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FAB leva atendimento de saúde a tribos indígenas no Amapá

Publicado: 2008-08-29 09:56:00

O Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira, montado na Operação Turé em Oiapoque (AP), deslocou uma equipe de saúde para atender os povos indígenas localizados em regiões de difícil acesso. Na última quarta-feira, 27, militares foram para a aldeia Kumenê, situada ao longo do rio Urukaua, na bacia do rio Uaca, transportados pelo helicóptero H-1H, do 1/8° Grupo de Aviação Aérea. No dia 28, será a vez da tribo Komarumã.

Para receberem o atendimento médico, o Pólo Base de Kumenê concentrou índios das aldeias Amomi, Flexa, Kamuyawa, Kumenê, Mangue I e II, Pywityket, Tawary, Urubu e Yanawa, que se deslocaram por meio de barcos, canoas e mesmo a pé para receberem os cuidados dos militares da FAB.

Em apenas um dia, foram realizados 132 atendimentos nas clínicas médica, odontológica e pediátrica, 77 procedimentos médicos, como aferição de pressão, aplicação de injeções e testes antropométricos, e a distribuição de 812 medicamentos unitários, divididos em 38 especialidades. Durante a operação, foi realizada uma Missão de Misericórdia (MMI), com a transferência de duas crianças com hérnia inguinal e umbilical, respectivamente, e um homem com suspeita de metástase.

Para o cacique Zildo Feliz o esforço da FAB é fundamental para a manutenção da vida na aldeia. “Aqui, ficamos isolados. Quando alguém precisa de cuidados médicos, enfrentamos 5h de barco ou 24h de canoa para chegarmos a Oiapoque. E lá o atendimento também é deficiente. Se não fossem vocês, o Cláudio morreria a qualquer momento”, desabafou. Segundo a Tenente Médica Evanilda Lins Martins, o quadro do índio Cláudio Ioiô é grave. “Ele perdeu 20kg em um ano e apresenta drenagem de secreção no orifício de colocação da válvula ventricular. Como relatou ter operado um tumor na cabeça, não descartamos a possibilidade de metástase, o que será avaliado”, explicou. 

Chegando em Oiapoque, um C-95 já estava preparado para levar o paciente para Macapá, demonstrando toda a operacionalidade da missão, que promove a saúde por meio de um exercício de guerra.

Embora assustados com o barulho e a imponência da aeronave, no primeiro momento os índios estavam arredios com a movimentação dos militares, desembarcando materiais e medicamentos. Mas aos poucos, foram ganhando a confiança da equipe de saúde, se tornando amistosos e gentis. No final da missão, todos se confraternizaram e posaram para uma foto junto à aeronave e os pilotos.

Nesta quarta-feira, em Oiapoque, foram realizados 371 atendimentos clínicos, 39 procedimentos cirúrgicos, duas transferências e 267 exames complementares.