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TV GLOBO - JORNAL NACIONAL


Jair Bolsonaro assume Presidência com o maior aparato de segurança da história, em Brasília

Desde cedo, atiradores de elite ficaram posicionados no alto dos prédios. Mísseis antiaéreos guiados a laser também fizeram parte da estrutura de segurança.

Publicada em 01/01/2019 21:10

O esquema de segurança de Jair Bolsonaro foi o maior já montado para a posse de um presidente no Brasil.

Ainda estava escuro quando os carros da Força Nacional seguiram para a Esplanada dos Ministérios. Desde cedo, atiradores de elite estavam posicionados no alto dos prédios. Uma câmera em um balão permitia uma visão privilegiada. Na parte de baixo, quatro pontos de revista manual e com detector de metais.

Quem trouxe comida em embalagens não transparentes foi proibido de entrar com os alimentos. Em alguns locais, a polícia militar até fatiava frutas. As pessoas tiveram que deixar para trás itens como guarda-chuvas e capacetes, que eram proibidos. Garrafas d´água também não eram permitidas. A água era fornecida pela companhia de saneamento de Brasília.

De um ponto, é possível ver como foi feita a segurança, com barreiras e estrutura policial. Ao longo do trajeto, policiais colocaram faixas alertando a população que se encontrasse algo escondido, como uma mochila, ou algo que representasse risco seria preciso informar as autoridades de segurança.

O aviso falava em materiais "escondidos" e "muito suspeitos". O atentado ao presidente eleito Jair Bolsonaro, no dia 6 de setembro, mudou protocolos de segurança.

A estrutura de proteção foi reforçada. Mesmo assim, o presidente desfilou em carro aberto, contrariando a recomendação do Gabinete de Segurança Institucional.

Uma equipe de 46 policiais federais fez a segurança aproximada do presidente. Mísseis antiaéreos guiados a laser faziam parte da estrutura de segurança. O espaço aéreo foi fechado num raio de sete quilômetros. Vinte caças da FAB ficaram em lugares estratégicos.

Seis mil agentes fizeram a segurança da posse: Polícia Federal, Polícia Militar, Força Nacional, guarda presidencial.

Não foi o maior número de policiais da história, mas foi a posse com mais restrições. Em 2003, para o primeiro mandato de Lula, foram 12 mil. Na posse do segundo mandato de Dilma Rousseff, em 2015, a estrutura também foi maior: 8 mil agentes.

A partir de agora, a proteção de Bolsonaro passa a ser uma atribuição do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Equipe de governo do presidente Jair Bolsonaro tem 22 ministros

Governo Bolsonaro afirma que a relação com o Congresso será diferente: vai buscar apoio sem toma lá dá cá, sem dar cargos ou verbas em troca de votos.

Publicada em 01/01/2019 21:26

Reveja, nome por nome, a equipe de governo do presidente Bolsonaro.

A Esplanada dos Ministérios encolheu, mas não como o prometido. Durante a campanha, Jair Bolsonaro disse que ia reduzir o número de ministros para 15. Mas no fim anunciou 22 ministros, sete a menos que no governo de Michel Temer.

Na escalação do time de Bolsonaro, militares da reserva.

General Augusto Heleno para ser os olhos e os ouvidos do presidente, no gabinete de Segurança Institucional. Um homem de confiança e que foi fundamental para a escolha dos outros comandos militares:

General Azevedo e Silva: Defesa.

General Carlos Alberto dos Santos Cruz: Secretaria de Governo

Almirante de Esquadra Bento Costa Lima de Leite Albuquerque Júnior: Minas e Energia

Tenente-Coronel Aviador Marcos Pontes: Ciência, Tecnologia e Comunicação.

Além do vice-presidente general Hamilton Mourão que terá uma função estratégica. Ele mesmo disse que vai comandar o que chamou de "centro do governo", o monitoramento de projetos tocados pelos ministérios.

Para combater a corrupção, Bolsonaro buscou a reputação da Lava Jato e nomeou Sérgio Moro para o superministério da Justiça e Segurança Pública, que ganhou mais poder com a vinda do Coaf, órgão de inteligência fundamental contra a lavagem de dinheiro.

