São mais de 800 militares que participam do treinamento em Santa Maria, Canoas e Santana da Boa Vista.

Neste ano, a Força Aérea Brasileira está sediando três importantes reuniões da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI / ICAO), que estão sendo realizadas ao longo dessa semana de 14 a 18 de novembro, no auditório do Centro Militar de Convenções e Hospedagens da Aeronáutica (CEMCOHA), em Salvador (BA). A primeira delas foi a 12ª Reunião Plenária do Grupo Regional de Segurança Operacional da Aviação das Américas (RASG-PA, do inglês Regional Aviation Safety Group – Pan American), aberta oficialmente na manhã do dia 14, durante a qual se debateram assuntos relativos à Segurança Operacional.

Desde 2008, o RASG-PA integra esforços regionais para estabelecer atividades cooperativas que reduzam encargos e viabilizem a entrega de serviços e aprimoramentos mensuráveis na área de segurança operacional da região. O evento, que tem como apoiadores as empresas Atech, Embraer, Frequentis, IACIT, Saipher e SITA, foi aberto pelo Diretor Regional do Escritório da OACI na América do Sul (SAM), Fábio Rabbani, que agradeceu a presença de todos e destacou a importância de poderem estar reunidos pela primeira vez de maneira presencial desde a pandemia, que cancelou tantas operações áreas nos últimos dois anos.

“Cada assunto aqui tratado tem um significado importante. Nestes últimos anos, em especial em 2021, não tivemos nenhum evento fatal na região CAR/SAM (Caribe e América do Sul) com voos regulares e aeronaves de grande porte. Para nós, isso é muito relevante, é parte do foco principal que temos em nossos grupos de trabalho, especialmente em nosso grupo regional para Segurança Operacional”, comentou o Diretor Regional. “Trabalhamos muito, com o apoio de todas as autoridades. Temos grupos estabelecidos que apoiam o uso dos dados e uso da inteligência para a Segurança em prol das ações que tomamos como Grupo Regional e buscamos assegurar que juntos possamos gerar produtos para o nosso setor. Estamos cada vez mais fortes e mais úteis para nossa sociedade”, declarou Rabbani.

Na mesa, estavam ainda, o secretário-geral da OACI, Juan Carlos Salazar Gómez; o Subdiretor OACI NACC, Julio Siu; o Subdiretor da Oficina SAM, Oscar Quesada; os Co-Chair RASG-PA, Javier Vanegas e Wagner Souza; e o Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini. Em suas palavras, o Tenente Brigadeiro do Ar Fiorentini, após dar as boas-vindas aos presentes e ressaltar a cordialidade do povo baiano que tão bem acolheu a todos, destacou a relevância do trabalho conjunto e comentou sobre a recente Assembleia da OACI e dos contínuos trabalhos em níveis globais e regionais.

“Que bom poder não lembrar qual foi o último acidente grave na aviação. Isso é fruto do trabalho de todos os profissionais envolvidos. Trabalhar muito para que não tenhamos que corrigir erros pós acidente. Trabalhar muito para que não tenhamos que contar vidas perdidas. Esse é o principal objetivo da Segurança Operacional”, declarou o DGCEA. “Agradecemos a confiança da OACI em ter o Brasil como anfitrião. Esperamos poder fornecer todas as condições para que o trabalho dos senhores e das senhoras possa ser plenamente realizado e que possamos sair daqui com novas medidas tomadas de maneira colaborativa para prevenir novos acidentes”, concluiu o Tenente-Brigadeiro Fiorentini. Presentes na plateia, estão autoridades e especialistas de organizações reguladoras, prestadoras de serviços de navegação aérea e da indústria aeronáutica, como:

• – DECEA;
• – Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC);
• – Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA);
• – Organização dos Serviços de Navegação Aérea Civil (CANSO);
• – Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linha Aérea (IFALPA);
• – Comitê Regional CAR/SAM de Prevenção do Perigo Aviário e Fauna (CARSAMPAF);
• – Boeing;
• – CESNA;
• – Aireon; e
• – participantes de todo o continente americano.

