NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA
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Os espiões que vem do céu | o reconhecimento tático da FAB
João Paulo Moralez | Publicada em 02/06/2021
Criado em 1947, o 1º/10º GAV “Esquadrão Poker” é a unidade da Força Aérea Brasileira responsável pela missão de reconhecimento tático empregando os caças Embraer AMX A-1 modernizados.
Vida rede de inteligência, a ordem fragmentária (OFRAG) em envelope selado marcou o que seria o início de uma missão de grande duração, envolvendo inclusive o apoio de aviões reabastecedores para ampliar a autonomia dos caças. O documento contendo dados sobre os objetivos a serem reconhecidos, as suas localizações via coordenada geográfica, horários e outras informações relevantes foram repassadas ao Técnico de Informações de Reconhecimento (TIR), para que este iniciasse todo o planejamento da missão. Isso incluiu definir as rotas, a direção de aproximação do alvo, presença de possíveis defesas do inimigo, relevo, entre outros detalhes.
Ao mesmo tempo, dois pilotos, líder e ala, foram acionados para cumprir a missão. Uma hora antes da decolagem, na sala de guerra, um briefing completo, porém objetivo, foi realizado.
O TIR informou o nível do detalhamento que deveria ser obtido com aquela missão de reconhecimento, o que determinaria a maneira como seriam feitas as aproximações e a distância dos alvos. Neste caso em específico, as aeronaves fariam a busca e a fotografia de nove pistas irregulares utilizadas de maneira clandestina ao longo da fronteira seca do Brasil com os demais países em que faz divisa nas regiões sul e centro-oeste.
Trinta minutos depois, a tripulação encerrou o briefing e seguiu para a casa de pista, onde se equiparam com traje anti-g, colete com itens de sobrevivência, pistola calibre 9mm para proteção individual e capacete. A ação foi rápida e, faltando 20 minutos para a decolagem, seguiram para a linha de voo onde estavam os caças Embraer AMX A-1AM, com dois tanques subalares de combustível de 1.080 litros cada e um pod de reconhecimento Rafael Reccelite.
Enquanto os mecânicos faziam as últimas checagens em solo, o piloto de caça realizava a inspeção externa na aeronave, verificando os itens que demandam atenção nesse caso. O processo leva um minuto, terminando na escada de acesso ao cockpit, do lado esquerdo do avião. Sob as luzes daquele hangarete, o piloto vestiu o capacete de cor branca e vermelha, e ostentando a cabeça de um leão estilizado na lateral.
Ao lado, o caçador do segundo A-1AM iniciou os procedimentos de acionamento, com o avião nas mesmas configurações do líder. Ele era o ala da missão e o capacete também traz algo interessante. Metade é pintado em vermelho e a outra metade em azul.
Esse simbolismo não é por acaso. O vermelho identifica a missão de reconhecimento, sendo também a cor magna daquele esquadrão. O azul, é a sua característica de especialização de ataque ao solo, com bombas guiadas por laser.
E o Leão, a alma do 1º/10º GAV “Esquadrão Poker”, uma das mais antigas e tradicionais unidades da Força Aérea Brasileira (FAB), criado imediatamente após a 2ª Guerra Mundial.
O Primeiro e o Último
A missão de reconhecimento tático é exclusivamente atribuída, na FAB, ao 1º/10º GAV. Com sede em Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul, aquela unidade aérea também cumpre as missões da Aviação de Caça, como de ataque e de defesa aérea. O lema representa bem a missão do esquadrão, ou seja, o primeiro a chegar no teatro de operações fazendo o levantamento da inteligência do inimigo e o último a sobrevoar a zona de conflito.
Ao voltarem daquele voo, que incluiu sobrevoos dos alvos a 60m de altura do solo a uma velocidade de 740km/h e reabastecimento a cinco mil metros de altitude, os AMX foram recebidos, depois do corte dos motores na linha de voo, pelos chamados foto-pista, militares responsáveis por coletar numa estação computadorizada todas as imagens do sensor Reccelite.
Depois de devolverem os equipamentos de voo e os armamentos na casa de pista, seguiram para o debriefing com os TIR e o Foto-Intérprete, outro especialista em reconhecimento aéreo. Em torno de 30 minutos haviam se passado desde o corte dos motores. As imagens digitais do Reccelite já haviam sido processadas e, juntos, os militares passaram a interpretar cada alvo. Os pilotos contribuíram com informações que viram no local como possíveis movimentações, presença de pessoas ou objetos entre outros dados. O objetivo foi o de responder a quatro perguntas. Naquela missão específica, a de detectar a os aeródromos; reconhecer que se trata de uma pista; identificar a sua estrutura como sendo de grama ou pavimentada, comprimento, largura etc.; e analisar a presença de aviões, veículos, hangares, instalações e movimentações, por exemplo.
