NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


"Gravíssimo", diz FHC sobre denúncia de Temer

País caminha para uma situação inédita e muito séria, segundo o ex-presidente

Adriana Ferraz |

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ressaltou na manhã desta sexta-feira, 23, que o País caminha para uma situação inédita e muito séria: a de ter um presidente da República denunciado por corrupção.

"O procurador-geral da República, baseado em uma investigação da Polícia Federal, que é submetida à Presidência, se dispõe a mover uma ação contra o presidente. E por corrupção. Isso nunca houve", disse o tucano durante palestra em São Paulo. "Se por um lado isso é sinal de que as instituições estão independentes, por outro lado, é gravíssimo."

Ao falar sobre a chance do presidente Michel Temer (PMDB) ser denunciado pelo procurador-geral Rodrigo Janot, FHC lembrou os últimos dias de Getúlio Vargas.

"Quando Getúlio Vargas era presidente, em um tempo em que os militares estavam muito assanhados, existia a chamada "República do Galeão", formada pelo pessoal da Aeronáutica que fazia inquéritos militares. Um dia, chamaram o irmão do Getúlio, Benjamin Vargas. Pouco depois, Getúlio se matou porque descobriu que o irmão estava metido em confusões junto com o chefe de sua guarda pessoal. Era grave", disse o ex-presidente, que acrescentou: "Não estou dizendo que o Temer se mate, claro, prefiro outra coisa".

A "outra coisa", segundo FHC, é a antecipação das eleições por determinação do próprio Temer. "Ele podia chamar as forças políticas e antecipar a eleição para daqui a oito, nove meses. Isso para ter legitimidade."

O tucano, mais uma vez, se posicionou contra eventuais diretas-já e citou o teórico italiano Antonio Gramsci, que diz haver situações na política onde o "velho já morreu, mas o novo não nasceu", referindo-se à ausência de lideranças políticas no cenário brasileiro atual.

2018

FHC afirmou não acreditar ser impossível Luiz Inácio Lula da Silva ser derrotado nas urnas, caso seja candidato à Presidência da República nas eleições do ano que vem. “Acho difícil Lula recuperar o apoio que perdeu da classe média. Ele não representa mais o sentimento de esperança da época em que me substituiu. Agora os tempos são outros. E se você tira o Lula do PT, cadê o PT? O Lula fica, o PT, não”, disse. Pesquisa do Ibope de abril passado mostrou que Lula voltou a ser o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum (51%), considerada a margem de erro. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.

De acordo com FHC, as pessoas não vão votar em partidos em 2018, mas em uma liderança. Neste contexto, disse que o problema é o “azul”, em uma referência ao candidato a ser escolhido pelo PSDB. Apesar de afirmar que o partido tem várias lideranças, mesmo rachado, o tucano afirmou que essa escolha seja logo definida e que essa pessoa seja alguém com capacidade para falar com o Congresso e, principalmente, com o País. Usou como exemplo o atual presidente da França, Emmanuel Macron, que gravou e compartilhou seu dia a dia na campanha, e ainda citou o prefeito da capital, João Doria (PSDB).

“Por que o prefeito de São Paulo está fazendo algum sucesso? Por que ele manipula isso aqui (disse, tirando o seu celular do bolso e referindo-se à facilidade do tucano paulista de comunicar-se pelas redes sociais) o tempo inteiro. Ele mudou alguma coisa? Eu não vi, mas isso aqui ele saber fazer (comunicação)”, afirmou. “Não estou propondo que seja ele, não (o candidato), mas acho que precisamos mudar de geração. Para poder fazer frente a esse mundo novo, precisamos de outra cabeça, outra geração, pessoas que possam se comunicar com os mais jovens e de maneira mais atualizada.”

Para FHC, o lema da política hoje não deve ser mais “liberdade, igualdade e fraternidade”, em referência à Revolução Francesa, mas “liberdade, igualdade e dignidade”. Segundo o tucano, o componente ético passou a ser igualmente importante. “Dignidade implica em reconhecer as pessoas e ter um estilo de comportamento que respeite regras éticas mínimas. Isso tem de ser incorporado como ideal, para termos uma sociedade mais decente. Liberdade até que temos, igualdade não, porque depende de muitas coisas, mas a dignidade foi para o ralo. Temos de recuperar então esse sentimento.”
 

Avião em que estava Gilmar Mendes sofre pane e volta a Brasília

Ministro do STF voava em aeronave da FAB, após análise na Corte sobre delação da JBS e relatoria de Fachin no caso

Elisa Clavery |

O avião em que estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, que seguia para o Pará, sofreu uma pane na noite desta quinta-feira, 23, e precisou voltar para Brasília. A aeronave era da Força Aérea Brasileira (FAB), que informou que foi feito o retorno à capital por "precaução".

O voo aconteceu logo após segundo dia de julgamento na Corte para decidir sobre a validade da delação da JBS e confirmar o ministro Edson Fachin na relatoria do caso. Segundo a FAB, a aeronave VU-35 (Learjet 35) saiu de Brasília às 18h45 e, "no decorrer do voo, apresentou uma falha técnica". Ainda não há informações sobre o que pode ter causado o problema.

A Força Aérea informou, ainda, que "em nenhum momento a segurança dos passageiros foi comprometida" e que o pouso de volta à Brasília aconteceu às 19h45. Os pilotos fizeram os procedimentos previstos nos manuais técnicos e como se tratava de um voo à noite e com passageiros a bordo "os requisitos de segurança são mais elevados e, portanto, decidiram retornar à Capital Federal", diz a nota da FAB.

O ministro viajava à Belém para visitar o Tribunal Região Eleitoral (TRE) do Pará, segundo informou o TSE. A previsão era que Gilmar voltasse na tarde desta sexta-feira a Brasília, mas, após o problema na aeronave, a visita foi cancelada.

Durante o julgamento, Gilmar chegou a trocar farpas com o ministro Luís Roberto Barroso sobre a delação premiada da JBS. A discussão entre os integrantes da Corte girou em torno do impacto de uma eventual invalidação de uma gravação ambiental no acordo de colaboração premiada já firmado.

Como antecipou a colunista Vera Magalhães, Gilmar deve seguir o voto dos outros ministros pela permaência de Fachin como relator, porém fará ressalvas a acordos de colaboração premiada.
 

REVISTA ISTO É


Jato que levava Gilmar Mendes ao Pará sofre falha técnica


Por Agência Ansa Brasil |

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta sexta-feira (23) que o jato que levava o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ao Pará sofreu uma “falha técnica” e precisou retornar a Brasília. 

De acordo com a nota da FAB, o avião partiu às 18h45 desta quinta-feira (22) e ficou cerca de uma hora no ar antes de retornar à base aérea da capital federal, onde o pouso foi registrado às 19h45.

“Em nenhum momento a segurança dos passageiros foi comprometida”, informou a entidade. Além de Gilmar Mendes e da tripulação, a bordo do jato estavam assessores e seguranças do ministro.
 

JORNAL VALOR ECONÔMICO


“Se Lula for absolvido, só resta vencê-lo na urna”, diz FHC


Por Ricardo Mendonça |

SÃO PAULO - Numa palestra para executivos e funcionários de uma empresa médica em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a decisão da Justiça Eleitoral que absolveu o presidente Michel Temer, voltou a defender a ideia segundo a qual o pemedebista deveria convocar a antecipação das eleições, elogiou os militares por seguirem a Constituição e afirmou aos presentes que eles devem estar preparados para enfrentar o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

Depois de fazer uma explanação sobre a crise e a possibilidade de Temer não conseguir terminar o mandato, FHC mencionou o petista. “[Alguns dizem] "Ah, mas tem o Lula". O Lula está por conta da Justiça. Eu não vou antecipar, não sei o que a Justiça vai fazer. Suponhamos que a Justiça diga que o Lula não fez nada. Ele é candidato –o único candidato possível do PT. Só resta vencer na urna. Ou então dar golpe. Eu sou contra golpe. Só resta vencer na urna. Só que não tem jeito. Preparemo-nos para isso. Para vencer”, afirmou.

O evento foi promovido pela empresa Alta, de medicina diagnóstica, no luxuoso hotel Palácio Tangará, zona sul de São Paulo. A mediação coube ao jornalista Merval Pereira, do jornal “O Globo”. A um participante que perguntou se Lula mantém chance de ganhar mesmo com todas as acusações, FHC afirmou que tem autoridade para falar do petista porque já venceu eleição contra ele duas vezes. Foi então aplaudido pela plateia.

“Não acho que Lula seja não derrotável”, disse. Para o tucano, Lula “não representa hoje o que ele representou, a esperança”. O petista venceu a eleição de 2002, disse, porque “penetrou na classe média e no dinheiro”. O dinheiro volta para quem estiver na frente, disse, mas a classe média dificilmente voltará a apoiá-lo, completou.

A questão principal para derrotar Lula, conforme FHC, é achar quem irá concorrer contra ele. “Acho que o problema está no azul”, afirmou, em referência ao segmento que nas últimas eleições votou contra candidatos petistas. “Tem de criar um centro progressista democrático moderno”. Ele defendeu que seja alguém que “fale com o povo” e saiba lidar com o Congresso e com a burocracia. Importante também, acrescentou, estar conectado com as novas tecnologias e ter capacidade de transmitir uma mensagem que sensibilize os mais jovens.

Embora não tenha sido mencionado nominalmente, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), não ficou de fora da análise do ex-presidente. Um político moderno precisa ter “uma coisa que eu não sou capaz de fazer”, disse, sacando o próprio celular e mostrando o aparelho para a plateia. “Isso aqui está no meu bolso, não está na minha alma. O mundo hoje tem isso aqui na alma. Pega qualquer um. Por que o prefeito de São Paulo está fazendo algum sucesso? Ele [se dedica] para isso o dia inteiro. Ele fez, mudou alguma coisa? Não vi. Mas aqui ele sabe”, reforçou, mostrando o celular.

Ao falar da conjuntura, FHC afirmou que não inventou a expressão “pinguela” para ofender Temer. A pinguela, segundo ele, significa atravessar até as eleições de 2018. “Mas eu não sei se a pinguela vai aguentar. Eu preferia que aguentasse. Por que? Porque se não aguentar... As pessoas só têm no Brasil de hoje uma bóia, que é a Constituição. Por sorte, o general comandante das Forças Armadas, do Exército, tem declarado repetidas vezes que o caminho é a Constituição, que não há atalhos. Ele tem razão. Fora da Constituição, no estado que está o país, pode vir um aventureiro e tomar conta”, alertou.

O ex-presidente também mostrou-se crítico à decisão do Tribunal Superior Eleitoral de absolver Temer. “[O TSE] Surpreendentemente disse que não houve abuso de poder econômico depois de ter mostrado que houve. E usou como argumento ‘como é que um colegiado de sete pessoas vai derrubar um presidente que está lá pelo voto de milhões?’. O argumento é forte. Mas então você tem de recusar de plano qualquer ação, porque aí você não pode julgar, só o povo”, disse. “Mas isso já são águas passadas, já decidiu”.

Ele falou também sobre a denúncia que Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público Federal, deve apresentar contra Temer na semana que vem. “Tem uma coisa que é inédita: o procurador-geral da República, baseado na Polícia Federal, se dispõe a mover uma ação contra corrupção contra o presidente da República”, disse. “Isso nunca houve. Uma coisa gravíssima.”

Na sequência, o tucano lembrou que Getúlio Vargas se suicidou quando, pressionado pela chamada República do Galeão e uma série de inquéritos militares, percebeu que seu irmão estava “envolvido em confusões” e que o chefe da quadrilha era Gregório Fortunato. “Bom, não quero que Temer se mate”, disse, para risos dos presentes. “Prefiro outra coisa”.

Foi então que repetiu que o pemedebista deveria “chamar as forças políticas e propor antecipar as eleições”. FHC não explicou, porém, que dispositivo constitucional poderia ser usado por Temer para seguir essa trilha. Ele saiu do evento sem falar com os jornalistas.
 

Após pane em avião, Gilmar Mendes cancela agenda no Pará


Luísa Martins |

Após uma pane no avião que levava o ministro Gilmar Mendes a Belém (PA), a aeronave teve de voltar a Brasília e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou cancelando a agenda na capital paraense.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) participaria nesta sexta-feira da inauguração de um posto de identificação biométrica da Justiça Eleitoral local.

O incidente foi constatado durante o voo. Sem dar mais detalhes, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que tratou-se de uma falha técnica.

Os pilotos realizaram os procedimentos necessários e decidiram, por precaução, voltar a Brasília em vez de seguir viagem até Belém. Ainda de acordo com a FAB, em nenhum momento a segurança dos passageiros foi comprometida.
 

JORNAL ESTADO DE MINAS


Janot tem prazo de cinco dias para denunciar Temer ao STF

Ministro do STF envia ao procurador-geral DA REPÚBLICA cópia do inquérito que investiga o presidente por corrupção passiva com base em delação da JBS

Paulo De Tarso Lyra |

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhará no início da semana que vem a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer. Como a Polícia Federal ainda não concluiu a perícia sobre os áudios produzidos pelo empresário Joesley Batista, essa parte do inquérito dificilmente trará a acusação de obstrução de Justiça. A contagem regressiva para a denúncia foi aberta nesta quinta-feira após o relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin, ter encaminhado à PGR uma cópia do inquérito. A partir do recebimento do documento, abre-se um prazo de cinco dias para que Janot formalize a denúncia.

No despacho, Fachin também determinou que a PF conclua a perícia nos áudios de Joesley. Para economizar tempo, o ministro considerou ainda que, assim que a PF enviar os documentos faltantes, o conteúdo deverá ser automaticamente remetido ao procurador-geral.

No início do mês, o advogado de Temer, Antônio Mariz de Oliveira, informou ao ministro Fachin que o presidente não responderia às perguntas enviadas pela Polícia Federal como parte do inquérito. No mesmo dia, a defesa pediu o arquivamento do inquérito, mas a solicitação foi negada por Janot. A própria PGR tinha uma dúvida regimental ontem, sem saber se os cinco dias — incluindo o sábado e o domingo — venceriam na segunda-feira ou terça-feira. De qualquer forma, a peça será apresentada quando o Congresso e o STF estiverem retomando os trabalhos na próxima semana.

A denúncia de Janot deverá centrar-se em outras acusações, como corrupção passiva e formação de organização criminosa. A acusação de obstrução de Justiça depende do áudio, especificamente do trecho na qual o presidente teria dado o aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. A defesa do peemedebista nega que esse fato tenha ocorrido e contratou um perito, Ricardo Molina, para avaliar os áudios. Molina disse que houve edição e defendeu que o material não deveria servir como prova.

Caso o STF aceite a denúncia do procurador, ela terá de ser aprovada pela Câmara para ter andamento. A peça tramita primeiramente na Comissão de Constituição e Justiça. No plenário, o governo precisará ter, no mínimo, 172 votos para barrar o processo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que está disposto a suspender o recesso parlamentar de julho para analisar a denúncia. A expectativa hoje é que Temer teria força para barrar o processo no Legislativo.

A estratégia da PGR de dividir em três ou quatro a denúncia contra o presidente Temer também servirá para desgastar o governo. O Planalto teria que mobilizar a base aliada da Câmara várias vezes para derrubar os pedidos de abertura de investigação. A PGR aposta que, com isso, outros elementos poderão surgir, como a evolução das delações premiadas do doleiro Lucio Funaro e as negociações de uma possível delação do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.

Ex-assessor pegou carona em jatinho

Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer, usou um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) para pegar a mala com dinheiro de propina da JBS. Em 27 de abril, o ex-assessor da estrita confiança do presidente Michel Temer, deslocou-se de Brasília para São Paulo, onde no dia seguinte recebeu 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil em dinheiro da empresa. As informações constam de relatório da Polícia Federal na Operação Patmos, desdobramento da Lava-Jato que mira Loures e o presidente. O voo partiu da capital federal às 19h.

Loures pegou carona do ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD-SP), que consta nos registros da FAB como o requisitante da aeronave. Outros cinco passageiros teriam embarcado na companhia de Kassab e de Loures, mas a identidade dessas pessoas não aparece no documento da FAB. A aeronave pousou no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 20h55 de 27 de abril. Loures estava sob monitoramento de ação controlada da PF, autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Os agentes o filmaram em diversos deslocamentos pela capital paulista. A cena crucial da investigação mostra o ex-assessor de Temer apressado na Rua Pamplona, nos Jardins, carregando a propina que havia acabado de receber do executivo Ricardo Saud.

 

PORTAL G1


Jato da FAB que conduzia Gilmar Mendes ao Pará volta a Brasília após `falha técnica´

Aeronave, que decolou às 18h45 desta quinta (22), ficou uma hora no ar. Segundo a assessoria da FAB, "em nenhum momento a segurança dos passageiros foi comprometida".

G1, Brasília |

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, passou um susto na noite desta quinta-feira (22) durante um voo de Brasília para Belém em um jato da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave VU-35 (Learjet 35), segundo a assessoria da FAB, apresentou "falha técnica" após decolar da base área de Brasília e, "por precaução", os pilotos retornaram à capital federal.

A Aeronáutica esclareceu, por meio de nota, que os pilotos realizaram os procedimentos previstos nos manuais técnicos, porém, como se tratava de voo em período noturno e com passageiros a bordo, os requisitos de segurança são mais elevados. Por esse motivo, ressalta o comunicado, os pilotos decidiram retornar para Brasília.

