NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


DEFESA AÉREA & NAVAL


Pelo ar, FAB garante vacina, alimentos e transporte de pacientes e de órgãos


Por Dilson Pimentel | Publicada em 16/01/2022 14:53

Localizado em Belém, o Primeiro Comando Aéreo Regional (I Comar) atua no Pará, Amapá e Maranhão. O comandante, o Major-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, diz que a primeira ação que a Força Aérea realiza na Amazônia é a de defesa. “A nossa missão é manter a soberania do espaço aéreo, mas também temos outras missões de integrar o território nacional. Há 80 anos, fazemos isso na Amazônia”, afirma. A integração é feita, por exemplo, com o transporte de órgãos para transplante e de vacinas. “Agora, na época da covid, transportamos muito oxigênio. Essa presença da Força Aérea leva ao cidadão aquela certeza de que o Estado brasileiro está presente e que o que ele precisar, aonde ele estiver, nós iremos ajudar”, garante o Major-Brigadeiro Medeiros.

Para o comandante, as Forças Armadas existem para proteger o país. “A gente sempre faz também essa missão de proteção das fronteiras, interceptando aeronaves ilícitas que transportam drogas, contrabando”, detalha o Major-Brigadeiro.

Um dos desafios, porém, é ter onde pousar as aeronaves. “Se não tem pista, a gente vai com helicóptero. Se não tem pista, vai e constrói pista. A Força Aérea trabalha de tal forma que, se tem um impedimento, a gente busca suplantar aquele impedimento de uma forma ou de outra”, diz. Outro desafio são as condições climáticas. “Muitas vezes, a gente quer chegar em um lugar, mas não consegue por conta da meteorologia. Então, a gente espera, vai no dia seguinte. Ficamos até o momento em que se consegue cumprir uma missão independente de quem seja – buscar algum enfermo, levar uma vacina, levar alimento”, garante Medeiros.

Na Amazônia, há o período chuvoso e, também, seco. “Muitas vezes, na época da seca, em que o rio não é navegável, a Força Aérea é quem leva alimento, além de uma série de coisas e poucas pessoas ficam sabendo disso. Não é que a gente não queira mostrar, mas não precisa ficar alardeando aos quatro cantos o que a gente está fazendo”, conta.

Para garantir a proteção da Amazônia, o Major-Brigadeiro Medeiros diz ser fundamental ter pessoas que trabalham realmente em prol do desenvolvimento e da proteção do país. “Nós fazemos parte da sociedade brasileira e o nosso trabalho é justamente apoiar essa sociedade no que ela precisar. Às vezes, as pessoas querem colocar uma divisão entre sociedade civil e militar, mas isso não existe. Existe a sociedade brasileira”, acredita.

“Com o lema ‘Asas que protegem o País’, a Força Aérea, onde ela estiver, estará sempre fazendo esse trabalho de proteção. Asas porque a gente voa e chega rápido e, dessa forma, conseguimos fazer tudo aquilo que for necessário. A sociedade pode e deve contar conosco, porque sempre vamos proteger o país”.

Base em Belém

Na Base Aérea de Belém, o comandante, Coronel Aviador Ricardo Bevilaqua Mendes, explica que há quatro principais organizações operacionais. Uma delas é o Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo, que faz o envio de urnas, transporta feridos, vacinas, militares e representantes de órgãos federais, como PF e Ibama, e presta apoio a pessoas desassistidas. Há, também, o Esquadrão Netuno, que possui aeronave cuja missão principal é fazer a patrulha marítima e, ainda, busca e reconhecimento sobre o território nacional.

FONTE: O Liberal

PORTAL AEROFLAP


Conheça seis curiosidades sobre os caças F-5 da FAB


Gabriel Centeno | Publicada em 16/01/2022 09:00

O Northrop F-5 Tiger II é o principal caça de 1ª Linha da Força Aérea Brasileira. O avião está em serviço no Brasil desde 1975, tendo recebido uma extensa modernização que praticamente o tornou “outro caça”.

No entanto, o Tigre, como também é chamado pelos militares e entusiastas, se aproxima da sua aposentadoria. Neste ano a FAB deve receber os primeiros caças F-39 Gripen operacionais. Adquiridos em 2014, os 36 novos jatos substituirão o F-5, bem como o AMX A-1, dedicado às missões de ataque e reconhecimento.

