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PORTAL G1


Esquadrilha da Fumaça: piloto conta curiosidades sobre manobras e treinos; leia entrevista

Esquadrão está em Brasília para apresentação em 7 de setembro. Preparação exige até 80 repetições por acrobacia; veja vídeos dos movimentos mais difíceis

Marília Marques - G1 Df | Publicada em 07/09/2019 08:08

A "mágica" é simples: sete aviões repetem movimentos sincronizados e, nos ares, riscam o céu do país com fumaça.

A nuvem branca é gerada pelo contato do óleo quente com o ar.

Sem poluir a atmosfera, as aeronaves deixam rastros geométricos que se desfazem em poucos segundos.

Apesar da explicação pouco poética, a beleza da Esquadrilha da Fumaça está em arrancar suspiros do público, mais do que na química da combustão. E, como ocorre todos os anos, a equipe de militares está em Brasília para a tradicional apresentação no Dia da Independência, neste sábado (7).

Na véspera do feriado, o G1 conversou com um dos pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB), o capitão Renan Santoro. Ele é o ala esquerda titular da aeronave de número 3.

Em uma conversa regada a curiosidades, o militar contou os bastidores dos voos, a preparação e o treinamento para as manobras.

Como parte do esquadrão, ele relembrou as emoções do primeiro voo que fez, em dezembro de 2017. A reportagem também conversou com a mãe do piloto – uma dona de casa de 58 anos que percorre o país para assistir e vibrar pelo filho nos ares.

Para manter o alto nível das manobras aéreas, cada um dos 14 pilotos da Esquadrilha da Fumaça passa por um treinamento de, no mínimo, 80 missões e 1,5 mil horas de voo.

As aeronaves, modelo A-29 Super Tucano, transportam apenas uma pessoa por vez. Dois pilotos se revezam em aviões a cada decolagem. Até este sábado (7), a FAB colecionava 3,8 mil demonstrações do tipo realizadas no Brasil e em 21 países.

Sem chance para erros, ele e a equipe se preparam semanalmente para as demonstrações nos ares e, antes de cada decolagem, dedicam no mínimo duas horas para planejamento e avaliação do voo.

A 300 pés de altura - cerca de 200 metros do solo - os pilotos são comandados pelo líder da esquadrilha, normalmente o militar mais experiente.

Na ala esquerda, Santoro interage com manobras das mais simples, como o coração nos ares, à mais complexa: o looping, quando os sete aviões ficam juntos em círculo.

Outros movimentos também chamam a atenção da multidão. Segundo os pilotos, piruetas que deixam a aeronave de ponta a cabeça ou fazem movimentos repentinos são as que mais arrancam aplausos do público.

Chumboide: giros que dão a impressão de que o avião está descontrolado;

Bomba: quando as sete aeronaves simulam o abate de outro avião;

Lancevaque: cambalhotas no ar com giros mais verticalizados; e

Break: pilotos abandonam a formação e param em posição de leque no céu;

Mesmo com tanto preparo, o militar contou que ainda é preciso “alta concentração para voar”. Nos bastidores, longe dos olhos do público, Santoro faz o que chama de “voo mental”.

Mesmo depois de quase dois anos a bordo da esquadrilha, o militar diz que o frio na barriga o lembra a emoção da primeira decolagem: "30 de setembro de 2018, Lagoa Santa, Minas Gerais". A informação exata, na ponta da língua, traduz o marco que o momento representou na carreira. Foi neste dia, em céu mineiro, que Santoro decolou pela primeira vez.

Ainda hoje, ele disse ao G1 que mantém o ritual de descansar, não ingerir álcool e "evitar feijoadas" antes das demonstrações aéreas. Cada sessão nos ares dura, em média, 35 minutos.

Apesar do voo solitário na cabine das aeronaves, pilotos como Santoro não estão sozinhos nas decolagens. Do solo, o militar conta com torcedores ilustres que vibram a cada manobra.

Além do público em geral, as apresentações dele são acompanhadas pela mãe, a dona de casa Maria Dulce Santoro, de 58 anos. Moradora do Rio de Janeiro, ela percorre o país para assistir as demonstrações da Esquadrilha da Fumaça.

Há quase dois anos vendo de perto o trabalho da equipe de pilotos, Dulce, inclusive, já aprendeu a reconhecer a sequência de algumas manobras. A acrobacia predileta da dona de casa é a "DNA" – quando o avião desenha a espiral genética nos ares –, mas é o "coração" (veja vídeo abaixo) que faz os olhos da mãe brilharem de emoção.

Enquanto os olhares correm o céu, ela faz orações pelo filho e pela equipe de militares que dá assistência em solo, a quem ela chama de "anjos da guarda". "Não existe o individual na Esquadrilha. São uma equipe. Eu vibro e rezo por todos eles", diz.

