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PORTAL G1


Vice Hamilton Mourão diz que conta irá para as Forças Armadas se governo errar demais

Ele deu a declaração nos EUA, em evento organizado por estudantes de duas universidades. Para Mourão, embora Bolsonaro e ele tenham sido eleitos, Forças Armadas não estão no poder.

Luiz Felipe Barbiéri | Publicada em 07/04/2019 15:25

O vice-presidente Hamilton Mourão disse neste domingo (7) em evento nos Estados Unidos que, se o governo Jair Bolsonaro "errar demais", a "conta" irá para as Forças Armadas.

Ele fez a afirmação em resposta a uma pergunta sobre a presença de militares no governo durante um painel da Brazil Conference, em Boston, evento organizado por estudantes da Universidade de Harvard e do Massachussetts Institute of Technology (MIT).

Neste domingo, foi divulgada pesquisa do instituto Datafolha, segundo a qual a avaliação do governo é a pior de um presidente em início de mandato desde 1990.

Questionado por um estudante sobre a possibilidade de a presença de vários militares em cargos e funções de governo "corroer" a “unidade” e a “legitimidade” das Forças Armadas, Mourão afirmou que o governo não pode errar demais.

Ele também se referiu a uma conversa com Bolsonaro no dia do segundo turno da eleição, depois de confirmada a vitória nas urnas.

"E as palavras que o presidente falou no domingo à noite, no dia 28 de outubro, quando fomos eleitos. Ele olhou pra mim e disse assim: ‘Nós não podemos errar’”, afirmou Mourão.

O vice-presidente disse que as Forças Armadas "não estão no poder", embora dois militares tenham sido eleitos [Bolsonaro e ele].

“O presidente Bolsonaro, 30 anos fora das Forças Armadas, ele é um político, mais político do que um militar, mas carrega dentro de si obviamente toda aquela formação que nós tivemos”, afirmou.

Segundo Mourão, os militares chamados a compor o governo estão todos na reserva, e as Forças Armadas “continuam com a sua missão constitucional de defesa da Pátria”.

Ministério da Educação

Mourão também foi questionado sobre a perspectiva de uma reforma educacional, levando em consideração a situação do Ministério da Educação.

O vice-presidente reiterou a declaração dada por Bolsonaro e disse que a pasta passa por problemas. Durante café da manhã com jornalistas na sexta-feira (5), o presidente afirmou que "está bastante claro" que a gestão no ministério "não está dando certo".

“Estamos com um problema no Ministério da Educação. O presidente vai tomar uma decisão a esse respeito amanhã [segunda-feira, 8] de acordo com o que ele definiu. E a nossa visão, nosso governo, nós temos de investir pesado na educação básica. Investimos muito no ensino superior e pouco na educação básica”, disse Mourão.

“Não sei se o ministro Vélez vai ser mantido, se o presidente vai mudá-lo, vai colocar outra pessoa, mas nós temos que resolver esse problema de imediato”, afirmou.

Relacionamento com o Congresso

O vice-presidente ainda disse que a intenção do governo é buscar “maiorias transitórias” no Congresso, associadas a reformas.

Em sua fala, Mourão admitiu que a proposta inicial, de negociar com bancadas temáticas, não deu certo.

“Agora, o presidente mudou a estratégia. Essa estratégia não deu certo. Eu entendo que a visão dele é buscar maiorias transitórias para cada uma das nossas propostas. A proposta chave agora é a aprovação da reforma da Previdência. Então, vamos construir uma maioria para ela”, disse.

Segundo ele, essa é uma nova forma de se tentar organizar o relacionamento com o Congresso.

"É óbvio que tem de haver diálogo. O governo tem de ter clareza, ninguém pode ter dúvida sobre os objetivos do governo, tem que ter determinação, para levar à frente e buscar a conquista desses objetivos, e ter paciência. Muita paciência e muito diálogo”, declarou.

100 dias de governo

O vice-presidente foi perguntado sobre o que mudaria nos primeiros 100 dias de governo caso fosse ele o presidente da República. Mourão disse que a parceria que tem com Bolsonaro “é total” e faria tudo outra vez.

“Talvez, pela minha personalidade, escolhesse outras pessoas para trabalhar comigo”, afirmou o vice-presidente.

Mourão não comentou diretamente a pesquisa Datafolha, mas afirmou que há uma “ansiedade muito grande por parte da sociedade” e que vê como uma eventual queda da popularidade do presidente como algo natural.

“Existe uma ansiedade muito grande por parte da nossa sociedade. As pessoas clamam por mudanças”, disse.

“As pessoas querem que a gente acelere as coisas. Mas todos têm que entender uma coisa: o Executivo não tem varinha de condão – seria ótimo. O presidente Fernando Henrique passou oito anos nessa luta", afirmou.

Segundo ele, é preciso "dialogar permanentemente" com o Congresso.

"Temos que entender a fisiologia lá dentro, como estão reagindo às coisas, buscar convencer. No caso específico do sistema previdenciário, temos de convencer o Congresso de uma forma e a população de outra forma. Leva algum tempo. É normal isso para mim”, declarou.

