Alunos do Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais visitam I COMAR
Um grupo de 45 oficiais do Curso de Política e Estratégia Aerospaciais (CPEA) da Escola de Comando e Estado-Maior da Força Aérea Brasileira (ECEMAR) estiveram em visita a Belém, no último dia 10, para conhecerem as estratégias de defesa da Região Norte do Brasil.
O objetivo do curso é aprimorar e preparar os oficiais superiores para a condução da Força Aérea Brasileira através de altos estudos estratégicos e visitas práticas por todo o País. Por ser a região amazônica uma área de extrema importância geopolítica mundial, este evento é considerado ponto alto por apresentar, de forma explícita, as singularidades do cumprimento da missão de garantir a soberania do Brasil na maior floresta do planeta, de acordo com as diretrizes de interoperabilidade entre as três Forças previstas na Estratégia Nacional de Defesa.
A programação incluiu palestras seguidas de debates com os Comandantes do I COMAR, Major-Brigadeiro-do-Ar Odil Martuchelli Ferreira; da 8ª Divisão de Exército/8ª Região Militar, General de Divisão Carlos Alberto de Souza Peixoto; e o Chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval, Capitão-de-Mar-e-Guerra João Carlos Gomes Duarte. O Major-Brigadeiro-do-Ar Odil Martuchelli Ferreira discorreu sobre o histórico, aspectos regionais e o trabalho desenvolvido pelo I COMAR e as Unidades sediadas na região, enfatizando a logística utilizada pela FAB para garantir a soberania do espaço aéreo do país, bem como as ações cívico-sociais e de apoio à comunidade carente.
O Exército Brasileiro focou sua apresentação na realidade da Amazônia Oriental, como o grande vazio demográfico, a extensa linha de fronteira, as imensas riquezas naturais, as reservas florestais, os fatores sócio-econômicos, as questões indígenas, os movimentos sociais e as adversidades da hiléia. A Marinha do Brasil ressaltou sua tarefa de executar operações navais, fluviais e de fuzileiros navais para controlar as atividades relacionadas à segurança da navegação costeira, supervisão de atividades de patrulha, polícia naval, socorro e salvamento marítimo nos estados do Amapá, Pará, Maranhão e Piauí, área que representa cerca de 23% do território nacional.
COMARA
Encerrando o ciclo de palestras, a comitiva foi apresentada à Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), instituição que há 53 anos é a responsável por projetar, construir e equipar aeroportos, pistas e demais edificações na Região Amazônica e demais localidades do país no interesse do Comando da Aeronáutica.
Sobre a visita à sede da Comissão, o Comandante da ECEMAR, Brigadeiro-do-Ar Stefan Egon Gracza, considera um momento importante dentro do conteúdo programático do curso, visto que a unidade possui um papel marcante na ocupação e integração da região. “A COMARA é responsável pela construção de pistas, residências, instalações e demais obras que possibilitaram a ocupação do nosso território e a proteção das nossas mais distantes fronteiras. Poder ir ver, in loco, estas ações possibilita uma interação maior dos alunos com o trabalho executado pela Comissão, que é uma Organização Militar com características tão diferenciadas dentro da Força Aérea, empregando desde balsas e empurradores até veículos de transporte aéreo e terrestre”, explica.
Além da visita às instalações da sede, os alunos conheceram também o Porto Fluvial Brucutu, que passa por uma readequação para atender ao aumento da demanda de reforma e construção de balsas e empurradores. Esses equipamentos são responsáveis pelo transporte dos insumos necessários para a execução das obras realizadas nos 24 canteiros em que a COMARA tem atuação, sendo as embarcações o único meio de transporte em toda a região. Por ano, chegam a ser transportados cerca de 40 mil toneladas em material e equipamentos nas 14 balsas e 9 empurradores da Comissão. Segundo o Coronel de Artilharia do Exército Brasileiro, Júlio César Natividade, “é muito gratificante saber que a Força Aérea desenvolve um sério trabalho no ramo de embarcações e engenharia naval para cumprir o seu dever de construir aeródromos nos mais distantes locais da Floresta Amazônica”, disse.
A comitiva continua sua viagem pela Amazônia seguindo para Manaus, onde os seus integrantes poderão conhecer um pouco mais sobre as especificidades da área do Sétimo Comando Aéreo Regional (COMAR VII).