NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL UOL


ONU quer Brasil de volta a missões de paz na África, diz general


Luis Kawaguti | Publicada em 18/02/2019

Após negativas do governo de Michel Temer (MDB) no ano passado, a ONU voltou a sinalizar para que o Brasil envie tropas para uma de suas missões de paz, segundo afirmou ao UOL o general brasileiro que comanda as forças das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Elias Martins Filho.

Segundo ele, ainda não houve um pedido formal de tropas durante o governo de Jair Bolsonaro (PSL), mas a ONU deseja que o Brasil se envolva em alguma ação na África o mais breve possível. O destino mais provável é a República Centro-Africana - missão que já havia sido cogitada durante o governo de Michel Temer (MDB), mas não foi adiante por problemas envolvendo recursos financeiros.

Elias é um dos militares brasileiros em posição hierárquica mais alta na ONU, e recebeu um pedido informal do chefe do Departamento de Missões de Paz do órgão, Jean-Pierre Lacroix. "Ele me disse: 'general, me ajude a trazer de volta o Brasil para as operações de paz'".

O Brasil participa das missões de paz da ONU desde a década de 1950. Em novembro de 2017, logo após o retorno do último contingente brasileiro da missão no Haiti, a ONU requisitou 750 militares para participar da missão de estabilização da República Centro-Africana - que sofre com a atuação de grupos rebeldes e violência étnica.

O Brasil realizou estudos e treinou tropas, mas o orçamento inicial da missão ultrapassou os R$ 400 milhões e o governo Temer recuou. O general Elias afirmou que a negativa desagradou a ONU, mas o Departamento de Missões de Paz mantém as portas abertas para o país.

Mesmo reembolsando gastos militares, a ONU tem encontrado dificuldades para encontrar fornecedores de tropas para suas missões. A maioria dos contingentes hoje vêm de países da África, do sudeste asiático e da América do Sul.

Qual a posição do governo Bolsonaro?

A reportagem apurou com integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro que a atual administração é favorável ao envio das tropas ao exterior, mas o governo deve aguardar a concretização de medidas de austeridade no Brasil - como a reforma da Previdência, por exemplo - antes de autorizar novos gastos militares.

Atualmente o Brasil detém o comando da Monusco (missão na República Democrática do Congo) e da Força Tarefa Naval da Unifil (missão de paz no Líbano). Uma embarcação brasileira atua no mar Mediterrâneo como nau capitânia da força-tarefa.

Crianças-soldado e mulheres exploradas

As forças da ONU comandadas pelo general Elias enfrentam um cenário no Congo marcado pela atuação de grupos rebeldes, conflitos étnicos e uma epidemia de ebola.

Segundo ele, mais de 140 milícias armadas operam principalmente na região leste do país. As mais fortes lutam pelo controle territorial de áreas ricas em diamantes, ouro e cobalto. Outras vivem escondidas em áreas de selva enquanto subsistem a espera de uma oportunidade para combater governos de países vizinhos ou grupos étnicos rivais, entre outros objetivos.

"Esses grupos armados realizam ataques [a povoados ou unidades isoladas do exército congolês] com finalidades específicas: buscar suprimentos e medicamentos ou buscar armamento e munição. Ou ainda para recrutar forçadamente crianças para serem futuros soldados ou mesmo mulheres para serem esposas dos chefes dos grupos", disse o general Elias.

"Essa é uma questão muito latente nessa região que faz com que as Nações Unidas e outras organizações se devotem claramente no combate ao recrutamento que nós chamamos aqui de crianças soldados, ou de mulheres para fazerem parte forçadamente de grupos onde elas são exploradas sexualmente", disse o general.

Epidemia de ebola

A atual epidemia de ebola já matou mais de 500 pessoas e está concentrada nas províncias do Kivu Norte e Ituri - as mesmas regiões onde opera o grupo rebelde mais ativo do Congo e principal foco de atenção atual da ONU.

