NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Passageiro filma pouso forçado em rio da Amazônia; piloto morre em resgate


Dhiego Maia |

ImagemUm passageiro de um avião monomotor filmou um pouso forçado feito pelo piloto da aeronave em que estava num rio caudaloso da Amazônia.

As imagens mostram que a aterrissagem de emergência ocorreu de forma tranquila. Piloto e passageiro sobreviveram ao acidente, buscaram abrigo na copa das árvores, mas o piloto acabou morto numa operação mal-sucedida de resgate.

O acidente aconteceu na última quarta-feira (14). O passageiro e técnico de enfermagem Ednilson Cardoso, 28, gravou da pane à aterrissagem sobre o rio. O avião era pilotado por Elcides Rodrigues Pereira, 64.

O vídeo tem 1 minuto e 33 segundos de duração. As imagens mostram Elcides Pereira comunicando o pouso forçado que faria sobre o rio Catrimani, localizado na Terra Indígena Yanomami, na porção sul de Roraima.

"Estou em cima do rio Catrimani. Vou jogar nele", afirma Pereira na gravação. Nos minutos seguintes, o técnico Ednilson Cardoso diz com muita calma. "A gente está caindo agora."

O piloto decide desligar o avião. As hélices param, o silêncio impera e o monomotor começa a planar. O que se vê no horizonte é uma imensidão verde e o rio, abaixo, serpenteando as árvores.

Pereira consegue manter o avião flutuando sobre o rio Catrimani por poucos segundos, quando, o vídeo acaba com a aeronave engolida pelas águas. Não há gritaria e nenhum desespero.

RESGATE

O piloto e o técnico de enfermagem esperaram horas pelo resgate. Eles permaneceram agarrados em árvores numa região de difícil acesso na terra dos Yanomamis.

A aeronave onde eles estavam pertence à empresa Paramazônia Táxi Aéreo, que decidiu por conta própria resgatar a dupla sem comunicar o Corpo de Bombeiros.

A empresa Paramazônia Táxi Aéreo prestava serviço para o Distrito Sanitário Indígena Yanomami havia quatro anos, segundo o Ministério da Saúde. Ednilson Cardoso é técnico de enfermagem da Sesai (Serviço Especial de Saúde Indígena) e faz viagens frequentes de avião entre Boa Vista, a capital de Roraima, e a Terra Indígena dos Yanomamis, onde trabalha.

A Paramazônia encaminhou um helicóptero para o local do acidente. De forma improvisada, os regatistas da empresa jogaram uma corda no rio. O técnico de enfermagem a amarrou junto ao corpo e conseguiu subir até o helicóptero.

O piloto Elcides Pereira não teve a mesma sorte. Muito debilitado, não conseguiu subir e caiu no rio novamente. O corpo do piloto só foi encontrado três dias depois, no último sábado (17), numa operação organizada, desta vez, pelo Corpo de Bombeiros.

Em entrevista à Folha, Doriedson Silva Ribeiro, que chefia o Corpo de Bombeiros de Roraima, confirmou que a empresa não fez a comunicação imediata do acidente à corporação.

"O acidente aconteceu às 14h e só fomos comunicados às 19h só depois que eles não conseguiram resgatar o piloto", disse o comandante.

O resgate do corpo do piloto demorou, diz Ribeiro, em razão das condições do rio, que nesta época do ano está cheio e tem muitas curvas e correntezas.

Após o resgate mal-sucedido, a Paramazônia levou três especialistas de mergulho do Corpo de Bombeiros de avião ao local do acidente. A aeronave pousou numa pista na terra indígena e a equipe levou mais seis horas de barco para chegar até o ponto exato onde o monomotor submergiu.

"Só o Corpo de Bombeiros está capacitado para fazer resgates como esse. A chance de sucesso aumenta quando o órgão é comunicado imediatamente", disse o comandante dos bombeiros de Roraima.

INVESTIGAÇÕES

A Força Aérea Brasileira foi procurada pela reportagem e informou, por meio de nota, que o Centro de Controle de Área Amazônico foi notificado, às 14h25 (horário de Manaus) daquela quarta, por meio de uma outra aeronave que voava na região, de que o monomotor da Paramazônia realizaria um pouso de emergência no rio Catrimani.

A partir de então, segundo a Aeronáutica, todos os procedimentos técnicos foram tomados, como a alocação de uma aeronave para resgatar os sobreviventes.

A FAB esclareceu, no entanto, que a Paramazônia a procurou dizendo que faria por conta própria o resgate dos sobreviventes. Mas, segundo a força aérea, não houve comunicação posterior sobre o resgate frustrado do piloto, que caiu no rio e morreu afogado.

A reportagem entrou em contato com o proprietário da Paramazônia Táxi Aéreo. Arthur Neto se recusou a falar sobre o acidente.

A FAB disse ainda que uma equipe do SERIPA (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) vai investigar as causas do acidente.

O Ministério da Saúde também informou por nota que acompanha os desdobramentos das investigações. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião Cessna U206F estava em situação regular.

 

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Embraer anuncia cerca de US$ 2,5 bi em pedidos de jatos.

Companhia recebeu encomendas de quatro aéreas europeias e japonesas, além de dois clientes não divulgados; no segmento executivo, brasileira espera US$ 300 bilhões em compras até 2036

Luana Pavani, Wagner Gomes, O Estado De S.paulo |

A Embraer anunciou nesta terça-feira, 20, durante a 52ª edição do International Air Show, em Paris, cerca de US$ 2,5 bilhões em pedidos firmes e compromissos com seis empresas, sendo duas companhias europeias, duas japonesas e dois clientes "não divulgados". Além disso, a brasileira também informou que a demanda futura para jatos executivos pode resultar em compras de cerca de US$ 300 bilhões até 2036. 

O pedido firme de um dos clientes não divulgados consiste em dez jatos E195-E2, com dez direitos de compra adicionais para o E190-E2. O pedido firme tem valor de US 666 milhões e será incluído na carteira da companhia do segundo trimestre de 2017.

