NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Com aval da CGU, Exército censura informações sobre os militares


Rubens Valente | De Brasília

Se depender do Comando do Exército e da CGU, o cidadão que deseja conhecer o passado no serviço público do comandante, o general Eduardo Villas Bôas, ou do presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) nas Forças Armadas vai receber apenas informações editadas e positivas.

As respostas ao cidadão não deverão trazer nenhuma referência que, no entender do Exército, possam atingir a "honra e imagem" do militar.

Essa interpretação foi adotada pelo Comando da Força e referendada, em 2015, pela CGU (Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União).

Na prática, o entendimento esvazia o artigo 31 da Lei de Acesso, que prevê que a restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa "não poderá ser invocada" pelo Estado brasileiro em "ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância".

Bolsonaro é pré-candidato à Presidência da República e Villas Bôas comanda o Exército, que só em 2016 registrou um orçamento de R$ 37,8 bilhões, incluindo os gastos com pessoal. Ambos ingressaram na Força durante a ditadura militar (1964-1985).

Saber em detalhes o que de fato ocorreu a essas duas personalidades durante passagens pelo Exército tornou-se virtualmente impossível.

Em resposta a um pedido da Folha, por exemplo, o Exército encaminhou duas páginas de computador sobre a vida militar de Bolsonaro. Intitulado "extrato do histórico funcional", sem timbre, data ou assinatura, esse papel contém apenas os seguintes tópicos: identificação, cursos militares realizados, cargos e/ou funções exercidos, promoções, referências elogiosas recebidas e participações em empresas públicas e/ou privadas.

O "extrato" não explica que Bolsonaro chegou a ser preso em 1986, por 15 dias, por ato de indisciplina, nem que foi julgado por um Conselho de Justificação e depois absolvido pelo STM (Supremo Tribunal Militar).

A confirmação documental da prisão só é possível porque a Folha teve acesso à "Folha de Alterações" de Bolsonaro integral, sem edição, mas em outro arquivo, o do STM. A última data desse documento, porém, é de 1988.

CENSURA

O professor de história da UFRJ Carlos Fico, especialista em ditadura militar, disse que seria razoável "tratar com certo cuidado" a divulgação de dados sobre militares comuns, mas não sobre figuras públicas.

"Ocultar parte da história, com expurgo de fatos negativos, é um procedimento completamente condenável. É um desserviço", disse Fico.

As edições do Exército autorizadas pela CGU incidem sobre as chamadas "Folhas de Alterações". Todo militar tem uma. É o histórico dos elogios, punições, transferências e avaliações dos superiores.

"Folhas de Alterações" sobre militares suspeitos de tortura, por exemplo, foram obtidas a partir de 2012 pela CNV (Comissão Nacional da Verdade).

 

Entenda mudanças no Campo de Marte, que deve virar parque


Júlia Barbon E Carolina Daffara |

Após 60 anos de disputa, prefeitura e União anunciam nesta segunda-feira (7) um acordo que promete transformar parte do terreno do aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, em parque municipal.

A ideia de fazer uma área de lazer pública no local já foi pensada por ao menos outros quatro prefeitos: Celso Pitta (PP), José Serra (PSDB), Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT).

Os projetos, porém, nunca saíram do papel. O principal motivo é que hoje o espaço é administrado pela Aeronáutica e pela Infraero, ambas ligadas ao Ministério da Defesa, que briga desde 1958 na Justiça com o município pela terra. Ela também já passou pelas mãos dos jesuítas, da Coroa portuguesa e do Estado de SP.

Abaixo, entenda melhor o que é o Campo de Marte, o vaivém entre poderes na área há (literalmente) séculos e qual parte deverá ser dada à gestão João Doria –que planeja em seguida desativar o aeroporto e recuperar o resto do terreno.

