HOMENAGEM

30 anos após voo com Ayrton Senna, Esquadrão Jaguar voa com irmão do ídolo

Na Ala 2, Leonardo Senna relembrou voo do irmão e participou de homenagem ao piloto
Publicada em: 03/05/2019 22:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Felipe Bueno
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Capitão Landenberger

Em 1989, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o ídolo Ayrton Senna se encontraram. Em Anápolis (GO), o Esquadrão Jaguar (1º GDA) fez uma simulação de interceptação da aeronave PT-ASN e, em seguida, recebeu Senna para um voo de demonstração a bordo do supersônico Mirage III. Nesta sexta-feira (03/05), a lembrança do herói brasileiro esteve presente na Ala 2 como há 30 anos. A mesma unidade aérea, que celebra 40 anos em 2019, recebeu a visita do irmão do tricampeão, Leonardo Senna, para homenagear os 25 anos de legado de Ayrton e rememorar o voo inesquecível nos céus de Anápolis.

O Comandante da Ala 2, Coronel Aviador Antonio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues, falou sobre a relação da organização militar com a velocidade, que eternizou Ayrton Senna no esporte mundial. “Em minha mente, não teria outro lugar melhor para se fazer essa homenagem da FAB para Ayrton Senna. Ele voou aqui e é uma casa da caça, da velocidade, e ele se sentiu muito emocionado em seu voo, o que foi demonstrado também hoje, por Leonardo”, disse o Coronel Mioni.

Leonardo Senna chegou pouco antes das 10h na sede do Esquadrão Jaguar. Lá, ele conheceu as instalações do grupo e recebeu as instruções e equipamentos para voar a bordo do caça F-5, aeronave operada pelo 1º GDA atualmente. No briefing anterior à decolagem, ele foi questionado da mesma forma que Ayrton foi pelo piloto daquele voo, Tenente-Coronel Alberto de Paiva Cortes, há 30 anos: “O que você espera desse voo?”

Em 1989, o tricampeão mundial foi direto, queria sentir a velocidade supersônica, a diferença entre pilotar um caça e pilotar um carro de Fórmula 1. Já Leonardo foi mais contido, como disse ao embarcar na aeronave de matrícula FAB 4812. “Vou ser bem mais comedido: vou querer emoção, mas bem menos que Ayrton. Estou bem tenso, depois de todos esses procedimentos de segurança, do assento ejetável... Mas temos que ir, seja o que Deus quiser”, brincou.

E assim começou a experiência do voo de Leonardo Senna. Às 11h, o Major Aviador Cristiano Peixoto pedia autorização à torre de controle e decolava nos céus de Anápolis. De acordo com o piloto, o início foi cauteloso, mas depois Leonardo mostrou coragem. “Durante o voo, nós permanecemos no circuito de tráfego e fizemos aproximações e arremetidas no ar, atingindo cerca de 800 km/h a 300, 400 pés do solo. No início, ficamos cautelosos com a possibilidade de enjoo, mas depois ele esteve bem e até pediu para experimentar a força G de forma mais intensa. Para mim, foi uma honra participar dessa homenagem a Ayrton Senna, um ídolo que inspira a todos e que elevou a bandeira do Brasil a um ponto mais alto”, disse o Major Peixoto.

Após 20 minutos e diversos voos rasantes, o caça aterrissou novamente na Ala 2 e sua tripulação foi recebida com a tradicional festa do champanhe, tão presente nas celebrações de Ayrton Senna nos pódios da maior categoria do automobilismo mundial.

“Estava muito apreensivo no começo, mas me acostumei rápido e cheguei a pedir mais velocidade, e chegamos a 4.2 G. Fizemos manobras próximas ao solo e foi muito gostoso. Estou feliz por essa homenagem da Força Aérea. Fui bem mais modesto, Ayrton já iria querer passar o mais próximo do chão. Estou tendo uma semana de emoção, Ayrton sempre foi muito patriota e fico muito feliz com essa homenagem”, disse Leonardo após a aterrissagem.

Após a adrenalina do voo, outra emoção tomou conta da área operacional da Ala 2. Em celebração ao voo do ídolo nacional e aos 40 anos do Esquadrão Jaguar, a aeronave Mirage FAB4940 recebeu uma pintura alusiva ao tradicional capacete do automobilista, desenvolvida por Raí Caldato e Alan Mosca, este filho do designer Sid Mosca, que assinava a arte nos capacetes de Senna. “A pintura incorporou Senna e a história da Base Aérea, ficou perfeito. Fico muito orgulhoso, eu e meu pai sempre fomos muito fãs da FAB e foi uma grande honra poder participar dessa homenagem, me sinto privilegiado. Foi uma realização profissional, me orgulho como brasileiro e patriota, principalmente sendo uma homenagem para Ayrton, que agora está imortalizada”, afirmou Alan.

Para aqueles que quiserem conhecer de perto a aeronave em que Ayrton Senna voou em 1989, o Mirage III matrícula FAB 4904 está exposto para visitação no Museu Aeroespacial (MUSAL), unidade vinculada ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), localizada no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro (RJ). Na fuselagem do supersônico, estão eternizados os nomes dos tripulantes e a data daquele voo, 29 de março de 1989.

Confira a reportagem exibida na TV Globo, no Jornal Nacional.

Fotos: Sargento Bruno Batista/CECOMSAER.

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