Ainda de acordo com a Força Aérea, "em nenhum momento a segurança dos passageiros foi comprometida". Gilmar Mendes viajava para a capital do Pará na companhia de assessores e seguranças.

O jato que conduzia o presidente do TSE a Belém decolou da base área de Brasília às 18h45 desta quinta, informou a assessoria da FAB. O magistrado estava indo ao Pará para inaugurar o maior posto de identificação biométrica do estado.

Antes de embarcar para Belém, Gilmar Mendes ainda participou da sessão do STF que analisou a relatoria e a validade das delações dos executivos do grupo J&F.

O magistrado não chegou a votar na sessão desta quinta que foi interrompida quando faltavam os votos de quatro ministros, mas, em meio ao julgamento, discutiu calorosamente com o colega de tribunal Luís Roberto Barroso.

Uma hora depois de decolar, a aeronave pousou novamente na capital federal, na Ala 1 da base aérea.

A assessoria do TSE disse ao G1 que não tinha informações sobre o episódio envolvendo o voo de Gilmar Mendes para o Pará.
 

REVISTA EXAME


Cientistas criam combustível que tem água oxigenada na composição

Um outro diferencial do combustível é que ele não precisa de uma fonte de ignição, como uma faísca, para entrar em combustão e fazer o motor funcionar

Yuri Vasconcelos, Da Agência Fapesp |

Utilizar um combustível renovável para foguetes e satélites, com baixo índice de toxicidade, menos agressivo à saúde humana e mais amigável ao meio ambiente, é o objetivo de dois grupos de pesquisa brasileiros, um do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outro no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), braço de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) do Comando da Aeronáutica.

No Inpe, cientistas do Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP), em Cachoeira Paulista (SP), desenvolveram um novo combustível espacial, também chamado de propelente, que tem entre seus ingredientes o etanol e o peróxido de hidrogênio, a popular água oxigenada.

O projeto tem o apoio da FAPESP.

Um diferencial do combustível é que ele não precisa de uma fonte de ignição, como uma faísca, para entrar em combustão e fazer o motor funcionar.

No IAE, em São José dos Campos (SP), a pesquisa foi realizada em conjunto com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), direcionada ao desenvolvimento de um motor para veículos lançadores de satélite que funcione com etanol e oxigênio líquido.

Os principais propelentes utilizados em foguetes e satélites são a hidrazina, que é o combustível, e o tetróxido de nitrogênio, a substância que provoca a reação de queima.

Essas substâncias apresentam bom desempenho em propulsores, mas têm desvantagens.

Além de serem caros, a hidrazina e seus derivados são cancerígenos, o que requer um cuidado muito grande com o seu manuseio.

Já o tetróxido de nitrogênio pode ser fatal após alguns minutos de exposição, em caso de vazamento ou má manipulação.

A busca por um combustível espacial alternativo, menos nocivo à saúde e ao ambiente, não é uma exclusividade de instituições brasileiras.

“Agências espaciais de vários países – entre elas a Nasa, dos Estados Unidos – fazem pesquisa nesse sentido”, afirma o engenheiro Carlos Alberto Gurgel Veras, diretor da Divisão de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB).

“Como o Brasil não domina o ciclo de produção dos propelentes tradicionais usados em motores de foguetes, desenvolver um combustível alternativo a eles seria um avanço significativo para o setor”, destaca Gurgel.

Ter um combustível de fácil aquisição no país, em grande parte renovável e a preços baixos, faz parte do pacote de desenvolvimento tecnológico a ser conquistado pela indústria aeroespacial brasileira.

Há mais de 20 anos, o Inpe desenvolve satélites de pequeno porte de coleta de dados ambientais e, em conjunto com a China, para sensoriamento remoto, destinados à captação de imagens da superfície terrestre. Todos foram lançados por foguetes estrangeiros.

O Brasil possui tecnologia de motores de propulsão com combustíveis sólidos para pequenos foguetes usados em experimentos científicos e tecnológicos.

“Nosso principal objetivo é dominar as tecnologias necessárias para o desenvolvimento de um motor de foguete movido a propelente líquido. Para lançar satélites de grande porte é imprescindível o emprego desse tipo de propulsão”, afirma o engenheiro metalúrgico Daniel Soares de Almeida, gerente do projeto no IAE.

Especialista em combustíveis de foguetes e professora do curso de engenharia aeroespacial da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP), a engenheira química Thais Maia Araujo considera importante que o Brasil trabalhe na criação de um propelente renovável para o setor.

“O combustível em desenvolvimento no Inpe, além de ser mais seguro e fácil de manusear, é mais barato do que os propelentes tradicionais e tem o apelo da sustentabilidade. O etanol é um combustível renovável e largamente disponível no Brasil”, comenta.

O esforço do Inpe para criar um propelente espacial à base de etanol teve início há três anos.

Coordenada pelo químico industrial Ricardo Vieira, chefe do LCP, a pesquisa teve a participação do doutorando Leandro José Maschio, da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (USP).

Embora possa ser usado em foguetes, o novo combustível é indicado principalmente para satélites.

“Nosso propelente pode ser mais bem utilizado nos chamados motores de apogeu, usados na transferência de órbita de satélites”, explica Vieira.

Após serem lançados no espaço, esses aparelhos precisam se posicionar na órbita correta e o deslocamento é feito por propulsores existentes no próprio artefato.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Agência Fapesp.
 

JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE


Jericoacoara é marco para aviação regional do Estado

Ceará possui 16 aeródromos e aeroportos, mas apenas os localizados em Fortaleza e Juazeiro do Norte recebem voos comerciais regulares

Yohanna Pinheiro |

ImagemA inauguração do Aeroporto Regional de Jericoacoara, nesse sábado (24), abre um novo momento para a aviação nos aeroportos administrados pelo Estado no Interior, com a realização de voos comerciais regulares tão logo saia a certificação pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), esperada para as próximas semanas. Por outro lado, o desenvolvimento da maioria dos outros terminais regionais do Ceará deve levar mais tempo.