Mas na Esplanada, o homem que ganhou do presidente Bolsonaro carta branca para montar a equipe e também um plano para reerguer a economia do país foi Paulo Guedes. Uma missão nada fácil - o novo governo recebe as contas no vermelho - com um rombo previsto de R$ 159 bilhões. Mais de 12 milhões de pessoas sem emprego e um sistema produtivo travado, o crescimento da economia não passou de pouco mais de 1%.

O superminstério da Economia sob o comando de Paulo Guedes é uma fusão dos ministérios da Fazenda e Planejamento. Vai agregar também a Receita Federal e parte do Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Paulo Guedes nomeou seis secretários para funções estratégicas. E indicou o presidente do Banco Central Roberto Campos Netto, com status de ministro.

Bolsonaro também trouxe nomes técnicos e ligados à política. Osmar Terra, do MDB na Cidadania, uma fusão de Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social.

Gustavo Canuto, servidor público, no Desenvolvimento Regional, uma fusão dos ministérios da Integração Nacional e Cidades. Tereza Cristina, do Democratas, na Agricultura. O diplomata Ernesto Araújo, nas Relações Exteriores. Luiz Henrique Mandeta, do Democratas, na Saúde.

O professor Ricardo Vélez Rodrigues: Educação.

O servidor público Tarcísio Gomes de Freitas: Infraestrutura.

Marcelo Alvaro Antonio do PSL: Turismo

A assessora parlamentar Damares Alves: Mulher, Família e Direitos Humanos.

Ricardo de Aquino Sales do Partido Novo: Meio Ambiente

André Luiz de Almeida Mendonça: Advocacia-Geral da União

Wagner Rosário, funcionário de carreira da CGU na Transparência.

Gustavo Bebianno, do PSL, partido do presidente, para a Secretaria-Geral da Presidência.

E na Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Democratas, que coordenou o governo de transição e preparou o terreno para formar a base aliada no novo Congresso.

O governo afirma que a relação com o Congresso será diferente. Vai buscar apoio sem toma lá dá cá, sem dar cargos ou verbas em troca de votos.

Durante a transição, a equipe de Bolsonaro recebeu mais de 300 parlamentares de dez bancadas.

Pelas contas do chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, a base do governo na Câmara hoje conta com 250 dos 513 deputados e no Senado com pouco mais de 40 dos 81 senadores. Números que ainda não dão garantia ao governo para aprovar projetos importantes.

“É pouco agora né, que é 1º de janeiro. A gente está mudando, né? Assumindo agora. Nós temos um mês ainda e consolidando e ampliando o que a gente já tem. Eu não tenho dúvida nenhuma que instalado o novo Congresso, com o diálogo a gente vai chegar tranquilamente a 350 votos na Câmara e 50 talvez até mais votos, bem mais votos do que 50 no Senado”, disse Onyx Lorenzoni.

Onyx falou em construir um pacto político com a oposição para aprovar as reformas necessárias: “Não é uma tarefa só de quem está no governo. A oposição é muito importante porque ela nos ajuda a corrigir eventuais equívocos e erros. Mas nós precisamos unir todo mundo. Vários países do mundo que passaram por dificuldades fizeram pactos políticos. Partidos de oposição e situação se uniram na salvação do país", concluiu.

PORTAL UOL


Posse mistura clima de romaria a exaltação a forças de segurança


Felipe Pereira E Taís Vilela | Publicada em 02/01/2019 04:00

Rosângela Ponzio, 44, enxerga somente uma fresta do asfalto, mas gritos eufóricos avisam que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desce a Esplanada dos Ministérios.

Vozes empolgadas anunciam a boa nova: "Ele está em carro aberto". Leva quase nada para ela conseguir confirmar a informação.

Bolsonaro acena sorridente para o público. A passagem é rápida. Também é inesquecível, diz Rosângela. Ao final da cena, os olhos dela estão cheios de lágrimas. "Quando o vi, nem consegui tirar foto. Fiquei hipnotizada e pedi para Deus guiar o Brasil", conta a moradora de Maringá (PR).

Maria do Socorro Haber, 60, valoriza tanto Bolsonaro que trocou a festa de seu aniversário sexagenário na piscina da casa do filho por uma passagem de Belém (PA) a Brasília.

"Conheci tanta gente nesta viagem. No ônibus, me aplaudiram e cantaram parabéns. Na hora do desfile, chorei", relata e chora de novo.

Assim como ela, parte das 115 mil pessoas que estiveram na cerimônia de posse deram ao evento um clima de romaria. Brasileiros que consideram que a prosperidade passa por preservar valores religiosos.

