RISCO BALOEIRO
Soltar balões é crime e pode ocasionar problemas para a aviação
No Brasil, a ocorrência de balões de ar quente não tripulados (balões juninos) aumenta nos meses de maio, junho e julho. São Paulo e Rio de Janeiro são os Estados brasileiros que lideram o ranking nessa época do ano. Apenas no Aeroporto de Guarulhos (SP), por exemplo, foram feitos 73 reportes entre maio e julho de 2019.
Dependendo da massa do balão e da velocidade da aeronave, o impacto da colisão pode chegar a 250 toneladas. Um balão de 15 quilos, por exemplo, considerado pequeno, ao colidir contra um avião que esteja voando a cerca de 300 km/h causa um impacto de três toneladas e meia.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), o perigo aumenta quando as condições meteorológicas não permitem o avistamento e, consequentemente, impedem o desvio que pode ser feito a tempo pelo piloto. “Não existe balão seguro: mesmo os balões mais simples têm uma estrutura que provoca danos às aeronaves caso ocorra uma colisão. Em outras palavras, qualquer objeto que voa sem controle dentro de um espaço aéreo utilizado por aeronaves oferece risco à navegação aérea”, destaca o Chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior.
A colisão contra balões pode provocar a degradação de sistemas vitais para a aeronavegabilidade, como a obstrução do tubo de pitot, ocasionando, entre outras consequências, a perda da indicação de velocidade da aeronave. Outro risco é a possibilidade de sucção do objeto pelo motor, provocando a sua parada durante o voo ou, ainda, a necessidade de o piloto realizar uma manobra brusca, para desviar do balão, podendo colocar a aeronave em uma situação de risco ou ocasionar algum dano estrutural.
Alerta
Soltar balões livres não tripulados sem a devida autorização e coordenação é crime, que pode ser enquadrado tanto no Art. 261 do Código Penal Brasileiro, por colocar em risco a segurança do tráfego aéreo, quanto na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal no 9605/98), que prevê multa e pena de até três anos de prisão.