A Embraer também assinou um compromisso com outro cliente não divulgado para a compra de 20 jatos E190-E2. O contrato, no entanto, está sujeito à documentação final pelo cliente. O valor desse pedido é de US 1,182 bilhão. Segundo comunicado divulgado hoje, com estes dois anúncios, os jatos E-Jets E2 acumulam 285 pedidos firmes, além de 445 opções, direitos de compra e cartas de intenção, totalizando 730 compromissos de companhias aéreas e empresas de leasing.

 

PORTAL G1


Servidores da Infraero fazem manifestação contra privatização da empresa

Cerca de 15 funcionários se reuniram para o ato na manhã desta terça (20), no Aeroporto Internacional de Rio Branco. Ato começou as 10h e terminou ao meio dia sem prejudicar as atividades dentro do aeroporto.

Por Aline Nascimento | G1 AC, Rio Branco

Um grupo de 15 servidores da Infraero se reuniu para fazer uma manifestação contra a possível privatização da empresa no Aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco. O ato começou às 10h e terminou ao meio dia desta terça-feira (20). Os manifestantes usaram cartazes para expressar o descontentamento, mas as atividades não foram suspensas. 

No último dia 6, o governo federal, por meio do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, anunciou que pretende privatizar a Infraero em partes, e a concessão em blocos de aeroportos.

Governo estuda privatizar Infraero em partes, diz ministro

 

Ao G1, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Jean Oliveira, disse que a manifestação é feita em todo o país. Ele ressaltou que a ideia é mostrar para a população em geral a importância da empresa e como a privatização pode extingui-la.

"É uma manifestação pacífica, as atividades estão normais, é só uma manifestação com cartazes e conscientização da população, aos passageiros mostrando a situação do momento. O governo quer com a iniciativa privada do bloco estrangeiro tirar nossa empresa. Não só nós como os Correios e outras empresas enfrentam essa situação. O patrimônio nacional está sendo lapidado", finalizou Oliveira. 

 

PORTAL BBC


Com crise financeira e escalada de violência, é preciso aumentar responsabilidade das Forças Armadas na segurança

"Pai" do projeto das UPPs, ex-secretário de Segurança vê falta de recursos na raiz dos problemas no setor e diz ver com "muita tristeza" acusações de corrupção contra seu ex-chefe, o ex-governador Sérgio Cabral.

Júlia Dias Carneiro | Da BBC Brasil no Rio de Janeiro

O ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame disse que para responder à recente escalada de violência no Estado é hora de "repensar o papel do Ministério da Defesa" e "pactuar um alcance maior das responsabilidades das Forças Armadas".

"Já que não há dinheiro, vamos usar os recursos que temos para fazer o que for possível", afirma, ressaltando não se tratar de defesa do Exército no policiamento de ruas, mas de "sentar para conversar" e unir forças.

Delegado aposentado da Polícia Federal, Beltrame, de 60 anos, deixou o governo em outubro do ano passado, após dez anos de gestão, quando a calamidade financeira do Estado já era conhecida e as taxas de criminalidade se encontravam em franca ascensão.

Ele diz que o problema, impulsionado pela crise financeira, é nacional, e que nem o Rio nem outros Estados tomados por dívidas - como Rio Grande do Sul e Minas Gerais - sairão da atual situação sem ajuda do governo federal.

O gaúcho Beltrame foi secretário de Segurança Pública do Rio entre 2007 e 2016, durante toda a gestão de Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso e alvo de 11 denúncias de corrupção. Ele afirma que nunca teve "noção" das irregularidades e diz ver com muita tristeza o que acontecia.

Em entrevista à BBC Brasil, Beltrame diz ter largado de vez o serviço público e se diz aliviado com a nova rotina no setor privado. É consultor de segurança corporativa da Vale, e viaja frequentemente para acompanhar operações da mineradora em locais como Pará, Maranhão e Moçambique.

Apesar da situação crítica enfrentada pelo Rio, Beltrame defende o seu legado. Afirma que trouxe "esperança" e que as UPPs - as Unidades de Polícia Pacificadora instaladas dentro de favelas, o principal marco de sua gestão - devem ser mantidas.

BBC Brasil - Há uma piora generalizada dos indicadores de violência no Rio. Após um período de otimismo, para muitos a sensação hoje é de estaca zero. Após uma década na Secretaria de Segurança Pública, como o senhor se sente com a situação que o Rio enfrenta hoje?

José Mariano Beltrame - Eu confesso que me sinto apreensivo. Primeiro como cidadão, e segundo por ter sido secretario por dez anos. Tenho visto muitas críticas, principalmente ao programa de UPPs. Mas essas críticas esquecem de analisar os índices.

Se você analisar os dados produzidos pelas UPPs, você vê que é um projeto exitoso. Foi um momento exitoso da segurança no Rio de Janeiro. Saímos da faixa de 40 homicídios por 100 mil habitantes e chegamos a 20. Foram 21 mil vidas salvas. Isso não é banal.

Hoje, o Estado e o país se enterraram numa crise de legitimidade, institucional, financeira.

Acho que o país não supera esse problema sem mudanças no Código de Processo Penal e no Código Penal. Não que queira encarcerar as pessoas. Mas acho que existe um descolamento entre o que diz a lei e a realidade. O povo não se sente representado pelas decisões judiciais. O Poder Judiciário é um regulador da sociedade, deve dar exemplo às pessoas do que vale ou não a pena fazer.

BBC Brasil - O sr. diz que implementou uma política exitosa. Realmente vimos os índices de violência caírem e se manterem em um patamar mais baixo durante boa parte da sua gestão. Mas isso não se manteve. Por que essa política não foi sustentável?

Beltrame - Uma política pública não pode ficar às custas de uma ou duas instituições. Isso foi dito desde o início do projeto. O projeto pode ter lá suas falhas, mas teve muito mais resultados positivos do que negativos.