Nem só de acrobacias aéreas vive os pilotos da Esquadrilha da Fumaça. Com uma média de uma apresentação por fim de semana, os militares se revezam em trabalhos burocráticos em solo.

De Pirassununga, no interior de São Paulo, a equipe costuma dedicar cerca de cinco horas por dia ao controle das escalas de voo e, em alguns meses, ao treinamento de novos pilotos. O trabalho burocrático é feito em frente ao computador.

"Apesar de ser uma função de solo, estou trabalhando em prol da atividade aérea. Não me desligo nunca dos ares", disse Santoro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGÊNCIA BRASIL


Brasília sedia exposição de equipamentos militares até domingo

Exposição da Independência está a cargo da Marinha

Alex Rodrigues | Publicada em 06/09/2019 17:48

Organizações militares inauguraram hoje (6), em Brasília, uma exposição dedicada a equipamentos, veículos, aeronaves e projetos militares. Este ano, a Exposição da Independência está a cargo da Marinha e foi montada no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Bloco C.

Gratuita, a visita possibilita aos interessados conhecerem, de perto, diferentes tipos de viaturas militares, como, por exemplo, um lançador de foguetes e um carro anfíbio. Também estão expostos no local equipamentos empregados pelas organizações que participam da mostra.

Além do espaço ocupado pela Marinha, os visitantes encontrarão stands da Aeronáutica e do Exército, além dos destinados à Força Nacional; Polícia Rodoviária Federal; Corpo de Bombeiros do Distrito Federal; Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) e do Samu.

A visitação fica aberta das 9h às 17h. Apesar do calor e da baixa umidade no Distrito Federal, já no primeiro dia foi possível encontrar algumas pessoas tirando fotos ao lado – às vezes, dentro – dos veículos.

Moradora de Goiânia, a estudante Luana Iolanda de Almeida Alves, 16 anos, aproveitou a rápida passagem pela capital federal para conhecer os equipamentos. “Estávamos, eu e minha tia, conhecendo os pontos turísticos, o Palácio do Planalto, a Praça dos Três Poderes quando demos de cara com a exposição. Fiquei impressionada porque, em outras exposições deste tipo não pude subir ou entrar em nenhuma viatura. Aqui não. Eu já entrei, tirei fotos. Gostei muito da disponibilidade do pessoal, que levaram a gente até o tanque, bateram foto e deram informações”, disse a estudante, brincando que só o calor e a baixa umidade relativa do ar atrapalharam a visita. “Dá vontade de beber muito água, mas o importante é conhecer coisas novas.”

Estagiário do Ministério das Relações Exteriores, Ruan Dias Martins, 22 anos, saiu do serviço e decidiu dar uma passada pela área cercada no centro da Esplanada. Esgueirando-se pelas sombras projetadas por tanques e equipamentos militares, ele aproveitava para fotografar e guardar alguma recordação da exposição. “Vim pela curiosidade. Estou achando interessante e ainda vou visitar os stands”, disse Martins, referindo-se aos recintos reservados a cada uma das organizações participantes, onde é possível assistir vídeos institucionais e conhecer maquetes e panfletos sobre diversos projetos. No stand da Marinha, por exemplo, o público pode saber mais sobre o desenvolvimento do submarino nuclear e o trabalho que a Força realiza no Continente Antártico e na faixa litorânea brasileira.

“Acho que tudo isto atrai mais ao público militar, a quem gosta da área de Defesa, mas é interessante para todos”, frisou Martins, que também comentou as condições climáticas desfavoráveis ao passeio, perto das 15 horas desta sexta-feira. E antes de saber que dentistas e farmacêuticos do Hospital Naval de Brasília estão orientando os visitantes sobre cuidados com os dentes e formas de prevenir a hipertensão.

Filho de um bombeiro da reserva, o motorista Rangel Resende de Mendonça, 25 anos passou pela Esplanada na véspera e, ao ver as primeiras viaturas sendo estacionadas para a montagem da exposição, se animou a voltar hoje e trazer o filho, Pedro Guilherme Guimarães Resende, de apenas 5 anos. “Fui pegar ele na escola e vim direto para cá. É legal. A criançada gosta, né? Eu mesmo me amarro em tudo isto, porque como meu pai era militar, desde pequeno eu convivo neste meio. E o Pedro, desde pequeno, também já está no rumo”. Incentivado pelo pai e por militares, o menino entrou e tirou foto no interior de um carro lagarto anfíbio, subiu sobre um enorme moto aquática e não escondia a surpresa diante de tantos equipamentos vistos apenas na televisão.