O Campo de Marte

Área total: 2,1 km²
54% administrada pela Aeronáutica
46% administrada pela Infraero (empresa pública)

Área que será cedida à prefeitura para abertura de um parque municipal e construção de um museu aeroespacial:

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Hoje existe nesse espaço:
- Um trecho preservado de Mata Atlântica, cortado por um córrego
- Seis campos de futebol cedidos a clubes amadores
- Terreno de apoio ao sambódromo

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O que outros prefeitos já disseram

Celso Pitta (PP) - 1997 a 2000
Em seu primeiro ano de gestão, já com obras atrasadas, anunciou que construiria o "parque temático Campo de Marte" em cem dias

Marta Suplicy (PT) - 2001 a 2004
Sugeriu que o Campo de Marte poderia ser oferecido ao governo federal para quitar parte de uma dívida municipal de R$ 2 bilhões

José Serra (PSDB) - 2005 a 2006
Cobrou do governo em 2005 a transferência do terreno; queria construir um parque no local, mantendo o que já existia, em uma "solução de conciliação, não radical"

Gilberto Kassab (PSD) - 2006 a 2012
Seguiu a proposta de Serra quando o sucedeu, dizendo que criaria o parque; anunciou ainda estudos para a implantação de um bulevar na av. Olavo Fontoura, entre o Campo de Marte e o sambódromo

Fernando Haddad (PT) - 2013 a 2016
Falava em extinguir a operação de aviões para permitir prédios no entorno e abrir espaço para a criação de um parque; ação faria parte de um plano maior para desenvolver a zona norte


A história do terreno

Colonização
Área era dos jesuítas, que a receberam da coroa portuguesa na época da divisão de sesmarias

1759
Terreno é confiscado pela coroa quando o ministro Marquês de Pombal expulsa jesuítas das colônias

1891
No início da República, Estado de SP considera a terra devoluta (de domínio público, mas sem destinação específica) e a cede ao município

1912
Local passa a ser usado como picadeiro pela cavalaria militar paulista

1920
Campo de Marte recebe escola de aviação da Força Pública do Estado (antiga polícia)

1929
Aeroporto é inaugurado

1932
Com a derrota de SP na Revolução Constitucionalista, governo federal ocupa a área

1945
Após fim do Estado Novo, município retoma parte de sua autonomia e passa a negociar a devolução do espaço

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Desfile militar em 1952 no Campo de Marte

1958
Prefeitura entra na Justiça para tentar recuperar local

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Trânsito em frente ao Aeroclube, escola de aviação no terreno, em 1985

2003
Tribunal Regional Federal decide que área é da União

2008
STJ (Superior Tribunal de Justiça) muda entendimento e determina que terreno é do município

2011
Segunda turma do STJ corrobora decisão de 2008 e manda União devolver imediatamente áreas sem uso ao município e a pagar indenização pelo espaço usado; União recorre ao STF

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Estacionamento de aviões amanhece alagado após chuvas em 2011

21.jul.2017
Prefeito João Doria e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, se reúnem e anunciam negociação para construção de parque

7.ago.2017
Prefeitura e Defesa devem assinar "protocolo de intenções" e "termo de liberação de acesso" e anunciar detalhes do plano; a ideia é resolver o imbróglio sem envolver a Justiça

Próximos passos
A intenção de Doria é acabar com o aeroporto, permitindo apenas pousos e decolagens de helicópteros –o que Haddad também queria–, e retomar o resto do terreno 

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Aeroporto Campo de Marte atualmente

Colaborou EDGAR SILVA, do Banco de Dados

Fontes: Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, Infraero e Prefeitura de São Paulo

 

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Condição jurídica e baixa adesão do Estado incomodam militares


Roberto Godoy | O Estado de S. Paulo

Há questões sérias a serem resolvidas para que a Operação Segurança e Paz deixe o cenário promocional e migre, como deve, para o teatro de operações a que se destina. A primeira delas é a definição da condição jurídica dos combatentes envolvidos. Pelas regras vigentes, um homem da tropa que, em uma ação que resulte na eventual troca de tiros venha a matar um criminoso, poderá responder a processo criminal por homicídio doloso. Houve um caso assim em 2010, na sequência da ocupação do Complexo do Alemão – os dois militares envolvidos ficaram sob investigação durante quatro anos.

Mais que isso. Se, por exemplo, a inteligência infiltrada apurar a localização de um líder do tráfico ou do roubo de cargas, as Forças Armadas não poderão realizar uma operação de extração. Antes será necessário ter em mãos um mandato de busca e apreensão da Justiça. A experiência acumulada nas ações anteriores não é boa. No Rio, a expedição do documento pode demorar até duas semanas. A solução seria manter um juiz especial, designado para atuar agregado à missão, 24 horas, de forma a resolver os procedimentos com rapidez. De acordo com um oficial do Exército ouvido ontem pelo Estado, “nesse tempo a informação terá perdido a validade ou, pior, vazado por colaboradores do crime organizado”. O decreto do presidente Michel Temer, assinado há uma semana, não fecha essas brechas.

