto, das Forças Armadas ou do Aeroclube da cidade, que fica ao lado do aeródromo. Entre estes pioneiros, está o Capitão Eduardo Gurgel,de 76 anos, veterano da Brigada Paraquedista. Ele soma 51 anos no esporte e 2035 saltos realizados.

O Capitão Gurgel pratica o esporte como civil desde 1975, no Aeroclube de Resende, e estava na área de competição para realizar o seu próximo salto. Ele mesmo regula os equipamentos e explica que o paraquedista tem de pensar em segurança. Por isso, os equipamentos são adequados ao tipo de salto e a idade do atleta.

"Este é o esporte mais fascinante que existe. Dá um pouco de medo no primeiro salto, mas depois você vai desafiando os seus limites. Pensei em parar, mas depois que eu vi um norte-americano saltando aos 70 anos eu resolvi continuar. Agora ele já está com 80 anos e ainda não parou", conta, entusiasmado.