OPERAÇÃO ACOLHIDA

Profissionais de saúde da FAB relatam experiência com imigrantes venezuelanos

Publicado: 2019-01-30 17:00:00
Hospital Central de Aeronáutica, do Rio, já enviou nove militares

Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) estão atuando em diversas frentes na Operação Acolhida. Além da interiorização dos imigrantes, realizada por aeronaves de transporte da instituição, e da confecção e distribuição de refeições em abrigos da capital roraimense, feita pelo Grupamento de Apoio de Boa Vista (GAP-BV), militares da área de saúde também têm colaborado com a força-tarefa. 

Só o Hospital Central da Aeronáutica (HCA), do Rio de Janeiro (RJ), enviou para Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR) nove profissionais de saúde desde o início da operação, em março de 2018, e, atualmente, integra o contingente uma médica pediatra do efetivo. Cada militar fica em torno de 35 a 40 dias prestando serviço em prol dos imigrantes.

A Tenente Nutricionista Maria Clara de Amorim Silva participou do oitavo contingente da Operação Acolhida. Ela afirma que foi uma experiência pessoal e profissional muito gratificante. "Conheci pessoas que deixaram suas vidas para trás, suas famílias e tudo o que construíram durante a vida. A maioria chega apenas com a roupa do corpo, e muitos têm história de perda de algum familiar no meio da caminhada para o Brasil. Foram dias muito ricos, de trabalho intenso, em benefício exclusivo dos imigrantes, onde tive a oportunidade de ajudar a quem precisa, doando um pouco de carinho, atenção e cuidado, e pude conhecer pessoas incríveis, com histórias de vida mais variadas que me ensinaram que precisamos de pouco para sermos felizes. Ganhei muito mais do que consegui dar e me tornei uma pessoa melhor”, disse.

Já o Capitão Médico Juliano Deckert, ginecologista do HCA, explicou que o clima nos abrigos é de tranquilidade e que impera o bom relacionamento entre os militares e os imigrantes. "Não foram constatadas doenças muito graves, mas sim doenças de carácter básico, que traduzem a forma sofrida de como essas pessoas estavam sendo tratadas anteriormente. Carências nutricionais, doenças infectocontagiosas de pele e verminoses foram o que mais encontramos entre adultos e crianças. Enfim, uma grande experiência e satisfação em participar dessa missão”, finalizou o Capitão Juliano.

O cuidado no trato às pessoas começa desde a entrada do imigrante oriundo da Venezuela no Brasil. No município de Pacaraima, foi construído um Posto de Recepção e Identificação, onde são realizados atendimentos de identificação da nacionalidade, emissão do cartão de entrada e saída – para os estrangeiros que não possuem passaporte – e cadastramento, realizado pela Polícia Federal.

Operação Acolhida

Trata-se de um instrumento de ação do Estado Brasileiro, destinado a apoiar, com pessoal, material e instalações, a organização das atividades necessárias ao acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, decorrente do fluxo migratório para o Estado de Roraima.