O ADF (sigla para Forças Democráticas Aliadas) é um grupo rebelde ugandense criado para se estabelecer nas florestas da República Democrática do Congo e de lá lançar ataques em Uganda com o objetivo de derrubar o governo. Ele atua usando estratégias de guerrilha rural.

Mas, segundo Elias, o ADF nunca teve condições para retornar a seu país e atacar o governo e começou a cometer atrocidades no Congo.

"Quase semanalmente temos ações para proteger a população civil ou realizar ações ofensivas contra esse grupo", afirmou Elias. A Monusco é a primeira missão da ONU que possui oficialmente um caráter ofensivo - na qual os capacetes azuis podem atacar forças rebeldes, em contrapartida a missões mais antigas em outros países onde se limitavam a manter acordos de paz.

A estratégia do general é proteger os 240 médicos e voluntários que trabalham no combate à epidemia. "Eles podem prevenir a morte de milhares e milhares de pessoas. Se o Ebola se espalhar naquela região, que é bastante populosa, ficará muito difícil conter, porque é uma região de fronteira, envolve três países próximos, Uganda, Ruanda e o próprio Congo. Então, a prioridade é oferecer proteção para esse pessoal", disse.

Ofensivas militares

Elias já realizou três grandes ofensivas contra o ADF em parceria com o exército do Congo. As duas primeiras ocorreram em junho e novembro de 2018, e a mais recene na semana passada.

Antes de se voltar ao combate ao ADF, as tropas de Elias e o Exército do Congo atacaram uma coalisão de grupos rebeldes chamados Mai Mai Yakatumba, que haviam conquistado cidades com reservas minerais no leste e no sul do país.

Eles também realizaram uma campanha contra a Frente de Resistência Patriótica de Iture, cujas lideranças se comprometeram a assinar um acordo de paz em março.

Presença no Congo

O primeiro general brasileiro a assumir uma posição de comando na missão do Congo foi Carlos Alberto dos Santos Cruz, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo.

Em 2013, ele chefiava a Brigada de Intervenção da ONU no país e venceu em uma série de campanhas militares o M23 (Exército Revolucionário do Congo) que controlava províncias no leste do país e tentava derrubar o governo do ex-presidente Joseph Kabila e iniciou o combate ao ADF. O general voltou ao Brasil após passar dois anos e meio na missão.

Elias foi designado para o comando geral da operação em abril de 2018 e deve permanecer no cargo no mínimo até abril. O governo Temer chegou a cogitar mandar tropas à República Democrática do Congo para acompanhar o general, mas a hipótese foi descartada.

Sem Twitter pessoal: general indica mudança de estilo de chefe do Exército


Luis Kawaguti | Publicada em 18/02/2019

Dono de um estilo diferente de seu antecessor, o novo comandante do Exército, Edson Leal Pujol, não deve usar sua conta pessoal no Twitter para tratar dos assuntos da instituição -- ao menos no período inicial de seu comando. O contato direto com a população nas redes sociais será feito pelas contas do Exército e terá entre seus objetivos principais a interatividade com os jovens, segundo afirmou ao UOL em entrevista exclusiva o general Richard Fernandez Nunes, chefe da comunicação social do Exército.

O antigo comandante do Exército, general da reserva Eduardo Villas Bôas, se destacou por usar sua conta pessoal no Twitter para expor ao público não só os temas do Exército, mas a posição política da instituição. Seus principais tuítes atingiam mais de 450 mil seguidores diretos e imediatamente ressoavam na imprensa.

A maior repercussão ocorreu em abril de 2018, quando o então comandante publicou, às vésperas do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um tuíte repudiando a impunidade. Críticos interpretaram como uma forma de pressão ao Supremo. Villas Bôas disse que precisava ter o "domínio da narrativa" em um momento crítico, quando militares da reserva e civis ligados ao Exército se pronunciavam de forma cada vez mais "enfática".