O que faltou foi o que sempre preguei: as ações sociais e de ordem pública, para abrir vetores de desenvolvimento.

Querendo ser pedagógico: o desembarque na Normandia acabou com a Segunda Guerra Mundial. Mas não foram os soldados que desembarcaram na Normandia que fizeram uma Europa nova ou executaram o Plano Marshall (plano de recuperação da Europa implementado pelos EUA no pós-guerra). Acho que faltou para nós foi exatamente o Plano Marshall.

Muita gente critica a Polícia Militar, a Polícia Civil. Mas elas foram para a frente. A gente colocou a cara e fez. Quem não fez não recebe crítica.

BBC Brasil - Como o sr. avalia a crise financeira do Rio e o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB), que às vezes parece moribundo mas ainda está lá?

Beltrame - É a situação em que o Brasil se encontra, não é? Não é só o Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul está pior. Minas está muito mal. Maranhão nem se fala. Não vejo um horizonte de melhora financeira nos próximos dois anos. A minha visão é que as coisas tendem a piorar ainda.

No Rio, a situação é de total penúria. E não vamos sair dessa crise sem o apoio do governo federal. Como é que você vai cobrar das pessoas se não há recursos?

BBC Brasil - A cada semana vemos um novo episódio assustador de violência no Rio. Crianças mortas no meio da aula, ônibus queimados em grandes vias, confrontos fortes nas comunidades com UPP. Como a situação se deteriorou tão rapidamente?

Beltrame - Fundamentalmente? Dinheiro. Recursos. O Estado não tem dinheiro, e com isso acabou com projetos que quase que duplicavam o efetivo de policiais, como o RAS (Regime Adicional de Serviço, que remunera o trabalho de agentes fora do horário normal de expediente).

Em segundo lugar, não formamos mais policiais. Os concursos públicos estão parados. A instabilidade previdenciária (devido ao projeto de reforma no Congresso) fez com que mais de 2 mil policiais saíssem da corporação, tanto civis quanto militares. O problema é que não há dinheiro para repor os policiais.

Assim como vários setores da sociedade viram que o Estado parou, o crime, obviamente, também viu. E o crime, ao contrário, tem dinheiro para investir. E veio de maneira forte. Ele vem para roubar carga, vem para roubo de rua, para uma serie de outras ações.

Tal é a sensação de impunidade, que os tentáculos dos criminosos vão aumentando. Quando tínhamos um processo de pacificação sólido e contratávamos novos policiais com concursos, fazíamos frente a isso. Hoje não.

BBC Brasil - Vemos relatos frequentes sobre a falta de infraestrutura básica para a polícia trabalhar, como a falta de combustível para viaturas e salários atrasados.

Beltrame - Parece que 50% da frota está parada hoje. Você acha que os criminosos não percebem? Eles estudam o comportamento, as fragilidades da polícia. A base do crime esta no princípio da oportunidade. Então eles avançam.

É urgente que se faça uma ação forte. No sentido de dar um revés e dizer "Existe um limite, o Estado está aqui". Mas do jeito que as coisas vão, não vejo um horizonte para que isso aconteça.

BBC Brasil - O que teria que ser feito de imediato, emergencialmente? Uma das medidas anunciadas foi o envio de homens da Força Nacional de Segurança pelo governo federal, o sr. acha que isso ajuda?

Beltrame - (Risos) Acho que precisamos de uma grande união de esforços. As polícias brasileiras - Militar, Civil, Federal - sabem trabalhar e trabalham muito bem. Mas precisamos dar condições a elas de trabalharem com mais inteligência, e fazer com que as informações sejam integradas.

Assim como acho que está na hora de repensar o papel, o fazer e os objetivos do Ministério da Defesa. Sei que há problemas constitucionais, de controle (que impõem restrições à atuação), mas na situação em que estamos, temos que passar por cima dessas suscetibilidades.

BBC Brasil - O sr. esta falando do Exército?

Beltrame - Do Exército, da Marinha, da Aeronáutica. São pessoas bem preparadas, capacitadas, que têm capilaridade no Brasil inteiro. Eles têm massa. Tem gente.

E falo também da Receita Federal, do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Temos que pensar em como aproveitar a potencialidade de cada instituição.

E não mais dizer "Não, não posso ir ali, porque depois dessa esquina é com a Marinha, depois daquela esquina é com a Polícia Federal". Está na hora de rever isso. Temos uma série de pessoas e de instituições boas, mas precisamos nos unir. Para que se dê um basta nisso.

Precisamos de uma releitura para o século 21 para o Ministério da Defesa para enfrentar a situação em que estamos.

BBC Brasil - Mas é sempre muito polêmico no Brasil falar em policiamento do Exército nas ruas.

Beltrame - Mas aí é que está. Não falo especificamente de policiamento nas ruas. Mas acho que a gente pode sentar e conversar. Não tivemos bons exemplos no Rio de Janeiro com os grandes eventos? Contamos com essas forças juntas. Nós fizemos o processo de UPP juntos. Então por que não podemos sentar e conversar? Não vou dizer que é para o Exército virar polícia ostensiva ou investigativa. Mas no mínimo é possível pactuar um alcance maior das responsabilidades de cada um.

E sei que há problemas legais e que isso é polêmico. Mas vamos ficar assistindo à apreensão de um fuzil por dia, nove pistolas por dia? Não sei quantos homicídios por dia? Porque a população diz isso ou aquilo?

Será que não podemos pensar na capacidade que temos, ou pelo menos na potencialidade, e fazer um plano? Já que não há dinheiro, vamos usar os recursos que temos para fazer o que for possível. Agora, vai ter que passar por cima de certas questões, não tenha dúvida.

BBC Brasil - O sr. foi secretário da gestão de Sérgio Cabral durante mais de sete anos. Ele agora está na cadeia e enfrenta 11 denúncias por uma rede de corrupção que se espalhava por diversas secretarias, como a de Obras e de Saúde. Como convivia com isso?