A identificação de Bolsonaro com este público é tamanha que havia um pastor orientando fiéis no gramado próximo ao Congresso Nacional. "Deixa Deus te usar, varão", falou Junior Torres ao encerrar uma mensagem de voz aconselhando um integrante do Ministério Reconstrução do Templo, igreja da Assembleia de Deus em São Sebastião, cidade satélite do Distrito Federal.

"É a primeira vez que a Igreja Cristã ajudou a colocar [no Planalto] um presidente que se preocupa com a família."

Milton de Oliveira, 74, também é religioso. Pastor evangélico batista, fez questão de ir à posse de terno, sua roupa de trabalho. Ele acha bonito as pessoas usarem verde e amarelo, mas prefere a parte do slogan que diz "Deus acima de tudo".

Bonecos gigantes são portal de entrada na posse

As pessoas que foram à posse paravam no Eixo Monumental atraídas por dois bonecos gigantes de Bolsonaro. Era tanta gente que ficou cena fácil no Instagram de quem esteve em Brasília nesta terça.

Andando mais 700 metros, o público chegava à primeira barreira de vistoria. A área tinha pessoas distribuindo panfletos pedindo orações pelo Brasil ao lado de cartazes com temas religiosos como Cristo pregado na cruz.

Carros do Exército tocavam músicas sertanejas. A playlist era restrita: seis sucessos de cantores como Wesley Safadão, Gusttavo Lima e Marília Mendonça se repetiam em looping eterno.

Entre as músicas, havia um recado inusitado saindo das caixas de som das picapes militares. "Há diversos atiradores de elite em posições estratégicas. Agentes especializados em agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares estão a postos."

As camisetas, na maioria amarelas, mostravam caravanas de tantas origens que deixariam Silvio Santos com inveja das excursões a seu programa de auditório. Fortaleza, Campinas, Macapá, Goiânia, Corumbá, Caxias do Sul e por aí afora.

A quantidade de pessoas fazendo lives também impressionava. Eles adotavam o mesmo estilo de improvisação do presidente.

Aplausos a militares

Presente não só na campanha, mas na vida política do presidente, o aspecto militar foi evidente no comportamento das pessoas.

Repetindo gestos que vêm das manifestações a favor do impeachment, houve aplausos a passagens de carros policiais e das Forças Armadas. Fotos ao lado de viaturas ou homens fardados eram comuns.

Os tiros de canhões e a passagem de aviões foram comemorados pelo público.

A identificação do presidente com os militares é percebida até por crianças. Ao ouvir uma sirene, um garotinho sentado no pescoço do pai pergunta se é o mito. 

Gréguio Fernandes, 39, morador de Goiânia, estava com uma cabeça de um boneco de Bolsonaro e não recusava pedido de fotos. "Minha pose preferida é a do V da vitória. Mas o que as pessoas gostam mesmo é que eu faça a arminha."

Gilsimar Jasset, 36, de Nova Iguaçu (RJ), estava fantasiado de presidente e não tinha preferência por pose. As pessoas tinham. "Eu acho que vou aparecer em fotos lado de mais de mil pessoas. Boa parte delas, é comigo fazendo continência."

Camisas com o número 17, referência ao PSL, tinham o 1 substituído por um fuzil. Se o verde oliva da farda está representado de maneira subjetiva, o amarelo escancarava a chegada ao poder de uma nova forma de encarar o país e os costumes. 

Rosângela Ponzio escreveu mito no braço esquerdo, o do coração, e chorou porque vê o presidente representar os ideais da família.

Camille Florêncio, 25, estudante da Universidade de Brasília, comemora o enrijecimento da política de segurança pública. "As pessoas têm medo de assalto ao sair de casa. Tenho vontade de conhecer o Rio e nunca fui porque sinto medo de ser morta lá. A gente não se sente mais segura por isso aprovo leis mais duras."

Lilian Santos Pereira, 38, saiu de Uberlândia (MG) com o marido e quatro filhos por enxergar no novo presidente alguém que vá garantir um Brasil melhor. Ela quer mudança contra tudo o que está aí: corrupção, ameaças à família e crescimento econômico. 

A passagem do bastão foi feita para as estimadas 115 mil testemunhas em Brasília. A esperança destas pessoas é tão gigante quanto sua expectativa.