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Aviação de Patrulha chega aos 76 anos

A história da Aviação de Patrulha tem início em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial
Publicada em: 22/05/2018 00:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Felipe Bueno
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente João Elias - Revisão: Cap Oliveira

Com a responsabilidade de vigiar o litoral brasileiro, 24 horas por dia, a Aviação de Patrulha começou sua história em 1942. Na época, em plena Segunda Guerra Mundial, o país se viu ameaçado pelos sucessivos afundamentos de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães. Com apenas um ano e meio de existência, a FAB se lançou em atividade para superar todas as dificuldades.

Grupos de aviação foram distribuídos pelo território nacional. Em Salvador (BA), estabeleceu-se o 7º Grupo de Aviação de Patrulha, aproveitando as instalações do 2° Grupo de Bombardeio Médio.

Às 13h57 de 22 de maio de 1942, os Capitães Aviadores Parreiras Horta e Oswaldo Pamplona, em meio à formação operacional nos bombardeiros B-25 Mitchell recém recebidos das Forças Armadas dos Estados Unidos, lançaram um ataque ao submarino Barbarigo, da Regia Marina da Itália, a mesma que, quatro dias antes, havia torpedeado o navio Comandante Lyra, próximo ao Atol das Rocas. Surpreendido pela rápida ação, o submarino reagiu intensamente com fogo antiaéreo, submergiu e bateu em retirada. O fato marcou o batismo de fogo da FAB e passou a ser oficialmente assinalado como o Dia da Aviação de Patrulha.

De lá para cá, várias aeronaves já foram utilizadas pela Aviação de Patrulha: PV-1 Ventura, PV-2 Harpoon, B-25 Mitchel, P-15 Netuno, P-16 Tracker e P-95 Bandeirulha. Atualmente na FAB, as aeronaves P-3AM Orion e P-95M Bandeirulha são operadas por três Esquadrões: Orungan (1º/7º GAV), sediado em Santa Cruz (RJ); Phoenix (2º/7°GAV), em Canoas (RS); e Netuno (3º/7°GAV), em Belém (PA).

A Aviação de Patrulha sempre encarou desafios, usando as mais variadas aeronaves. Hoje em dia, cumpre a sua missão com vetores estratégicos que desempenham papéis não somente de patrulha marítima, como diversas outras ações que são imprescindíveis para a FAB no que diz respeito ao cumprimento de sua missão de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria. Confira o depoimento de militares dos Esquadrões da Aviação de Patrulha:

Cabo BMA Sérgio Alberto Diniz Silva - Esquadrão Netuno 3º/7º GAV

“Cheguei ao Esquadrão em 2002, vindo do Parque de Material Aeronáutico de Belém [PAMA-BE]. De lá para cá, são 16 anos de muita satisfação em estar servindo uma unidade aérea. Satisfação que só aumenta há 12 anos, quando me tornei tripulante na função de observador SAR [Search and Rescue - Busca e Salvamento], o que me levou, com muito orgulho, a participar de várias missões de busca, que considero a mais nobre de todas do Esquadrão, pois ajudar a salvar vidas não tem preço. Há seis anos, obtive elevação operacional, entrando para o grupo de instrutores do Esquadrão e, atualmente, contribuo para a formação de novos observadores SAR, o que me deixa muito gratificado e motivado a continuar servindo nesse Esquadrão operacional".

Tenente Aviador Allan Seixas Julio - Esquadrão Orungan 1º/7º GAV

“Sou integrante do Esquadrão Orungan há dois anos, atuo como chefe da Célula SAR  e piloto da aeronave P3-AM, o glorioso Orion. Faço parte com orgulho da Aviação de Patrulha, responsável por zelar pela soberania do nosso país e por inúmeras missões utilizando a plataforma P3-AM. Sempre me identifiquei com o voo sobre o mar, sendo assim, me senti confortável em estar distante a 200 milhas da costa brasileira. Ser patrulheiro, sem dúvidas, é uma das atividades mais emocionantes que uma pessoa pode exercer. Tripular esta aeronave multimissão é um grande desafio na carreira para o qual tento me dedicar ao máximo para cumprir a missão. Ser patrulheiro e pertencer às tradições dessa Aviação me faz vibrar dia a dia! Salve a Patrulha!"

Tenente Aviador Andrew Norberto Chaves da Silva - Esquadrão Phoenix 2º/7º GAV

“O Esquadrão em que sirvo é uma das unidades aéreas de Aviação de Patrulha do Brasil e cumpre missões de busca e patrulha marítima. Nessas missões, trabalhamos em cooperação operacional com a Marinha do Brasil. Auxiliamos na vigilância do Atlântico Sul e buscamos detectar embarcações em atividades ilegais, assim como a localização de pessoas, aeronaves e embarcações em situação de emergência. Um caso que me recordo foi o do veleiro argentino Taipan, que foi encontrado no litoral sul de Santa Catarina, em julho de 2016, depois de três dias de buscas. O veleiro foi encontrado sem combustível e atracado numa ilha aguardando ajuda. Durante a missão, foi utilizada a aeronave da P-95 Bandeirulha.” 

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