FAB transporta 49 índios na Região Amazônica
Um grupo de 49 índios das etnias Tiriyó e Kaxuyana foi transportado, na última quarta-feira, dia 18, pela Força Aérea Brasileira. Eles aguardavam uma oportunidade de voltar para casa, no Parque Indígena do Tumucumaque, após realizar tratamento de saúde em Macapá.
Os cerca de 2.300 índios residentes na área contígua do Parque de Tumucumaque e Rio Paro D’Este estão sem cobertura aérea, contando somente com a ajuda da FAB que opera na pista de Tiriós, no município de Óbidos, cujo aeródromo é conservado pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica – COMARA.
O Parque do Tumucumaque é a maior unidade de conservação do mundo. Com 4,4 milhões de hectares, abrange uma vasta região que se distribui pela fronteira norte do Brasil, no Estado do Amapá, além de uma pequena porção do Estado do Pará, na margem direita do rio Jari, onde fica a pista de pouso e decolagens de Tiriós
Segundo o Administrador Executivo Regional da FUNAI de Macapá, Frederico de Miranda Oliveira, o apoio que a Força Aérea vem dando desde os anos 60 é fundamental para a manutenção da presença do Estado na região e para a manutenção e preservação da cultura indígena. “A FAB sempre nos ajudou transportando cargas e passageiros para os mais diversos fins. Esta missão agora foi um exemplo disso. Tínhamos muitos índios idosos que precisavam voltar para casa bem como outros que precisavam ir a Macapá e não tínham como fazê-lo. Os índios estão tão isolados que a dificuldade de transporte para tratamento de saúde e questões sociais fica prejudicada" disse. Nessa missão, 35 indígenas foram de Macapá para Tiriós e 14 foram de Tiriós para Macapá.
Frederico explica que grande parte dos índios aposentados tem os cartões de aposentadoria bloqueados, pois não conseguem se apresentar no INSS dentro do prazo previsto, que é a cada três meses. Isso causa muitos problemas. Sem falar nas doenças como malária e febre amarela, que grassa a vida de muitos deles”, desabafa.
Para o Tenente-Coronel -Aviador João Carlos Gonçalves de Sousa, que coordenou a missão, este trabalho dignifica cada vez mais o papel da Força Aérea Brasileira, pois matem vivo o ideal daqueles que deram a vida para integrar a região Norte ao resto do país, mantendo em sua história uma vasta gama de apoio ao povo amazônida e à presença do Estado em todo o território brasileiro.