OPERACIONAL

Força Aérea treina futuros pilotos de combate no Exercício Técnico Especializex

Militares passaram por módulos de Missão Aérea Composta (MMAC) e Evasão e Resgate em Combate (MERC)
Publicada em: 25/11/2019 12:09
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Fonte: Ala 10, por Tenente Juliana Lopes
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Jonathan Jayme - Revisão: Tenente-Coronel Santana

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, entre os dias 28 de outubro e 14 de novembro, na Ala 10, em Parnamirim (RN), o Exercício Técnico Especializex, em complementação ao Programa de Especialização Operacional (PESOP), que forma os pilotos de combate. A atividade capacita os estagiários no planejamento e execução de Composite Air Operation (COMAO) – traduzida na doutrina brasileira como Missão Aérea Composta –, de forma simulada. Também provê a formação doutrinária dos tripulantes na condição de evasores, por meio de exercício teórico e prático de Busca e Salvamento em Combate. O treinamento foi dividido em duas fases: o Módulo de Missão Aérea Composta (MMAC) e o Módulo de Evasão e Resgate em Combate (MERC).

A simulação do COMAO, desde seu planejamento até a execução, foi realizada no Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE). No MMAC é apresentado um conflito simulado entre o país Costa Verde e os países Monxoró e Caatinga, valendo-se de meios, cenários e capacidades fictícias para criar ambientes semelhantes aos dos Exercícios CRUZEX, SALITRE RED FLAG.

Nesse contexto, são conduzidas missões que visam à interdição do campo de batalha e manutenção da superioridade aérea, que permitem aos estagiários do PESOP colocar em prática toda a doutrina aprendida durante a Especialização. "São conteúdos que complementam a formação do estagiário e tratam de temas de grande importância, os quais serão vivenciados pelos estagiários, a partir do ano que vem, na elevação operacional", explica o Chefe da Célula de Doutrina da Ala 10, Coronel Aviador Carlos Eduardo Valle Rosa.

"O MMAC introduz o piloto no complexo processo de planejamento e execução de uma missão aérea composta, nas funções de piloto ou mesmo de ala operacional. O estagiário participa de todo o ciclo de planejamento e execução simulada de uma missão aérea composta, integrando o que a gente chama de pacote, que é um conjunto de aeronaves que voa dentro do mesmo cenário tático, para atingir diferentes objetivos, de forma integrada", continua o Coronel Eduardo Valle.

Evasão e Resgate em Combate

Já o MERC se constitui de oficinas teóricas e práticas e ação no terreno, em que os estagiários atuam na condição de evasores, exigindo a aplicação das táticas de fuga e evasão. O Coronel Eduardo Valle explica a importância do MERC para que o piloto de combate entenda e desenvolva as habilidades necessárias para sobrevier em território inimigo. "O estagiário consegue perceber quão importante é o condicionamento físico, capacitação técnica em navegação terrestre, camuflagem, eliminação de vestígios e até mesmo a própria realização do procedimento previsto para o caso de resgate", finaliza.

O MERC contou com o apoio do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) e da Academia da Força Aérea (AFA), que enviou instrutores especializados, além do Esquadrão Gavião (1º/11º GAV), do Esquadrão de Segurança e Defesa da Ala 10 e da Esquadrilha SAR do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV).

As instruções teóricas e oficinas foram realizadas de 4 a 6 de novembro, na Ala 10. Já a ação no terreno foi realizada no Estande de Tiro Aéreo de Maxaranguape, a 60 quilômetros de Parnamirim (RN), de 7 a 12 de novembro.

"No caso do módulo evasor de resgate de combate, o estagiário se coloca na figura de um piloto que teve que se ejetar ou pousar forçadamente em território inimigo e nele conduzir diversas técnicas, de forma a realizar uma evasão e, posteriormente, ser resgatado por uma força tarefa de combate SAR. É um exercício muito importante porque relaciona diretamente a especialização operacional com uma das mais importantes Missões dentro do teatro de operações, o Combate SAR", destaca o Oficial.

Preparação

De acordo com o Coordenador do MERC e Oficial de Operações do Esquadrão Falcão, Major Aviador Átila Miranda Alves de Campos, o Exercício possibilitou não só capacitar os futuros pilotos de combate da FAB para atuarem como evasores, mas também adestrar as equipagens das Unidades envolvidas na operação, para participação em Exercícios Operacionais maiores e também em missões reais. "Nós aproveitamos os meios aéreos disponibilizados pelo Comando de Preparo [COMPREP] – helicóptero, aeronaves de caça e de transporte. Utilizamos todo o conhecimento da AFA e, com a experiência que tivemos na TAPIO e na CRUZEX, montamos esse Exercício Técnico. Isso possibilitou tanto treinar os estagiários, quanto adestrar os Esquadrões Aéreos da Ala 10, que é uma oportunidade única, a de realizar um treinamento local com todos os Esquadrões Aéreos envolvidos", conta o Major Átila.

Para o Tenente Aviador Gustavo Hungaro Monteiro, do Esquadrão Joker (2º/5º GAV), a experiência foi importante para testar a capacidade de organização e estratégica dos pilotos. "É uma chance muito boa para colocarmos em prática os aprendizados da fase teórica e, se um dia nos engajarmos em uma situação real de sobrevivência, estaremos mais preparados, tendo em vista a semelhança do Exercício com o real. O início foi o mais difícil, até tomarmos consciência da situação, organizarmos o grupo, saber qual seria nosso objetivo e tomarmos as atitudes iniciais", pontua o concludente do PESOP, que se prepara para iniciar, no próximo ano, sua elevação operacional.

Fotos: Tenente Juliana Lopes, Sargento Carlos Eduardo, Sargento Marcella, Cabo Simplício / Ala 10

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