O Estado possui 16 equipamentos, entre aeródromos e aeroportos, mas apenas os de Fortaleza e Juazeiro do Norte têm voos comerciais regulares - por enquanto. Os 14 restantes, que são os de responsabilidade da administração estadual, recebem, em sua maioria, equipamentos da aviação geral, que incluem pequenos aviões de propriedade particular ou jatos executivos, helicópteros, balonismo, voos de treinamento e outras atividades aéreas.

Em 2012, nove municípios cearenses haviam sido incluídos no Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR) do governo federal, que previa o investimento de R$ 363 milhões nos equipamentos do Estado. Entretanto, com redução de terminais atendidos pelo projeto no ano passado pelo governo de Michel Temer, apenas os de Jericoacoara, Aracati e Juazeiro do Norte continuaram no programa.

A promessa era não só a criação de novos aeródromos, mas a melhoria, o reaparelhamento, a reforma e a expansão da infraestrutura aeroportuária, tanto em instalações físicas quanto em equipamentos. No fim do ano passado, o governo federal liberou R$ 14,4 milhões, sendo R$ 2,14 milhões para Aracati e R$ 12,27 milhões para Jericoacoara, para a implantação de estações que transmitem informações a pilotos, construção de vias de acesso e mobiliários.

Os equipamentos que ficaram de fora (Canindé, Itapipoca, Sobral, Crateús, Iguatu e Quixadá) chegaram a ter estudos de viabilidade realizados, em diferentes fases, mas terão de esperar por um novo momento para dar seguimento aos processos de reforma e ampliação - ou, no caso de Canindé, Itapipoca e Sobral, de implantação dos aeroportos - que haviam sido previstas anteriormente. O terminal de Sobral, especificamente, localiza-se em uma área que não pode ser ampliada, sendo necessária a construção de um novo aeroporto para a região.

Sobral

O secretário de Cidades, Lúcio Gomes, afirma que, juntamente com o prefeito do município, Ivo Gomes, busca uma alternativa de parceria com o setor privado para utilizar o espaço do terminal existente e construir um novo em outra localidade.

A Azul já havia demonstrado interesse em operar a rota Fortaleza-Sobral. Em entrevista ao Diário do Nordeste em junho de 2016, o diretor de Planejamento e Alianças da empresa, Marcelo Bento, afirmou que o Ceará tem um grande potencial na região.

"A cidade (Sobral) precisa de um novo aeroporto. Ela já tem condições de ter uma ligação aérea, mas não tem porque o equipamento não está lá", afirmou.

De acordo com o secretário Lúcio Gomes, o governo tem priorizado interiorizar o desenvolvimento, o que passa, dentre outras áreas, pela aviação.

Destacando que o terminal de Jericoacoara deve ter um processo de concessão para a iniciativa privada, ele pondera ser necessário vencer outras etapas antes.

"Primeiro, estamos buscando a viabilidade comercial, em que já começamos a colher frutos", pontua. Logo após o terminal de Jericoacoara, Gomes aponta que o governo deve se voltar a também buscar a viabilidade comercial do Aeroporto Regional de Aracati, onde funciona hoje o centro de manutenção de aeronaves da Latam Aviação Executiva. "Diria que não é fácil, são muitos detalhes, há uma checklist complicada para homologar. O de Aracati é o próximo", afirma o secretário.

Incentivos

Para tentar impulsionar o setor no Estado, o governador Camilo Santana avalia incentivar a realização de voos em outros terminais estaduais com instrumentos semelhantes aos utilizados para atrair voos internacionais. Desde o ano de 2013, o Estado incentiva companhias aéreas a instalarem voos internacionais regulares e diretos com chegada e partida do Ceará com a redução da alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

De acordo com o coronel Paulo Edson, assessor de infraestrutura Aeroportuária do Departamento Estadual de Rodovias (DER), oito aeroportos cearenses já teriam capacidade de receber esse tipo de voo, que não necessita da certificação para operações comerciais: Aracati, Camocim, Crateús, Iguatu, Jericoacoara, Juazeiro do Norte (operado pela Infraero), Tauá e São Benedito.

Ceará ganha mais uma porta de entrada

"O aeroporto vai servir não somente à Jericoacoara, mas a toda a região, que tem muitos atrativos turísticos. O Estado ganha mais uma porta de entrada, que vai incrementar o volume de turistas que vêm ao Ceará, assim como o de Aracati também vai ser. O interior está crescendo, nas praias, no Cariri, e o segmento de turismo está fervendo". Arialdo Pinho, Secretário do Turismo do Estado do Ceará

"O aeroporto é muito importante e fortalece o turismo não só de Jeri, mas de todo o entorno. Agora, o turista que vinha a Fortaleza e ia para lá pode fazer o caminho inverso. Isso fortalece o destino da Capital, que é o mais procurado para as férias, pelo levantamento do Kayak, e um entre os dez destinos mundiais para viagens em família, segundo o Airbnb". Alexandre Pereira. Secretário do Turismo de Fortaleza
 

PORTAL DEFESANET


FAB capacita civis e militares em evacuação aeromédica

Hospital de Aeronáutica organiza Curso de Capacitação em Evacuação Aeromédica em Belém. Uma novidade do curso foi a instrução prática de rapel

Tenente Felipe Bueno (fab) |

A Força Aérea Brasileira (FAB) capacitou 31 militares e civis em evacuação aeromédica. O Curso de Capacitação em Evacuação Aeromédica (CCEVAM), organizado pelo Hospital de Aeronáutica de Belém (HABE), foi realizado de 12 a 14 de junho nas dependências da Ala 9 e contou com oficiais e graduados do HABE, além de um capitão médico da Marinha, dois socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e dois estudantes do curso de medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA).