Neste artigo, vamos conhecer seis curiosidades sobre o F-5 durante a sua carreira da FAB, que deve demorar pelo menos mais 10 anos para se encerrar. Vamos lá!

Três lotes distintos

A FAB adquiriu um total de 79 caças F-5 desde 1973, mas não foram todos de uma vez. A primeira compra se deu em 1973, quando foram encomendados 36 F-5E Tiger II e seis F-5B Freedom Fighter novos de fábrica por US$ 115 milhões (US$ $722.1 milhões hoje).

Estes primeiros F-5 receberam uma série de customizações solicitadas pela própria FAB, como assentos ejetáveis Martin Baker, rádios VHF, VHF/ADF e sistemas de auxílio de navegação ILS, VOR e DME. Por isso, os F-5E receberam modificações estruturais na forma de uma antena de barbatana e uma quilha dorsal, sendo que esta última virou um símbolo dos F-5E do primeiro lote. 

Anos depois, após perder uma série de unidades em acidentes diversos (incluindo um fatal no primeiro voo de entrega), a FAB se viu na necessidade de adquirir mais caças. Após um impasse com o Governo dos EUA – que quase fez com que o Brasil comprasse caças da China – em 1988 foi assinada a compra de mais 26 caças usados por US$ 13,1 milhões (US$ 30,8 milhões em valores atuais), sendo 22 F-5E e quatro F-5F de dois assentos. 

No entanto, esses aviões “novos” vieram em péssimo estado pois eram empregados por esquadrões aggressor, usados em treinamentos de combate aéreo aproximado (dogfight) por anos. Por isso, quando chegaram ao Brasil, os caças tiveram de ser reformados pelo Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), no Campo de Marte. Esta organização ainda é responsável por realizar as manutenções mais pesadas nos F-5 e outras aeronaves da FAB.

Todos os 26 aviões foram repassados ao 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação (1º/14º GAv), o Esquadrão Pampa, com sede na Base Aérea de Canoas (RS). As aeronaves do 1º lote foram concentradas na Base Aérea de Santa Cruz (RJ), onde eram operadas pelos 1º e 2º esquadrões do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa), os esquadrões Jambock e Pif-Paf. 

Avançando mais no tempo, chegamos ao 3º lote, também de caças usados. Com a modernização, contratada em 2001, a FAB também viu a necessidade de ter mais unidades do F-5. Antes mesmo de assinar o upgrade dos aviões, o Comando da Aeronáutica já sondava o mercado buscando caças F-5 usados, já que a produção havia se encerrado em 1987. 

Em 2003, o Governo quase adquiriu 12 caças da Suíça, mas por motivos desconhecidos o contrato não foi fechado. Apenas em setembro de 2007, dois anos depois de ter recebido o primeiro caça modernizado, a FAB conseguiu comprar o terceiro lote com a Força Aérea Real Jordaniana (RJAF), composto de oito F-5E e três F-5F.

A ideia era modernizar todas as aeronaves, o que não aconteceu por razões orçamentárias. Apenas os F-5F de dois assentos passaram pela modernização na Embraer, enquanto os F-5E serviram como fontes de peças. Alguns ainda sobrevivem preservados em exposição. pelo país.

Hoje, a FAB possui 42 F-5EM e quatro F-5FM em operação em quatro esquadrões: Jaguar, Pampa, Jambock e Pif-Paf.

Guerra eletrônica e reabastecimento em voo

Uma das inovações que o F-5 trouxe foi o reabastecimento em voo (REVO). O Tigre da Northrop foi o primeiro avião da FAB a poder receber combustível durante o voo, operação que ocorreu pela primeira vez no país em 04 de maio de 1976 com um dos dois KC-130H adquiridos em 1974.

A operação se faz necessária especialmente pelo baixo alcance do caça e as grandes distâncias que deve percorrer em um país continental como o Brasil. Hoje, as aeronaves A-1, H-36, F-39, SC-105, KC-390 e os A-4 da Marinha do Brasil podem fazer REVO, mas o F-5 foi o primeiro a realizar essa missão há quase 50 anos.