Beltrame - Bom, eu tenho que dizer que eu não tinha noção da dimensão que isso assumiu. Ainda acredito que vá ter desdobramentos. Eu vejo com muita tristeza.

É muito difícil chegar a um ponto em que não há ração para os cães do canil. Não tem gasolina para botar nos helicópteros que lutou para comprar, assim como nos carros blindados, sem manutenção. Não tem alfafa para os cavalos da cavalaria.

E no entanto, assiste-se agora a uma situação dessas. Vejo com muita tristeza tudo isso que aconteceu e está acontecendo. Muita tristeza.

BBC Brasil - Isso era de alguma maneira visível? O sr. desconfiava?

Beltrame - Primeiro, foram dez anos em que me entreguei para a Secretaria de Segurança. De domingo a domingo, sem fim de semana, sem férias. Em segundo lugar, eu não tinha vida social com o governador. Eu não tinha como perceber.

Às vezes você até percebe que seu vizinho está mudando de padrão, viajando muito, trocou de carro. Mas eu não tinha convívio social com ele para ter essa desconfiança. Eu marcava uma audiência via secretária, ia lá, despachava, e vinha embora. Não sabia da vida dele, onde ele ia, o que ele usava. Essas coisas que estão sendo reveladas não transpareciam para nós.

BBC Brasil - Seu nome foi aventado em uma das reformulações do governo Temer. O sr. chegou a ser sondado? Cogitaria um cargo na instância federal?

Beltrame - Acho que a minha contribuição ao serviço público brasileiro acabou. É como um livro. Quando você chega à última página, acabou, fechou. Para mim, chega de serviço público. Foram 30 anos.

E acho que o serviço público brasileiro deve passar por uma reformulação muito grande. Ele deve ser bem pago, bem treinado e enxuto. Isso daria velocidade e condições para ter respostas rápidas. Hoje temos exatamente o contrário: servidores desanimados, que ganham mal, que foram esquecidos nos seus cargos, que não foram capacitados.

E o que você faz quando as coisas não funcionam? Bota gente para dentro achando que vai mudar. É um ciclo vicioso.

BBC Brasil - Quando o sr. saiu da secretaria, houve quem dissesse que estava abandonando o barco antes de ele afundar. O sr. sente alguma culpa ou responsabilidade pela situação o Rio vive hoje?

Beltrame - Eu não, absolutamente. Eu me entreguei totalmente, me dediquei diuturnamente a esse trabalho. Agora, é lógico, a gente sempre sai com a sensação de que tem mais coisa para fazer. E tem mesmo.

Mas não pensem em jogar tudo fora para, no ano que vem, prometerem uma coisa nova. Tentem enxergar o que aconteceu, o que é recuperável, o que é mensurável. A sociedade tem que estar muito ligada, presente, ter critério, para não entrar em conversas de salvadores da pátria.

O momento é oportuno para isso. Para as pessoas que chegam dizendo que tem que apagar tudo e fazer tudo de novo. Há quantos anos não estamos nessa? A pessoa que entra tem que desmanchar tudo que o outro fez para deixar sua marca. Temos que ter muito cuidado. Aparece gente de todos os lados dizendo que tem soluções mágicas, e esse discurso tem um fundamento ideológico e partidário.

BBC Brasil - O senhor usou o pretérito para falar nas UPPs. Como o senhor vê hoje o projeto de pacificação? Ainda considera que esteja de pé?

Beltrame - Acho que não posso dizer que está de pé na acepção da palavra, né? As cenas que vi no Complexo do Alemão são cenas que me motivaram a fazer a ocupação (ele se refere à operação que ocupou o conjunto de favelas em 2010). O que se vê em certos lugares do Alemão são cenas que deram motivo à UPP. Aquilo que se viu aí não é UPP.

Mas as pessoas se esquecem que tem lugar onde deu muito certo, como o Vidigal (entre o Leblon e São Conrado). O Dona Marta (em Botafogo) estava bem também, achei que estava bem (o morro era a principal vitrine das UPPs, mas voltou a apresentar confrontos e tráfico de drogas ostensivo).

Eu acho que não é uma derrocada. Temos que pensar em onde avançamos. A sociedade tem que entender que ela fez o pior. O pior foi ocupar as comunidades antes.

BBC Brasil - O sr. quer dizer o mais difícil?

Beltrame - Sim, o mais difícil, a sociedade tem que entender que o mais difícil foi feito. Não podemos perder isso. Mesmo com os problemas que temos hoje, é mais fácil fazer alguma coisa agora do que o que já foi feito há dez anos atrás.

BBC Brasil - O sr. tem esperança que as UPPs continuem?

Beltrame - Eu acho que o Rio de Janeiro não sai desse problema se não olhar para essas áreas que foram até agora tratadas como guetos. O que foi feito para as comunidades antes da UPP? O que teve? Acho que não se pode abrir mão.

Tem problemas, não dá para negar, mas não dá para dizer que acabou. É muito mais fácil você racionalizar, fazer um reestudo em cima do que se tem, do que botar tudo fora. Não dá para desperdiçar tudo. Vamos ver o que dá para recuperar.

BBC Brasil - Temos visto uma nova onda de confrontos nas comunidades do Rio. Há quem diga que as UPPs levaram a um reordenamento de forças nas facções criminosas, enfraquecendo grupos locais e favorecendo a entrada do Primeiro Comando da Capital (PCC). Que mudança no balanço de forças foi ocasionado pelas UPPs?

Beltrame - O PCC se expandiu com um poderio muito grande para o Norte e o Nordeste. Os recursos são de assaltos a banco. Você viu os milhões de dólares que roubaram no Paraguai (referência a assalto a uma transportadora de valores em abril deste ano).

Agora vai dar um segundo passo, que é apossar-se da venda de drogas. É tirar os paraguaios e os bolivianos como fornecedores. E eles, o PCC, virarem os fornecedores.