Com esses dados em mãos, foi produzido o Relatório de Missão de Reconhecimento, respondendo exatamente as solicitações feitas na OFRAG.
Sensores de reconhecimento
Durante o programa AMX foram desenvolvidos três pallets de reconhecimento fotográfico, instalados internamente na aeronave, sob o cockpit. O Pallet 1, para reconhecimento a baixa altura, tinha três câmeras grande angular Zeiss perpendiculares a direção do voo e dispostas para cobrir a linha do horizonte em 180º.
O Pallet 2 foi projetado para ter capacidade Stand off com uma lente Zeiss de longo alcance de 600mm montada em uma estrutura com 180º de movimento, da esquerda para a direita, perpendicular ao eixo de voo do AMX. O terceiro, Pallet 3, foi desenvolvido para realizar reconhecimento em altitude média e vertical do alvo, cobrindo grandes áreas e usado principalmente para produzir mapas e cartas de navegação. A câmera era uma Zeiss RMK A com uma lente de 153mm.
Em 2001, a empresa brasileira Gespi desenvolveu o que foi chamado Gespi pod e, depois, RTP (Reconaissance Training Pod). Nele foram instaladas quatro câmeras W. Vinten Type 360/140 anteriormente usadas no EMB-326GB Xavante para a mesma missão de reconhecimento tático. O RTP foi amplamente utilizado pelo esquadrão.
Em 2004, foi descoberto que a Marinha do Brasil recebeu, junto com a frota da McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk, quatro pods Vicon 57, que naquele momento estavam fora de serviço, com muitas de suas partes eletrônicas faltando e sem nenhuma chance de encontrar peças sobressalentes no mercado, uma vez que o sistema em si era muito antigo.
Todos os quatro pods foram levados para Santa Maria e depois de alguns meses de trabalho um sistema foi colocado em operação. Algumas peças de reposição foram produzidas internamente pelo Poker, incluindo fiação e circuito integrado.
O conjunto de câmeras foi composto por três Vinten de 1 e ½ polegadas de distância focal dispostas em vertical e laterais (esquerda e direita), cobrindo 180º do horizonte. O nariz, com movimento de 360º, tinha oito posições no sentido horário e outras oito no sentido anti-horário com 14º de diferença em cada posição. A lente era de 450mm para realizar fotografia oblíqua de longo alcance.
Em 2009, finalmente, o esquadrão fez a transição do sistema analógico para o digital com a chegada dos casulos Rafael Reccelite, que inclui os modos normal e infravermelho.
A modernização do AMX e o seu futuro na FAB
Para manter atualizada essa frota de valor e poder estratégico, a Força Aérea assinou um pacote de modernização para os AMX. O programa incluiu inicialmente 43 aeronaves, sendo a primeira entregue ao 1º/16º GAV “Esquadrão Adelphi” em 2013. No entanto, após atrasos no programa e com a proximidade da chegada do Saab Gripen E/F a partir de 2021, a FAB optou por reduzir a modernização para 14 aeronaves com 11 A-1AM (monoplace) e três A-1BM (biplace). Hoje, sete aeronaves modernizadas foram recebidas.
O protótipo do programa, o A-1A FAB 5530, foi entregue na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP) em 30 de maio de 2007. Um segundo avião, o A-1A FAB 5526, também serviu como protótipo tendo sido o primeiro do programa a voar em 19 de junho de 2012.
A aeronave incorporou um cockpit digital com dois displays de 6×8 polegadas e um de 5×5 polegadas compatíveis com operações com óculos de visão noturna. O AMX recebeu um novo interferidor de guerra eletrônica e um novo radar warning receiver (RWR), além de incorporar o sistema de alerta de aproximação de mísseis (MAWS) e a tecnologia NAV-Flir, que fornece visão infravermelha projetada no head-up display do cockpit. Eles também foram compatibilizados para operarem com o pod de interferência e ataque eletrônico Rafael Sky Shield.
Outro destaque é o radar multimodo SCP-01 desenvolvido pela antiga brasileira Mectron e a italiana Selex Galileo, que possui os modos ar-ar, ar-solo e ar-superfície com a capacidade look down/look up. Trabalhando na Banda I, o radar é capaz de identificar um alvo de 100 metros quadrados no mar a 50 milhas e tem alcance de 20 milhas contra um alvo aéreo de 5 metros quadrados. Outro objetivo da modernização foi o de padronizar as diferenças ao longo do primeiro, segundo e terceiro lote de produção do AMX.
Apesar da idade do AMX, que em 2019 completou 30 anos de serviço na FAB, a sua operação pode ser estendida ainda por vários anos.
