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DEFESA AÉREA & NAVAL


EXOP Tápio 2020 – Cenários de guerra durante exercício simulado


Luiz Padilha | Publicada em 22/08/2020 19:08

A Força Aérea Brasileira (FAB) está realizando o Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio), durante o período de 10 de agosto à 04 de setembro. O exercício foi dividido em 2 etapas, onde a primeira ocorreu no período de 10 a 14 de agosto no Campo de Provas Brigadeiro Velloso em Cachimbo no Pará e a segunda que se encontra em andamento, de 17 à 04 de setembro na Ala 5 (Base Aérea de Campo Grande – MS).

Esta é a terceira edição do EXOP Tápio, um exercício que simula cenários de guerra irregular, assimétrica, regional e limitada, para adestrar adequadamente as Unidades Aéreas e de Infantaria do COMPREP (Comando de Preparo).

O exercício mantém a qualificação e a capacitação operacional dos meios para poderem enfrentar desafios como o combate ao incêndio no Pantanal, a Operação Verde-Brasil 2 e a Operação Covid-19 que se encontram em andamento. Mas além dessas, os meios através do adestramento, efetuam transporte logístico, resgate de enfermos em regiões longinquas e também a bordo de navios.

As tripulações das aeronaves C-130M e H-60L Black Hawk estão atuando por exemplo no combate aos incêndios no Pantanal, onde o C-130M com o sistema de combate a incêndio MAFFS, consegue despejar até 12.000 litros de água nos focos de incêndio e os helicopteros H-60L se encarregam de levar e buscar os brigadistas que do chão tentam conter as chamas.

No caso da Operação Covid-19, uma operação do Ministério da Defesa, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), coordena as ações logísticas de transporte de profissionais e materiais de saúde para diferentes localidades no Brasil.

Um dos pontos fortes do EXOP Tápio é trabalhar a interoperabilidade entre a Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas, simulando situações reais de emprego, onde o adestramento doutrinário das tripulações visa a verificar as limitações de segurança dentro da realidade.

Para se ter uma ideia da magnitude do EXOP Tápio 2020, na primeira fase foram engajados os Esquadrões: 1º/1º GT (Gordo); 1º/9º GAv (Arara); 1º/15º GAv (Onça); 7º/8º GAv (Harpia) e 6º ETA (Guará).

Já na segunda fase que se encontra em adamento, temos os Esquadrões: 1º/10º GAv (Poker); 2º/8° GAv (Poti); Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARASAR); 2º/10º GAv (Pelicano); 1° GDAAE (Grupo de Defesa AntiAérea); 1º/15º GAv (Onça) além de um dos Esquadrões de A-29 Super Tucano (foi solicitado que não fosse divulgado nem o esquadrão nem o nome dos pilotos).

Média Day

No dia 21 de agosto a FAB realizou o Media Day na Base Aérea de Campo Grande-MS, e o dia começou cedo para o pessoal que saiu da Base Aérea de Brasília para a Base Aérea de campo Grande-MS. O horário de apresentação foi as 5 da manhã e após o rápido embarque a bordo do C-97 Brasília, a aeronave decolou as 6:30h para um voo de aproximadamente 2 horas.

Ao desembarcarmos na Ala 5 a imprensa foi conduzida para uma área onde foi possível ver o cuidado que as equipes vem dispensando em relação a Covid 19. Todos tiveram a temperatura medida, receberam alcool em gel nas mãos e tiveram as mochilas higienizadas pelo pessoal da Ala 5.

Brigadeiro do Ar Luiz Cláudio MACEDO Santos (Diretor do Exercício e Comandante da Ala 5), deu as boas vindas a todos e em seguida fez uma apresentação sobre o andamento  do exercício, como pode ser visto no vídeo abaixo:

Na sequência dos eventos, a imprensa foi convidada para ir ao pátio das aeronaves onde foram realizadas fotos das aeronaves que estavam indo para as missões e outras que estavam retornando.

Em conversa com o Tenente Coronel Márcio André Almeida Coutinho, comandante do 2º/8º GAv (Esquadrão POTI) ele mencionou que este ano foi comemorado 10 anos da incorporação do AH-2 Sabre. Perguntado sobre o aprendizado e os benefícios que tal incremento havia possibilitado, o comandante mencionou que a aeronave veio suprir uma lacuna até então existente na Força Aérea e tem possibilitado a realização de várias missões com recursos e capacidades até então não disponibilizadas. Com o AH-2 Sabre a Força Aérea pode realizar missões de ataque, escolta armada e inclusive defesa aérea, tendo sido plenamente utilizada pela unidade no cumprimento de suas atividades.

