NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

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PORTAL AEROIN


FAB conclui preparação para a guerra em exercício com 800 horas de voo


Carlos Ferreira | Publicada em 05/09/2021

O Exercício Conjunto (EXCON) Tápio 2021, realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), a partir da Base Aérea de Campo Grande (MS), foi encerrado nessa sexta-feira (3). O adestramento registrou mais de 800 horas de voo, aproximadamente 330 surtidas, cerca de 30 aeronaves empregadas, 16 Esquadrões e Unidades de Infantaria, e mais de 900 militares treinados. As atividades foram marcadas pela interoperabilidade entre as Forças Armadas e pelas missões compartilhadas com aeronaves e militares da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).

O treinamento simulou um cenário de guerra irregular, com a composição de Forças-Tarefas e Alertas focados na Busca e Salvamento em Combate (CSAR, da sigla, em inglês, para Combat Search and Rescue).

O Diretor do Exercício e Comandante da Base Aérea de Campo Grande, Brigadeiro do Ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, acredita que um dos grandes desafios do EXCON Tápio 2021 esteve no fato da atividade ser combinada e conjunta, pois busca a interação entre as três Forças Armadas do Brasil, além da USAF.

“Ao final, o saldo foi positivo no sentido de conhecermos novas técnicas, táticas e procedimentos dentro da máxima operacionalidade e segurança. Estamos em evolução, demonstramos isso para a sociedade. E estamos preparados para as operações de paz da Organização das Nações Unidas”, acrescenta.

Na quarta edição, esse conceito de interoperabilidade entre Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e FAB foi intensificado, principalmente, por meio do emprego de Força Tarefa de Operações Especiais. Militares foram integrados na execução de diversas Ações de Força Aérea, como Guiamento Aéreo Avançado, Infiltração por meio de salto livre operacional, Exfiltração de ambiente hostil e Ação Direta. As missões envolveram componentes do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) e do Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais (Tonelero) da Marinha do Brasil; do Comando de Operações Especiais (COpEsp) do Exército Brasileiro; e do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) da FAB.

FAB e USAF

Militares da USAF também desembarcaram na capital sul-mato-grossense para o treinamento. Dentre outras atividades, eles participaram de adestramentos de cooperação mútua com integrantes da FAB na pista de avaliação prática do curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APHT). Na simulação, um veículo aliado sofreu um atentado com explosivo e, então, foi ativada uma missão de CASEVAC (da sigla, em inglês, para Casualty Evacuation) – método de Evacuação Aeromédica que consiste na remoção inicial dos feridos do local da ocorrência para outro onde possam receber os cuidados médicos iniciais.

O cenário fictício colocou militares gravemente feridos sob presença de paramilitares hostis. As equipes compostas por norte-americanos e brasileiros desembarcaram de helicópteros HH-60 Pave Hawk da USAF. Sob fogo inimigo, progrediram no terreno.  Desencarceramento das ferragens, mobilização de sobreviventes confinados, estabilização clínica medicamentosa e  escape rápido da cena foram algumas das habilidades desenvolvidas, com a supervisão técnica de médicos de Esquadrão da FAB.

Interoperabilidade

Representante da USAF, a Comandante da 105th Airlift Wing da Stewart Air National Guard Base, Brigadier General Denise M. Donnell, considera o exercício importante por conta da troca de informações e experiências entre os dois países. “Integramo-nos como uma equipe, aprendemos uns com os outros e tivemos uma frutífera troca de informações e expertise para fortalecer as duas equipes e, mais uma vez, construir essas relações entre Brasil e Estados Unidos”, completa.

O Co-Diretor do EXCON Tápio 2021 e Comandante do Grupo Operacional da Base Aérea de Campo Grande, Coronel Aviador Mateus Barros de Andrade, explica que o planejamento do exercício acontece pelo menos um ano antes, e que a Marinha e o Exército sempre têm participado do delineamento de ações, reforçando o conceito de interoperabilidade. “Treinamos bastante, atingimos todos os objetivos e temos a certeza que estamos preparados para o emprego no cenário de guerra irregular”, acrescenta.

O Chefe do Departamento de Operações Especiais do Comando Naval de Operações Especiais da Marinha do Brasil, Capitão de Fragata (FN) Cléber Pereira Marinho, opina que o EXCON Tápio é mais uma oportunidade que a Instituição tem de trocar conhecimentos e operar conjuntamente. “A interoperabilidade é trabalhada pela Marinha há muitos anos e vem incrementado sua participação em diversos exercícios, aumentando a habilidade de operar de forma efetiva com outras Forças de características diferentes”, declara.