Atualmente o caça é o único no inventário da Força Aérea capaz de lançar armamento ar-solo guiado por laser e o único a fazer reconhecimento tático com sistemas especializados para esse fim.
Com a entrada em serviço dos primeiros Saab Gripen E em 2021, no 1º Grupo de Defesa Aérea, o Brasil vai dar um salto de tecnológico e operacional jamais visto na história. As qualidades e capacidades do Gripen E/F projetarão a FAB para um patamar muito elevado.
Como todo e qualquer programa militar, de qualquer nação do mundo, inicialmente os Gripen E/F terão apenas a capacidade de conduzir as missões ar-ar, seguindo a prioridade dada pelos seus operadores – Brasil e Suécia. Assim é chamado o Initial Operational Capability (IOC, capacidade operacional inicial). Depois do modo ar-ar, serão desenvolvidas as modalidades ar-solo, ar-superfície (naval) e de inteligência, vigilância e reconhecimento. O Full Operational Capability (FOC, capacidade operacional final) está previsto para ser obtido em 2025. Como já discutido anteriormente, será necessária a compra de novos lotes do Gripen para equipar os demais esquadrões da FAB, incluindo o 1º/10º GAV. O Brasil já selecionou os pods Rafael Reccelite XR para o Gripen mas, até que o A-1M passe a guarda para o novo vetor de defesa aérea, o caça de desenvolvimento ítalo-brasileiro continuará sendo o espião que vem do céu.
FAB afirma que poderá receber no máximo dezesseis KC-390
Em entrevista exclusiva a força aérea esclarece questões fundamentais da revisão do pedido
Edmundo Ubiratan | Publicada em 02/06/2021 19:00
Após o anúncio formal de redução no pedido do KC-390 feito pelo Comando da Aeronáutica surgiam diversas dúvidas em relação ao futuro do programa, a continuidade do desenvolvimento do avião e sobre os impactos operacionais diretos na Força Aérea Brasileira.
Segundo fontes consultadas pela AERO Magazine, a mudança no total de encomendas não impacta nos custos diretos de desenvolvimento do programa C-390 Millennium que está completamente pago. O orçamento destinado para estudo, desenvolvimento e construção dos protótipos foi finalizado antes mesmo da entrega do primeiro avião. Atualmente os custos em aberto são relacionados a novas capacidades operacionais, que estão sendo certificadas gradualmente, de acordo com as necessidades da força aérea.
A mudança no total de aviões encomendados ocorreu após revisão orçamentária realizada pelo governo brasileiro e a necessidade da FAB em atender o cenário econômico atual. A estimativa atual, mas não definida, é que sejam recebidas pela força aérea entre 13 a 16 unidades do KC-390.
AERO Magazine - Qual será o número final de aeronaves encomendas e entregues?
FAB - A estimativa é de que sejam recebidas pela FAB algo entre 13 a 16 unidades.
AERO Magazine - Qual foi a redução no orçamento dedicado ao programa KC-390?
[não respondeu]
AERO Magazine - Essa redução orçamentária afeta exclusivamente a aquisição das aeronaves ou deverá impactar também na operação?
FAB - A Força Aérea Brasileira (FAB), mantendo seu compromisso com as metas orçamentárias e em consonância com o cenário atual, decidiu renegociar o contrato de produção da aeronave KC-390 Millennium com a Embraer. Entre os pontos que estão sendo discutidos na reavaliação contratual está o número final de aeronaves encomendadas. Os impactos orçamentários estão em avaliação, mas a redução na quantidade de aeronaves não deverá afetar significativamente a capacidade operacional da FAB, tendo em vista que, após a entrada em serviço, com a observação prática e real de suas capacidades e despachabilidade, as aeronaves entregues têm superado as expectativas do projeto.
AERO Magazine - Como foi realizada a estratégia para definir o número de dois aviões por ano? Apenas para explicar porque foram dois, não um ou três, por exemplo.
FAB - Para a definição da cadência anual de duas aeronaves pretendida, foram consideradas a manutenção do equilíbrio físico-financeiro da nova realidade contratual e a reavaliação das necessidades operacionais da Força Aérea.
AERO Magazine - A redução no total de KC-390 deverá impactar de alguma forma na capacidade operacional da FAB para os próximos anos?
FAB - Esta redução será aplicada apenas à aquisição, não tendo impacto na operação da aeronave.
AERO Magazine - O orçamento para certificação de novas missões do KC-390, como operação em pista não-pavimentada, reabastecimento de helicópteros, operação na Antártida, entre outros, está garantido?
