ANTÁRTICA
Avião da FAB chega ao Brasil com os corpos dos militares mortos em estação brasileira
Um avião C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou hoje (28/2) ao Brasil os corpos dos militares da Marinha, Suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e 1º. Sargento Roberto Lopes dos Santos, mortos no incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, na Antártica.
O desembarque aconteceu na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, por volta das 8h50. Um dia antes, outro avião da FAB, do Esquadrão Gordo (1º/1º GAV), unidade de transporte que apoia o programa Antártico, chegou ao Brasil com o grupo de 45 brasileiros que estavam na Estação Comandante Ferraz.
O Vice-Presidente da República, Michel Temer, o Ministro da Defesa, Celso Amorim, o Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito, e o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto, entre outras autoridades, participaram da cerimônia de homenagem aos militares mortos no combate ao incêndio que destruiur cerca de 70% da estação brasileira.
Os dois militares foram promovidos ao posto de Segundo Tenente e admitidos na Ordem do Mérito da Defesa, grau Cavaleiro, pela presidenta Dilma Roussef. O Comandante da Marinha concedeu a “Medalha Naval de Serviços Distintos” em decorrência dos atos de bravura realizados na Antártica.
PRESIDÊNCIA - Em entrevista coletiva, no Recife, a Presidenta da República, Dilma Rousseff, disse que os dois militares tiveram uma atuação "extremamente heroica".
"Os dois sargentos foram... tiveram uma... eu vou dizer para vocês, tiveram uma atuação extremamente heroica. Eles não titubearam em arriscar suas vidas para salvar as pessoas que estavam ali na Estação Comandante Ferraz. Vejam vocês que é uma situação complicadíssima, porque a Estação Comandante Ferraz está submetida a extremos de temperatura. Então, naquela hora da madrugada, quando irrompeu o incêndio, a temperatura era muito baixa, e como a gente, a gente até é contraintuitivo. A gente pensa que lá é um lugar cheio de água. Lá é um lugar extremamente seco. Então, com muita dificuldade para debelar um incêndio. Então, os dois sargentos foram, eu acho que foram dois heróis brasileiros. Isso explica o fato de que tanto a medalha da Defesa quanto da Marinha foi atribuída a eles post mortem. É um reconhecimento do país a esses heróis e é importante que a gente reconheça esse fato, acho até para as famílias. Um deles, inclusive, estava para se aposentar, estava no final da atividade profissional dele ali na região. Então, para o Brasil, eu acho que é um momento de perda e um momento em que nós percebemos que este é um país formado de heróis anônimos, de pessoas que passam, que sacrificam a sua vida para salvar a vida de outros, e acho que também lá naquele lugar, tanto o pessoal militar quanto o pessoal civil, os pesquisadores, foram muito fortes, no sentido de que enfrentaram uma adversidade muito grande que, às vezes, a gente não tem aqui noção exata do tamanho da dificuldade que foi enfrentada lá". Ouça a entrevista