No EXOP Tápio, o esquadrão vem sendo empregado em missões de escolta armada nas missões C-SAR, também atuando em missões de apoio aéreo aproximado em ações combinadas com os guias aéreos avançados que operam em solo, tanto durante o dia como no período noturno.

Apesar de não podermos mencionar qual Esquadrão de A-29 Super Tucano que estava presente, foi possível gravar uma breve entrevista com um dos pilotos que estava a caminho de mais uma missão.

Havia um A-29 preparado com toda a gama de armamento que o mesmo pode utilizar. As aeronaves começavam a sair para cumprir suas missões e dois A-29B rapidamente taxiavam enquanto eram gravadas as entrevistas.

Tenente-Coronel AGNALDO dos Santos, comandante do 1°/10° GAV (Esquadrão Poker) também falou para o Defesa Aérea & Naval (DAN), sobre a participação de seu esquadrão no EXOP Tápio.

Duas aeronaves A-1M estavam presentes e voaram durante nossa estada na BACG. O A-1AM 5523 e o A-1BM 5652 estavam equipados com pods de reconhecimento Litening III da Rafael, utilizados há bastante tempo pela FAB.

Uma enorme movimentação de aeronaves começou a ocorrer com aeronaves H-60L Black hawk e H225M Caracal decolando para suas missões, com o pessoal da Infantaria da FAB a bordo, C-95 Bandeirante, C-105 Amazonas, os novos SC-105 SAR, um Embraer E-99, além de podermos observar um R-35AM Lear Jet e um C-97 do IPEV presentes na BACG.

Para a proteção de todo o pessoal envolvido no EXOP Tápio 2020, a Ala 5 estava preparada para conter o Covid-19 através de diferentes procedimentos de higiene. Um exemplo é que todos da imprensa só poderiam participar do Média Day mediante a apresentação de exame recente para Covid-19.

Caso algum militar com suspeita de ter contraido o vírus, o mesmo será inicialmente levado para uma ala de isolamento na base. Caso haja a confirmação do contagio, o mesmo será encaminhado para o sistema de Saúde de Campo Grande. A BACG estava preparada também com uma aeronave de prontidão equipada com as macas ISOVAC para a necessidade de uma evacuação aeromédica de emergência tanto para Unidades Médicas no Estado de Mato Grosso do Sul como para outros Estados.

Mas as aeronaves também passam por uma higienização completa voo pós voo como explicou a 1º Tenente JECIANE Ribeiro de Lima Victorio do 1°/15° GAV (Esquadrão Onça) no vídeo abaixo:

O Exercício também serve para o adestramento do pessoal do 1° GDAAE – Grupo de Defesa AntiAérea, que conta com o míssil antiaéreo IGLA para a defesa da BACG.

Outra atividade importante do EXOP Tápio é a participação do Batalhão de Infantaria da FAB que tanto realiza a defesa da base aérea como também participa da apreensão de tripulantes de voo ilícitos que são interceptados pelos aviões da FAB e trazidos para pouso em aeródromos da FAB. Assista a entrevista com um Major do Batalhão de Infantaria na BACG durante o EXOP Tápio.

Após essa entrevista, os profissionais de imprensa se dirigiram para o embarque no C-97 do 7º ETA (Esquadrão Cobra) para o regresso a Brasília, finalizando assim o Média Day do Exercício Operacional Tápio 2020.

OUTRAS MÍDIAS


TECNOLOGIA E DEFESA - TAPIO – A FAB no combate da guerra irregular

Conhecer de perto um dos três principais exercícios anuais da FAB em meio a pandemia do COVID-19 proporciona uma visão clara dos esforços de uma Força Aérea atuante e que não para.

João Paulo Moralez | Publicada em 23/08/2020 05:39

Na mitologia finlandesa, Tapio representa o Deus das florestas, da caça e mestre dos espíritos. Na Força Aérea Brasileira (FAB), trata-se de um dos três maiores exercícios operacionais que acontecem todos os anos empregando diferentes modelos de aviões e helicópteros, em ações conjuntas, coordenadas e complementares umas as outras.