A baixa adesão do governo do Estado aos compromissos negociados com a Defesa, primeiro sob Sérgio Cabral e depois com Luiz Fernando Pezão, também incomoda as Forças mobilizadas. No programa de 2010 estava prevista a modernização das polícias – dos critérios da seleção ao treinamento, passando necessariamente por uma atualização dos recursos tecnológicos. “Nos primeiros cinco anos deveriam ser reciclados ou incorporados ao novo esquema perto de 3 mil agentes – o projeto não foi executado, nada aconteceu”, sustenta o militar.

O mapeamento das áreas de risco, pontos de tensão e de valor estratégico – depósitos de armas, centros de comando, estoques de drogas –, atualizado na primeira fase da Segurança e Paz, terá de ser seguido por um movimento forte de captura e neutralização. A tropa vai dar apoio à ação policial. É uma definição ampla. Debaixo desse mesmo conceito, em um domingo de novembro de 2010, cerca de 2,7 mil homens só precisaram de 1h20 para tomar o Alemão. Passados pouco menos de sete anos, sem ação social eficiente e sem a recuperação urbana prevista, a região continua conflagrada.

 

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


COLUNA DENISE ROTHENBURG


Enquanto isso, entre os pernambucanos...

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, explicava dia desses a um grupo de jornalistas que não trocará o domicílio eleitoral para ser candidato a governador do Rio de Janeiro, quando chega o deputado Sílvio Costa (Avante-PE): "Olha, pode anotar aí: ele vai ser candidato a governador do Rio!".

PORTAL G1


Adestradores de cães realizam 1º Encontro de Cinotécnicos de Roraima

Evento conta com a participação das Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e outros profissionais.

Por G1 Rr |

Ocorre na tarde deste sábado (5) na Academia de Polícia Integrada Coronel Santiago, em Boa Vista, o 1º Encontro de Cinotécnicos de Roraima, organizado pela Força Aérea Brasileira. O evento é gratuito e tem como objetivo promover um ciclo de palestras para atualizar o trabalho de adestradores amadores e profissionais de cães.

Serão ministradas as palestras sobre legislação cinotécnica (treinamento de cães), o surgimento do adestramento de cães na Polícia Militar do estado, adestramento no meio cívil e outros temas.

O encontro conta ainda com a participação de profissionais das Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e outros.

Segundo o Major Falkner, o cenário de cinotécnicos ainda é bastante carente no estado. Em média Roraima conta com 95 adestradores, sendo a maioria pertencente às forças de segurança e encaminhados às missões.

"A importância é mostrar à sociedade que temos acima de tudo os animais como amigos", enfatiza.

Após o ciclo de palestras acontece a apresentação de cães de diversas raças usados em treinamentos para atividades civis e de segurança pública. O evento segue até as 20h.

 

Com 5 mil homens, Operação Onerat tem 2 mortos e 24 presos em confronto no Rio

De 40 mandados de prisão, 18 foram cumpridos. Dois suspeitos morreram em tiroteio e um PM morreu em acidente com viatura. Ação contra roubo de cargas uniu forças federais e estaduais.

Por Alba Valéria Mendonça, Cristina Boeckel | Lívia Torres e Marco Antônio Martins, G1 Rio

Forças de segurança estadual e federal realizaram desde às 4h30 deste sábado (5), a Operação Onerat, contra o roubo de cargas e o crime organizado no Rio. Com um efetivo de quase 5 mil homens, a ação fez 15 prisões. Dois homens morreram em confrontos com PMs. Policiais e militares apreenderam 3 pistolas e duas granadas, mas não encontraram fuzis ou munições na intervenção no Complexo do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte da cidade.

(Correção: na noite deste sábado (5), a Secretaria de Segurança do RJ afirmou que reviu as estatísticas da operação e informou que dois homens, e não três morreram, em confronto com as tropas e forças de segurança na ocupação)

Dos 40 mandados de prisão da Onerat – carga, em latim – 18 foram cumpridos, sendo que nove alvos já estavam detidos. Os agentes também apreenderam dois adolescentes.

