Instalação de balizamento noturno em Eirunepé salva vida de acidentado
O preparo da Força Aérea Brasileira (FAB) permitiu o salvamento de mais uma vida no interior da Amazônia. No último dia 19 de agosto, por volta das 18h, em Eirunepé (AM), o 3S Josué dos Santos Rocha, do efetivo do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Manaus (BINFAE-MN) sofreu um acidente e teve um traumatismo crânio-encefálico. Levado ao hospital local, foi constatada a gravidade do caso e a necessidade de realizar uma evacuação aeromédica (EVAM) para transferi-lo à UTI do Hospital de Aeronáutica de Manaus. Graças às recentes obras de balizamento da pista, realizada pela FAB, foi possível a operação noturna de resgate da vítima, que passa bem.
Segundo o comandante da aeronave C-97 Brasília do 7º ETA (Esquadrão Cobra), Tenente-Aviador Reinaldo Alves da Silva, a operação noturna necessita do balizamento, sem o qual é impossível pousar com segurança. “Nunca tínhamos decolado de Eirunepé à noite. Com a nova sinalização, pudemos salvar uma vida”, ressalta.
As obras foram realizadas pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica – COMARA, que vem trabalhando no aeródromo de Eirunepé desde 2001 para o desenvolvimento estratégico de uma futura Base Aérea de Desdobramento no apoio ao Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM).
No aeroporto de Eirunepé, obras de infra-estrutura já estão prontas, como ampliação da pista, táxi, pátio, sessão de contra-incêndio, sinalização luminosa horizontal, dentre outras. Atualmente, está sendo construída a nave central do hangar que abrigará as aeronaves R-99, C-105 Amazonas e C-130 Hércules. A partir de agora, Eirunepé é o único município da região que conta com balizamento noturno, que será homologado em breve.
Eirunepé é uma cidade pequena, situada na mesorregião do sudoeste amazonense, com uma população de aproximadamente 30 mil habitantes. Localizada a 1.100 Km em linha reta de Manaus e a 3.193 Km por via fluvial, a cidade padece de grande ausência de meios de transporte e de comunicação. Só para se ter uma idéia, lá não tem celulares, 90% dos telefones públicos não funcionam e todos os insumos chegam via aérea ou fluvial.
Para o Vice-Presidente da COMARA, Coronel Aviador José Carlos Silva, ter contribuído de alguma forma para o desenvolvimento da região e salvaguarda da vida humana é motivo de orgulho. “Dentre tantos desafios da comissão, como equilibrar desenvolvimento e preservação ambiental, coordenar questões indígenas, vencer doenças, adversidades climáticas, transportar materiais, garantir o bem-estar e conforto do homem nos mais distantes rincões da Amazônia, ver um trabalho concluído, sem o qual não teríamos como resgatar o militar acidentado tempestivamente, nos faz convicto do papel da Força Aérea Brasileira e da nossa nobre missão em prol do país e de seus cidadãos”, conclui.