Além do REVO, o F-5 também introduziu a Guerra Eletrônica ativa na Força Aérea. Isso foi possível através da adaptação dos pods Thomson CT-51F Caiman nos F-5 do Esquadrão Pampa. Foram adquiridos dois casulos e quatro pods de interferência com a França em 1984. 

Os pods foram desenvolvidos para uso no Mirage F1, mas receberam modificações para serem carregados no cabide ventral de alguns F-5E. O mesmo se deu mais tarde com alguns F-5E do 2º lote. Até 1995 as missões de guerra eletrônica faziam parte do dia a dia do esquadrão gaúcho, mas os problemas técnicos apresentados pelo Caiman e a perda de uma unidade em acidente ditou o fim destas operações.

Voando com o ‘inimigo’ em terras amigas

Como explicado anteriormente, um dos lotes adquiridos pela FAB era composto de aviões usados pela Força Aérea dos Estados Unidos em treinamentos. Contudo, pelo menos um desses F-5 foi usado em algo além disso. 

Uma foto disponível na internet indica que o F-5E de matrícula 14-01557 esteve em operação com o 4477th Test and Evaluation Squadron, esquadrão chamado de Red Eagles. Esta era uma unidade secreta da USAF criada na década de 1980 com um propósito importante: testar e descobrir tudo o que pudesse sobre caças soviéticos capturados, principalmente os MiG-17 Fresco, MiG-21 Fishbed e MiG-23 Flogger. 

Mais tarde, esse mesmo F-5 foi adquirido pela FAB e está em serviço até hoje! Quer saber mais sobre essa história? Confira esta matéria do Portal Aeroflap.

Capacete com mira

A modernização realizada pela Embraer e a AEL Sistemas (subsidiária da Elbit Systems de Israel) praticamente transformou o F-5 e um caça de 3ª para 4ª Geração. Os upgrades deram aos Tigres um cockpit completamente novo e moderno, sistema de geração de oxigênio (OBOGS), radar multimodo, capacidade de combate além do alcance visual, novos armamentos e outras novidades para a FAB. 

Porém, um dos equipamentos mais importantes que a modernização trouxe foi o HMD, sigla para Helmet Mounted Display. Trata-se de um capacete que projeta na própria viseira as informações mais relevantes sobre o voo e o combate. O modelo usado pelos pilotos de F-5 é o Elbit DASH IV. 

Apesar de ser um pouco mais pesado que o capacete comum, o HMD DASH IV traz a enorme vantagem de poder disparar contra o inimigo apenas olhando para ele e pressionando o botão de lançamento no manche. Além disso, o piloto pode olhar para fora a qualquer momento sem perder informações de altitude, rumo, velocidade e outras. 

Esta mesma tecnologia estará disponível para os pilotos de F-39 Gripen, que usarão o capacete Targo II, também da Elbit. 

Mistério na Lagoa

Para os gaúchos, a Lagoa dos Patos é um dos símbolos do Rio Grande do Sul. O corpo d’água cobre boa parte do estado e extenso desse jeito, ele tem seus segredos. Um desses segredos permanece muito bem guardado até hoje. 

Em 28 de julho de 1982, um par de caças F-5 do Esquadrão Pampa decolava para uma missão de combate aéreo 1×1 (dogfight), operação que sempre fez parte da rotina da unidade. As aeronaves voaram para uma das áreas de treinamento sobre a Lagoa dos Patos e começaram o combate. 

Em um dos F-5, de matrícula FAB 4831, estava o Tenente Aviador Edson Luiz Chiapetta Macedo. Aquele seria seu último voo. Em algum momento do treinamento, o Tenente Edson sofreu uma desorientação espacial e mergulhou com o caça na Lagoa.

O outro F-5 regressou à Canoas e a FAB iniciou as buscas imediatamente. Durante duas semanas, a Força Aérea, a Polícia e o Corpo de Bombeiros procuraram pelo F-5, achando apenas pequenos pedaços. O FAB 4831 e o Tenente Edson Chiapetta jamais foram encontrados e mistério permanece até hoje.

O primeiro de todos os F-5

Diferentemente de outros aviões da sua época, o F-5E Tiger II não teve uma aeronave protótipo mas sim um modelo de pré-produção e isso se deve ao fato dele ser uma evolução do F-5A Freedom Fighter. 

