ESPAÇO

CLA realiza o primeiro lançamento previsto para a Operação MUTITI

Foi lançado o Foguete de Treinamento Intermediário como parte da preparação para o lançamento do VS-30 V14
Publicada em: 30/11/2018 15:00
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Fonte: CLA
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente João Elias - Revisão: Capitão Landenberger

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realizou, na última terça-feira (27), o lançamento de um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), como parte das atividades previstas para a Operação MUTITI, que tem por objetivo lançar e rastrear o Veículo de Sondagem VS-30 V14, com a carga útil PSR-01.

O FTI foi lançado às 14h30 pelo horário local, com o veículo atingindo 52 quilômetros de altitude máxima (apogeu), em 1min45s de voo. Se considerado em linha reta, o foguete percorreu 82 quilômetros de distância até a área de impacto, junto ao litoral maranhense. Ao todo, o FTI voou por 3min36s até atingir o local previsto no Oceano Atlântico.

“O lançamento realizado confirmou a plena disponibilidade dos meios de solo do Centro e o alto grau de profissionalismo de todas as equipes envolvidas com a Operação MUTITI. Esperamos, com o resultado atingido, realizar, mais uma vez, com sucesso, o lançamento do VS-30, a partir da próxima semana”, afirmou o Diretor do CLA, Brigadeiro Engenheiro Luciano Valentim Rechiuti.

O FTI é um veículo nacional fabricado pela Avibras voltado ao treinamento operacional e ao aprimoramento da capacidade instalada do efetivo do Centro de Lançamento de Alcântara. Possui 5,5 metros de comprimento e meia tonelada de massa, utilizando propelente sólido. É lançado a partir de trilhos, sendo estabilizado aerodinamicamente por quatro empenas retas fixas. O veículo é composto de: motor-foguete, terminação de voo e carga-útil (módulo para experimentos).

Este foi o 493º veículo lançado do CLA em um total de 104 operações já realizadas em Alcântara, tendo sido a 15ª vez de um FTI no CLA. Além da equipe do CLA e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), participaram da operação de lançamento o Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), para eventual evacuação aeromédica (EVAM), e o Esquadrão Netuno (3°/7º GAV), para verificação de área marítima momentos antes do lançamento. A atividade também contou com o apoio da Marinha do Brasil (MB) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), os quais atuaram na interdição do tráfego marítimo e aéreo na região, respectivamente.

Operação MUTITI

A operação dá continuidade ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), em coordenação com a Agência Espacial Brasileira (AEB), sendo conduzida pelo IAE, subordinado ao DCTA. Além de lançar e rastrear o VS-30, a Operação MUTITI visa a apoiar projetos de diferentes organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento na realização de experimentos científicos e tecnológicos, em voos suborbitais. Ainda, favorece a manutenção da operacionalidade, tanto do CLA quanto do CLBI, proporcionando treinamento às diversas equipes envolvidas, e o teste dos diferentes sistemas para operações futuras. Quanto ao CLBI, este será utilizado como estação remota, tanto para o rastreio do veículo quanto para a coleta e transmissão de dados da carga útil PSR- 01.

O lançamento do VS-30, com a carga útil PSR- 01, deverá ocorrer a partir da próxima quarta-feira (05/12), sendo o 14º de sua série fabricado para ser testado em voo. O VS-30 já foi lançado outras treze vezes, todas com pleno sucesso, das quais as duas primeiras ocorreram no CLA, e a última na Suécia, em 2016.

A carga útil, denominada PRS-01, contará com cinco experimentos brasileiros, complexos e multidisciplinares, sendo dois do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um do Instituto de Estudos Avançados (IEAV) e dois do IAE.

“O lançamento do FTI durante a Operação, bem como o sucesso atingido nesse procedimento, demonstram e validam a plena operacionalidade dos recursos humanos e materiais existentes no CLA, possibilitando a execução de operações mais complexas, como o lançamento do VS-30, a ser executado na próxima semana. Os resultados de tal campanha extrapolam a esfera operacional dos centros, gerando, ainda, dados técnicos e científicos que realimentarão pesquisas e produtos com impacto nos campos acadêmico, econômico e financeiro”, afirmou o Coordenador-Geral da Operação MUTITI, Coronel Lester de Abreu Faria.

 

Foto: Cabo Armando