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FAB realiza mais de 250 transportes de órgãos em pouco mais de um ano

Dia 27 de setembro é celebrado o dia do doador de órgãos
Publicada em: 27/09/2017 09:44
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Fonte: Agência Força Aérea, Ten Cristiane dos Santos

O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos é celebrado nesta quarta-feira (27/09). O objetivo da data é conscientizar a população sobre a importância de ser doador, com o intuito de ajudar milhares de pessoas. Um dos desafios da Força Aérea Brasileira (FAB) é vencer a luta contra o tempo e fazer com que os órgãos dos doadores cheguem aos receptores. O tempo de isquemia, que é o período necessário e viável entre a retirada do órgão e o transplante, pode durar apenas quatro horas, no caso do coração e dos pulmões.

Asas que salvam vidas

O Ministério da Saúde tem um acordo voluntário de cooperação com as companhias aéreas com a finalidade de assegurar o translado dos órgãos e tecidos. Em complemento, o Ministério e a FAB assinaram um Termo de Execução Descentralizada (TED) que permitiu o ressarcimento das horas voadas e intensificou a participação da Força nesta empreitada. O pedido é demandado pela Central Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde a o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).

Desde a assinatura do TED até agosto deste ano, a FAB realizou 251 missões, contabilizando cerca de 2 mil horas de voo e 323 órgãos e tecidos transportados. Os órgãos mais doados foram fígado (154), seguido de coração (51) e rim (49).

A FAB realiza o transporte por meio de sete Esquadrões de Transporte Aéreo (ETA). Eles estão localizados na região Norte do País (Belém e Manaus), no Sudeste (Rio de Janeiro e Guarulhos), no Centro-Oeste (Brasília), no Sul (Canoas) e no Nordeste (Recife). Conforme a distância entre o doador e o receptor, o COMAE determina a unidade que realizará a missão.

O Tenente-Coronel Ivan Lucas Karpischin, Comandante do Esquadrão Guará (6º ETA), sediado na capital federal, explica que a unidade aérea é bastante acionada, em virtude da localização central e por operar a aeronave Learjet VU-35. “Recentemente houve uma missão em que a equipe médica partiu de Brasília, o doador estava em Belém (PA) e o receptor estava em Rio Branco (AC). O Esquadrão Guará foi acionado e utilizou a aeronave mais rápida para este tipo de missão, o Learjet”, explica.

Logística

Geralmente, as missões são extensas e incluem várias etapas. A primeira é buscar a equipe médica, que pode estar em cidade diferente da localidade do esquadrão; em seguida, levar a equipe até o doador, aguardar a retirada do órgão e transportá-lo até o receptor. A última etapa é aguardar a cirurgia de transplante e retornar com a equipe para a localidade de origem

O Tenente Aviador Vinicius Coutinho Loyola, do Esquadrão Guará, já realizou 16 missões em menos de dois anos. “Esta é uma operação muito gratificante. De certa forma, deixa a gente satisfeito em saber que o nosso trabalho contribui para que uma pessoa tenha uma vida melhor. Fico feliz, principalmente, quando nos informam que o transplante teve êxito”, revela.

Como ser um doador?

Quem pretende ser doador, precisa comunicar à família este desejo, uma vez que a doação de órgãos só acontece após autorização familiar. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) e de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue do cordão umbilical). O rim, parte do fígado e da medula óssea podem ser doados em vida.