A nossa equipe acompanhou o embarque de indígenas yanomami que precisaram de atendimento na casa de apoio a saúde indígena.

Na manhã desta segunda-feira, 13 de março, após cerca de oitenta missões de treinamento no curso de Piloto Operacional de Demonstração Aérea (PODA), o Capitão Aviador João Bernardo Costa Neves fez seu primeiro voo solo.

Foi um dia emocionante para todos do Esquadrão, principalmente para o Capitão Neves, que fez seu primeiro voo solo como piloto número #3, em um treinamento de demonstração completo com os demais aviões na presença de seus familiares e amigos próximos, na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP).

Após ser selecionado para compor a Esquadrilha da Fumaça, todo piloto faz o curso operacional com o mesmo piloto com quem dividirá a posição. Neste caso, o Capitão Aviador Helton dos Santos Furlan foi quem o instruiu até a realização do voo solo.

“Hoje foi uma emoção muito grande. Se é um sonho, eu sempre aconselhei meus filhos a persistirem. Eu, particularmente, estava mais ansiosa hoje do que todas as outras ocasiões na carreira dele. Há muitos anos atrás eu o levava para ver as demonstrações no Rio de Janeiro e hoje ele faz parte da equipe. Mas hoje não era dia para chorar, eu queria ver e registrar tudo! Vou deixar este momento para quando eu me ajoelhar e agradecer a Deus”, comenta a Senhora Maria do Carmo de Souza Costa, mãe do aviador.

Para o piloto, também foi um dia de muitas recordações. “Passou um filme enorme na minha cabeça, lembrei de quando minha mãe me levou lá no Campo dos Afonsos (RJ), para ver uma demonstração do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) e ainda pegou uma revista da Fumaça assinada para mim.

Eu tinha conseguido pegar a revista, mas alguém pegou da minha mão e eu fiquei bravo e quis ir embora. Mas ela insistiu, foi para trás do palanque e pediu uma nova revista para o piloto, que na época era o número #7. Anteriormente a isso, meu pai queria me incentivar à leitura e me dava revistas e, entre elas, me deu revistas da Fumaça, e assim tomei conhecimento da Esquadrilha da Fumaça pela primeira vez”, relembra o Capitão Neves.

Para o seu pai, José Marcos Maia Neves, “hoje foi o dia que eu mais me emocionei, mais até do que quando ele se formou aviador. Me veio uma lembrança de quando ele tinha dois anos de idade, e nós o levamos no aeroporto Santos Dumont para ver os aviões. Ele colou no vidro e não queria mais ir embora. A partir daí ele começou a se interessar por avião. Mais para frente demos brinquedos a ele que estimularam ainda mais esse interesse. Em uma noite de natal ele ganhou de presente uma versão antiga do Flight Simulator, lembro que pedimos a um amigo para ajudar com o manual que era todo em inglês, ele deveria ter uns 15 anos”.

O Capitão Neves ingressou na Esquadrilha da Fumaça em junho do ano passado, quando, como instrutor de voo, decolou com o T-25 Universal para um voo de instrução de um cadete do Segundo Esquadrão de Instrução Aérea (2º EIA) e foi interceptado por dois A-29 Super Tucano do EDA. O bonito vídeo da interceptação pode ser assistido clicando aqui ou no título ao fim da matéria.

Neste fim de semana a Esquadrilha da Fumaça estreia a agenda 2023 com três demonstrações no estado do Paraná, e o Capitão Neves já deve realizar seu primeiro voo em demonstrações para o público nesta sexta-feira, 17 de março, em Telêmaco Borba, no Centro de Eventos, às 16h. A agenda segue na cidade de Paranaguá, dia 18 de março, às 16h, no Aeroporto da cidade e domingo (19), às 15h, no Parque das Águas.

No último sábado (11/03), o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), prestou apoio logístico com transporte pessoal e material à Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) do Ministério da Saúde, em Roraima. A FN-SUS está em missão para atender seis comunidades indígenas na região Yanomami.

A equipe da Força Nacional do SUS é composta por 17 profissionais divididos em seis equipes, com a maioria composta por um médico e dois enfermeiros. As áreas que receberão a assistência dessas equipes são: Auaris, Palimiú, Surucucu, Waputha, Maloca Paapiú e Yarotobi.

Atualmente, as equipes estão recebendo capacitação sobre os fluxos de atendimento no contexto da saúde indígena, incluindo fluxogramas, notificações, testagem e manejo clínico dos agravos mais encontrados na terra indígena Yanomami.

A Força Nacional do SUS foi criada em 2011 como um programa de cooperação com medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou município.

O apoio logístico do Comando Operacional Conjunto Amazônia é essencial para garantir que as equipes da Força Nacional do SUS cheguem às comunidades indígenas com todo o material e equipamento necessário para atender a população Yanomami. A região amazônica é de difícil acesso, e a Força Aérea Brasileira tem papel fundamental nesse tipo de operação.

É importante ressaltar que a assistência à saúde das comunidades indígenas é um dever do Estado, garantido pela Constituição Federal. O trabalho realizado pela Força Nacional do SUS e o apoio logístico do Comando Operacional Conjunto Amazônia são ações importantes para garantir o acesso à saúde para a população Yanomami.