O general Richard Nunes foi secretário da Segurança Pública durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018 e assumiu na última quinta-feira a chefia do CCOMSEx (Centro de Comunicação Social do Exército), órgão estratégico do comando do Exército. Ele substituiu o general Otávio do Rêgo Barros, hoje porta-voz da Presidência.

Richard Nunes afirmou que a opção do novo comandante de não usar sua conta pessoal está relacionada à nova conjuntura do país, mas pode ser reavaliada no futuro.

"Um dos aspectos essenciais da compreensão da arte militar é a característica de cada líder, a personalidade do chefe. O general Villas Bôas tinha essa inclinação, ou tem, porque é bastante ativo nas mídias sociais, especialmente no Twitter. O que o general Pujol disse é que ele vai buscar, pelo menos nessa fase inicial de comando, se deslocar mais para junto da tropa".

Devido a uma doença degenerativa, o general Villas Bôas não pôde viajar para unidades mais afastadas do Exército pelo país, e o comandante Pujol deseja investir nesse contato direto com os soldados. Segundo o general Richard isso significa que, inicialmente, o comandante dedicará seus esforços pessoais de comunicação para seu público interno no Exército.

Mas isso não significa que a interatividade com o público vai diminuir, segundo o general. Os pontos de vista do comandante serão divulgados para o público por meio das contas e perfis oficiais do Exército.

Inteligência artificial para criar militar virtual

O general afirmou que, para atingir o público externo, uma das principais apostas da comunicação do Exército será aumentar a interatividade com os jovens e incentivá-los a entrar no Exército não só pelo serviço militar obrigatório, mas nas escolas preparatórias para seguir carreira na instituição.

Para fazer isso, o Exército trabalha na criação de uma ferramenta de inteligência artificial que será usada em redes sociais e nos sites do Exército para responder questionamentos da população sobre a instituição.

"Nós temos um mecanismo em que perguntas e respostas poderão ser feitas com muito mais agilidade e de uma maneira muito mais amigável para que a juventude possa, dialogando com esse nosso militar virtual, tirar suas dúvidas e participar melhor das nossas rotinas".

Nunes disse que não pode dar mais detalhes antes do lançamento, mas a reportagem apurou que inicialmente a ferramenta terá um funcionamento similar a assistentes virtuais de portais, bancos e sites onde o usuário formula uma pergunta específica e recebe reposta customizada do assistente. A inteligência artificial vai aumentando sua eficácia quando o número de interações vai aumentando. Não está claro se o assistente terá uma identidade visual específica.

A ideia inicial é atrair jovens talentos diversificados para os quadros do Exército. No futuro, o projeto deve ser expandido para tentar aumentar a integração com todos os segmentos da sociedade.

Ação nas redes sociais

O Exército começou a utilizar redes sociais como o Facebook e o Twitter há cerca de 10 anos. Esse foi um dos principais aspectos de modernização da política de comunicação do Exército. Após o regime militar, a instituição seguia um modelo também adotado em outros países apelidado de "política do grande mudo": não comentar nenhum assunto, com o objetivo alegado de não contribuir para a divisão da sociedade.

Mais recentemente, o Exército ampliou sua participação no Instagram e no YouTube. A maioria das publicações fala sobre realizações da instituição, como exercícios militares, treinamentos e compra de equipamentos.

Questionado se as redes sociais não podem iniciar ou ampliar crises políticas, o general respondeu:

Há sempre possibilidade de uma provocação, de um desvio do assunto. Temos uma posição tranquila sobre o assunto, temos uma máxima que faz parte da própria ética da profissão militar: cada um fala da sua cadeira. As mídias sociais vão falar da cadeira do Exército, o que interessa à instituição, os temas da instituição"

General Richard Nunes

É possível separar a imagem do Exército do governo Bolsonaro?

Richard Nunes disse que isso é um desafio. Segundo ele, a sociedade brasileira tem que ter maturidade para entender que o Exército é uma instituição de Estado e não de um governo, porém, no momento atual, é difícil avaliar a percepção da sociedade.

