DEFESA CIBERNÉTICA

Governo e empresas privadas realizam treinamento contra ataques cibernéticos

Exercício Guardião Cibernético está sendo coordenado pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro
Publicada em: 03/07/2018 18:30
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Gabrielli
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Alle

Iniciou, na tarde desta terça-feira (03/07), o Exercício Guardião Cibernético – um treinamento simulado de proteção a ataques cibernéticos, voltado aos setores financeiro e nuclear. A atividade, que acontece até o dia 6 de julho em Brasília (DF) e está sendo coordenada pelo Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), conta com a participação de militares das três Forças e outros órgãos governamentais, além de empresas do setor nuclear, bancos e comunidade acadêmica.

O exercício vai utilizar o programa Simulador de Operações Cibernéticas (SIMOC) e envolver gabinetes de crise, que debaterão ações nos níveis decisório-gerencial (gestão de crise) e técnico (resposta ao incidente). Um dos resultados do exercício será a identificação de premissas básicas para a elaboração de um Plano Nacional de Tratamento e Resposta a Eventos de Segurança Cibernética nos setores nuclear e financeiro, que será encaminhado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Segundo o Comandante do ComDCiber, General de Divisão Guido Amin Naves, a questão cibernética diz respeito a toda a nação: aos cidadãos, às corporações, às instituições e ao Estado como um todo. Por isso, o oficial-general frisou a importância do trabalho conjunto que está sendo proposto nessa primeira edição do exercício simulado. “A ameaça cibernética é real e, em algum momento, ataques vão acontecer. É impossível um nível de 100% de eficácia na segurança, então precisamos trabalhar para reduzir as vulnerabilidades”, disse.

Na cerimônia de abertura do exercício, Regis Souza Carvalho, professor e representante da Eletronuclear, trouxe alguns dados relativos a ameaças cibernéticas pelo mundo. Segundo ele, levando-se em conta os ataques ocorridos entre os anos de 2016 e 2017, uma em cada cinco empresas nunca conseguiu recuperar seus dados roubados. Ele também afirmou que, em 2016, o Brasil foi o segundo país com maior número de ataques cibernéticos sofridos. “Precisamos trabalhar a sinergia entre as instituições para atuar na prevenção, detecção e resposta ao ataque”, disse ele.

A Força Aérea Brasileira (FAB) tem representantes atuando no Guardião Cibernético, segundo explica o Chefe do Departamento de Gestão Estratégica do ComDCiber, Brigadeiro Intendente Mauro Fernando Costa Marra. No próprio Comando de Defesa Cibernética, existe a atuação permanente de militares das três Forças. Da FAB, são 23.

O oficial-general explica que as palavras-chave do trabalho nessa área são colaboração e integração e que esse desempenho conjunto, que já ocorre no dia a dia, está sendo potencializado pelo Guardião Cibernético. Dessa vez, com o incremento de equipes de profissionais ligadas aos setores nuclear e financeiro, como bancos e empresas de geração de energia – considerados ativos críticos. “Criamos um ambiente colaborativo de confiança com setores de infraestrutura crítica, em que todos debatemos e chegamos, juntos, às melhores soluções para mitigar tipos ou intenções de invasões”, disse o Brigadeiro Marra.

Fotos: Cabo André Feitosa / CECOMSAER