A ação que ocupou o Complexo do Lins contou com cerca de 5 mil homens – quase o dobro da ocupação do Complexo do Alemão, em 2010 (veja quadros abaixos).

A operação teve início às 3h30 da madrugada quando militares da Brigada Paraquedista, do Exército, e fuzileiros navais, da Marinha entraram na mata para evitar fugas de traficantes. Por volta das 4h30, homens da Coordenadoria de Operações Especiais (Core), da Polícia Civil, e dos Batalhões de Choque e com Cães (BAC) iniciaram a entrada na comunidade. Os policiais eram orientados por um inquérito da 26ª DP (Todos os Santos) sobre roubo de cargas.

A ideia do comando da operação, reunido no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) no Centro do Rio, era surpreender os traficantes do Lins no fim do baile funk da sexta-feira. Ao chegar à comunidade, os policiais encontraram poucos "soldados" na guarda do baile. Houve alguns disparos em direção à mata mas os criminosos preferiram se esconder na favela à buscar abrigo na floresta já ocupada pelos militares. Moradores relataram em redes sociais o som de tiroteios e de bombas na comunidade.

O comando da operação esperava iniciar o cumprimento dos 40 mandados de prisão às 6h, mas a Polícia Civil iniciou as ações a partir das 6h30, um "delay" que foi comentado nas reuniões após a operação. Com base em registros de ocorrência e dados passados por informantes, os policiais foram a escolas e creches municipais à procura de cargas roubadas, mas não encontraram nada.

Os militares também usaram detectores de metais na mata buscando armas e munições. Também nada foi encontrado. A operação em um dia pouco usual – sábado – tentou evitar vazamento da ação.

Ao todo, foram apreendidas três pistolas, duas granadas, quatro rádios, 16 carros e uma motocicleta e entorpecentes.

Questionado sobre um possível vazamento da operação, já que menos da metade dos mandados de prisão havia sido cumprido até o início da coletiva, Sá disse que não há indícios de que as informações tenham chegado aos criminosos.

"Nossos objetivos de mandados de prisão e busca estão sendo cumpridos respeitando e sem colocar em risco a segurança dos moradores. Basta ver que só dois morreram em confronto, um com a Polícia Civil e outro com a Polícia Militar. Nenhum civil foi ferido. Temos que aprender de atuar assim", disse Sá.

Por volta das 13h50, dois policiais e dois suspeitos presos se feriram em acidente com a viatura do Batalhão de Ação com Cães e foram levados para o Hospital Salgado Filho. O sargento Anderson Dias Pereira morreu. O cabo André Luis Gomes Silva e os dois presos foram internados.

“Mesmo com toda a dificuldade que o estado está enfrentando, as polícias dedicaram todos os seus esforços e encontraram diversos responsáveis pelo crime de roubo de cargas”, destacou o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá.

Sá também comentou a ausência de fuzis entre as apreensões: "Fuzis existem. Mas hoje o criminoso age de forma diferente. Não existem mais paióis. Eles guardam suas armas consigo".

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, considera que a operação provoca um "sufoco logístico e financeiro" ao crime organizado.

"Os resultados são maiores do que números. É a ideia de que há ação presente do estado", disse o ministro. " A operação em conjunto já produz resultados, como acabar com o mito do crie organizado e poderoso."

O almirante Roberto Rossato se mostrou confiante após a operação.

"O estado vai aonde ele quiser. Não existe domínio territorial de facção criminosa no Rio de Janeiro", disse o almirante.

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(Foto: Editoria de Arte/G1)

A polícia voltou a pedir ajuda da população para denúncias que levem à prisão dos criminosos.

"A população ordeira pode auxiliar as forças de segurança apresentando informações, inclusive de forma sigilosa. É uma forma de ajudar o combate ao crime naquela localidade", destacou o delegado Paulo Guimarães, da Polícia Civil.