Integrante da Direção do Exercício e Oficial do 1º Batalhão de Forças Especiais do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, o Major de Infantaria Frederico Ferreira de Souza, também vislumbra o adestramento como uma oportunidade de integrar.

“O resultado será o teste de táticas, técnicas e procedimentos junto às outras Forças, verificando oportunidades de melhoria e aprendendo com as experiências trocadas”, conclui.

EXCON Tápio 2021

A primeira fase do EXCON Tápio ocorreu de 10 a 13 de agosto, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), em Novo Progresso (PA), na região conhecida como Serra do Cachimbo. Já a segunda fase foi realizada na capital sul-mato-grossense e simula um cenário de guerra.

A FAB empregou no Exercício aeronaves das Aviações de Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas. Foram treinadas Ações de Força Aérea em uma possível participação da FAB em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), contribuindo para a ordem e a paz mundial em compromissos internacionais, garantindo a soberania, integridade territorial e defesa patrimonial, e provendo ajuda humanitária.

Texto: Tenente Jonathan Jayme / CECOMSAER.
Fotos: SO Johnson Barros e Soldado Anderson Soares / CECOMSAER; Soldado Sebalho e Soldado Azuaga / BACG.
Vídeo: Soldado Anderson Soares / CECOMSAER

MINISTÉRIO DA DEFESA


Militares combatem crimes ambientais na Amazônia


Rízia Rocha | Publicada em 05/09/2021 01:22

Brasília (DF), 05/09/2021 - Neste domingo (05), é comemorado o Dia da Amazônia, um dos patrimônios naturais da humanidade. A data visa conscientizar sobre a importância da conservação desse bioma. Para auxiliar nesses cuidados, militares das Forças Armadas atuam na prevenção e repressão a crimes ambientais na Região Amazônica.

Um dos exemplos é a Operação Samaúma, que ocorreu de 28 de junho a 31 de agosto, nos estados do Amazonas, do Pará, de Rondônia e de Mato Grosso. Durante o período da Samaúma, cerca de 1.200 militares atuaram juntamente com 150 agentes de diversas instituições, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Polícias Federal e Rodoviária Federal, entre outros órgãos governamentais.

O Grupo de Integração para Proteção da Amazônia (GIPAM), coordenado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), auxiliou com a elaboração de 24 relatórios que apontaram as áreas prioritárias para atuação em campo. Foram indicados 1.092 pontos de interesse para as bases de operação, em 26 municípios. O mapeamento dos municípios foi realizado pelo Grupo Gestor do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), com base na maior quantidade anual de alertas de desmatamento, informados pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Durante as atividades, foram empregados sete helicópteros, diversas embarcações e viaturas. Outro importante aliado na repressão aos ilícitos ambientais foi o Sistema Aéreo Remotamente Pilotado, da Força Aérea Brasileira. A utilização desse sistema contribuiu para a detecção de áreas desmatadas e garimpos, indicando alvos precisos para atuação dos Comandos Conjuntos Ativados e agências.

O balanço final da Operação Samaúma soma 705 escoltas, reconhecimentos e patrulhas; 17.005 hectares embargados; 191 ações preventivas e repressivas realizadas contra delitos ambientais; 309 inspeções, vistorias e revistas por patrulhamento naval e terrestre; oito focos de incêndio combatidos; entre outras ações. As principais apreensões foram de 8.536,56 metros cúbicos de madeira; 34.396 litros de combustíveis; 50 tratores, escavadeiras, caminhões, veículos diversos e embarcações; 28 armas e 137 maquinários de serraria e mineração. Durante toda a ação, foram aplicadas 189 multas, que totalizaram em mais de R$ 270 milhões.

Toda essa atividade operacional aplicada na proteção da floresta foi responsável, nesses dois meses, pela redução do desmatamento no Brasil. Em julho, foi registrada uma redução de 10% em relação a julho passado e o mês de agosto se encerrou com, aproximadamente, 32% de redução em relação ao mesmo período de 2020, de acordo com dados do INPE. A efetividade da operação demonstra o apoio do Ministério da Defesa e a importância do trabalho integrado entre os órgãos de fiscalização.

Por Rízia Rocha

Fotos: Alexandre Manfrim