Ele afirmou que o aumento de militares participando no governo federal (seis ministros são militares da reserva ou ligados às Forças Armadas) e nos governos estaduais "é uma demonstração do grau de credibilidade que a nossa instituição alcançou. E muito líderes também enxergaram que a sociedade demanda pessoas comprometidas com valores e isso aí as instituições militares representam muito bem", disse.

O general afirmou que pretende manter a política de comunicação desenvolvida por seu antecessor, o general Rêgo Barros, que inclui campanhas voltadas ao público interno e externo para deixar claros quais são os objetivos e pautas do Exército - sejam eles similares aos do governo ou não.

Críticas à intervenção no Rio não afetam imagem

Ex-secretário de Segurança Pública do Rio, Nunes afirmou que as críticas feitas à intervenção federal não afetam a imagem do Exército. Na opinião dele, a intervenção teve um impacto "altamente positivo" na segurança pública do Rio.

O processo realizou mudanças na estrutura das polícias do Rio, reordenando cadeias de comando e desativando Unidades de Polícia Pacificadora (que se propunham estreitar o contato da polícia com moradores de favelas) consideradas ineficientes. Também foram criadas rotinas de treinamento de policiais, manutenção de carros de polícia e equipamentos foram comprados, entre outras ações.

"Nós não estávamos ali para fazer nenhum tipo de ação midiática de buscar um populismo, um apoio popular puro e simples das ações. Nós tivemos uma grande preocupação a médio e longo prazo de deixar um legado de caráter estruturante e extrapolamos sim a cultura organizacional do Exército para esse processo", disse.

Um dos aspectos criticados por organizações não governamentais e ativistas foram os índices de criminalidade - que a intervenção propôs diminuir. Os homicídios caíram 6%, os roubos diminuíram 7%, mas o número de mortos pela polícia aumentou 38%, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. O aumento de confrontos foi atribuído na época pelos interventores à iniciativa do crime organizado de resistir às ações da intervenção.

Na semana passada, uma organização chamada Observatório da Intervenção, ligada a uma universidade, disse que a intervenção não era um modelo a ser seguido e criticou a violência praticada pela polícia.

Richard Nunes não nomeou críticos, mas disse que algumas organizações praticaram "omissões intencionais" de dados em suas análises. Ele afirmou que a principal delas foi uma comparação recorrente de estatísticas criminais do ano de 2018 (período da intervenção) com o ano de 2017, quando a Polícia Civil ficou em greve por três meses e não registrou uma série de crimes, que não entraram para as estatísticas, gerando distorções.

PORTAL METROPÓLES (DF)


FAB oferece mais de 220 oportunidades em formação de sargentos

O ingresso na Aeronáutica é previsto para janeiro de 2020. Interessados devem ter mais de 17 anos e menos de 25 até o ano que vem

Isadora Teixeira | Publicada em 18/02/2019 01:30

As inscrições para o Curso de Formação de Sargentos da Força Aérea Brasileira (FAB) abrem nesta segunda-feira (18/2) e vão até 19 de março. São ofertadas mais de 220 vagas com ingresso previsto para janeiro de 2020.

As oportunidades são destinadas a candidatos que atendam às condições e às normas estabelecidas nas instruções específicas, como não possuir menos de 17 anos, nem completar 25 anos até 31 de dezembro de 2020. É preciso, ainda, ter concluído o ensino médio até a data da concentração final da seleção. A inscrição, ao custo de R$ 60, pode ser feita aqui.

O processo seletivo é composto de provas escritas de língua portuguesa, língua inglesa, matemática e física, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação do condicionamento físico e validação documental. As provas escritas estão previstas para 2 de junho de 2019.

Quem for aprovado nas etapas do exame de admissão e selecionado pela Junta Especial de Avaliação (JEA) deve habilitar a matrícula no curso na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), em 12 de janeiro de 2020. A formação tem duração aproximada de dois anos.