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Comparação mostra que ação deste sábado teve quase o dobro de recursos dos que foram usados na ocupação do Complexo do Alemão, em 2010 (Foto: Reprodução/TV Globo) 

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Importantes vias do Rio tiveram o fluxo interrompido, como a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá (Foto: Apu Gomes / AFP)

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Militares da Marinha se posicionaram na Rua Dias da Cruz, uma das principais do bairro do Méier, na Zona Norte, durante ocupação do Complexo do Lins. (Foto: Célio Silva/ G1)

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Região cercada pelas forças de segurança do Rio neste sábado (5) (Foto: Reprodução/TV Globo)

Ocupação por tempo indeterminado

Em entrevista à TV Globo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a permanência das tropas seguirá por tempo indeterminado.

"Nós vamos permanecer no local até que os objetivos sejam atingidos. Pode ser 24 horas, no fim de semana, três dias, 15 dias", disse Jungmann. "O objetivo, como sempre, é aquele que nós dissemos anteriormente, de bloquear o crime organizado, efetuar o efeito surpresa."

A coordenação da Onerat é feita pela Secretaria de Estado de Segurança do Estado (Seseg), por meio da ação das polícias Civil e Militar, com o apoio do Comando Militar do Leste (Exército, Marinha e Aeronáutica), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Cerca de 50 profissionais de todas os efetivos estão no Centro Integrado de Comando e Controle.

Enquanto o secretário Roberto Sá exaltou o sucesso da operação, o G1 apurou que militares e policiais envolvidos na ação se decepcionaram com o resultado. No entendimento do governo federal, as ações devem se repetir e se tornar uma prática nas comunidades do Rio.

Segundo a Seseg, os agentes atuam nos Complexos do Lins e Camarista Méier, na Zona Norte. Há ainda operações nos morros de São João, no Engenho Novo, e Pedreira e Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte; e Covanca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
 

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Forças Armadas e polícias fazem megaoperação contra roubo de cargas e ocupam o Complexo do Lins (Foto: Apu Gomes / AFP)

Mortes e prisões

Jefferson Abilio da Silva Cavalcante, de 19 anos, foi baleado no braço direito e no tórax em troca de tiros com policiais no Morro São João. Ele chegou a ser levado para o Hospital Salgado Filho, mas não resistiu. Ele já havia sido preso por roubo de cargas em julho de 2016 e foi solto em março deste ano. Com ele, foi apreendida uma pistola.

A identidade do outro morto em confronto não havia sido divulgada até a última atualização desta reportagem.

Um dos presos é Fernando de Almeida Oliveira, conhecido como Pulga, de 28 anos. Ele foi encontrado em uma padaria no entorno do Lins.

Disque Denúncia

O Disque Denúncia divulgou um cartaz com 15 dos principais procurados na operação (veja abaixo). A recompensa é de R$ 1 mil pelos bandidos Furinho, Nisinho, Jamaicano, Miguelinho, Maninho, Diel, Coroa, Piloto, Tchá Tchá, Hilton, Brancão, Vagner, Da Mata, Da Cabrita. Pelo traficante Da Russa, que de acordo com as denúncias é o comandante geral do tráfico em todo o Complexo do Lins. o valor é de R$ 30 mil. O telefone para contato é 2253-1177.

O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, disse que há pelo menos três dias o serviço vem monitorando as regiões onde ocorrem as ações deste sábado, passando informações às forças de segurança.

"Com os panfletos queremos mobilizar a população. Esperamos o máximo de denúncias.", disse.

 

PORTAL BBC


Raios luminosos e moradores apavorados: A maior operação militar brasileira para investigar discos voadores


André Bernardo | Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil

Naquele 5 de dezembro de 1977, o capitão da Aeronáutica Uyrangê de Hollanda Lima estava ansioso. Afinal, ele tinha mais uma reunião com o brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, comandante do 1º Comando Aéreo Regional (Comar 1), de Belém. Pela primeira vez desde que começara a investigar a suposta aparição de discos voadores na região do Pará, o capitão Hollanda teria o que relatar aos seus superiores.

Nas ocasiões anteriores, sempre que alguém lhe perguntava se tinha visto algo estranho, limitava-se a dizer: "Vi luzes. Nada mais". Daquela vez, porém, o capitão Hollanda e o sargento João Flávio Costa tinham avistado, poucos dias antes, um "troço enorme", de uns 100 metros de comprimento, sobrevoando o rio Guajará-Mirim.

Distante 70 metros da embarcação onde estavam, o tal objeto, no formato de uma bola de futebol americano, "grande e pontuda", tinha sido fotografado e filmado pelos militares. Não havia mais dúvida: era um objeto voador não identificado (ovni). E, no interior dele, supostamente havia uma "criatura extraterrestre".

Na hora da reunião, o brigadeiro Protásio não compartilhou do entusiasmo do capitão Hollanda. Pelo contrário. Depois de ouvir atentamente a história, mandou suspender a operação. Sua decisão, até hoje, intriga ufólogos.

"Infelizmente, todos os militares que participaram da Operação Prato já morreram. O último, aliás, foi o capitão Hollanda", lamenta o jornalista e ufólogo Ademar José Gevaerd, editor da revista UFO. "A Aeronáutica afirma que todas as informações relativas à Operação Prato já foram disponibilizadas, mas não acredito nisso", afirma.

Em agosto de 1997, Gevaerd recebeu um telefonema do capitão Hollanda, querendo agendar uma entrevista. Na mesma hora, ele e o coeditor da revista, Marco Antônio Petit, viajaram até Cabo Frio, na região dos Lagos fluminense.

Em casa, o coronel reformado contou detalhes da operação. Voltou a relatar os seus muitos avistamentos, admitiu que teve medo de ser abduzido e revelou que a investigação foi amplamente documentada. Só de fotografias havia mais de 500. Isso sem falar das 16 horas de filmagens (nos formatos Super-8 e Super-16) e de um calhamaço de 2 mil páginas de relatórios.

"Aquele monstro azul, embora tivesse um brilho muito forte, podia ser olhado diretamente sem que ardessem as vistas", declarou à revista UFO.

Dois meses depois de conceder a bombástica entrevista, o coronel Hollanda tirou a própria vida, enforcando-se no quarto de casa com a corda do roupão. Houve quem especulasse que ele teria sido assassinado por revelar informações sigilosas e colocar a segurança nacional em risco. Ou, ainda, quem assegurasse que Hollanda não morreu: apenas mudou de identidade e deixou o país.

Gevaerd rebate essas versões. "Não acredito em queima de arquivo ou teoria da conspiração. Ele já havia tentado o suicídio antes", diz.

Raios luminosos

Por essas e outras razões, a Operação Prato continua a ser apontada por ufólogos do Brasil inteiro como um dos mais intrigantes casos de avistamento de ovnis já registrados no país. Os primeiros relatos começaram a surgir em setembro de 1977.

Os habitantes de Colares, Mosqueiro e Ananindeua, entre outros povoados de Belém, garantem ter sido atacados por "raios luminosos" vindos do céu.

"Dois orifícios paralelos, como se agulhas tivessem penetrado a pele das pessoas", descreveu a psiquiatra Wellaide Cecim Carvalho, então diretora da Unidade de Saúde de Colares, vila de pescadores a 96 km da capital, à equipe do programa Linha Direta - Mistério, exibido em 25 de agosto de 2005.

Segundo relatos da médica, os pacientes davam entrada no posto de saúde com sintomas de anemia, tontura e febre e, ainda, marcas de queimadura de primeiro grau pelo corpo. Logo, o fenômeno foi apelido pelos ribeirinhos de "chupa-chupa" ou "luz vampira".

"Nunca me esqueci do pânico estampado no rosto das pessoas que diziam ter sofrido ataques por luzes que desciam dos céus e extraíam sangues delas", recorda o jornalista Carlos Mendes. Escalado para cobrir o caso pelo jornal O Estado do Pará, calcula ter entrevistado 80 testemunhas.

Tomados pelo pavor, os moradores da região se uniram para afugentar os invasores. Não passava pela cabeça deles que o intruso pudesse ser de outro planeta. A hipótese mais provável era obra do demônio ou castigo divino.

À noite, famílias inteiras acendiam fogueiras, batiam latas e soltavam fogos de artifício. Outras, mais religiosas, rezavam o terço. Outras, ainda, empunhavam paus, pedras e espingardas. Diante do desespero da população, o prefeito pediu socorro às Forças Armadas.

Foi quando o coronel Camilo Ferraz de Barros, chefe da 2ª Seção do Comar 1, convocou o capitão Hollanda, então comandante do Para-Sar, um esquadrão de elite da Força Aérea Brasileira (FAB) que realizava operações de busca e salvamento, para chefiar a missão.