Autoridades federais montam plano inédito para combater crimes no Porto de Santos

Objetivo é criar um protocolo unificado para evitar, por exemplo, o embarque de ilícitos e invasões a navios no cais. Polícia Federal, Receita Federal e Forças Armadas estão envolvidos.

José Claudio Pimentel | Publicada em 08/04/2019 05:08

Autoridades federais preparam um novo plano para coibir e combater ilícitos no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. A iniciativa é da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos), que visa criar um protocolo unificado inédito no cais para evitar, por exemplo, o embarque de ilícitos e invasões a navios.

Trata-se do Plano de Reação Estratégica do Porto de Santos (Presp), que também poderá servir de modelo para ser executado em outros complexos no país. O trabalho é desenvolvido desde o início do ano pelos integrantes da comissão: Polícia Federal, Receita Federal, Marinha do Brasil, autoridade portuária e os comandos das polícias estaduais.

"O objetivo é dividir os tipos de crimes e como os órgãos, em conjunto, podem reagir às situações. Estamos com 'tolerância zero' para os ilícitos", explica a delegada da Polícia Federal Luciana Fuschini, que também preside a Cesportos em São Paulo. Ela assumiu o posto de maneira definitiva este mês a convite do novo delegado-chefe da PF em Santos, Ciro Tadeu Moraes.

Participam ainda da formação deste primeiro plano representantes do Exército e da Aeronáutica, que não são membros da comissão, mas foram convidados para o grupo de trabalho específico. "Fizemos uma compilação e um apanhado do que cada um tem de disponível para, assim, estabelecermos parâmetros em conjunto de maneira efetiva".

O Porto de Santos, além de ser o mais importante do país por ter mais de 25% de participação na balança comercial, também é o maior do Brasil. São 7,8 milhões de metros quadrados de espaço útil e mais de 50 terminais marítimos, além de seis amplas áreas de fundeio na costa, onde os navios aguardam para acessar e realizar operações no cais.

As dimensões dificultam a fiscalização e propiciam a ação de criminosos. Em agosto e em dezembro de 2018, dois navios estrangeiros foram invadidos durante uma falsa ação pirata e tiveram as respectivas tripulações rendidas para que traficantes pudessem embarcar carregamentos de cocaína. Os crimes ainda são investigados.

Além disso, semanalmente há ocorrências envolvendo a localização e a apreensão de drogas a bordo dos cargueiros que já estão atracados. Imagens obtidas pelo G1, também em 2018, mostram criminosos içando malas com centenas de tabletes de cocaína para bordo de um navio a partir de uma embarcação de menor porte no Estuário.

"Cada órgão sabe o seu papel e o executa. A sinergia existe e é bem sucedida. Esse plano fortalece a integração e ajuda a suprir eventuais necessidades, que também passam a ser discutidas para que possamos eliminá-las e saber do que mais precisamos, seja em pessoal ou em recurso material como barcos e aeronaves, por exemplo", afirma a delegada.

Mais operacional

O desenvolvimento do Presp ocorre em parceria com a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), sediada em Brasília (DF) e que coordena as 21 Cesportos do país. Ainda não há prazo para que ele seja concluído, mas a intenção é de que os parâmetros estabelecidos sejam adotados em outros lugares.

"Na essência, as comissões têm um perfil burocrático, como agência certificadora. Quem não segue os parâmetros mundiais tem os certificados cassados. Entretanto, o papel integrador possibilita desenvolver planos como esse, que são essenciais para um ambiente seguro", fala delegado da PF, Marcelo João da Silva, que preside a Conportos.

O delegado, que há um ano integrava o colegiado paulista, afirma que as ações em força-tarefa são mais efetivas do que as isoladas. "A experiência internacional mostra isso. A gente têm discutido para que se trabalhe dessa maneira, pois você passa a ter uma atuação mais plural e efetiva possível. A construção desse plano gera parâmetros", explica.

O que as comissões discutem é algo semelhante ao já executado pelos órgãos de emergência nos chamados Plano de Auxílio Mutuo (PAM) para combater incêndios em grandes proporções e acidentes ambientais. Ocorrências, como o sinistro que atingiu tanques de combustíveis em região industrial vizinha ao porto, fizeram os envolvidos reverem protocolos.

Essa integração e a possibilidade de uma ação efetiva, lembra o delegado, também gera ganho comercial aos portos, principais interessados. Um armador de navios anunciaram em março a suspensão de operações no Porto de Natal (RN), depois de sucessivas apreensões de toneladas de drogas em cargas que seriam transportadas pela companhia.

"O desenvolvimento desse plano também faz parte do nosso objetivo de mudar a mentalidade e a cultura de segurança. Estamos falando instalações complexas e delicadas. Parte da logística está no discurso, mas as comissões também têm e devem ter os papeis operacionais para fortalecer isso", finaliza o delegado responsável por coordenar a Conportos.