Este F-5, que possuía a matrícula 11417 na Força Aérea dos EUA, fez seu primeiro voo em 11 de agosto de 1972, mas não foi preservado após os testes. Pelo contrário, entrou em serviço nos esquadrões aggressor da USAF. 

Avançando para 1988, este mesmo F-5 foi adquirido no 2º lote da FAB e no Brasil virou o 4856. O “antigão”, que completa 50 anos em 2022, segue em operação firme e forte. Além disso, o 4856 também foi o primeiro F-5 modernizado entregue à FAB para uso operacional. O caça foi recebido pelo Esquadrão Pampa em setembro de 2005. 

Além do primeiro de todos, a FAB também opera o 2º F-5 produzido. O F-5E 11418 virou o FAB 4857 no Brasil. Durante sua carreira, o avião foi usado em testes com o canhão de 30mm GPU-5/A, bombas Paveway II e mísseis AGM-65 Maverick. 

Com informações de Northrop F-5 no Brasil, Aeronaves Militares Brasileiras e História da Força Aérea Brasileira

OUTRAS MÍDIAS


O LIBERAL - Ordem e estratégia na proteção da Amazônia

Exército, Marinha e Aeronáutica realizam ações integradas e, assim, superam distâncias continentais, garantido o combate ao crime e ajuda humanitária aos povos da região

Dilson Pimentel | Publicada em 14/01/2022 20:16

Por terra, águas ou ar, as Forças Armadas têm papel fundamental e estratégico na proteção da Amazônia. E, para desempenhar essa missão, um dos principais obstáculos é a logística. As distâncias continentais da região são um capítulo à parte no combate às ações criminosas e, também, na realização de atividades sociais. Muitas vezes, a população não faz ideia do trabalho diário e contínuo que, no anonimato, realizam os militares da Força Aérea, do Exército e da Marinha.

As três corporações têm características específicas. Mas, para o bom desempenho e êxito das missões, atuam em conjunto entre si e, também, em parceria com demais instituições federais, estaduais e municipais. Pouca gente sabe, mas uma das tarefas da Força Aérea Brasileira é, por exemplo, fazer o transporte de órgãos humanos em casos de transplante.

Outro dado interessante é que a 23ª Brigada de Infantaria de Selva, em Marabá, é uma das mais completas de todo o Exército brasileiro. É uma força de pronto-emprego para atuar em qualquer parte do território nacional, inclusive no exterior. Para 2022, a divisão já recebeu uma missão extra: deixar pronta uma companhia para ser empregada em operações de paz.

Na Marinha, para se ter noção do trabalho na região, a área terrestre sob responsabilidade do Comando do 4º Distrito Naval equivale a cerca de 23% de todo território nacional. Já a dimensão marítima, incluindo a área de responsabilidade de busca e salvamento, é de cerca de 2 milhões de km².

Os militares das Forças Armadas também tiveram um papel decisivo no enfrentamento à covid-19, sobretudo nos períodos mais críticos da doença na região. Na pandemia, por exemplo, o Exército realizou 2.419 desinfecções de diversas áreas e deu apoio à imunização, contribuindo com a logística para a aplicação de 380 mil vacinas.

Com a Operação Covid e na missão de integrar o país, a Força Aérea Brasileira realizou 6.225 horas de voo e transportou 5.018 toneladas de cargas e 11.710 pacientes. Tudo isso representou o equivalente a dar 107 voltas na terra.

Pelo ar, FAB garante vacina, alimentos e transporte de pacientes e de órgãos

Localizado em Belém, o Primeiro Comando Aéreo Regional (I Comar) atua no Pará, Amapá e Maranhão. O comandante, o Major-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, diz que a primeira ação que a Força Aérea realiza na Amazônia é a de defesa. “A nossa missão é manter a soberania do espaço aéreo, mas também temos outras missões de integrar o território nacional. Há 80 anos, fazemos isso na Amazônia”, afirma. A integração é feita, por exemplo, com o transporte de órgãos para transplante e de vacinas. “Agora, na época da covid, transportamos muito oxigênio. Essa presença da Força Aérea leva ao cidadão aquela certeza de que o Estado brasileiro está presente e que o que ele precisar, aonde ele estiver, nós iremos ajudar”, garante o Major-Brigadeiro Medeiros.