É o momento em que unidades aéreas e organizações militares, de várias localidades do país, podem operar de forma integrada, compartilhando experiências, reforçando o adestramento conjunto e evoluindo a doutrina.

Sendo a terceira edição de um exercício do Comando de Preparo (COMPREP), o foco é a atuação da FAB no contexto de uma guerra irregular, limitada, assimétrica e no âmbito regional.

O exercício é dividido em duas etapas. Em Cachimbo, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso, de 10 a 14 de agosto, com o 1º/1º Grupo de Transporte empregando dois C-130 Hercules; o 1º/9º GAV com um C-105 Amazonas; o 1º/15º GAV com um C-105 Amazonas; o 6º ETA com um U-100 (Embraer Phenom 100) e o 7º/8º GAV com um UH-60L Black Hawk. Essas unidades desempenharam missões de infiltração aérea, transporte aerologístico, formatura tática, lançamento de cargas, instrução de novos alunos e voos SAR (busca e salvamento).

Em Campo Grande, na Ala 5, de 17 de agosto a 4 de setembro, passou a envolver as demais unidades aéreas e outras tarefas como a de ataque, policiamento do espaço aéreo, resgate de piloto abatido além das linhas inimigas (C-SAR), SAR, escolta aérea, ações com Forças Especiais, guiamento aéreo avançado, reconhecimento para controle de danos ao inimigo e outros. Além disso estão sendo realizadas missões do tipo “pacote”, em que aeronaves de diferentes tipos decolam e atuam simultaneamente para atingir um mesmo objetivo. Enquanto algumas vão realizar o ataque, outras fazem o seu guiamento, a escolta, o controle do espaço aéreo e a interferência nos sistemas de defesa do inimigo, por exemplo.

Além das unidades mencionadas anteriormente, na segunda fase participam os esquadrões 1º/3º GAV, 2º/3º GAV e 3º/3º GAV com o Super Tucano; 1º/10º GAV e 3º/10º GAV com o AMX A-1; 1º/8º GAV, 3º/8º GAV e 5º/8º com H-36; o 2º/8º GAV com o Mi-35M; o 1º/6º GAV com o R-35AM; o 2º/6º GAV com o E-99 e R-99, o 2º/10º com o UH-60L e o C-105 Amazonas SAR; 1º, 2º, 3º e 5º ETA com o C-95M Bandeirante; o PARA-SAR e o 1º Grupo de Defesa Antiaérea.

Houve ainda a participação de 300 militares do Exército Brasileiro e 45 da Marinha do Brasil.

“Necessidade de a Força Aérea não parar”

A frase do diretor do exercício, Brigadeiro do Ar Luiz Claudio Macedo Santos reflete a realidade. É inegável que a pandemia do COVID-19 afetou a população mundial e os militares não ficaram isentos disso. Mas, gradativamente, é preciso voltar a uma situação de normalidade até que uma solução definitiva seja encontrada para essa doença.

Entretanto, a manutenção mínima do adestramento deve ser mantida tendo em vista que, a interrupção desse preparo causa, posteriormente, uma série de efeitos catastróficos.

Nas duas edições anteriores (2018 e 2019) a Tapio foi realizada no mês de maio, também em Campo Grande e esse atraso na realização da Tapio de 2020 mostra o preparo dos protocolos e medidas de seguranças envolvidas para minimizar a contaminação do vírus entre os envolvidos.

Comparando número anteriores, a quantidade de aviões e militares se manteve praticamente a mesma. Em 2018 o contingente envolvido foi de 700 militares e em 2020 em torno de 600, ou seja, muito equivalente. O número de aeronaves participantes ficou na média do exercício, aproximadamente 50 aviões e helicópteros.

Mas é claro que agora o cenário é outro. Distanciamento social, uso de máscaras, álcool em gel e dezenas de outras ações de sanitização são feitas das salas até no cockpit dos aviões.

Nas próximas matérias iremos detalhar melhor cada uma dessas atividades. Uma delas foi a testagem antes, durante e ao final do exercício, como forma de identificar casos de militares com COVID-19. Dos cinco suspeitos, dois foram descartados e três acabaram sendo afastados das atividades.