Eles querem o monopólio da venda de drogas e de armas para o mundo. Não é para cá. A ideia deles é uma ideia grande, empresarial, e é por pensarem assim que eles não vêm para o Rio de Janeiro. Porque o tráfico aqui é totalmente desorganizado, ostensivo, gosta de aparecer, fazer barulho e terror. O PCC pensa. Se organiza. É estratégico.

Então essa história de o PCC estar aqui, eu particularmente não acredito. Porque eles são estrategistas. Talvez ainda seja a nossa sorte que o crime aqui é desorganizado. Se ele fosse organizado, ficaria muito mais difícil.

Mas do jeito que as coisas estão, eu tenho muito medo do que vai ser daqui para a frente no país, especialmente no Rio de Janeiro, se nada for feito. É preciso haver uma resposta da nação brasileira contra o crime.

Precisamos de muita união para dar uma resposta à altura da velocidade com que as coisas estão se degradando.

BBC Brasil - Como o sr. vê o legado que deixou à frente da segurança pública do Rio? O sr. é cobrado nas ruas, recebe críticas?

Beltrame - Graças a Deus, acho que a gente deixou um legado intangível - que é o legado da esperança. Desculpe a minha pretensão, mas acho que foram dez anos em que pelo menos a sociedade carioca teve esperança.

Porque se olharmos para trás, você não vai ver nada feito de maneira objetiva, mensurável. Houve um momento de proliferação econômica e de entusiasmo, e ali a sociedade, o Estado e o município tinham que ter feito também a sua parte.

Graças a Deus saio com a consciência tranquila e tenho recebido só palavras de apoio. Mas não me sinto bem vendo tudo na situação em que está. Tenho um temor muito grande pela situação do Rio de Janeiro.

Mas a verdade, e o mais triste, é onde o país está. Tenho viajado o país inteiro e visto a situação no Maranhão, em Natal, na minha terra, Rio Grande do Sul. As coisas realmente não estão boas. Acho que o problema hoje chegou num nível nacional.  

 

AGÊNCIA BRASIL


Aeronáutica recebe aeronave para missões de busca e salvamento.

Programa Forças do Brasil fala sobre a aquisição de aeronaves, a função dos hospitais de Campanha e ainda as principais ações das Forças Armadas voltadas para o meio ambiente.

Revista Brasil |

A Aeronáutica recebeu a aeronave Airbus SC 105 Amazonas, dedicada às missões de busca e salvamento. A aquisição dessa aeronave faz parte de um projeto da Aeronáutica, que prevê duas aeronaves como essa para o Esquadrão Pelicano, no Mato Grosso do Sul.

O programa Forças do Brasil tratou ainda sobre os hospitais de Campanha do Exército, que levam uma estrutura semelhante à de um hospital comum . Eles foram criados, inicialmente para atender as tropas que estava, em missões. Mas hoje também são um ferramenta importante de ajuda às vitimas de enchente e em locais atingidos por grandes catátrofes.

Você vai saber também quais são as principais ações voltadas a proteção do meio ambiente realizadas pelas Forças Armadas podem ser conferidas no livro Defesa e Meio Ambiente.

 

PORTAL DEFESANET


Ala 11 sedia a Reunião da Aviação de Transporte.

Evento reuniu 14 Esquadrões de Transporte da FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou a Reunião da Aviação de Transporte (RAT), no dia 11 de junho, na Ala 11, no Rio de Janeiro (RJ), dando início às atividades comemorativas ao 86º aniversário do Correio Aéreo Nacional e do Dia da Aviação de Transporte.

O objetivo foi padronizar procedimentos operacionais, permitir o intercâmbio de experiências, analisar os resultados das deliberações recorrentes das reuniões anteriores e decidir sobre ações futuras. “Trata-se de um evento que, além de sua proposta de discutir sobre novas possibilidades operacionais, permite cultuar as tradições e propiciar o congraçamento entre os tripulantes da nossa Aviação de Transporte”, afirmou o Brigadeiro do Ar Mozart de Oliveira Farias, Comandante da Ala 11, durante a abertura.

Com a participação de representantes dos quatorze Esquadrões de Transporte, a reunião foi presidida pelo Comandante do Comando de Preparo (COMPREP), Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral, e teve a presença de diversos Oficias-Generais e militares pertencentes à Aviação de Transporte do passado e da atualidade.

O ciclo de palestra apresentou temas de interesse como a “Operação do KC-390 no Cenário Tático”, a “Operação do F-39 no Cenário Tático”, as “Perspectivas da Seção de Avaliação e Doutrina do COMPREP” e o “Desenvolvimento de Processos para o Preparo da Força Aérea”, esta última ministrada pelo Comandante do COMPREP.

Já o Vice-Presidente da Associação dos Membros de Equipagens da Aviação de Transporte Aéreo (AMEAVITA), Major-Brigadeiro do Ar Reformado José Maria Custódio de Mendonça, proferiu palestra informativa sobre a entidade.

Durante a RAT, um dos protótipos da aeronave KC-390, cargueiro multimissão que está em plena fase de desenvolvimento e de certificação, estacionou no pátio operacional da Ala 11.

Todos os presentes tiveram a oportunidade de visitar a sua cabine. “É uma aeronave espetacular”, afirmou o Tenente Aviador Edgard Gomes Almeida, do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), ao conhecer o novo equipamento.

As primeiras aeronaves serão entregues ao Esquadrão Gordo (1º/1º GT), a partir do ano de 2018, em substituição aos C-130 Hércules. Em seguida, o Esquadrão Coral (1º GTT) será o próximo Esquadrão a receber o novo avião da FAB.

 

Simulação de combate: Exército materializa tendência global


O Exército Brasileiro tem investido, com mais frequência, nos últimos anos, em sistemas de simulação que permitem capacitar militares em diferentes aéreas, racionalizando recursos e trazendo mais possibilidades aos treinamentos. O Comando de Operações Terrestres (COTER) possui, em sua 1ª Subchefia, uma Divisão de Simulação de Combate, responsável por gerenciar o Sistema de Simulação do Exército com foco no preparo da Força Terrestre.