Para o comandante, as Forças Armadas existem para proteger o país. “A gente sempre faz também essa missão de proteção das fronteiras, interceptando aeronaves ilícitas que transportam drogas, contrabando”, detalha o Major-Brigadeiro.

Um dos desafios, porém, é ter onde pousar as aeronaves. “Se não tem pista, a gente vai com helicóptero. Se não tem pista, vai e constrói pista. A Força Aérea trabalha de tal forma que, se tem um impedimento, a gente busca suplantar aquele impedimento de uma forma ou de outra”, diz. Outro desafio são as condições climáticas. “Muitas vezes, a gente quer chegar em um lugar, mas não consegue por conta da meteorologia. Então, a gente espera, vai no dia seguinte. Ficamos até o momento em que se consegue cumprir uma missão independente de quem seja – buscar algum enfermo, levar uma vacina, levar alimento”, garante Medeiros.

"Às vezes, as pessoas querem colocar uma divisão entre sociedade civil e militar, mas isso não existe. Existe a sociedade brasileira" - Maurício Augusto Silveira de Medeiros, Major-Brigadeiro do Ar da Força Aérea.

Na Amazônia, há o período chuvoso e, também, seco. “Muitas vezes, na época da seca, em que o rio não é navegável, a Força Aérea é quem leva alimento, além de uma série de coisas e poucas pessoas ficam sabendo disso. Não é que a gente não queira mostrar, mas não precisa ficar alardeando aos quatro cantos o que a gente está fazendo”, conta.

Para garantir a proteção da Amazônia, o Major-Brigadeiro Medeiros diz ser fundamental ter pessoas que trabalham realmente em prol do desenvolvimento e da proteção do país. “Nós fazemos parte da sociedade brasileira e o nosso trabalho é justamente apoiar essa sociedade no que ela precisar. Às vezes, as pessoas querem colocar uma divisão entre sociedade civil e militar, mas isso não existe. Existe a sociedade brasileira”, acredita.

“Com o lema ‘Asas que protegem o País’, a Força Aérea, onde ela estiver, estará sempre fazendo esse trabalho de proteção. Asas porque a gente voa e chega rápido e, dessa forma, conseguimos fazer tudo aquilo que for necessário. A sociedade pode e deve contar conosco, porque sempre vamos proteger o país”.

Base em Belém

Na Base Aérea de Belém, o comandante, Coronel Aviador Ricardo Bevilaqua Mendes, explica que há quatro principais organizações operacionais. Uma delas é o Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo, que faz o envio de urnas, transporta feridos, vacinas, militares e representantes de órgãos federais, como PF e Ibama, e presta apoio a pessoas desassistidas. Há, também, o Esquadrão Netuno, que possui aeronave cuja missão principal é fazer a patrulha marítima e, ainda, busca e reconhecimento sobre o território nacional.

''A covid foi uma grande operação logística. Entregamos diversos cilindros de oxigênio, medicamentos. Isso fez parte do nosso trabalho" - João Chalella Junior, general de Exército.

Comando Militar do Norte atua em 20% do território nacional

“O Exército não para. Tenho que estar em condições de cumprir toda e qualquer tipo de missão”, garante o comandante Militar do Norte, general de Exército João Chalella Junior. Para ele, a Amazônia é tão importante para o Brasil que, antes, havia na região só o Comando Militar da Amazônia, que cuidava da parte ocidental e oriental do território. “Fruto dessa importância estratégica e de algumas diferenças entre as duas ‘amazônias’, foi criado o Comando Militar do Norte (CMN), em 2013. A missão do CMN é a defesa e proteção da Amazônia Oriental”, detalha Chalella.

O general cita o trabalho realizado pela instituição na fronteira, o combate ao ilícito transnacional e ações em apoio a diversos órgãos federais e instituições, além da ajuda em logística, fornecendo transporte, por exemplo. “O Exército não opera sozinho, opera com a Força Aérea, com a Marinha, com as agências, Ibama, Funai, entre outras. Somos o braço forte e temos uma outra faceta, que é a mão amiga. A nossa mão amiga é muito presente. Temos ainda outras operações em apoio às nossas comunidades indígenas”, afirma. Ele também destaca o apoio à Defesa Civil, com as enchentes, por exemplo, em Marabá, que afetam centenas de moradores.

