TRÁFEGO AÉREO

DECEA acompanha voo inaugural de operação RNP AR em Joinville

Tecnologia otimiza procedimentos de aproximação e aumenta probabilidade de pouso
Publicada em: 10/11/2017 14:00
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Fonte: DECEA, por Gisele Bastos
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Felipe Bueno

O Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, em Joinville (SC), inaugurou na última quinta-feira (09/11), a operação de um procedimento de aproximação baseado no conceito RNP AR APCH (Required Navigation Performance Authorization Required, Performance de Navegação Requerida). A tecnologia, orientada via satélite, otimiza os procedimentos de aproximação e aumenta a probabilidade de pouso em condições de baixa visibilidade. Para a Região Sul, esse tipo de procedimento será utilizado nos aeroportos de Joinville (SC), Navegantes (SC), Maringá (PR) e Londrina (PR).

O voo inaugural LATAM JJ3091 partiu de Congonhas (SP) e utilizou o procedimento de aproximação por instrumentos para a cidade catarinense com várias autoridades a bordo. Entre elas, o chefe do Subdepartamento de Operações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento, representando o Comando da Aeronáutica; e o Diretor Sênior de Operações e Treinamento da LATAM Airlines, Harley Menezes.

Em solo estavam autoridades municipais e estaduais, como o Prefeito de Joinville, Udo Döhler; e o Superintendente do Aeroporto, Rones Rubens Heidemann.

De acordo com o Brigadeiro Luiz Ricardo, o RNP AR baseia-se no uso de tecnologia satelital de alta precisão embarcada nas aeronaves, o que traz um ganho significativo para os voos quanto à acessibilidade aos aeroportos e à eficiência das aproximações, inclusive com relação ao meio ambiente. “Por usar satélites, o procedimento dispensa a aquisição de infraestrutura ou equipamentos de auxílio no solo. Dessa forma, não ficamos dependentes de novas instalações nos aeroportos, o que reduz os custos de aquisição e manutenção", disse.

O Chefe da Subdivisão de Gerenciamento de Tráfego Aéreo do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), Major Clóvis Fernandes Junior, explica que, na prática, os procedimentos RNP AR podem ser estabelecidos para aeroportos com dificuldades em relação aos obstáculos no seu entorno, onde outros tipos de procedimentos seriam inviáveis ou ineficientes. “Esse foi um dos motivos da escolha do Aeroporto de Joinville para a implementação de procedimentos RNP AR, sendo o segundo aeroporto no Brasil”, esclareceu.

Os procedimentos para o aeroporto de Joinville, elaborados pelo DECEA e o CINDACTA II, possibilitam aproximações estabilizadas e uma redução significativa nos mínimos operacionais, tornando as operações menos suscetíveis às condições meteorológicas, aumentando a segurança e a eficiência das operações. O voo inaugural contou com o empenho de uma equipe de trabalho multidisciplinar, que reuniu o DECEA, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), empresas aéreas e controladores de tráfego aéreo.

“Acredita-se que as operações RNP AR serão multiplicadas e passarão a fazer parte da rotina operacional dos principais aeroportos nacionais, o que trará benefícios para os usuários do espaço aéreo, como mais segurança e eficiência, redução das distâncias voadas e diminuição da emissão de CO2 na atmosfera”, explicou o Major Fernandes Junior.

Especificamente para Joinville, a expectativa é que a operação RNP AR diminua o atraso e o cancelamento de voos, tornando a rotatividade do aeroporto mais eficiente como benefício direto à população.

Histórico

Os estudos para implantação do procedimento foram iniciativa de um militar do DECEA. Foram selecionados os aeroportos Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ), e o de Joinville (SC), por possuírem semelhanças na infraestrutura e no relevo em seu entorno. Joinville tem condições meteorológicas adversas que, muitas vezes, obrigam aeronaves a arremeter para pousar em aeroportos alternativos.