As instruções teóricas foram realizadas pelo Brigadeiro Eduardo Serra Negra Camerini, idealizador do curso, ex-diretor do HABE e atual diretor do Departamento de Saúde e Assistência Social do Ministério da Defesa, em Brasília, além do Major Fábio Luis Ridão Valentin, do Primeiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA I) e da Tenente Kelly Layla Guterres, do HABE.

Já as instruções práticas foram realizadas pelo Sargento Marcos Aurélio Ferreira, do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), e pelo Sargento Joelson dos Santos Ferreira, do Esquadrão Tracajá (1° ETA).

Uma novidade dessa edição foi a instrução de rapel em aeronave para prestação de primeiros socorros, além das situações já praticadas anteriormente: o transporte de vítimas em estivas, a retirada de vítimas obesas por escadas e as simulações em réplicas de aeronaves em situações de risco.

Durante a cerimônia de entrega dos certificados, o Brigadeiro Camerini comemorou o entusiasmo dos alunos no treinamento. “Adoro ver o resultado de mais uma turma. E nós pretendemos continuar perpetuando as coisas boas como este curso”, finalizou.
 

Marinha recebe aeronave C-SAR


No dia 14 de junho, nas instalações da HELIBRAS,em Itajubá (MG), a Marinha do Brasil recebeu sua primeira aeronave C-SAR (Combat-Search and Rescue - Busca e Resgate em Combate), da família Super Cougar, com o numeral N-7201.

Dentro do programa H-XBR, que prevê a entrega de 16 unidades do helicóptero modelo H-225M para a Marinha do Brasil, a N-7201 é a primeira das três aeronaves na versão C-SAR a ser entregue.

O C-SAR é uma das operações mais críticas da atualidade e tem por objetivo o regaste de tripulações abatidas ou que tenham se acidentado em território hostil durante um conflito. Para realizá-la, a aeronave traz um conjunto de sensores e sistema de autoproteção capaz de enfrentar as mais modernas ameaças.

A suite integrada de equipamentos auxiliares de defesa é responsável pela autoproteção periférica da aeronave e visa a aumentar sua capacidade de sobrevivência nos cenários de conflitos.

É composta por sensores que trabalham alertando, com antecedência, as tripulações sobre ameaças de radares (RWR - Radar Warning Receiver), emissão laser (LWS - Laser Warning Subsystem) e mísseis hostis (MWS - Missile Warning Subsystem).

Complementando o sistema de guerra eletrônica (EWS - Electronic Warfare System), as aeronaves ainda contam com o Supressor de Radiação Infravermelho (JDD - Jet Dilution Device), dispositivo instalado na saída de gases do motor, com o objetivo de diminuir a assinatura térmica, e também com o dispenser de contramedidas Chaff/Flare.

Além de ter sua cabine preparada para operação de óculos de visão noturna com glass cockpit (monitores digitais com múltiplas funções), a versão C-SAR ainda conta com equipamento FLIR (Forward Looking Infra-Red), PLS (Personnel Locator System) e o farol de busca spectrolab.

O FLIR é capaz de produzir, com alta qualidade, em uma cobertura de 360º, vídeos óticos com o alvo a grande distância, de dia ou noite, e sob qualquer tempo. Como principais características estão o laser ranger finder, para fornecer com precisão a distância até o alvo, e o geo point package, com inertial measurement unit, para reduzir a carga de trabalho e mostrar a latitude e longitude.

O PLS é um sistema de localização empregado em missões C-SAR que indica a marcação/distância de um sobrevivente, por meio de um código ou de uma frequência conhecida, podendo ainda ser utilizado para o rendezvous de equipes de operações especiais.

O farol de busca spectrolab amplificará a capacidade de busca e resgate da Marinha do Brasil, sendo um farol de feixe variável potente (4° a 20°), que pode ser comandado horizontalmente ou verticalmente e permite, ainda, a aplicação de um filtro infravermelho para operação com OVN.

O recebimento de mais um UH-15 na versão C-SAR capacita a Marinha do Brasil no resgate de tripulações e de tropas especiais, cumprindo os aspectos doutrinários deste tipo de missão.

 

Operação Ágata na Fronteira Sul do Brasil


A 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª Bda Inf Mec) está realizando, desde o dia 18 de junho de 2017, a Operação Fronteira Sul I / Ágata, em sua área de responsabilidade localizada na faixa de fronteira.

Dentro do novo contexto do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras, a Operação está sendo desencadeada em coordenação com a Marinha do Brasil e os diversos órgãos de segurança pública e de fiscalização federais, estaduais e municipais, em ambiente interagências, com os objetivos de fortalecer a presença do Estado na região e atuar contra ilícitos transfronteiriços e ambientais.

Para isso, com amparo no Artigo 16-A, da Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010, estão sendo conduzidas operações preventivas e repressivas pontuais, tais como patrulhamentos terrestres e fluviais; estabelecimento de postos de bloqueio e controle de estradas, vias urbanas e fluviais; revista de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves; e intensificação da fiscalização de produtos controlados.

Em função do desencadear da Operação, a Brigada recebeu, nos dias 20 e 21 de junho, a visita do Chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul, General de Brigada Carlos José Russo Assumpção Penteado, que, junto com o Comandante da 15ª Bda Inf Mec, General de Brigada Marcos de Sá Affonso da Costa, percorreu as zonas de ação das diversas organizações militares da Grande Unidade.

O Programa de Proteção Integrada de Fronteiras

O Programa foi instituído pelo Decreto Presidencial nº 8.903, de 16 de novembro de 2016, e estabelece novas linhas de atuação das Forças Armadas nos 16.886 quilômetros de fronteiras do Brasil com os 10 países sul-americanos. Assim, a iniciativa afeta diretamente a Operação Ágata, que atua nessa região.

Tendo como diretriz a atuação integrada e coordenada das Forças Armadas, dos órgãos de segurança pública, dos órgãos de inteligência e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ele visa fortalecer a prevenção, o controle, a fiscalização e a repressão de delitos transfronteiriços. Um de seus objetivos é integrar e articular ações das Forças Armadas, de segurança pública da União, de inteligência e de controle aduaneiro com as ações dos Estados e Municípios situados na faixa de fronteira.