Entre várias importantes, Chalella lista a Operação Ágata, na faixa de fronteira; a Verde Brasil, no combate ao desmatamento e garimpo; e a Operação Bailique, para apoiar órgãos municipais e instituições civis no armazenamento, embarque e distribuição de água aos moradores do arquipélago do Bailique, no Amapá, onde, nessa época do ano, há falta de água potável, porque ocorre a salinização das águas do rio Amazonas, um fenômeno causado pela estiagem.

A principal dificuldade para executar essas missões, na Amazônia, é o transporte. “Temos estradas que, às vezes, não são transitáveis o ano todo e as nossas distâncias são enormes. Eu tinha uma unidade operando a 1.400 km de sua sede, então, na ação, temos que integrar todos os modais, inclusive com helicóptero, quando necessário”, diz. Segundo o general, a pandemia não prejudicou as ações do Exército. “Estamos sempre preparados para as missões extremamente difíceis. A covid foi uma grande operação logística. Entregamos diversos cilindros de oxigênio, medicamentos. Isso fez parte do nosso trabalho”, ressalta.

Chalella destaca que, para enfrentar os desafios, garantindo a defesa e a proteção da Amazônia Oriental, é fundamental, primeiro, preparar a tropa. “Para a defesa e proteção da nossa Amazônia Oriental, temos que ter equipamentos, meios e pessoal habilitado e em condições de ser empregado a todo e qualquer tempo. Braço forte e mão amiga empregados na garantia da soberania, da lei, ordem, defesa da pátria. Mas eu também tenho que estar em condições de apoiar a nossa população junto com os demais órgãos aqui da área”, afirma.

O Comando Militar do Norte engloba os estados do Pará, Maranhão, Amapá e norte do Tocantins, atuando em 20% do território nacional.

Comando do 4º Distrito Naval: combate aos crimes transfronteiriços e ambientais

Coibir a prática de crimes transfronteiriços e ambientais, nas áreas marítimas e fluviais; implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos em Águas Jurisdicionais Brasileiras, na Plataforma Continental e em alto-mar; além de realizar inspeção naval e patrulhamento, inclusive em coordenação com os demais órgãos governamentais, são algumas das missões do Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN), que atua nos estados do Amapá, Maranhão, Pará e Piauí. A Amazônia Oriental é a área de responsabilidade do Comando, que tem sede em Belém. A Amazônia Ocidental, com sede em Manaus, atua por intermédio do Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN).

De acordo com o capitão de Corveta Jean Bergamaschi, encarregado da Subseção de Adestramento e Comunicações do Comando do 4º Distrito Naval, a principal missão é preparar e empregar as Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais subordinadas, a fim de contribuir para a defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem, e apoio à política externa.

Na prática, são realizadas operações ribeirinhas, para garantir a defesa do território; ações de Garantia da Lei e da Ordem, em coordenação com outros órgãos governamentais; operações de socorro, em apoio ao Serviço de Busca e Salvamento na área de responsabilidade do Com4ºDN, a fim de salvaguardar a vida humana no mar e nos rios; ações cívico-sociais, com foco na assistência humanitária e suporte à saúde nas comunidades ribeirinhas; e operações com Marinhas amigas, com foco no apoio à política externa.

Em 2021, as principais ações foram as patrulhas nos rios e em área marítima; operações de busca e salvamento; e Operação Ágata, que teve como propósito intensificar a presença do Estado nas faixas de fronteira marítima e terrestre. Bergamaschi citou ainda a Operação Verde Brasil 2 (para combater o desmatamento, queimadas e garimpo ilegal), Samaúma (com o propósito de apoiar o combate a incêndios e desmatamentos ilegais na Amazônia); e Operação Pão da Vida (para reduzir as dificuldades enfrentadas pelas populações marajoaras em situação de vulnerabilidade social, intensificada durante a pandemia do coronavírus).

O capitão de Corveta Jean Bergamaschi diz que uma das principais dificuldades é a grande extensão da área de operações, assim como a sua complexidade, que envolve uma porção marítima e outra fluvial, cada qual com suas especificidades. “Possuímos cerca de 5.500 km de rios navegáveis. Essas dimensões impõem a necessidade de um complexo apoio logístico, equipamentos adequados e pessoal altamente capacitado”, explica.