NAÇÕES UNIDAS

Coronel da FAB é selecionado para missão na República Centro-Africana

Pela primeira vez, um oficial da Força Aérea Brasileira ocupa vaga aberta a todos os países-membros da ONU
Publicada em: 08/08/2018 17:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Jonathan Jayme
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Alle

Coronel Alexandre durante missão de paz no Haiti, em 2016O oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) Coronel Aviador Alexandre Corrêa Lima foi selecionado para compor o quadro internacional da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA). Pela primeira vez, um coronel da FAB é escolhido em um processo seletivo aberto a militares de Estado-Maior de todos os Países-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para compor uma operação de manutenção da paz.

A partir do dia 1º de setembro, o Coronel Alexandre irá servir no Quartel-General da MINUSCA, em Bangui, capital do país africano. Ele integrará o Grupo de Suporte de Defesa Estratégica e Ligação, criado recentemente para apoiar a reorganização dos setores de defesa da República Centro-Africana (RCA). Na função de inspetor, executará auditoria e prestará assessoramento especializado ao Exército Nacional da RCA. O oficial selecionado terá também outras tarefas relacionadas à reestruturação do Complexo de Defesa das Forças Armadas daquele país.

Sobre o ineditismo da seleção, o Assessor do Conselheiro Militar da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York (EUA), Coronel Aviador Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues, destaca que o oficial da FAB foi submetido a um processo seletivo aberto a todos os Estados-Membros da ONU. "Vários países apresentaram seus candidatos. Após uma rigorosa avaliação curricular, o Coronel Alexandre foi selecionado para compor uma short list [relação dos melhores candidatos], formada por representantes de outras quatro nações. Eles foram submetidos a uma entrevista, realizada por uma banca internacional da ONU, nas línguas inglesa e francesa. Ao final de todo o processo seletivo, o Coronel Alexandre foi o oficial escolhido pelas Nações Unidas", completa.

A cidade de Bangui é sede do Quartel-General da MINUSCAExperiência

O fato de ter sido peacekeeper (designação dada a militares que integram operações de manutenção da paz) na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti por um ano foi um fator decisivo na seleção do Coronel Alexandre. Hoje ele serve no Ministério da Defesa, na Chefia de Logística e Mobilização, desempenhando a função de Gerente da Seção de Logística Operacional e Subchefe do Centro de Coordenação de Logística e Mobilização (CCLM), que coordena o fluxo logístico da Força Tarefa Humanitária em Roraima para acolhimento dos refugiados venezuelanos – Operação Acolhida.

Na Força Aérea desde 1990, o Coronel Alexandre diz que se sente preparado e motivado para a missão. "Apesar das Operações de Paz da ONU ocorrerem em ambientes com baixos índices de desenvolvimento humano e alta volatilidade no campo político-social, é uma oportunidade única compor uma força de paz e representar o Brasil e a nossa Força Aérea junto à comunidade internacional", declara.

Segundo ele, a expectativa é colaborar da melhor maneira com o processo de reestruturação do setor de Defesa da República Centro-Africana e contribuir para a estabilidade social no país. "Tenho a certeza de que sairei da missão com uma experiência de vida bastante significativa, nos campos profissional e pessoal, além de ter tido a possibilidade de utilizar todo o conhecimento adquirido ao longo da carreira a serviço da paz", conclui.

O oficial da FAB irá auxiliar as Forças Armadas do país africano

MINUSCA

O Conselho de Segurança da ONU estabeleceu a MINUSCA na República Centro-Africana em 15 de setembro de 2014. Como tarefas prioritárias, trabalha na proteção dos civis; na promoção e proteção dos direitos humanos; na facilitação da prestação imediata e segura de assistência humanitária; no apoio à justiça nacional e internacional; na formação da prontidão operacional da defesa do pais; e no desarmamento, desmobilização, reintegração e repatriação.

 Fotos: Arquivo pessoal; ONU