‘Castigo divino’ x ‘ação comunista’

Durante quatro meses, Hollanda e seus homens permaneceram no litoral do Pará, munidos de binóculos, câmeras fotográficas e máquinas filmadoras, entre outras engenhocas. De dia, entrevistavam as vítimas dos ataques e as testemunhas dos avistamentos. À noite, se revezavam para monitorar o céu.

"A Operação Prato foi a maior missão militar para investigar ovnis de que se tem notícia no mundo", classifica Gevaerd. Thiago Luiz Ticchetti, presidente da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), concorda: "O que mais me impressiona é o fato de termos investigado algo tão incrível e, ainda hoje, não sermos capazes de explicar o que aconteceu."

A equipe chefiada pelo capitão Hollanda contava, entre outros, com o 1º tenente médico Pedro Ernesto Póvoa. No dia 26 de outubro de 1977, o psiquiatra foi a um vilarejo chamado Santo Antônio de Ubintuba, no município de Vigia, ouvir relatos de avistamentos e ataques de luzes insólitas.

Na hora de redigir seu relatório, o psiquiatra deu o veredicto: "Histeria coletiva".

"Depois que os fatos ganharam as manchetes dos jornais, militares da Aeronáutica tentaram controlar a imprensa. Diziam que nós, repórteres, estávamos agindo com sensacionalismo e que as notícias publicadas só serviam para causar pânico", afirma o jornalista Carlos Mendes.

A certa altura da operação, agentes do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI) foram chamados para ajudar nas investigações.

Jorge Bessa era um dos oficiais do SNI deslocados para Belém. Em seu primeiro dia na Ilha do Mosqueiro, a 80 km da capital, avistou, por volta das 8h da noite, um objeto luminoso.

"Ele piscou três vezes, realizou pequenas manobras e, em seguida, desapareceu em grande velocidade. Não deixou dúvidas de que obedecia a um comando inteligente", relata Bessa, que narrou suas aventuras no livro Discos Voadores na Amazônia, lançado no ano passado. "O fenômeno era visível a todos. Bastava olhar para o céu", diz.
Acervo

Quarenta anos depois, ufólogos ainda tentam ter acesso ao material coletado durante a Operação Prato. "Onde estão as fotos que o capitão Hollanda e sua equipe tiraram? E as filmagens? Que fim levou esse material?", indaga Thiago Luiz Ticchetti, da CBU.

Por intermédio de sua assessoria de imprensa, a Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre ovnis já foi encaminhado ao Arquivo Nacional. E mais: não dispõe de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito deste tipo de fenômeno aéreo.

Mas nem sempre foi assim. Entre 1969 e 1972, a Aeronáutica chegou a ter um órgão específico para tratar do assunto. Até ser extinto pelo governo militar, o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados apurou mais de 70 casos de avistamentos de discos voadores.

Hoje, o acervo sobre ovnis é um dos mais visitados do Arquivo Nacional. Só nos últimos 30 dias, foram quase 12 mil acessos. Do total de 753 relatórios disponibilizados, material que abrange um período de 63 anos (1952-2015), apenas seis dizem respeito à Operação Prato. Vão de 2 de setembro de 1977 a 28 de novembro de 1978 e englobam 15 municípios do interior do Pará.

"O material disponível para consulta pública é apenas a ponta do iceberg", afirma o ufólogo Edison Boaventura Júnior, presidente do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG).

Segundo Gevaerd, a filha do brigadeiro Protásio, uma pedagoga aposentada, é uma das poucas felizardas que tiveram acesso às filmagens ultrassecretas. "Entre outros fatos aterradores, ela cita a nave-mãe pairando sobre o rio Amazonas", alega.

Outra cena impressionante, aponta Edison, é a que revela um ovni submergindo nas águas do rio Tapajós em plena luz do dia. A filmagem, segundo o ufólogo, teria sido feita pelo sargento João Flávio Costa, o braço-direito do capitão Hollanda.

"A única certeza que tenho é que estamos diante de um dos maiores enigmas da ufologia. E mais: os avistamentos não acabaram", diz Edison, alegando que "40 anos depois, discos voadores continuam aparecendo naquela região".