O INVERNO CHEGOU

Estação traz desafios às missões de voo na Antártica

Publicado: 2015-06-22 11:47:00
Equipes da FAB, a bordo de cargueiros C-130 Hércules, levam suprimentos e realizam transporte de pessoas para o Programa Antártico Brasileiro

  Sargento Johnson / Agência Força AéreaÀs 13h38min do domingo (21/06), começou o inverno no Hemisfério Sul. As regiões mais frias do Brasil, localizadas ao sul do país, registram temperaturas mínimas em torno de zero grau. Já no continente Antártico, onde pesquisadores brasileiros realizam estudos científicos, chega-se a uma média de -30º a -60ºC. É para este local que tripulações do Esquadrão Gordo (1º/1º GT) realizam dez voos ao ano, com a missão de apoiar o Programa Antártico Brasileiro, por meio do transporte de pessoas e mantimentos.

Segundo explica um dos pilotos de C-130 Hércules, Capitão André Faleiros, as condições de voo são complexas, assim como o pouso, pois há uma grande incidência de nevoeiro, vento forte e as manobras são visuais. “A neve acumulada nas laterais da pista chega a três metros de altura; a gente pousa praticamente num túnel”, compara o aviador. Para se ter uma ideia, da ponta de uma asa a outra, o avião mede 40m, e a largura da pista é de 39m. O comprimento da pista, 1.290m, também é considerado pequeno em relação à capacidade de carga do C-130: 19 toneladas.

O meteorologista chileno Jorge Prudant, que há 20 anos monitora as mudanças do clima, explica que a camada de neve que cobre a pista, acima da placa de gelo, precisa ficar entre três e 10cm. “Se tiver muita neve, o avião pode quebrar o trem de pouso, que é a base da aterrissagem. Se for menos, o gelo diminui a ação de frenagem e pode ser que caia no mar”, detalha.   Sargento Johnson / Agência Força Aérea

Do local onde acontece o pouso do cargueiro até a base brasileira, onde ficam os cientistas do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), é necessário deslocamento de navio ou helicóptero. No inverno, porém, a água no entorno da península congela, impedindo o acesso. Durante a estação, o ressuprimento é feito pela tripulação do Hércules, que libera a carga de paraquedas sobre o local, enquanto o piloto realiza uma passagem rasa. “Eu não vou mentir. Ainda sinto um frio na barriga”, relata o piloto Major Cláudio Garcia.

Para conhecer melhor a missão da FAB no continente Antártico, veja nossos álbuns no Flickr 

Assista o FAB em Ação sobre os desafios do voo antártico: