NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL G1


Interiorização leva 15 mil venezuelanos de RR a outros estados em 1 ano e 3 meses

Fluxo na fronteira é de 550 pessoas ao dia; números foram apresentados pela operação Acolhida nesta quinta-feira (18) durante reunião com parlamentares. AM, SP e RS foram os estados que mais receberam imigrantes.

Por Emily Costa, G1 Rr — Boa Vista | Publicada em 18/07/2019 19:27

Mais de 15 mil venezuelanos que cruzaram a fronteira do Brasil por Roraima foram transferidos a outros estados do país, divulgou nesta quinta-feira (18) a operação Acolhida, missão humanitária que cuida do fluxo migratório.

O número foi apresentado durante uma reunião entre deputados federais, estaduais, vereadores da capital e representantes da operação para tratar da imigração venezuelana.

O encontro ocorreu na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista, e os parlamentares cobraram, principalmente, soluções para o impacto da migração em setores como saúde, educação e segurança.

De acordo com a operação,15.071 venezuelanos foram transferidos da região fronteiriça a outros 22 estados brasileiros entre 5 abril de 2018, quando começou a interiorização, e esta quarta (17).

O número inclui não só transferências da Força Aérea Brasileira (FAB), que são mais de 8 mil, mas também as que são feitas por instituições parceiras da operação, como a mediada pelo bilionário Carlos Wizard e as companhias Azul, Gol e Latam, que garante voos de graça aos venezuelanos.

Até 30 de junho, conforme a Acolhida, os estados que mais receberam os venezuelanos foram Amazonas (1.836), São Paulo (1.296) e Rio Grande do Sul (1.095).

 

"Em junho transferimos 1.682 mil venezuelanos e ainda neste mês pretendemos atingir o número de 2 mil ", afirmou o general Eduardo Pazuello, que comanda a operação. "A interiorização é hoje o principal foco da Acolhida. A meta é acelerar o processo e, até o fim do ano, esvaziar os 13 abrigos do estado, deixando apenas quatro funcionando em Boa Vista".

Em média, 550 venezuelanos cruzam por dia a fronteira em Pacaraima, distante 215 km de Boa Vista. Desse total, segundo a Acolhida, 250 não ficam no estado, 230 não desejam ficar em abrigos e ao menos 30 necessitam de assistência humanitária.

"Um saldo de 20, 30 pessoas por dia é pequeno se visto de maneira isolada, mas em um mês viram 1 mil, e em três meses pode representar 3 mil pessoas a mais vivendo nas ruas, caso a interiorização não seja rápida", disse Pazuello.

O levantamento apresentado também mapeia o fluxo de ingresso no Brasil. Desde 2017, 260 mil venezuelanos entraram no país e 100 mil saíram, sendo que 35% deixou o território nacional pela própria fronteira em Pacaraima.

Durante a reunião, o coronel Eduardo Migon, oficial de Planejamento da Acolhida, disse que a operação já envolve 109 entidades, incluindo governos, instituições e ONGs.

"Temos um total de 2 mil pessoas diretamente ligadas à operação, sendo que 520 são militares e as demais são de instituições parceiras", detalhou.

Atualmente, Roraima tem 13 abrigos para venezuelanos: 11 em Boa Vista e dois em Pacaraima. Juntos, eles têm cerca de 6 mil moradores. Além desses imigrantes, outros 3,5 mil foram contabilizados vivendo nas ruas ou em prédios públicos e privados abandonados.

Estima-se que desde 2015 cerca de 4 milhões de venezuelanos deixaram seu país em decorrência da crise política, econômica e social que atinge o país. O Brasil é o quinto país que mais recebeu imigrantes, conforme a ONU, que defende que eles tenham proteção como refugiados.

PORTAL SPUTNIK BRASIL


Embraer KC-390 seria fundamental para avanço tecnológico que faltava ao Brasil?


Sputnikexplica | Publicada em 18/07/2019 10:00

Recentemente, o avião brasileiro Embraer KC-390 está agitando não apenas o mercado mundial, mas envolvendo inclusive a OTAN. O que estaria atraindo tanta atenção do mercado militar?

A Sputnik explica tudo sobre a aeronave que pode colocar o Brasil no mercado militar da OTAN.

Como surgiu o cargueiro brasileiro?

O cargueiro, projetado em parceria entre a FAB e a Embraer Defesa e Segurança, foi anunciado em 2007 para se tornar realidade apenas em 2015, quando os primeiros voos de teste foram realizados.

Além de representar um grande avanço tecnológico e de inovação para a indústria aeronáutica brasileira, o projeto da aeronave também visa um menor custo operacional e maior flexibilidade de missões.

O Embraer KC-390 é o maior avião já construído pela indústria aeronáutica brasileira e estabelece um novo padrão para as aeronaves de transporte militar de médio porte com relação ao desempenho e capacidade de carga.

Processo de produção, parceiros do projeto e pontos fortes do KC390
 

A aeronave é produzida na fábrica da Embraer de Gavião Peixoto, em um hangar de 10.000 m², onde ocorre a montagem das peças da aeronave. O local tem capacidade para produzir até 18 aviões por ano.

Já a produção da fuselagem ocorre em três partes distintas, onde a maior parte do trabalho é feita de forma automatizada por robôs.

O programa também contou com alguns parceiros internacionais. Em 2010 foi assinado um acordo com a Colômbia, visando sua participação do desenvolvimento e da produção do KC-390. Além disso, o acordo contém a intenção de compra de 12 aviões pelo país.

Outro parceiro que firmou um acordo com o Brasil foi Portugal, também com intenção de compra nos mesmos termos da Colômbia. Pouco depois, foi a vez do Chile, com intenção de compra de seis aviões, e por último a Argentina. Entretanto, na etapa final do programa, apenas Portugal, a República Tcheca e a Argentina permaneceram como parceiros industriais.

A aeronave, que apresenta características notáveis, possui uma capacidade de carga de 23 toneladas, podendo transportar 80 soldados ou 74 macas em missões de resgate.

Graças aos motores a jato V2500-E5, produzidos pela International Aero Engines AG (IAE), o KC-390 atinge uma velocidade de 870 km/h. E isso não é tudo, ele terá uma fuselagem blindada e sistemas para despistar mísseis, através de tiras de alumínio lançadas ao ar para enganar os mísseis guiados por radar, além de fogos de bengala, que enganam os mísseis guiados por calor.

Outra importante novidade é o sistema eletrônico full fly-by-wire, que substitui os cabos e sistemas hidráulicos e onde todos os controles do avião são elétricos, tornando a aeronave mais leve e econômica.

Já a BAE Systems será responsável pelo fornecimento de hardware e software dos sistemas de integração eletrônicos para comandos de voo. A Goodrich Corporation será responsável pelos controles elétricos do sistema primário de comando de voo.

A empresa brasileira AEL Sistemas S.A. será responsável pelo fornecimento do computador de missão, responsável pela integração de sistemas fundamentais de missão.

O sistema de radar de missão de última geração Gabbiano, modelo T-20, será da responsabilidade da empresa italiana Selex Galileo.

Relação entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Embraer


Além da parceria entre a FAB e a Embraer Defesa e Segurança, ambas firmaram um contrato, no qual a FAB encomendou 28 unidades, custando aproximadamente R$ 7,2 bilhões.

O KC-390 deverá substituir os antigos cargueiros da Lockheed Martin, os Hércules C-130, aeronave que grande parte das forças aéreas utilizam.

Inicialmente, o primeiro avião do modelo estava previsto para ser entregue no ano passado, entretanto, ocorreu um atraso devido a dois incidentes com o protótipo.

Com isso, uma terceira unidade teve de ser utilizada na fase de testes para a certificação do modelo. Sendo assim, a FAB deverá receber o avião com o número 004.

O contrato firmado com a FAB prevê que os aviões devam ser entregues até 2026, o que significa uma quantidade de quatro aviões por ano. Neste ano de 2019 devem ser entregues duas aeronaves.

A FAB pretende utilizar o novo cargueiro em múltiplas missões, como lançamentos aéreos de paraquedistas e cargas, reabastecimento em voo, combate aéreo a incêndios, evacuação aeromédica e busca e salvamento, podendo ser reconfigurado de acordo com a missão em até três horas.

Acordos e possíveis compradores do Embraer KC-390

Há a expectativa de que a Argentina e a República Tcheca possam encomendar o novo cargueiro brasileiro. Por sua vez, Portugal, um dos pretendentes, confirmou recentemente o acordo de compra.

No caso da Argentina, o país hoje conta com cargueiros envelhecidos e, portanto, precisará atualizar sua frota. Sendo assim, especula-se que o país possa adquirir seis unidades do KC-390.

A República Tcheca hoje está equipada com caças Gripen, porém sua frota de cargueiros é consideravelmente modesta. Sendo assim, há a possibilidade de o país adquirir duas unidades do cargueiro brasileiro.

O Conselho de Ministros de Portugal, depois de analisar os C-130J e o A400M, decidiu optar pelo KC-390, já que a aeronave possui o que há de mais moderno em termo de tecnologia, além de possuir um valor mais acessível que o dos seus outros dois concorrentes, aprovando um investimento de aproximadamente € 827 milhões (R$ 3,5 bilhões) direcionados para as cinco aeronaves KC-390 da Embraer.

Além dos países citados acima, a Embraer atua para que a Suécia também adquira unidades da aeronave, bem como a Itália, Nova Zelândia, Colômbia, Chile, Bolívia e Emirados Árabes Unidos.

Chances do KC-390 no mercado militar da OTAN

Com a recente venda para Portugal, um país membro da OTAN, surgiram especulações de que outros Estados que fazem parte da aliança possam vir a ser novos clientes da Embraer, inclusive os EUA.

Isso poderia ser algo fundamental para que a aeronave alcance um lugar significante em um mercado previsto de 728 aeronaves até 2025, disputando esse mercado com o norte-americano C-130J, o japonês C-2 Kawasaki, o ucraniano Antonov An-178, o russo Ilyushin II-276 e o multinacional A400M, da Airbus.

Boeing, Embraer e o futuro do KC-390

Em 2018, em meio a uma transação polêmica autorizada pelo governo brasileiro durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, a Embraer passou por um processo de fusão com a norte-americana Boeing, contudo, a empresa norte-americana não exercerá necessariamente influência sobre as vendas da aeronave.

A Boeing participará das campanhas de vendas do KC-390, oferecendo suporte e treinamento nos EUA, no Reino Unido e em mercados do Oriente Médio.

Ou seja, o KC-390 faz parte da Embraer que não foi vendida à Boeing. Entretanto, as duas empresas firmaram um acordo comercial para divulgar e elevar as vendas do cargueiro, criando uma joint venture com a Boeing para tratar exclusivamente da comercialização e manutenção das aeronaves KC-390. O acordo terá 51% de participação da Embraer e 49% da Boeing.

No futuro, o KC-390 pode ser produzido nos EUA, e então seria exportado via programa Foreign Military Sales (FMS) da diplomacia norte-americana, o que poderia fazer com que todos os aliados recebessem a aeronave.