REVISTA ÉPOCA NEGÓCIOS


"O Brasil parou de pensar, esqueceu o que é planejar"

Culpa do histórico de crises. Para Paulo Cesar de Souza e Silva, da Embraer, a retomada dessa capacidade também é tarefa do empresariado. Ele falou a Walter Dissinger, da Votorantim Cimentos

Darcio Oliveira, Barbara Bigarelli E Rogério |

Por pouco não sai negócio no final da entrevista entre Walter Dissinger, presidente da Votorantim Cimentos, e Paulo Cesar de Souza e Silva, comandante da Embraer. “Você, que viaja bastante para visitar as fábricas, deveria comprar um jato executivo da Embraer”, sugeriu Silva. “E se você for construir uma nova fábrica da Embraer, conte com o nosso cimento”, devolveu, bem-humorado, Dissinger. Não se sabe ao certo se a troca de avião por cimento foi adiante (ficamos imaginando quantos sacos de cimento pagariam um Phenom 300), mas o saldo da conversa entre os líderes de dois dos maiores símbolos do capitalismo brasileiro foi bem além da suposta transação comercial. Em pouco mais de uma hora de bate-papo, o americano criado na Alemanha e apaixonado pelo Brasil, Walter Dissinger, extraiu do novíssimo presidente da Embraer – Silva está há seis meses no cargo – importantes revelações. Uma delas: a criação de uma nova área de negócios na empresa, uma espécie de consultoria que usará muita tecnologia para oferecer, segundo ele, serviços inéditos aos clientes. Uma equipe alocada no Vale do Silício estará antenada em tendências como realidade virtual para dar às companhias aéreas a possibilidade de “voar” de maneira mais inteligente. Silva diz como na entrevista a seguir.

Dissinger, por sua vez, revela o que pretende fazer para inovar em seu setor e atrair talentos para a “pouco sexy” indústria do cimento. Também diz de onde vem a paixão pelo Brasil. “Na Alemanha, as coisas mudam muito pouco. É 1% para cima ou 1% para baixo. Emoção mesmo é aqui, e eu gosto disso.” E por falar em Brasil e Alemanha, para quem será que o executivo torceu na semifinal da Copa de 2014? Silva fez a pergunta a Dissinger. Vale conferir a resposta.

Walter Dissinger - Como você avalia o momento atual do Brasil? Será que o país vai decolar?

Paulo Cesar de Souza e Silva O país está encontrando seu caminho, a equipe econômica é muito boa e sabe exatamente onde é possível atuar. As reformas estão surgindo – as PECs do Teto, Previdência e Trabalhista são transformadoras e necessárias. Dão o direcionamento para o futuro do país. Sabemos, por exemplo, que se não fizermos a reforma da previdência, esse país quebra em 2022. Não tem como escapar dessas medidas.

Dissinger - Como a empresa reagiu a essa crise interna e externa nos últimos anos?

Silva
Na prática, o que mais nos afeta é o câmbio, que foi de US$ 4,15 para US$ 3,10. No terceiro trimestre de 2016, nosso estoque era de US$ 2,5 bilhões. Esse estoque entrar com uma taxa e sair com outra é bem ruim. A volatilidade do câmbio, portanto, compromete muito o planejamento. Se tivéssemos menos inconstância, conseguiríamos planejar melhor. Mas é preciso dizer também que o momento é difícil para todos. Os Estados Unidos têm a promessa de crescer mais, mas até agora o que se viu foi uma evolução de 1,8% ou 2%. China e Índia crescem menos do que estavam acostumadas. A Rússia está no zero a zero, e o Brasil perdeu 8% do PIB em três anos. A gente, que tem 90% do faturamento no exterior, conseguiu driblar um pouco os problemas investindo lá atrás, para estar atualizado hoje. Temos produtos para a aviação executiva e comercial que chegam ao mercado agora em 2018. Mas também vemos um cenário muito difícil à frente: pense que, em 2008, foram entregues 1.350 jatos executivos. Ano passado, foram 648 unidades. Ou seja, a metade disso.

Época NEGÓCIOS  - Quais os impactos, para a Embraer, dessa onda de neoprotecionismo no mundo?

Silva - Se houver barreira de entrada em alguns países, podemos ter problemas. Mas eu não acredito que o mundo vai caminhar para um bloqueio a ponto de afetar a aviação como um todo. É muito cedo para analisar o que o Donald Trump irá fazer, como será sua administração. Prefiro olhar para um outro lado. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa a aviação cresce a 1%, 1,5%, na Ásia ela está crescendo 12% ao ano. Há muitas oportunidades.

Dissinger - A Embraer é um exemplo de inovação no Brasil. Que lições poderia dar aos demais setores da economia?

Silva - Investimos 10% do nosso faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento, e quando olhamos para os países que mais se desenvolveram nos últimos anos vemos que eles têm como pilar exatamente essa prioridade na inovação. Mas é preciso vincular inovação a educação no Brasil. Quanto mais investimentos na educação, mais inovação teremos. O país precisa pensar mais no longo prazo. Nós, brasileiros, paramos de pensar, de planejar. Isso é papel do governo, mas também do empresariado. A verdade é que são tantas crises na história do país que acabamos nos acostumando a olhar apenas para o curto prazo.

Dissinger - Na Alemanha, muitos executivos que já trabalharam no Brasil foram promovidos, porque adquiriram essa capacidade de reagir rápido a qualquer mudança. As crises talvez tenham dado aos profissionais daqui esse jogo de cintura. Agora, uma pergunta complexa: como você consegue, no dia a dia, gerenciar o longo prazo, os ciclos longos da aviação e, do outro lado, gerir o curto prazo, cortando custos e sendo mais eficiente?