Eles debatem as Sessões da Agenda, buscando definir ações para as melhores práticas e soluções para a contínua evolução da navegação aérea na região. Após a aprovação da Agenda e do cronograma de debates, foram realizadas apresentações ao longo do dia sobre as ações realizadas no último ano que estão sendo desenvolvidas nos âmbitos global e regional. Foram apresentados Relatórios dos Órgãos Contributivos do Grupo de Planejamento e Implementação Regional do Caribe e América do Sul (GREPECAS) – Escrutínio Grupo de Trabalho (GTE), Associação Latino-Americana e do Caribe de Pavimentos de aeródromos (ALACPA), CAR/SAM Regional Comitê de Prevenção Regional de Prevenção de Perigo Aviário e Fauna (CARSAMPAF) e Grupo de Trabalho de Análise de Dados (DAWG).

Analisando o nível de implementação do Plano Global de Segurança Operacional da OACI, tendo em consideração o gerenciamento das operações aéreas durante a pandemia (desde o início até o retorno às atividades dentro dos índices normais), foi demonstrado por indicadores que a taxa de acidentes vem decrescendo ao longo dos últimos cinco anos. O primeiro dia da Plenária, que contou com as apresentações do Gerente de Programa de Segurança Regional da Administração Federal de Aviação (FAA), Gerardo Hueto, do Diretor-Regional da OACI, José Ruiz, e do Diretor de Segurança e Assuntos Regulatórios para América Latina e Caribe da Boeing, Michael Snover, trouxe temas de alta relevância para segurança operacional na Aviação nas Américas, como a redução dos índices de acidentes aéreos, a análise de indicadores de performance e o uso de programas reconhecidos pela OACI e pela indústria.

Abrindo os trabalhos do segundo dia da Reunião, o Subdiretor da Oficina SAM, Oscar Quesada, destacou a relevância da troca entre os países das Américas do Sul, Central e do Norte no que diz respeito às implementações de ações em níveis regionais. “Abrir espaço para reflexão, romper barreiras e trazer o debate respeitoso é crucial para que possamos atingir nossos objetivos e esse grupo tem sido hesitoso em conseguir manter este diálogo”, declarou Quesada.

O representante da FAA, Gerardo Hueto, tornou a destacar a importância de se mensurar as atividades de Segurança Operacional, acompanhar os indicadores e compartilhar conhecimento. “Mais que usar dados, trabalhamos com informação”, comentou. José Ruiz fez uso da palavra para enfatizar o “valor da decisão colaborativa entre os países e a troca responsável de informação”. As soluções de Segurança Operacional acordadas de maneira colaborativa no RASG-PA têm vantagens em relação às soluções aplicadas apenas em níveis regionais, uma vez que todas elas têm impactos globais, que podem ser positivos ou não. Este é o cerne da plenária: a troca de dados, informações, reflexões e tomadas de decisão conjunta em prol da aviação mundial.

Também se apresentou o Diretor do Escritório de Assuntos Internacionais da FAA, Nick Reyes, tratando de Cultura de Segurança, que envolve políticas, procedimentos, processos e competências, bem como crenças, valores, atitudes e compromisso. “Falar de Cultura de Segurança, é falar do estabelecimento de políticas e processos, desenvolvimento da confiança em equipes altamente capacitadas e validação de procedimentos. A Cultura da Segurança deve ser justa, que reporte informações, que gere aprendizado, que seja flexível e se mantenha atualizada com seus dados”, comentou Reyes.

A partir desta quarta-feira, dia 16, terá início a 20ª edição da Reunião do Grupo de Planejamento e Implementação Regional do Caribe e América do Sul (GREPECAS), realizada regularmente desde 1991.

 

Até 25 de novembro, militares vão participar do Execício Conjunto (Excon) Escudo-Tínia que vai prepará-los para situações reais de combate aéreo.