De modo geral, durante as simulações, os militares participam de representações artificiais de atividades ou eventos reais. Para isso, podem ser utilizados sistemas informatizados, mecânicos, hidráulicos ou a combinação desses sistemas. Além disso, as simulações podem ser “vivas”, com pessoas e sistemas reais; “virtuais”, com pessoas reais e sistemas virtuais; e “construtivas”, com tropas e sistemas simulados.

Utilizar simulações no adestramento é uma tendência mundial da área de defesa. Segundo o Major Reynaldo Cayres Minardi Júnior, da Divisão de Simulação de Combate do COTER, embora não substituam os treinamentos reais, as simulações possibilitam que o militar, sendo treinado, precise repetir menos vezes a atividade, gerando mais segurança e menor desgaste dos equipamentos, por exemplo.

“Haja vista a quantidade de recursos tecnológicos que são empregados hoje em dia nos armamentos, equipamentos e viaturas, a gente não pode se dar ao luxo de partir para o treinamento real sem que aquele militar tenha o mínimo de capacitação”, enfatiza o Major. Exemplo disso são os simuladores utilizados para treinar motoristas para viaturas Guarani e os simuladores de tiro.

Outros benefícios do uso de simulações são a redução do impacto ambiental e os múltiplos cenários que podem ser criados no ambiente virtual para treinar os militares em diversas funções e no apoio à decisão, com ferramentas de análise. “Imagina a dificuldade de movimentar tropas, viaturas, equipamentos para o interior de um ambiente urbano. A gente consegue fazer isso no sistema de simulação”, ilustra o Major Cayres.

Evento aberto ao público terá exposição de sistemas de simulação

Entre os dias 20 e 22 de junho, a Conferência de Simulação e Tecnologia Militar será promovida em Brasília, no Quartel-General do Exército. Mais de 3 mil visitantes, entre militares, empresários e acadêmicos, devem passar pelas exposições da Conferência e de palestras especializadas que ocorrerão em paralelo. A previsão é de que 25 empresas apresentem soluções para os sistemas de simulação de combate. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita.

Operação "Ares": Simulação na Artilharia de Campanha

No período de 22 a 26 de maio, foi desencadeada, nas instalações do Simulador de Apoio de Fogo do Centro de Avaliação de Adestramento Sul, em Santa Maria (RS), a Operação "Ares". Com a atividade, foi possível, pela primeira vez, exercitar as ações de planejamento e coordenação de fogos desde o nível Força Terrestre Componente (FTC) até o nível Grande Unidade, pela ativação doutrinária do Comando de Artilharia da Força Terrestre Componente (CAFTC), a partir do Comando de Artilharia do Exército (Cmdo Art Ex).

Essa foi a oportunidade de reunir mais de 40 oficiais de artilharia para discutir novas demandas doutrinárias inseridas em diversos manuais do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro, sobretudo o novo manual de Planejamento e Coordenação de Fogos, em estágio final de homologação pelo Centro de Doutrina do Exército.

Assuntos como a busca de alvos, a coordenação de meios não-cinéticos, o tiro em área humanizada, o emprego dos mísseis, foguetes e munições especiais, a coordenação do espaço aéreo, o novo fluxo de planejamento (D3A – decidir, detectar, disparar e avaliar) e seus documentos correlatos foram amplamente estudados e discutidos.

Devido ao processo de reestruturação pelo qual o Sistema de Artilharia de Campanha vem passando, a Operação Ares trabalhou já com um Sistema de Artilharia de Campanha moderno e reformulado. O emprego de obuseiros de 39 calibres, com sistema de navegação e controle de tiro, com fluxo digital de dados entre diversos subsistemas, permite diferencial rapidez na abertura do fogo, obtendo tiros mais profundos, mais letais e com maior precisão. Isso tudo demanda a compulsória atualização do conhecimento pelos profissionais de Artilharia do Exército Brasileiro.

Durante a Operação, foram trabalhados aspectos relevantes, como modernidade, doutrina, rapidez, adestramento, letalidade e precisão, para a busca do Sistema de Artilharia de Campanha que se deseja para a Força Terrestre Brasileira.

Coordenada pelo Cmdo Art Ex, a Operação reuniu, ainda, o Comando da Artilharia Divisionária da 3ª e da 5ª Divisão de Exército (AD/3 e AD/5); o 6º Grupo de Mísseis e Foguetes; o 3° e o 16º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado; o 6º e o 13º Grupo de Artilharia de Campanha; além de representantes do Comando de Operações Terrestres (COTer), do Centro de Instrução de Blindados e da ALA 4, da Força Aérea Brasileira.

 

PORTAL R3 (SP)


Brigada de Incêndio da Fibria eleva eficiência no combate a incêndios florestais no Vale do Paraíba


Incêndios florestais podem trazer danos irreparáveis ao meio ambiente e as pessoas. Visando a manutenção das florestas e à preservação da biodiversidade, a Fibria possui uma brigada que está em constante treinamento e sempre pronta para auxiliar no combate a focos de incêndios nas áreas florestais da empresa, localizadas na região do Vale do Paraíba (SP).

A equipe é composta por 40 brigadistas e cerca de 400 combatentes, que são responsáveis por monitorar uma área de 80.328 hectares, equivalente a 80 mil campos de futebol. Para garantir uma rápida resposta aos chamados, os integrantes participam de formações estratégicas, focadas na atualização das técnicas para a prevenção e combate a incêndios, e também na gestão da ocorrência.

“O brigadista precisa ter agilidade, tanto para o combate como para a análise crítica e estratégica da ação. É necessário que ele estude a melhor forma de conter aquele foco, para que não se alastre e se torne um incêndio de grandes proporções”, diz o supervisor florestal e coordenador da Brigada de Incêndio da Fibria, Rodolfo Garuba de Menezes Mota.

A preocupação em controlar o foco com agilidade é para que o incidente cause o menor impacto possível para a biodiversidade e à comunidade. “Mais do que cumprir nossas funções com a empresa, somos responsáveis pela preservação das florestas. Todo mundo precisa se atentar a seus atos, para evitar danos à biodiversidade e à natureza, que é nossa fonte de vida. O incêndio florestal prejudica a vida em sua totalidade e é ela que queremos preservar”, diz o técnico em Operação Florestal da Fibria, Jesus Batista, de 49 anos.

Antes de iniciar a temporada de seca, anualmente, a Fibria realiza uma campanha de conscientização com os vizinhos das fazendas da empresa. Eles recebem o contato dos empregados das frentes de plantio e um brinde com o número do canal Fale com Fibria, para que possam avisar sobre qualquer risco de incêndio.

A comunidade também pode utilizar o serviço gratuito do canal Fale com Fibria para informar sobre ocorrências de incêndios em florestas de eucalipto ou nativas, nas áreas da empresa. O atendimento é 24 horas e o contato pode ser feito por meio do número 0800 707 9810, inclusive com ligação à cobrar.

Equipe preparada

Para uma melhor eficácia , a Fibria investiu na modernização da patrulha mecanizada da sua brigada de incêndio. A equipe conta com quatro grandes veículos, com capacidade de 12 mil litros de água, cinco caminhões com capacidade entre seis a oito mil litros, e mais cinco veículos menores para combates rápidos, que comportam 600 ou 200 litros. Os maiores, por exemplo, têm a mesma capacidade que o avião C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizado para combater incêndios em florestas. Além disso, os caminhões-pipa utilizados pela Brigada são equipados com macacões antichamas, conhecidos como ‘roupa de aproximação’, e EPIs (equipamento de proteção individual), usados apenas em situação de resgate ou combate em pilhas de madeira.

 

OUTRAS MÍDIAS


A TRIBUNA (SP)


Guarujá veta queima de gases na Base Aérea de Santos

Pedido foi debatido na reunião desta segunda-feira (19) do Conselho de Defesa do Meio Ambiente

As autoridades de Guarujá vetaram a proposta da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos), de queimar, na cidade, produtos tóxicos armazenados no complexo marítimo. O pedido foi debatido na reunião desta segunda-feira (19) do Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema) do município.

A ideia da Docas era incinerar 115 cilindros de fosfina e outros gases perigosos na Base Aérea de Santos, no distrito de Vicente de Carvalho. O material seria retirado do Centro de Santos, carregado em uma embarcação e levado até a unidade da Aeronáutica, que fica às margens do canal de navegação do complexo.

Há cerca de dois anos, técnicos da área de Meio Ambiente da Codesp descobriram esses produtos em armazéns que ficam no Centro de Santos. A estimativa é de que a carga esteja no local há 20 anos.

Apesar de aparentarem bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e explosivos perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, a necessidade de uma destinação adequada para os produtos.

Comumente utilizada na agricultura no formato de pastilhas, a fosfina (a outra denominação do hidreto de fósforo) é usada para erradicar pragas. Mas sua queima pode ser perigosa. A própria Autoridade Portuária reconhece a gravidade do problema. Há dois anos, porém, discute uma maneira de resolver a questão.

Se um dos cilindros apresentar vazamentos, existe a possibilidade de explosões e vazamentos de gases tóxicos. O problema ainda poderia ocasionar a evacuação de vários bairros da cidade.

A Prefeitura de Guarujá acompanha a deliberação do Condema. E reitera que não aceita que a queima de materiais tóxicos seja em Vicente de Carvalho, e nem que os 115 cilindros sejam transportados para o município.

A Prefeitura informou que entende o problema e está disposta a buscar soluções conjuntas para sua resolução, mas que o município não pode ser visto como ponto de descarte desse material.

 

Tribuna do Ceará


 Concurso da Aeronáutica oferta mais de 50 vagas.

Os interessados podem se inscrever até 3 de julho de 2017, com custo de R$ 130.
 

O Departamento de Ensino da Aeronáutica (DEPENS) publicou as instruções gerais para o Exame de Admissão ao Curso de Adaptação de Médicos do ano de 2018 (EA CAMAR 2018). O Quadro de Oficiais Médicos destina-se a suprir as necessidades de oficiais de carreira para o preenchimento de cargos e para o exercício de funções técnico-especializadas e de interesse do Comando da Aeronáutica (COMAER).

Os interessados podem se inscrever até 3 de julho de 2017, com custo de R$ 130, por meio do preenchimento inicial do formulário de inscrição, disponível no site.

Estão sendo oferecidas 56 vagas, distribuídas nas seguintes especialidades: Alergologia (ALG), Anestesiologia (ANE), Anatomia Patológica (ANP), Cardiologia (CAR), Cancerologia (CAC), Cirurgia Cardíaca (CCA), Clínica Médica (CLM), Cirurgia Torácica (CTO), Cirurgia Vascular-Periférica (CVP), Geriatria (GER), Ginecologia E Obstetrícia (GOB), Infectologia (IFT), Hematologia (HEM), Hemoterapia (HET), Nefrologia (NEF), Oftalmologia (OFT), Otorrinolaringologia (ORL), Ortopedia (ORT), Psiquiatria (PSI), Radiologia (RAD) e Urologia (URO).

O concurso será composto por provas escritas, parecer específico, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação do condicionamento físico, prova prático-oral e validação documental.

As provas escritas e o teste de condicionamento físico serão aplicados nas cidades de Belém (PA), Recife, Jaboatão dos Guararapes (PE), Fortaleza (CE), Natal, Parnamirim (RN), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte, Lagoa Santa (MG), São Paulo, Guarulhos (SP), Campo Grande (MS), Porto Alegre, Canoas (RS), Curitiba (PR), Brasília (DF), Manaus (AM).

 

PORTAL A NOTÍCIA (SC)


Grupo protesta contra privatização da Infraero no Aeroporto de Joinville

Infraero informou que protesto não teve impacto nos voos desta terça-feira

Contra a privatização da Infraero, sindicalistas se reuniram na manhã desta terça-feira para protestar no Aeroporto de Joinville. O protesto iniciou às 9 horas e não tem hora para acabar, informou Rangel Augusto Ferreira Alves, diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). Através da assessoria de imprensa, a Infraero informou que o ato não gerou impacto nos voos.

Rangel Augusto Ferreira Alves estima que cerca de 70 pessoas participam do ato, que também é realizado em outros aeroportos do País. Ele defende que haja "um debate com a sociedade" antes de qualquer decisão.

- O que foi feito com os aeroportos que foram vendidos? Esses aeroportos estão sendo sucateados, não trouxeram melhora nenhuma para nós. Os dois aeroportos campeões na avaliação dos clientes são os de Curitiba-PR e Recife-PE. Eles são da Infraero, a empresa continua prestando serviços excelentes - defende o dirigente sindical.

Através da assessoria de imprensa, a Infraero informou que o ato não gerou impacto nos voos desta terça-feira. A empresa também informou que "respeita o direito dos empregados de fazer suas manifestações" e que "conta com um plano de contingência para garantir o funcionamento de seus aeroportos".

De acordo com os manifestantes, o ato também é uma preparação para a greve geral convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras entidades sindicais para o dia 30 de junho. Segundo Rangel, participaram da manifestação o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), o Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Particular e Fundações Educacionais do Norte do Estado de Santa Catarina (Sinpronorte), o SindSaúde, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e os sindicatos dos metalúrgicos e dos mecânicos.

 

PORTAL JOTA (SP)


Céu azul para os drones

Regras colocam o Brasil em equivalência com países precursores na matéria

Daniel Diniz Manucci / Rodrigo Amaral e Souza

As soluções baseadas em drones irão revolucionar os modelos de negócios em escala proporcional à revolução tecnológica que se iniciou no início da década de oitenta. Em um futuro próximo, todos serão atingidos pela tecnologia, que já está se consolidando em alguns setores da economia, tais como os de infraestrutura, agricultura, mineração, segurança e transportes.

Segundo relatório elaborado pela PricewaterhouseCoopers (PwC)[1], em 2016, o mercado global de serviços que poderá ser substituído por soluções baseadas nesta tecnologia é de U$ 127.3 bilhões de dólares, o que evidencia o seu potencial de crescimento e a sua relevância presente e futura. Diante do avanço e das expectativas relativas a esse mercado, fez-se necessária uma regulamentação mais detalhada, de modo a garantir a privacidade e a segurança da população, sem, contudo, criar empecilhos para o desenvolvimento do setor.

A ANAC já exigia autorizações individuais para o uso de drones e, segundo a própria agência, cerca de 400 autorizações já foram emitidas, em grande maioria para órgãos de segurança pública. No entanto, a falta de um regulamento com normas específicas tornava mais burocrática a obtenção de tais permissões, represando o crescimento do setor em território brasileiro.

Por essa razão, e em confluência com regramentos desenvolvidos ao redor do mundo, a ANAC editou o RBAC-E (Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial) nº 94, o qual estabeleceu requisitos gerais aplicáveis às aeronaves não tripuladas de uso civil.

A ANAC tomou como base as normas de órgãos precursores em tal regulamentação, tais como as da European Aviation Safety Agency (EASA), da Civil Aviation Safety Authority (CASA) e da Federal Aviation Administration (FAA), que são as autoridades aeronáuticas da União Europeia, Austrália e Estados Unidos, respectivamente.

As regras estabelecidas pelo referido regulamento visam estabelecer padrões claros de utilização dos drones no Brasil, bem como limites de sua utilização, principalmente na esfera comercial, complementando, portanto, normas de outros órgãos, tais como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o Ministério da Defesa e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

A palavra drone é popularmente utilizada para descrever qualquer aeronave que possua alto grau de automatismo. Como este termo não possui definição formal, o regulamento se valeu das expressões “aeromodelos” e “aeronaves remotamente pilotadas” (RPA). Os aeromodelos são as aeronaves não tripuladas que tenham finalidade exclusivamente recreativa, enquanto as Aeronaves Remotamente Pilotadas – RPA são as que possuem finalidades comerciais, corporativas ou experimentais.

O RBAC-E nº 94 estabelece, dentre outras normas, a distância mínima entre as pessoas não envolvidas e que não tenham anuído com a operação, que não poderá ser inferior a 30 (trinta) metros horizontais.

Há, ainda, a obrigação de contratação de seguro de responsabilidade civil, com cobertura similar ao de aeronaves, com a diferença de que, considerando que a RPA não possui passageiros, o principal foco serão os danos causados a terceiros. Entretanto, a contratação de seguro não se faz obrigatória para operações de entidades controladas pelo Estado.

Quanto à habilitação dos pilotos, todos os que atuarem em operações acima de 400 pés acima do nível do solo (Above Ground Level – AGL), devem possuir licença e habilitação emitida ou validada pela ANAC.

Estas são algumas das principais regras do regulamento que, se descumpridas, poderão ensejar sanções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86), além de outras penalidades nas esferas civil, administrativa e penal.

A título exemplificativo, o código penal prevê, em seu artigo 261, o tipo penal do Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo, imputando pena de reclusão de dois a cinco anos para quem expuser a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea.

A regulação proposta pela ANAC é de extrema importância, pois algumas previsões como a da FAA estimam que a frota de drones, somente nos EUA, chegará a 1.6 milhões de unidades em 2021, agregado a um número de 400.000 pilotos. Necessário se faz, portanto, equilibrar o avanço e as benesses tecnológicas trazidas pelos drones com a preservação da segurança, a privacidade e o direito de propriedade.

Fato é que a nova regulamentação, além de gerar segurança jurídica ao mercado, sobretudo na área comercial, irá auxiliar também o controle dos riscos que envolvem a operação de Aeronaves Remotamente Pilotadas, colocando as regras nacionais em consonância com as mais atuais hoje aplicadas em outros países, viabilizando, assim, o crescimento desse mercado com enorme potencial.