Silva - Esse é nosso maior desafio. A indústria aeroespacial é muito complexa em termos de cadeia, desenvolvimento de produtos e maturação dos investimentos. Para lançar um produto, por exemplo, demoramos em média três anos. É o tempo para você fazer pesquisas, descobrir o que falta ao mercado e também para a engenharia transformar esses insights em produtos. Feito isso, serão mais seis anos em média para que o produto chegue ao mercado. E a questão crucial é: eu preciso tomar todas essas decisões sem saber como o mercado vai estar daqui a dez anos. Vou te dar um exemplo. Há alguns anos, o petróleo estava a US$ 130 e isso motivou as fabricantes a lançar motores que consomem 15% menos combustível. O combustível, na ocasião, representava 40% do custo de uma empresa aérea. Foi então que Boeing, Bombardier, Mitsubishi começaram a produzir novos aviões com esses motores. Nós também investimos US$ 1,7 bilhão em um avião que ficará pronto em 2018. Mas hoje a equação econômica mudou completamente. O petróleo está em US$ 45, e o custo das empresas aéreas com combustível é de 25%. Ou seja: a atratividade desse investimento não é mais a mesma. Eu diria para você que é uma gestão cheia de emoções fortes.

Correndo o mundo

No escritório da Embraer, em São Paulo, entrevistador e entrevistado falam sobre inovação, produtividade e a “sorte” de ser global

Dissinger - Por falar em gestão, você era o líder de uma unidade de negócio e de repente é o CEO. Como foi esta transição?
Silva Confesso ter ficado muito surpreso com o convite. Não esperava. Cheguei à Embraer em 1997, após uma passagem por um banco alemão. Meu foco era atuar no financiamento de vendas, ou seja, minha missão era a de montar as equações financeiras para que o cliente pudesse ter financiamento adequado na hora que o avião fosse entregue. Trata-se de um financiamento longo, de cerca de 15 anos. Afinal, ninguém vem aqui na Embraer comprar em dinheiro vivo. Eu fazia esse financiamento para as três áreas: executiva, comercial e defesa. Sempre viajei muito para conversar com bancos, investidores, clientes. Com isso entendi o mercado e conheci os fornecedores. Então entrei na presidência mais ou menos confortável. Sabia onde estava pisando. Mas fiquei surpreso com o convite.

Dissinger - Qual conselho você daria para uma empresa que precisa reagir no momento da crise?
Silva
- É preciso olhar internamente as oportunidades de fazer essas transformações. E tentar antecipar cenários. Outra coisa importante é entender o que o cliente realmente quer para evitar desperdícios. Na aviação, isso é essencial, porque qualquer coisa que se faça estará na casa dos milhões de dólares.

Dissinger - Produtividade é a palavra de ordem daqui para a frente.

Silva - Com certeza. Este ano fui a Davos e lá estava de novo presente o tema da 4ª revolução industrial. Avanços rápidos, inteligência artificial, impressora 3D, carro autônomo... Chega um momento em que você pensa: onde vamos parar com isso tudo? Como reciclar toda essa mão de obra para atuar com essa nova eficiência criada pela tecnologia? Tudo é muito bom, mas precisa ter um certo limite.

Dissinger - Concordo. Eu tive uma experiência parecida. Fiz um curso de seis dias na Singularity University e, nas primeiras aulas, estava totalmente deslumbrado com as oportunidades da tecnologia. No quarto dia, porém, fiquei assustado. Pensei: tudo isso é maravilhoso, mas quais são as consequências desta velocidade tecnológica? As perguntas que nós CEOs temos de fazer é: Como as nações vão lidar com a rapidez com que tudo é desenvolvido? Como as agências regulatórias vão acompanhar? E como vamos distribuir a riqueza gerada pela tecnologia da automação e inteligência artificial? 
 

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL P6 (Anápolis - GO)


Esquadrões de Anápolis são destaque na aviação brasileira, ressalta Ministério da Defesa
 

Rafaella Soares

Esquadrões Carcará e Guardião fazem o reconhecimento aéreo do território nacional, exercendo atividades minuciosas de rastreamento de dados e monitoramento de áreas de interesse Operando em Anápolis, os esquadrões Carcará e Guardião tiveram suas atividades destacadas esta semana pelo Ministério da Defesa e Força Aérea Brasileira (FAB).

Os dois grupamentos são responsáveis pelo reconhecimento aéreo do Brasil, exercendo atividades minuciosas de rastreamento de dados de inteligência e monitoramento de áreas de interesse. Os aviões de defesa contam ainda com equipamentos tecnológicos como câmeras, sensores e radares.

Todo esse aparato serve para auxiliar na proteção e detectar ameaças no território brasileiro.

Esquadrão Carcará

Operava em Recife (PE) e foi transferido para Anápolis há seis meses. Nele, operam as aeronaves R-35A (que além de fazer reconhecimento de alvo, como pistas de pouso clandestinas e hidrelétricas, realiza o aerolevantamento usando um sensor de imageamento de área) e a R-35AM (que usa um sensor para captar sinais de radares e capacita aos setores responsáveis no fornecimento de dados para serem utilizados nas medidas de proteção eletrônica).

Esquadrão Guardião

Presente em Anápolis desde 1999, é o agrupamento responsável por apoiar o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Realiza um trabalho de planejamento, execução e supervisão das missões de sensoriamento e controle de área.O Esquadrão também é composto por dois tipos de aeronave.

Uma deles é o R-99, que tem um sistema que fez imageamento de perímetros ou objetos terrestres, como os desmatamentos e queimadas. A outra é o E-99. Ela possui radares identificadores de aeronaves suspeitas que estejam no espaço brasileiro, como as que fazem tráfico de produtos.

Em tempo

No dia 24 de junho é comemorado o Dia da Aviação de Reconhecimento, em memória aos balões que foram utilizados pela primeira vez para fazer reconhecimento de tropas paraguaias e áreas inimigas em 1867.