FAB - O processo de certificação continua seguindo conforme o planejado
FAB planeja ter até 70 Gripens, diz Comandante em entrevista
Gabriel Centeno | Publicada em 02/06/2021
Em entrevista à jornalista Andrea Jubé do Valor Econômico, o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr., falou sobre a recente notícia de revisão do contrato de 28 unidades do KC-390, a atuação do modelo e da FAB na pandemia, a criação da NAV Brasil e o Programa Gripen.
Perguntado se o contrato do novo caça da FAB também sofreria ajustes, o Brigadeiro Baptista respondeu que o primeiro lote de 36 aeronaves já foi adquirido e que existe uma expectativa de receber entre 60 e 70 unidades. Ele também reconheceu que apenas 36 aeronaves é um número baixo para um país do tamanho do Brasil.
“Compramos o primeiro lote, mas nossa expectativa e que seja algo em torno de 60 ou 70 aeronaves. Esse contrato contempla 36. Em breve, estará na hora de começarmos a falar de um segundo lote. Com um país do tamanho do Brasil, não dá para se falar em apenas 36 aviões de caça.”
Ele também afirmou que a Embraer aceitou a renegociação do KC-390. Entre 13 e 16 aeronaves deverão ser adquiridas, já que restrições orçamentárias impostas pelo combate à pandemia não permitem o financiamento das 28 aeronaves planejadas originalmente. Segundo Baptista, uma equipe da FAB e uma da própria Embraer “vão renegociar as condições contratuais pelos próximos três meses.”
A FAB dispõe de quatro unidades do KC-390 em serviço com o Esquadrão Zeus, sediados na Ala 2 (Base Aérea de Anápolis). As aeronaves tiveram grande atuação na ponta aéreo de apoio a Manaus, transportando cilindros de oxigênio gasoso e diversos materiais de saúde.
No meio da operação, as aeronaves receberam adaptações para transportar os cilindros de oxigênio em estado líquido, que o Brigadeiro diz ser “960 vezes mais eficiente” que o gasoso, apesar de exigir cilindros maiores e de alta pressão.
“Ainda não havíamos concluído toda a certificação do KC-390. Existe a válvula de alívio da pressão e havia conexões, para isso que não estavam prontas. Com o apoio da Embraer, a gente fez isso de uma quinta-feira para sábado, e o KC-390 entrou na operação.”
Falando sobre as limitações orçamentárias que afetam não só a Aeronáutica, mas os três braços das Forças Armadas como um todo, o Brigadeiro Baptista disse que em 2021 a FAB só dispõe de “50% dos recursos para pagar o financiamento do KC-390 e do Gripen.”
“Levamos 20 anos para decidir que o caça brasileiro seria o Gripen”, diz o oficial. Desenvolvido pela sueca Saab, o JAS-39E/F Gripen, designado F-39E/F na FAB, é um caça de 4.5 Geração, equipado com eletrônicos do estado da arte, com destaque para o painel sensível ao toque desenvolvido no Brasil pela AEL Sistemas de Porto Alegre (RS).
O instrumento aumenta a agilidade e consciência situacional do piloto e também foi selecionado para equipar os Gripens da Força Aérea Sueca. Outro equipamento de origem nacional que será integrado ao novo caça da FAB é o IFFM4BR, um equipamento eletrônico desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço.
Trata-se de um instrumento chamado IFF (Identification Friend or Foe), um criptocoumptador que, através de interrogações eletrônicas com códigos criptografados, identifica aeronaves e outros veículos em combate como sendo amigos ou inimigos.
O equipamento é essencial para evitar o fratricídio (fogo amigo), especialmente nos dias atuais, onde o combate aéreo se baseia principalmente na arena BVR (Beyond Visual Range), ou seja, além do alcance visual, sem que o piloto possa identificar o alvo com os próprios olhos.
O primeiro Gripen da FAB, matrícula 4100, voou em 2019 e chegou ao país em 20 de setembro do ano passado. A aeronave veio da Suécia em um navio mercante, chegando ao Porto de Navegantes (SC). Dias depois alçou voo para a sede da Embraer em Gavião Peixoto, interior de São Paulo, onde encontra-se atualmente, engajado no programa de desenvolvimento do modelo.
Baptista diz que os quatro primeiros aviões operacionais chegarão ao Brasil entre o final deste ano e o início do ano que vem. Os jatos serão operados no 1º Grupo de Defesa Aérea, o Esquadrão Jaguar, unidade da Aviação de Caça que também como sede a Ala 2.
“O primeiro protótipo chegou no ano passado. A previsão de entrega dos quatro primeiros da série (de 36) é no fim do ano, começo do ano que vem. Mas depois que a aeronave fica pronta existe o processo de recebimento, o treinamento dos pilotos de prova. Mas já temos os recursos para isso.”
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